EUA e Europa tentam retirar cidadãos do Sudão em meio à piora no conflito


Terceiro maior país da África vive um cenário de caos desde sábado, quando forças lideradas por dois generais rivais travaram um violento confronto pelo poder

Por Redação

CARTUM - As nações ocidentais intensificaram esforços cada vez mais desesperados para retirar diplomatas e cidadãos de Cartum, enquanto as batalhas entre as facções militares rivais que disputam o poder no Sudão se alastraram para o centro da capital sudanesa e em sua cidade vizinha, Omdurman.

Com ao menos três tentativas de cessar-fogo falhando, o número de mortos já passou de 420, entre eles 264 civis, e mais de 3.700 feridos, segundo ONGs locais e internacionais. No entanto, a maioria dos analistas acredita que o total real de mortos e feridos em mais de nove dias de combates é muito maior.

No domingo, o Reino Unido retirou com sucesso sua equipe diplomática e dependentes de Cartum por meio de uma operação complexa que envolveu mais de 1.200 militares e no que as autoridades chamaram de “circunstâncias muito desafiadoras”.

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O exercito sudanês enfrenta um grupo paramilitar na região central da capital do Sudão, Cartum  Foto: Marwan Ali/ AP

Os EUA também retiraram diplomatas, funcionários da embaixada e famílias de Cartum na noite de sábado, enviando helicópteros Chinook transportando forças especiais na noite de sábado para retirar ao menos 70 americanos de uma zona de desembarque na embaixada para um local não revelado na Etiópia, segundo autoridades americanas.

O Ministério das Relações Exteriores da França disse no domingo que uma “operação de retirada rápida” havia começado e que cidadãos europeus e de “países parceiros aliados” também seriam assistidos, sem dar mais detalhes. Relatórios de Cartum sugeriram que uma primeira tentativa de evacuar diplomatas franceses falhou quando um comboio foi atacado, com alguns passageiros feridos.

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Um grande desafio é a luta pelo aeroporto de Cartum, que sofreu danos significativos desde o início do conflito no último fim de semana.

O confronto eclodiu no último sábado, 15, entre unidades do Exército leais ao general Abdel Fattah al-Burhan, que comanda o país desde o golpe de Estado em 2021, e a milícia RSF (Forças de Apoio Rápido, em português), liderada pelo também general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Sua luta pelo poder levantou temores de caos e um desastre humanitário no país de 45 milhões de pessoas, o terceiro maior da África.

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No domingo, os serviços de internet e telefone pareciam ter entrado em colapso em grande parte do país. Remédios, combustível e alimentos eram escassos em grande parte de Cartum, enquanto uma combinação de combates e saques tornava perigoso sair de casa em busca de provisões essenciais.

Uma nova trégua declarada que deveria coincidir com o feriado muçulmano de três dias de Eid al-Fitr entrou em colapso no sábado. O cessar-fogo deveria permitir que milhares de residentes de Cartum, que ficaram presos pelos combates, chegassem em segurança e visitassem a família durante o feriado muçulmano do Eid.

Nos combates de domingo, um alto oficial militar disse que o exército e a polícia repeliram um ataque do RSF à prisão de Koper, onde o ex-governante autoritário Omar al-Bashir está preso desde sua queda do poder em 2019. O oficial, que falou sob condição de anonimato porque ele não estava autorizado a falar com a mídia, disse que vários prisioneiros exploraram o caos para fugir, mas al-Bashir e outros presos de alto perfil ainda estavam detidos em uma área “altamente segura”. O oficial disse que “alguns prisioneiros” foram mortos ou feridos.

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O chefe do Exército do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante paramilitar das Forças de Apoio Rápido do Sudão, general Mohamed Hamdan Daglo (Hemedti), lutam pelo controle do país Foto: Ashraf Shazly/ AFP

Desde a semana passada o Sudão vive um cenário de caos e está à beira de uma guerra civil. Forças lideradas por dois generais rivais, que foram aliados no golpe de Estado de 2021 para derrubar o governo civil, mas se tornaram inimigos, travam um violento combate pelo controle do país. A escalada da violência destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

A disputa ocorre entre entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, e acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

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Imagem de satélite da Maxar Technologies mostra aviões incendiados no Aeroporto Internacional de Cartum após começo dos confrontos  Foto: Maxar Technologies/ via AP

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan. O chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, era tido como seu número dois no comando.

Burhan controla o Exército sudanês, e Hemedti lidera as forças paramilitares FAR. Eles estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021. No entanto, nos últimos meses, as rusgas entre eles tornaram-se públicas e ambos começaram a destacar silenciosamente tropas e equipamentos para bases militares em Cartum e ao redor do país. Os EUA e outras nações estrangeiras conduziram os esforços para persuadir os dois generais a transferirem o poder para um governo liderado por civis. Em vez disso, agora eles estão em confronto violento.

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Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

O grupo paramilitar mercenário russo Wagner já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

A retirada dos diplomatas ocidentais causou raiva em Cartum. “Eles retiraram seu povo… os americanos não se importam com o Sudão… A segurança de seu povo é uma prioridade para eles, não devemos nos concentrar nisso, devemos pensar em maneiras de parar a guerra”, disse Madji Ebaid, 61 anos, um empresário local, disse. / NYT e W.POST

CARTUM - As nações ocidentais intensificaram esforços cada vez mais desesperados para retirar diplomatas e cidadãos de Cartum, enquanto as batalhas entre as facções militares rivais que disputam o poder no Sudão se alastraram para o centro da capital sudanesa e em sua cidade vizinha, Omdurman.

Com ao menos três tentativas de cessar-fogo falhando, o número de mortos já passou de 420, entre eles 264 civis, e mais de 3.700 feridos, segundo ONGs locais e internacionais. No entanto, a maioria dos analistas acredita que o total real de mortos e feridos em mais de nove dias de combates é muito maior.

No domingo, o Reino Unido retirou com sucesso sua equipe diplomática e dependentes de Cartum por meio de uma operação complexa que envolveu mais de 1.200 militares e no que as autoridades chamaram de “circunstâncias muito desafiadoras”.

O exercito sudanês enfrenta um grupo paramilitar na região central da capital do Sudão, Cartum  Foto: Marwan Ali/ AP

Os EUA também retiraram diplomatas, funcionários da embaixada e famílias de Cartum na noite de sábado, enviando helicópteros Chinook transportando forças especiais na noite de sábado para retirar ao menos 70 americanos de uma zona de desembarque na embaixada para um local não revelado na Etiópia, segundo autoridades americanas.

O Ministério das Relações Exteriores da França disse no domingo que uma “operação de retirada rápida” havia começado e que cidadãos europeus e de “países parceiros aliados” também seriam assistidos, sem dar mais detalhes. Relatórios de Cartum sugeriram que uma primeira tentativa de evacuar diplomatas franceses falhou quando um comboio foi atacado, com alguns passageiros feridos.

Um grande desafio é a luta pelo aeroporto de Cartum, que sofreu danos significativos desde o início do conflito no último fim de semana.

O confronto eclodiu no último sábado, 15, entre unidades do Exército leais ao general Abdel Fattah al-Burhan, que comanda o país desde o golpe de Estado em 2021, e a milícia RSF (Forças de Apoio Rápido, em português), liderada pelo também general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Sua luta pelo poder levantou temores de caos e um desastre humanitário no país de 45 milhões de pessoas, o terceiro maior da África.

No domingo, os serviços de internet e telefone pareciam ter entrado em colapso em grande parte do país. Remédios, combustível e alimentos eram escassos em grande parte de Cartum, enquanto uma combinação de combates e saques tornava perigoso sair de casa em busca de provisões essenciais.

Uma nova trégua declarada que deveria coincidir com o feriado muçulmano de três dias de Eid al-Fitr entrou em colapso no sábado. O cessar-fogo deveria permitir que milhares de residentes de Cartum, que ficaram presos pelos combates, chegassem em segurança e visitassem a família durante o feriado muçulmano do Eid.

Nos combates de domingo, um alto oficial militar disse que o exército e a polícia repeliram um ataque do RSF à prisão de Koper, onde o ex-governante autoritário Omar al-Bashir está preso desde sua queda do poder em 2019. O oficial, que falou sob condição de anonimato porque ele não estava autorizado a falar com a mídia, disse que vários prisioneiros exploraram o caos para fugir, mas al-Bashir e outros presos de alto perfil ainda estavam detidos em uma área “altamente segura”. O oficial disse que “alguns prisioneiros” foram mortos ou feridos.

O chefe do Exército do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante paramilitar das Forças de Apoio Rápido do Sudão, general Mohamed Hamdan Daglo (Hemedti), lutam pelo controle do país Foto: Ashraf Shazly/ AFP

Desde a semana passada o Sudão vive um cenário de caos e está à beira de uma guerra civil. Forças lideradas por dois generais rivais, que foram aliados no golpe de Estado de 2021 para derrubar o governo civil, mas se tornaram inimigos, travam um violento combate pelo controle do país. A escalada da violência destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

A disputa ocorre entre entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, e acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Imagem de satélite da Maxar Technologies mostra aviões incendiados no Aeroporto Internacional de Cartum após começo dos confrontos  Foto: Maxar Technologies/ via AP

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan. O chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, era tido como seu número dois no comando.

Burhan controla o Exército sudanês, e Hemedti lidera as forças paramilitares FAR. Eles estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021. No entanto, nos últimos meses, as rusgas entre eles tornaram-se públicas e ambos começaram a destacar silenciosamente tropas e equipamentos para bases militares em Cartum e ao redor do país. Os EUA e outras nações estrangeiras conduziram os esforços para persuadir os dois generais a transferirem o poder para um governo liderado por civis. Em vez disso, agora eles estão em confronto violento.

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

O grupo paramilitar mercenário russo Wagner já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

A retirada dos diplomatas ocidentais causou raiva em Cartum. “Eles retiraram seu povo… os americanos não se importam com o Sudão… A segurança de seu povo é uma prioridade para eles, não devemos nos concentrar nisso, devemos pensar em maneiras de parar a guerra”, disse Madji Ebaid, 61 anos, um empresário local, disse. / NYT e W.POST

CARTUM - As nações ocidentais intensificaram esforços cada vez mais desesperados para retirar diplomatas e cidadãos de Cartum, enquanto as batalhas entre as facções militares rivais que disputam o poder no Sudão se alastraram para o centro da capital sudanesa e em sua cidade vizinha, Omdurman.

Com ao menos três tentativas de cessar-fogo falhando, o número de mortos já passou de 420, entre eles 264 civis, e mais de 3.700 feridos, segundo ONGs locais e internacionais. No entanto, a maioria dos analistas acredita que o total real de mortos e feridos em mais de nove dias de combates é muito maior.

No domingo, o Reino Unido retirou com sucesso sua equipe diplomática e dependentes de Cartum por meio de uma operação complexa que envolveu mais de 1.200 militares e no que as autoridades chamaram de “circunstâncias muito desafiadoras”.

O exercito sudanês enfrenta um grupo paramilitar na região central da capital do Sudão, Cartum  Foto: Marwan Ali/ AP

Os EUA também retiraram diplomatas, funcionários da embaixada e famílias de Cartum na noite de sábado, enviando helicópteros Chinook transportando forças especiais na noite de sábado para retirar ao menos 70 americanos de uma zona de desembarque na embaixada para um local não revelado na Etiópia, segundo autoridades americanas.

O Ministério das Relações Exteriores da França disse no domingo que uma “operação de retirada rápida” havia começado e que cidadãos europeus e de “países parceiros aliados” também seriam assistidos, sem dar mais detalhes. Relatórios de Cartum sugeriram que uma primeira tentativa de evacuar diplomatas franceses falhou quando um comboio foi atacado, com alguns passageiros feridos.

Um grande desafio é a luta pelo aeroporto de Cartum, que sofreu danos significativos desde o início do conflito no último fim de semana.

O confronto eclodiu no último sábado, 15, entre unidades do Exército leais ao general Abdel Fattah al-Burhan, que comanda o país desde o golpe de Estado em 2021, e a milícia RSF (Forças de Apoio Rápido, em português), liderada pelo também general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti. Sua luta pelo poder levantou temores de caos e um desastre humanitário no país de 45 milhões de pessoas, o terceiro maior da África.

No domingo, os serviços de internet e telefone pareciam ter entrado em colapso em grande parte do país. Remédios, combustível e alimentos eram escassos em grande parte de Cartum, enquanto uma combinação de combates e saques tornava perigoso sair de casa em busca de provisões essenciais.

Uma nova trégua declarada que deveria coincidir com o feriado muçulmano de três dias de Eid al-Fitr entrou em colapso no sábado. O cessar-fogo deveria permitir que milhares de residentes de Cartum, que ficaram presos pelos combates, chegassem em segurança e visitassem a família durante o feriado muçulmano do Eid.

Nos combates de domingo, um alto oficial militar disse que o exército e a polícia repeliram um ataque do RSF à prisão de Koper, onde o ex-governante autoritário Omar al-Bashir está preso desde sua queda do poder em 2019. O oficial, que falou sob condição de anonimato porque ele não estava autorizado a falar com a mídia, disse que vários prisioneiros exploraram o caos para fugir, mas al-Bashir e outros presos de alto perfil ainda estavam detidos em uma área “altamente segura”. O oficial disse que “alguns prisioneiros” foram mortos ou feridos.

O chefe do Exército do Sudão, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante paramilitar das Forças de Apoio Rápido do Sudão, general Mohamed Hamdan Daglo (Hemedti), lutam pelo controle do país Foto: Ashraf Shazly/ AFP

Desde a semana passada o Sudão vive um cenário de caos e está à beira de uma guerra civil. Forças lideradas por dois generais rivais, que foram aliados no golpe de Estado de 2021 para derrubar o governo civil, mas se tornaram inimigos, travam um violento combate pelo controle do país. A escalada da violência destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

A disputa ocorre entre entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, e acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Imagem de satélite da Maxar Technologies mostra aviões incendiados no Aeroporto Internacional de Cartum após começo dos confrontos  Foto: Maxar Technologies/ via AP

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan. O chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, era tido como seu número dois no comando.

Burhan controla o Exército sudanês, e Hemedti lidera as forças paramilitares FAR. Eles estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021. No entanto, nos últimos meses, as rusgas entre eles tornaram-se públicas e ambos começaram a destacar silenciosamente tropas e equipamentos para bases militares em Cartum e ao redor do país. Os EUA e outras nações estrangeiras conduziram os esforços para persuadir os dois generais a transferirem o poder para um governo liderado por civis. Em vez disso, agora eles estão em confronto violento.

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

O grupo paramilitar mercenário russo Wagner já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

A retirada dos diplomatas ocidentais causou raiva em Cartum. “Eles retiraram seu povo… os americanos não se importam com o Sudão… A segurança de seu povo é uma prioridade para eles, não devemos nos concentrar nisso, devemos pensar em maneiras de parar a guerra”, disse Madji Ebaid, 61 anos, um empresário local, disse. / NYT e W.POST

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