Autoridades norte-americanas e israelenses concordaram em trabalhar no desenvolvimento de um plano para levar ajuda humanitária a Gaza e estabelecer “zonas seguras”, disse um funcionário sênior do Departamento de Estado a repórteres nesta terça-feira, 17, no avião do Secretário de Estado, Antony Blinken.
Os americanos esperam que os planos sejam implementados antes que Israel inicie sua invasão terrestre, disse a autoridade, que concordou em falar sob condição de anonimato para discutir abertamente discussões diplomáticas delicadas.
A expectativa é que David Satterfield comece a conversar com autoridades israelenses sobre isso em sua nova função como enviado especial para assistência humanitária nessa guerra.
Segundo essa autoridade, Blinken conversou com o presidente Joe Biden após se reunir com o presidente do Egito no Cairo no domingo. De acordo com o relato, BlinkenBiden que todos os líderes árabes com quem ele se reuniu desde quinta-feira pediram que Israel permitisse que a ajuda humanitária chegasse a Gaza. Biden então disse a Blinken para ir a Israel negociar com o primeiro-ministro, Biniamyn Netanyahu.
Blinken voou para Israel na segunda-feira e passou a maior parte de um total de nove horas de conversas com Netanyahu focadas na ajuda a Gaza. As conversas terminaram às 2h30 da manhã desta terça-feira. Assim que a ajuda entrar em Gaza pela passagem de fronteira de Rafah com o Egito, a passagem será aberta e os cidadãos americanos e talvez outros estrangeiros poderão sair de Gaza, disse a autoridade.
As autoridades americanas dizem que esperam que Israel não bombardeie a área da passagem de Rafah.
Biden vai a Israel
O presidente Biden irá viajar a Israel no momento em que aumenta a pressão para oferecer segurança e ajuda a um milhão de palestinos que fugiram de suas casas antes de uma provável invasão israelense na Faixa de Gaza, onde as autoridades alertaram que a crise humanitária piorará se não houver ajuda imediata.
Tentativas anteriores de se chegar a um acordo para a passagem de ajuda humanitária pela fronteira de Gaza com o Egito não deram certo. Mas na manhã de terça-feira, os Estados Unidos expressaram novamente a esperança de que estavam próximos de um acordo. As linhas gerais de um acordo, que será negociado por um novo enviado dos EUA, surgiram depois da reunião de Blinken com Netanyahu.
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Blinken está em uma viagem turbulenta, visitando sete países, incluindo Israel e países árabes, desde quinta-feira. Durante esse período, a situação no sul da Faixa de Gaza tornou-se cada vez mais terrível depois que Israel impediu que as necessidades básicas chegassem ao enclave em resposta ao ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro. A eletricidade é limitada, e os alimentos e a água estão escasseando, enquanto os hospitais lutam para tratar o número crescente de feridos.
Os dois milhões de habitantes de Gaza estão presos lá, desesperados por ajuda, enquanto Israel continua os ataques aéreos que, segundo as autoridades palestinas, já mataram mais de 2.800 pessoas e feriram mais de 10 mil. Israel afirma que esses ataques aéreos são a primeira parte de seu plano para destruir o Hamas depois que o grupo matou mais de 1.400 pessoas no ataque, o mais mortal da história de Israel.
Israel tem exigido repetidamente que os civis evacuem a parte norte de Gaza, onde as forças do Hamas estão instaladas. Um milhão de pessoas fugiram de suas casas, segundo as Nações Unidas, e os portadores de passaportes estrangeiros se dirigiram para a passagem de fronteira de Rafah com o Egito. Não ficou claro se o Egito ou o Hamas abririam a passagem, que também seria o local mais provável para o fluxo de ajuda humanitária.
Ao mesmo tempo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, ao retornar de uma visita aos líderes do Hamas, do Hezbollah e da Síria, alertou que os aliados mais próximos do Irã abririam “várias frentes” contra Israel se os ataques continuassem a matar civis em Gaza. Israel e o Hezbollah continuaram a trocar tiros na fronteira de Israel com o Líbano, que está sendo monitorada de perto como um ponto crítico onde a guerra pode se espalhar./NYT