TEERÃ - O Irã aplicará medidas de retaliação frente às sanções anunciadas pelos EUA contra pessoas envolvidas nos programas de mísseis balísticos do governo de Teerã, anunciou nesta terça-feira, 18, a agência de notícias oficial Irna.
“O Ministério das Relações Exteriores, ao condenar a decisão americana infundada de impor sanções ilegais contra outras pessoas (envolvidas no programa de mísseis iraniano), irá punir novos indivíduos e entidades americanas que agiram contra o povo iraniano e outros povos muçulmanos”, afirmou Teerã em um comunicado.
Pouco antes, o governo dos EUA havia anunciado sanções contra 18 indivíduos e entidades iranianas, um dia após ter certificado perante o Congresso que o Irã segue cumprindo as condições do pacto que assinou com seis potências em 2015 para limitar seu programa nuclear.
Os Departamentos do Tesouro e de Estado foram os responsáveis por informar sobre as novas sanções, relacionadas ao programa de mísseis balísticos do Irã, ao apoio militar à Guarda Revolucionária e à vinculação com uma organização criminosa transnacional.
Na segunda-feira, o governo Trump admitiu que Teerã "cumpre as condições" do texto. Desde que o pacto entrou em vigor, no dia 16 de janeiro de 2016, o Executivo americano deve "certificá-lo" a cada 90 dias no Congresso, ou seja, confirmar que Teerã respeita os termos estabelecidos. Na véspera, venceu mais um prazo imposto pelo Congresso ao Executivo para informar se o Irã deteve seu programa de armas nucleares.
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O texto foi firmado no dia 14 de julho de 2015, em Viena, pelo Irã e pelas principais potências mundiais (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha). O acordo foi visto em Washington como uma forma de evitar uma ação militar para impedir que o Irã obtivesse armas nucleares.
Não aliviou, porém, as tensões entre Teerã e Washington. Ambos continuam em lados opostos em conflitos no Oriente Médio, como na Síria e no Iêmen. Durante a campanha eleitoral, Trump denunciou o pacto nuclear e prometeu renegociá-lo, sendo mais duro com o Irã. / AFP