BRUXELAS - O bate-boca em tempo real entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodmir Zelenski, no Salão Oval da Casa Branca nesta sexta-feira, 28, levou a uma mobilização imediata da União Europeia e dos principais países europeus em torno do líder ucraniano.
Autoridades da Europa já estavam incomodados com discurso que o vice J.D. Vance fez na Conferência de Segurança de Munique, duas semanas atrás, no qual ele os repreendeu sobre o estado de sua democracia, em um momento em que o foco era a guerra.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse em nome do bloco a Zelenski que ele não está sozinho após seu bate-boca com Donald Trump na Casa Branca. “Sua dignidade honra a coragem do povo ucraniano. Seja forte, seja valente, seja intrépido. Você nunca estará sozinho, querido presidente Zelenski”, escreveram ela e o presidente do Conselho Europeu Antonio Costa, em uma declaração conjunta nas redes sociais, reiterando que vão seguir trabalhando para uma paz justa e duradoura na Ucrânia.
Em paralelo, líderes da Alemanha, França, Polônia, Espanha, Holanda e outros países europeus também cerraram fileiras ao lado do ucraniano após a discussão com Trump. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu a convocação “sem demora” de uma reunião de cúpula entre os Estados Unidos, a Europa e seus aliados sobre a Ucrânia.
O objetivo é “discutir com franqueza como pretendemos abordar os grandes desafios atuais, a começar pela Ucrânia, que defendemos juntos nos últimos anos”, manifestou.
Enquanto isso, na Estônia, que faz fronteira com a Rússia, o ministro das Relações Exteriores Margus Tsahkna disse que o único obstáculo à paz é a decisão do presidente russo Vladimir Putin de continuar a guerra.
O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, disse em comunicado: “Ninguém deseja mais a paz que os cidadãos da Ucrânia! Por isso buscamos juntos o caminho para uma paz duradoura e justa. A Ucrânia pode contar com a Alemanha e com a Europa”.
Já o futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, disse no X que Zelenski que a Alemanha está ao lado da Ucrânia. “Estamos juntos nos momentos bons e nos momentos difíceis. Nunca devemos confundir agressor e vítima nessa terrível guerra”, afirmou.
O presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou seu apoio à Ucrânia em comentários a repórteres na noite de sexta-feira. “Acho que fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos e continuar fazendo isso. E quando eu digo nós, são os Estados Unidos da América, os europeus, os canadenses, os japoneses e muitos outros”, disse ele, acrescentando: “Essas são coisas simples, mas é bom lembrá-las neste momento.
Já o socialista Pedro Sánchez, da Espanha, escreveu na rede social X: “Ucrânia, a Espanha está com você”, após o bate-boca. Sánchez tem sido um apoiador ativo da Ucrânia após a invasão russa há três anos. Nesta segunda, durante uma reunião internacional em Kiev, Sánchez prometeu um novo pacote de assistência militar para os ucranianos de um bilhão de euros (R$ 6 bilhões) em 2025.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, assegurou ao presidente ucraniano e a seus compatriotas que “não estão sozinhos”. “Querido Zelenski, queridos amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos”, escreveu Tusk na rede social X minutos depois de o mandatário ucraniano deixar a Casa Branca.
“O apoio da Holanda à Ucrânia continua intacto, principalmente agora”, afirmou o primeiro-ministro Dick Schoof. “Queremos uma paz duradoura e o fim da guerra de agressão desencadeada pela Rússia.”./AFP
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