Alemanha vai enviar armamentos pesados à Ucrânia; UE e EUA também vão apoiar


Em uma mudança histórica de postura desde a Segunda Guerra, Alemanha promete 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar, e abre brecha para que mais países enviem equipamentos alemães a Kiev

Por Redação

BERLIM - O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou neste sábado, 26, que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar em apoio após a invasão do país pela Rússia. A decisão represente uma grande mudança na política de defesa alemã no pós-Segunda Guerra Mundial e marca uma escalada significativa no apoio militar da Europa a Kiev.

"O ataque russo marca um ponto de virada. É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. É por isso que estamos entregando 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia", disse Scholz em comunicado. 

Essa é uma considerável mudança na postura da Alemanha, que vinha resistindo a pedidos de Kiev por armamentos defensivos, e recebendo críticas de autoridades ucranianas por isso. Até então, os líderes alemães se recusavam a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. Sob pressão, eles concordaram em enviar capacetes e um hospital de campanha, uma decisão pela qual foram ridicularizados.

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Olaf Scholz, em foto de novembro de 2021; chanceler alemão aprovou medidas diretas contra a invasão russa à Ucrânia. Foto: Tobias SCHWARZ / AFP

A Alemanha raramente envia armas para conflitos, um tabu político de longa data relacionado à sua culpa pela Segunda Guerra Mundial. O país tem sido especialmente cauteloso ao enviar armas que seriam usadas contra a Rússia, um dos oponentes do regime nazista na Segunda Guerra e um país que muitos alemães creditam em parte por sua libertação.

Isso significava que o movimento de sábado foi especialmente notável. Poderia abrir uma enxurrada de armamentos fabricados na Alemanha de outros países para a Ucrânia também. No início do dia, o país já havia assinado o envio de 400 lançadores de granadas propelidos por foguetes de fabricação alemã para Kiev.

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A notícia veio logo depois que o Ministério da Economia e do Clima, Robert Habeck, disse em um comunicado na noite de sábado que a Alemanha estava permitindo que a Holanda envie 400 armas antitanque fabricadas na Alemanha para a Ucrânia. O governo também aprovou o embarque de 9 obuseiros D-30 e munições originárias da Estônia.

Apoio à expulsão do Swift

Outra importante postura anunciada pela Alemanha este sábado é o apoio à exclusão da Rússia do sistema bancário Swift

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Em um comunicado, a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock e o ministro da Economia e Clima, disseram que estão trabalhando para determinar como “os danos colaterais de uma dissociação do Swift podem ser limitados de forma a atingir os alvos certos”.

Ainda não estava claro no sábado como seria essa dissociação direcionada - e se a Alemanha apoiaria medidas menos direcionadas se os planos não puderem ser implementados da maneira que espera.

A Alemanha, a maior economia da União Europeia, tem fortes laços comerciais com a Rússia e depende muito de seu fornecimento de gás natural. O país era até então um dos principais céticos de cortar a Rússia do Swift - um movimento que o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, chamou de “arma nuclear financeira”.

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O Swift (abreviação de Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é uma rede de comunicações que conecta bancos em todo o mundo. O consórcio com sede na Bélgica liga mais de 11.000 instituições financeiras que operam em mais de 200 países e territórios, atuando como um centro crítico que permite pagamentos internacionais.

Na última sexta-feira, 25, a União Europeia votou um novo pacote de sanções, que mirou diretamente o presidente russo Vladimir Putin e seu chanceler Serguei Lavrov, mas deixou de fora a exclusão do Swift, mas sob objeções da Alemanha, Itália e Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está entre os maiores apoiadores de tal medida.

O corte da Rússia do Swift é um pedido direto da Ucrânia, que espera ver um pacote de sanções mais rígido. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse na sexta-feira que pressionou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, “a usar toda a influência dos EUA em alguns países europeus hesitantes para banir a Rússia do Swift”.

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No fim do sábado, a Casa Branca, junto com França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Canadá soltaram uma nota conjunta reforçando a condenação à invasão russa e anunciando novas medidas. A principal foi a promessa de garantir que alguns bancos russos sejam removidos do sistema Swift.

Também anunciaram "medidas restritivas que impedirão o Banco Central da Rússia de implantar suas reservas internacionais de forma a prejudicar o impacto de nossas sanções".

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Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

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Ucrânia recebe apoio militar internacional

Além da Alemanha, outros países também vêm oferecendo armamentos e apoio militar para a Ucrânia. Já na sexta-feira, 25, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu o Departamento de Estado de seu país a enviar $ 350 milhões (o equivalente a cerca de R$ 1,8 bilhão) em armamento para os exércitos ucranianos.

Esse será o terceiro envio de armas norte-americanas para a Ucrânia desde 2021. O valor total das três ações, juntas, ultrapassa $ 1 bilhão (cerca de R$ 5,1 bilhões). A ajuda adicional inclui “anti-blindagem, armas pequenas e várias munições, coletes à prova de balas e equipamentos relacionados”, disse John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono. 

Também na sexta, Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou que fornecerá à Ucrânia uma "assistência orçamentária adicional de 300 milhões de euros” (cerca de R$ 1,7 bilhão), além de enviar materiais defensivos. No entanto, ele não deixou claro quais serão os equipamentos enviados.

Já o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, anunciou no sábado o envio de 3.800 toneladas de combustível e 2.000 metralhadoras para o exército ucraniano. Além disso, o país enviará 300 soldados para Romênia, para fortalecer sua fronteira ao leste. De Croo acrescentou que o País ainda avalia novos envios de auxílio nos próximos dias.

O conselheiro de assuntos internacionais e defesa da Holanda, Geoffrey van Leeuwen, afirmou, também no sábado, que o país enviará 200 mísseis antiaéreos para a Ucrânia, e informou que outros equipamentos de defesa também estão a caminho. Isso inclui rifles, munição, detectores de minas terrestres e sistemas de radar.

Já a ministra da Defesa da República Tcheca, Jana Černochová, anunciou o envio de metralhadoras, rifles de precisão, pistolas e munições equivalentes ao valor de 188 milhões de Coroas Tchecas (o equivalente a R$ 44,2 milhões).

O ministro de Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad’, declarou que o país enviará € 11 milhões (equivalente a R$ 64 milhões) em munições e combustível./AP e W.POST

BERLIM - O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou neste sábado, 26, que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar em apoio após a invasão do país pela Rússia. A decisão represente uma grande mudança na política de defesa alemã no pós-Segunda Guerra Mundial e marca uma escalada significativa no apoio militar da Europa a Kiev.

"O ataque russo marca um ponto de virada. É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. É por isso que estamos entregando 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia", disse Scholz em comunicado. 

Essa é uma considerável mudança na postura da Alemanha, que vinha resistindo a pedidos de Kiev por armamentos defensivos, e recebendo críticas de autoridades ucranianas por isso. Até então, os líderes alemães se recusavam a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. Sob pressão, eles concordaram em enviar capacetes e um hospital de campanha, uma decisão pela qual foram ridicularizados.

Olaf Scholz, em foto de novembro de 2021; chanceler alemão aprovou medidas diretas contra a invasão russa à Ucrânia. Foto: Tobias SCHWARZ / AFP

A Alemanha raramente envia armas para conflitos, um tabu político de longa data relacionado à sua culpa pela Segunda Guerra Mundial. O país tem sido especialmente cauteloso ao enviar armas que seriam usadas contra a Rússia, um dos oponentes do regime nazista na Segunda Guerra e um país que muitos alemães creditam em parte por sua libertação.

Isso significava que o movimento de sábado foi especialmente notável. Poderia abrir uma enxurrada de armamentos fabricados na Alemanha de outros países para a Ucrânia também. No início do dia, o país já havia assinado o envio de 400 lançadores de granadas propelidos por foguetes de fabricação alemã para Kiev.

A notícia veio logo depois que o Ministério da Economia e do Clima, Robert Habeck, disse em um comunicado na noite de sábado que a Alemanha estava permitindo que a Holanda envie 400 armas antitanque fabricadas na Alemanha para a Ucrânia. O governo também aprovou o embarque de 9 obuseiros D-30 e munições originárias da Estônia.

Apoio à expulsão do Swift

Outra importante postura anunciada pela Alemanha este sábado é o apoio à exclusão da Rússia do sistema bancário Swift

Em um comunicado, a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock e o ministro da Economia e Clima, disseram que estão trabalhando para determinar como “os danos colaterais de uma dissociação do Swift podem ser limitados de forma a atingir os alvos certos”.

Ainda não estava claro no sábado como seria essa dissociação direcionada - e se a Alemanha apoiaria medidas menos direcionadas se os planos não puderem ser implementados da maneira que espera.

A Alemanha, a maior economia da União Europeia, tem fortes laços comerciais com a Rússia e depende muito de seu fornecimento de gás natural. O país era até então um dos principais céticos de cortar a Rússia do Swift - um movimento que o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, chamou de “arma nuclear financeira”.

O Swift (abreviação de Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é uma rede de comunicações que conecta bancos em todo o mundo. O consórcio com sede na Bélgica liga mais de 11.000 instituições financeiras que operam em mais de 200 países e territórios, atuando como um centro crítico que permite pagamentos internacionais.

Na última sexta-feira, 25, a União Europeia votou um novo pacote de sanções, que mirou diretamente o presidente russo Vladimir Putin e seu chanceler Serguei Lavrov, mas deixou de fora a exclusão do Swift, mas sob objeções da Alemanha, Itália e Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está entre os maiores apoiadores de tal medida.

O corte da Rússia do Swift é um pedido direto da Ucrânia, que espera ver um pacote de sanções mais rígido. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse na sexta-feira que pressionou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, “a usar toda a influência dos EUA em alguns países europeus hesitantes para banir a Rússia do Swift”.

No fim do sábado, a Casa Branca, junto com França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Canadá soltaram uma nota conjunta reforçando a condenação à invasão russa e anunciando novas medidas. A principal foi a promessa de garantir que alguns bancos russos sejam removidos do sistema Swift.

Também anunciaram "medidas restritivas que impedirão o Banco Central da Rússia de implantar suas reservas internacionais de forma a prejudicar o impacto de nossas sanções".

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Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

Ucrânia recebe apoio militar internacional

Além da Alemanha, outros países também vêm oferecendo armamentos e apoio militar para a Ucrânia. Já na sexta-feira, 25, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu o Departamento de Estado de seu país a enviar $ 350 milhões (o equivalente a cerca de R$ 1,8 bilhão) em armamento para os exércitos ucranianos.

Esse será o terceiro envio de armas norte-americanas para a Ucrânia desde 2021. O valor total das três ações, juntas, ultrapassa $ 1 bilhão (cerca de R$ 5,1 bilhões). A ajuda adicional inclui “anti-blindagem, armas pequenas e várias munições, coletes à prova de balas e equipamentos relacionados”, disse John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono. 

Também na sexta, Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou que fornecerá à Ucrânia uma "assistência orçamentária adicional de 300 milhões de euros” (cerca de R$ 1,7 bilhão), além de enviar materiais defensivos. No entanto, ele não deixou claro quais serão os equipamentos enviados.

Já o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, anunciou no sábado o envio de 3.800 toneladas de combustível e 2.000 metralhadoras para o exército ucraniano. Além disso, o país enviará 300 soldados para Romênia, para fortalecer sua fronteira ao leste. De Croo acrescentou que o País ainda avalia novos envios de auxílio nos próximos dias.

O conselheiro de assuntos internacionais e defesa da Holanda, Geoffrey van Leeuwen, afirmou, também no sábado, que o país enviará 200 mísseis antiaéreos para a Ucrânia, e informou que outros equipamentos de defesa também estão a caminho. Isso inclui rifles, munição, detectores de minas terrestres e sistemas de radar.

Já a ministra da Defesa da República Tcheca, Jana Černochová, anunciou o envio de metralhadoras, rifles de precisão, pistolas e munições equivalentes ao valor de 188 milhões de Coroas Tchecas (o equivalente a R$ 44,2 milhões).

O ministro de Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad’, declarou que o país enviará € 11 milhões (equivalente a R$ 64 milhões) em munições e combustível./AP e W.POST

BERLIM - O chanceler alemão, Olaf Scholz, anunciou neste sábado, 26, que enviará à Ucrânia 1.000 armas antitanque e 500 mísseis terra-ar em apoio após a invasão do país pela Rússia. A decisão represente uma grande mudança na política de defesa alemã no pós-Segunda Guerra Mundial e marca uma escalada significativa no apoio militar da Europa a Kiev.

"O ataque russo marca um ponto de virada. É nosso dever fazer o possível para apoiar a Ucrânia em sua defesa contra o exército invasor de Putin. É por isso que estamos entregando 1.000 armas antitanque e 500 mísseis Stinger para nossos amigos na Ucrânia", disse Scholz em comunicado. 

Essa é uma considerável mudança na postura da Alemanha, que vinha resistindo a pedidos de Kiev por armamentos defensivos, e recebendo críticas de autoridades ucranianas por isso. Até então, os líderes alemães se recusavam a enviar armas letais e também impediram outros países de fazê-lo com armamentos fabricados na Alemanha. Sob pressão, eles concordaram em enviar capacetes e um hospital de campanha, uma decisão pela qual foram ridicularizados.

Olaf Scholz, em foto de novembro de 2021; chanceler alemão aprovou medidas diretas contra a invasão russa à Ucrânia. Foto: Tobias SCHWARZ / AFP

A Alemanha raramente envia armas para conflitos, um tabu político de longa data relacionado à sua culpa pela Segunda Guerra Mundial. O país tem sido especialmente cauteloso ao enviar armas que seriam usadas contra a Rússia, um dos oponentes do regime nazista na Segunda Guerra e um país que muitos alemães creditam em parte por sua libertação.

Isso significava que o movimento de sábado foi especialmente notável. Poderia abrir uma enxurrada de armamentos fabricados na Alemanha de outros países para a Ucrânia também. No início do dia, o país já havia assinado o envio de 400 lançadores de granadas propelidos por foguetes de fabricação alemã para Kiev.

A notícia veio logo depois que o Ministério da Economia e do Clima, Robert Habeck, disse em um comunicado na noite de sábado que a Alemanha estava permitindo que a Holanda envie 400 armas antitanque fabricadas na Alemanha para a Ucrânia. O governo também aprovou o embarque de 9 obuseiros D-30 e munições originárias da Estônia.

Apoio à expulsão do Swift

Outra importante postura anunciada pela Alemanha este sábado é o apoio à exclusão da Rússia do sistema bancário Swift

Em um comunicado, a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock e o ministro da Economia e Clima, disseram que estão trabalhando para determinar como “os danos colaterais de uma dissociação do Swift podem ser limitados de forma a atingir os alvos certos”.

Ainda não estava claro no sábado como seria essa dissociação direcionada - e se a Alemanha apoiaria medidas menos direcionadas se os planos não puderem ser implementados da maneira que espera.

A Alemanha, a maior economia da União Europeia, tem fortes laços comerciais com a Rússia e depende muito de seu fornecimento de gás natural. O país era até então um dos principais céticos de cortar a Rússia do Swift - um movimento que o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, chamou de “arma nuclear financeira”.

O Swift (abreviação de Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication) é uma rede de comunicações que conecta bancos em todo o mundo. O consórcio com sede na Bélgica liga mais de 11.000 instituições financeiras que operam em mais de 200 países e territórios, atuando como um centro crítico que permite pagamentos internacionais.

Na última sexta-feira, 25, a União Europeia votou um novo pacote de sanções, que mirou diretamente o presidente russo Vladimir Putin e seu chanceler Serguei Lavrov, mas deixou de fora a exclusão do Swift, mas sob objeções da Alemanha, Itália e Reino Unido. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está entre os maiores apoiadores de tal medida.

O corte da Rússia do Swift é um pedido direto da Ucrânia, que espera ver um pacote de sanções mais rígido. O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse na sexta-feira que pressionou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, “a usar toda a influência dos EUA em alguns países europeus hesitantes para banir a Rússia do Swift”.

No fim do sábado, a Casa Branca, junto com França, Alemanha, Itália, Reino Unido e Canadá soltaram uma nota conjunta reforçando a condenação à invasão russa e anunciando novas medidas. A principal foi a promessa de garantir que alguns bancos russos sejam removidos do sistema Swift.

Também anunciaram "medidas restritivas que impedirão o Banco Central da Rússia de implantar suas reservas internacionais de forma a prejudicar o impacto de nossas sanções".

Seu navegador não suporta esse video.

Nesta quinta-feira, a Rússia deu início à invasão da Ucrânia, no maior ataque de um Estado contra outro na Europa desde a 2ª Guerra Mundial. Foram feitos bombardeios contra alvos militares em Kiev, Kharkiv e várias outras cidades no centro e no leste do país depois de o presidente Vladimir Putin ter autorizado uma operação militar nas regiões separatistas de Donetsk e Luhansk. No segundo dia de conflito, as tropas de Moscou já se aproximam de Kiev, a capital do país, e ampliam o cerco sobre o governo do presidente Volodmir Zelenski.

Ucrânia recebe apoio militar internacional

Além da Alemanha, outros países também vêm oferecendo armamentos e apoio militar para a Ucrânia. Já na sexta-feira, 25, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, instruiu o Departamento de Estado de seu país a enviar $ 350 milhões (o equivalente a cerca de R$ 1,8 bilhão) em armamento para os exércitos ucranianos.

Esse será o terceiro envio de armas norte-americanas para a Ucrânia desde 2021. O valor total das três ações, juntas, ultrapassa $ 1 bilhão (cerca de R$ 5,1 bilhões). A ajuda adicional inclui “anti-blindagem, armas pequenas e várias munições, coletes à prova de balas e equipamentos relacionados”, disse John Kirby, secretário de imprensa do Pentágono. 

Também na sexta, Emmanuel Macron, presidente da França, afirmou que fornecerá à Ucrânia uma "assistência orçamentária adicional de 300 milhões de euros” (cerca de R$ 1,7 bilhão), além de enviar materiais defensivos. No entanto, ele não deixou claro quais serão os equipamentos enviados.

Já o primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, anunciou no sábado o envio de 3.800 toneladas de combustível e 2.000 metralhadoras para o exército ucraniano. Além disso, o país enviará 300 soldados para Romênia, para fortalecer sua fronteira ao leste. De Croo acrescentou que o País ainda avalia novos envios de auxílio nos próximos dias.

O conselheiro de assuntos internacionais e defesa da Holanda, Geoffrey van Leeuwen, afirmou, também no sábado, que o país enviará 200 mísseis antiaéreos para a Ucrânia, e informou que outros equipamentos de defesa também estão a caminho. Isso inclui rifles, munição, detectores de minas terrestres e sistemas de radar.

Já a ministra da Defesa da República Tcheca, Jana Černochová, anunciou o envio de metralhadoras, rifles de precisão, pistolas e munições equivalentes ao valor de 188 milhões de Coroas Tchecas (o equivalente a R$ 44,2 milhões).

O ministro de Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad’, declarou que o país enviará € 11 milhões (equivalente a R$ 64 milhões) em munições e combustível./AP e W.POST

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