Ex-chefe das Farc que EUA pediam extradição ganha liberdade na Colômbia


Na quarta-feira, a Suprema Corte reconheceu sua condição de congressista eleito pelo partido criado pelo acordo de paz com o ex-grupo guerrilheiro

Por Redação
Atualização:

BOGOTA - Um dos ex-chefes da guerrilha dissolvida Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Jesús Santrich , cuja extradição era requerida pelos Estados Unidos sob suspeita de narcotráfico, foi colocado em liberdade nesta quinta-feira, 30, por ordem da Suprema Corte de Justiça do país. O governo americano informou ver como "lamentável" a decisão da Suprema Corte de libertar Santrich

"Houve um esquema de segurança pelo qual Santrich foi libertado", disse seu advogado Gustavo Gallado a jornalistas. O ex-comandante, que foi preso em abril de 2018, deixou a prisão da promotoria fortemente escoltado. 

Militares escoltam Jesús Santrich em sua transferência para a prisão La Picota, em Bogotá Foto: EFE/Mauricio Due
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Na quarta-feira, a Suprema Corte reconheceu sua condição de congressista eleito pelo partido criado pelo acordo de paz com o ex-grupo guerrilheiro. 

O tribunal emitiu a medida a favor de Santrich - detido em Bogotá desde abril de 2018 - e assumiu a responsabilidade de investigá-lo por conta do foro parlamentar, apesar de ele nunca ter assumido o cargo no Congresso devido à sua captura para extradição.

No entanto, a Procuradoria pediu ao alto tribunal que volte a determinar a captura do ex-guerrilheiro, em sua condição de parlamentar, para ser "ouvido em interrogatório" pelos crimes que lhe são atribuídos.

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O presidente Iván Duque, que chegou ao poder com a promessa de modificar o acordo de paz por considerá-lo fraco demais com os insurgentes, apoiou a decisão do Ministério Público.

Além disso, afirmou ter a esperança de que Santrich receba uma punição exemplar. "Quero ser claro e enfático, os mafiosos têm de estar na cadeia e têm de receber uma sanção exemplar por parte da sociedade colombiana", disse o presidente durante um ato na capital.

Em decisão que frustra o pleito presidencial, a Corte Constitucional colombiana fechou definitivamente a porta às reformas propostas pelo presidente ao acordo de paz assinado em 2016 com as Farc.

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Por sete votos a favor e um contra, o tribunal determinou que o presidente sancione e promulgue sem alterações a lei que sustenta o sistema de justiça pactuado com os rebeldes - coluna vertebral do acordo -, segundo uma decisão lida à imprensa pela magistrada Gloria Ortiz na noite desta quarta-feira.

Liberdade frustrada 

Duque já tinha se manifestado contra a decisão da justiça de paz, que investiga os piores crimes cometidos durante o conflito com as Farc, de ordenar a libertação de Santrich há duas semanas.

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Apesar disso, no dia 17 de maio o ex-guerrilheiro foi recapturado quando deixava a prisão por ordem de um magistrado devido a novas acusações em relação a seu suposto envolvimento com o tráfico de cocaína para os EUA após a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016. 

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O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, disse nesta terça-feira em sua posse, que vai aplicar "corretivos" no acordo de paz com a ex-guerrilha das Farc. Em recado ao presidente da Venezuela Nicolas Maduro, ele afirmou que vai rejeitar "qualquer forma de ditadura no continente americano".

Então, sob pressão de Washington, Duque ratificou a intenção de extraditar o ex-guerrilheiro, que responde ao tribunal de paz por milhares de sequestros atribuídos à antiga guerrilha.

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Santrich, de 52 anos, sempre afirmou que as acusações são parte de um complô elaborado por Washington e a Procuradoria colombiana.

Por conta da primeira ordem de liberdade, o então procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, abandonou o cargo antes de ter de acatar a decisão dos juízes. 

Júbilo 

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Além de provocar uma reviravolta política e judicial na Colômbia, o caso Santrich também evidenciou uma divisão no atual partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc).

"Estamos muito contentes com esta decisão, nos parece que se restabelecem os direitos de Jesús Santrich que tinham sido violados", disse o senador e ex-comandante guerrilheiro Carlos Antonio Lozada após tomar conhecimento da decisão.

Lozada assegurou que a Farc já começou as gestões para que Santrich, cujo nome é Seusis Paucias Hernández, assuma "de forma imediata" o assento na Câmara de Representantes (baixa) previsto no pacto de paz.

O histórico acordo outorga dez assentos no Congresso à Farc, partido, durante dois mandatos de quatro anos.

O ex-líder das negociações para a antiga guerrilha, Iván Márquez, tampouco ocupou seu assento alegando falta de garantias pela prisão de Santrich e descumprimentos estatais.

Desde então, desconhece-se o paradeiro de Márquez, que foi o número dois dos insurgentes e considerado um linha-dura. O destino de outras antigas lideranças também é desconhecido.

O líder máximo da ex-guerrilha, Rodrigo Londoño (Timochenko), se distanciou de Márquez em carta publicada em 23 de maio, na qual exigiu que abandonasse os compromissos assumidos pelo grupo.

Apoiado pela ONU, o acordo que levou ao desarmamento de cerca de 7 mil combatentes prevê benefícios penais para os responsáveis por crimes atrozes que contribuam com a verdade, a justiça e a reparação das vítimas.

No entanto, deixa sem efeito a blindagem contra a extradição para quem reincidir após a entrada em vigor dos compromissos e paz. / AFP 

BOGOTA - Um dos ex-chefes da guerrilha dissolvida Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Jesús Santrich , cuja extradição era requerida pelos Estados Unidos sob suspeita de narcotráfico, foi colocado em liberdade nesta quinta-feira, 30, por ordem da Suprema Corte de Justiça do país. O governo americano informou ver como "lamentável" a decisão da Suprema Corte de libertar Santrich

"Houve um esquema de segurança pelo qual Santrich foi libertado", disse seu advogado Gustavo Gallado a jornalistas. O ex-comandante, que foi preso em abril de 2018, deixou a prisão da promotoria fortemente escoltado. 

Militares escoltam Jesús Santrich em sua transferência para a prisão La Picota, em Bogotá Foto: EFE/Mauricio Due

Na quarta-feira, a Suprema Corte reconheceu sua condição de congressista eleito pelo partido criado pelo acordo de paz com o ex-grupo guerrilheiro. 

O tribunal emitiu a medida a favor de Santrich - detido em Bogotá desde abril de 2018 - e assumiu a responsabilidade de investigá-lo por conta do foro parlamentar, apesar de ele nunca ter assumido o cargo no Congresso devido à sua captura para extradição.

No entanto, a Procuradoria pediu ao alto tribunal que volte a determinar a captura do ex-guerrilheiro, em sua condição de parlamentar, para ser "ouvido em interrogatório" pelos crimes que lhe são atribuídos.

O presidente Iván Duque, que chegou ao poder com a promessa de modificar o acordo de paz por considerá-lo fraco demais com os insurgentes, apoiou a decisão do Ministério Público.

Além disso, afirmou ter a esperança de que Santrich receba uma punição exemplar. "Quero ser claro e enfático, os mafiosos têm de estar na cadeia e têm de receber uma sanção exemplar por parte da sociedade colombiana", disse o presidente durante um ato na capital.

Em decisão que frustra o pleito presidencial, a Corte Constitucional colombiana fechou definitivamente a porta às reformas propostas pelo presidente ao acordo de paz assinado em 2016 com as Farc.

Por sete votos a favor e um contra, o tribunal determinou que o presidente sancione e promulgue sem alterações a lei que sustenta o sistema de justiça pactuado com os rebeldes - coluna vertebral do acordo -, segundo uma decisão lida à imprensa pela magistrada Gloria Ortiz na noite desta quarta-feira.

Liberdade frustrada 

Duque já tinha se manifestado contra a decisão da justiça de paz, que investiga os piores crimes cometidos durante o conflito com as Farc, de ordenar a libertação de Santrich há duas semanas.

Apesar disso, no dia 17 de maio o ex-guerrilheiro foi recapturado quando deixava a prisão por ordem de um magistrado devido a novas acusações em relação a seu suposto envolvimento com o tráfico de cocaína para os EUA após a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016. 

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O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, disse nesta terça-feira em sua posse, que vai aplicar "corretivos" no acordo de paz com a ex-guerrilha das Farc. Em recado ao presidente da Venezuela Nicolas Maduro, ele afirmou que vai rejeitar "qualquer forma de ditadura no continente americano".

Então, sob pressão de Washington, Duque ratificou a intenção de extraditar o ex-guerrilheiro, que responde ao tribunal de paz por milhares de sequestros atribuídos à antiga guerrilha.

Santrich, de 52 anos, sempre afirmou que as acusações são parte de um complô elaborado por Washington e a Procuradoria colombiana.

Por conta da primeira ordem de liberdade, o então procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, abandonou o cargo antes de ter de acatar a decisão dos juízes. 

Júbilo 

Além de provocar uma reviravolta política e judicial na Colômbia, o caso Santrich também evidenciou uma divisão no atual partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc).

"Estamos muito contentes com esta decisão, nos parece que se restabelecem os direitos de Jesús Santrich que tinham sido violados", disse o senador e ex-comandante guerrilheiro Carlos Antonio Lozada após tomar conhecimento da decisão.

Lozada assegurou que a Farc já começou as gestões para que Santrich, cujo nome é Seusis Paucias Hernández, assuma "de forma imediata" o assento na Câmara de Representantes (baixa) previsto no pacto de paz.

O histórico acordo outorga dez assentos no Congresso à Farc, partido, durante dois mandatos de quatro anos.

O ex-líder das negociações para a antiga guerrilha, Iván Márquez, tampouco ocupou seu assento alegando falta de garantias pela prisão de Santrich e descumprimentos estatais.

Desde então, desconhece-se o paradeiro de Márquez, que foi o número dois dos insurgentes e considerado um linha-dura. O destino de outras antigas lideranças também é desconhecido.

O líder máximo da ex-guerrilha, Rodrigo Londoño (Timochenko), se distanciou de Márquez em carta publicada em 23 de maio, na qual exigiu que abandonasse os compromissos assumidos pelo grupo.

Apoiado pela ONU, o acordo que levou ao desarmamento de cerca de 7 mil combatentes prevê benefícios penais para os responsáveis por crimes atrozes que contribuam com a verdade, a justiça e a reparação das vítimas.

No entanto, deixa sem efeito a blindagem contra a extradição para quem reincidir após a entrada em vigor dos compromissos e paz. / AFP 

BOGOTA - Um dos ex-chefes da guerrilha dissolvida Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Jesús Santrich , cuja extradição era requerida pelos Estados Unidos sob suspeita de narcotráfico, foi colocado em liberdade nesta quinta-feira, 30, por ordem da Suprema Corte de Justiça do país. O governo americano informou ver como "lamentável" a decisão da Suprema Corte de libertar Santrich

"Houve um esquema de segurança pelo qual Santrich foi libertado", disse seu advogado Gustavo Gallado a jornalistas. O ex-comandante, que foi preso em abril de 2018, deixou a prisão da promotoria fortemente escoltado. 

Militares escoltam Jesús Santrich em sua transferência para a prisão La Picota, em Bogotá Foto: EFE/Mauricio Due

Na quarta-feira, a Suprema Corte reconheceu sua condição de congressista eleito pelo partido criado pelo acordo de paz com o ex-grupo guerrilheiro. 

O tribunal emitiu a medida a favor de Santrich - detido em Bogotá desde abril de 2018 - e assumiu a responsabilidade de investigá-lo por conta do foro parlamentar, apesar de ele nunca ter assumido o cargo no Congresso devido à sua captura para extradição.

No entanto, a Procuradoria pediu ao alto tribunal que volte a determinar a captura do ex-guerrilheiro, em sua condição de parlamentar, para ser "ouvido em interrogatório" pelos crimes que lhe são atribuídos.

O presidente Iván Duque, que chegou ao poder com a promessa de modificar o acordo de paz por considerá-lo fraco demais com os insurgentes, apoiou a decisão do Ministério Público.

Além disso, afirmou ter a esperança de que Santrich receba uma punição exemplar. "Quero ser claro e enfático, os mafiosos têm de estar na cadeia e têm de receber uma sanção exemplar por parte da sociedade colombiana", disse o presidente durante um ato na capital.

Em decisão que frustra o pleito presidencial, a Corte Constitucional colombiana fechou definitivamente a porta às reformas propostas pelo presidente ao acordo de paz assinado em 2016 com as Farc.

Por sete votos a favor e um contra, o tribunal determinou que o presidente sancione e promulgue sem alterações a lei que sustenta o sistema de justiça pactuado com os rebeldes - coluna vertebral do acordo -, segundo uma decisão lida à imprensa pela magistrada Gloria Ortiz na noite desta quarta-feira.

Liberdade frustrada 

Duque já tinha se manifestado contra a decisão da justiça de paz, que investiga os piores crimes cometidos durante o conflito com as Farc, de ordenar a libertação de Santrich há duas semanas.

Apesar disso, no dia 17 de maio o ex-guerrilheiro foi recapturado quando deixava a prisão por ordem de um magistrado devido a novas acusações em relação a seu suposto envolvimento com o tráfico de cocaína para os EUA após a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016. 

Seu navegador não suporta esse video.

O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, disse nesta terça-feira em sua posse, que vai aplicar "corretivos" no acordo de paz com a ex-guerrilha das Farc. Em recado ao presidente da Venezuela Nicolas Maduro, ele afirmou que vai rejeitar "qualquer forma de ditadura no continente americano".

Então, sob pressão de Washington, Duque ratificou a intenção de extraditar o ex-guerrilheiro, que responde ao tribunal de paz por milhares de sequestros atribuídos à antiga guerrilha.

Santrich, de 52 anos, sempre afirmou que as acusações são parte de um complô elaborado por Washington e a Procuradoria colombiana.

Por conta da primeira ordem de liberdade, o então procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, abandonou o cargo antes de ter de acatar a decisão dos juízes. 

Júbilo 

Além de provocar uma reviravolta política e judicial na Colômbia, o caso Santrich também evidenciou uma divisão no atual partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc).

"Estamos muito contentes com esta decisão, nos parece que se restabelecem os direitos de Jesús Santrich que tinham sido violados", disse o senador e ex-comandante guerrilheiro Carlos Antonio Lozada após tomar conhecimento da decisão.

Lozada assegurou que a Farc já começou as gestões para que Santrich, cujo nome é Seusis Paucias Hernández, assuma "de forma imediata" o assento na Câmara de Representantes (baixa) previsto no pacto de paz.

O histórico acordo outorga dez assentos no Congresso à Farc, partido, durante dois mandatos de quatro anos.

O ex-líder das negociações para a antiga guerrilha, Iván Márquez, tampouco ocupou seu assento alegando falta de garantias pela prisão de Santrich e descumprimentos estatais.

Desde então, desconhece-se o paradeiro de Márquez, que foi o número dois dos insurgentes e considerado um linha-dura. O destino de outras antigas lideranças também é desconhecido.

O líder máximo da ex-guerrilha, Rodrigo Londoño (Timochenko), se distanciou de Márquez em carta publicada em 23 de maio, na qual exigiu que abandonasse os compromissos assumidos pelo grupo.

Apoiado pela ONU, o acordo que levou ao desarmamento de cerca de 7 mil combatentes prevê benefícios penais para os responsáveis por crimes atrozes que contribuam com a verdade, a justiça e a reparação das vítimas.

No entanto, deixa sem efeito a blindagem contra a extradição para quem reincidir após a entrada em vigor dos compromissos e paz. / AFP 

BOGOTA - Um dos ex-chefes da guerrilha dissolvida Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Jesús Santrich , cuja extradição era requerida pelos Estados Unidos sob suspeita de narcotráfico, foi colocado em liberdade nesta quinta-feira, 30, por ordem da Suprema Corte de Justiça do país. O governo americano informou ver como "lamentável" a decisão da Suprema Corte de libertar Santrich

"Houve um esquema de segurança pelo qual Santrich foi libertado", disse seu advogado Gustavo Gallado a jornalistas. O ex-comandante, que foi preso em abril de 2018, deixou a prisão da promotoria fortemente escoltado. 

Militares escoltam Jesús Santrich em sua transferência para a prisão La Picota, em Bogotá Foto: EFE/Mauricio Due

Na quarta-feira, a Suprema Corte reconheceu sua condição de congressista eleito pelo partido criado pelo acordo de paz com o ex-grupo guerrilheiro. 

O tribunal emitiu a medida a favor de Santrich - detido em Bogotá desde abril de 2018 - e assumiu a responsabilidade de investigá-lo por conta do foro parlamentar, apesar de ele nunca ter assumido o cargo no Congresso devido à sua captura para extradição.

No entanto, a Procuradoria pediu ao alto tribunal que volte a determinar a captura do ex-guerrilheiro, em sua condição de parlamentar, para ser "ouvido em interrogatório" pelos crimes que lhe são atribuídos.

O presidente Iván Duque, que chegou ao poder com a promessa de modificar o acordo de paz por considerá-lo fraco demais com os insurgentes, apoiou a decisão do Ministério Público.

Além disso, afirmou ter a esperança de que Santrich receba uma punição exemplar. "Quero ser claro e enfático, os mafiosos têm de estar na cadeia e têm de receber uma sanção exemplar por parte da sociedade colombiana", disse o presidente durante um ato na capital.

Em decisão que frustra o pleito presidencial, a Corte Constitucional colombiana fechou definitivamente a porta às reformas propostas pelo presidente ao acordo de paz assinado em 2016 com as Farc.

Por sete votos a favor e um contra, o tribunal determinou que o presidente sancione e promulgue sem alterações a lei que sustenta o sistema de justiça pactuado com os rebeldes - coluna vertebral do acordo -, segundo uma decisão lida à imprensa pela magistrada Gloria Ortiz na noite desta quarta-feira.

Liberdade frustrada 

Duque já tinha se manifestado contra a decisão da justiça de paz, que investiga os piores crimes cometidos durante o conflito com as Farc, de ordenar a libertação de Santrich há duas semanas.

Apesar disso, no dia 17 de maio o ex-guerrilheiro foi recapturado quando deixava a prisão por ordem de um magistrado devido a novas acusações em relação a seu suposto envolvimento com o tráfico de cocaína para os EUA após a assinatura do acordo de paz em novembro de 2016. 

Seu navegador não suporta esse video.

O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, disse nesta terça-feira em sua posse, que vai aplicar "corretivos" no acordo de paz com a ex-guerrilha das Farc. Em recado ao presidente da Venezuela Nicolas Maduro, ele afirmou que vai rejeitar "qualquer forma de ditadura no continente americano".

Então, sob pressão de Washington, Duque ratificou a intenção de extraditar o ex-guerrilheiro, que responde ao tribunal de paz por milhares de sequestros atribuídos à antiga guerrilha.

Santrich, de 52 anos, sempre afirmou que as acusações são parte de um complô elaborado por Washington e a Procuradoria colombiana.

Por conta da primeira ordem de liberdade, o então procurador-geral da Colômbia, Néstor Humberto Martínez, abandonou o cargo antes de ter de acatar a decisão dos juízes. 

Júbilo 

Além de provocar uma reviravolta política e judicial na Colômbia, o caso Santrich também evidenciou uma divisão no atual partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc).

"Estamos muito contentes com esta decisão, nos parece que se restabelecem os direitos de Jesús Santrich que tinham sido violados", disse o senador e ex-comandante guerrilheiro Carlos Antonio Lozada após tomar conhecimento da decisão.

Lozada assegurou que a Farc já começou as gestões para que Santrich, cujo nome é Seusis Paucias Hernández, assuma "de forma imediata" o assento na Câmara de Representantes (baixa) previsto no pacto de paz.

O histórico acordo outorga dez assentos no Congresso à Farc, partido, durante dois mandatos de quatro anos.

O ex-líder das negociações para a antiga guerrilha, Iván Márquez, tampouco ocupou seu assento alegando falta de garantias pela prisão de Santrich e descumprimentos estatais.

Desde então, desconhece-se o paradeiro de Márquez, que foi o número dois dos insurgentes e considerado um linha-dura. O destino de outras antigas lideranças também é desconhecido.

O líder máximo da ex-guerrilha, Rodrigo Londoño (Timochenko), se distanciou de Márquez em carta publicada em 23 de maio, na qual exigiu que abandonasse os compromissos assumidos pelo grupo.

Apoiado pela ONU, o acordo que levou ao desarmamento de cerca de 7 mil combatentes prevê benefícios penais para os responsáveis por crimes atrozes que contribuam com a verdade, a justiça e a reparação das vítimas.

No entanto, deixa sem efeito a blindagem contra a extradição para quem reincidir após a entrada em vigor dos compromissos e paz. / AFP 

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