Exército de Israel diz que Hamas não pode ser destruído e expõe divergências com Netanyahu


Primeiro-ministro insiste na busca por ‘vitória total’ enquanto é cobrado pela falta de plano para o futuro da Faixa de Gaza

Por Redação
Atualização:

TEL-AVIV- A resposta do governo Binyamin Netanyahu ao porta-voz do Exército, Daniel Hagari, que afirmou ser impossível eliminar o Hamas, evidenciou a crescente divisão dentro de Israel sobre os objetivos da ofensiva em Gaza e a falta de um plano robusto para o dia seguinte à guerra.

“Esse negócio de destruir o Hamas, de fazer o Hamas desaparecer, é simplesmente jogar areia nos olhos do público”, disse Hagari em entrevista ao Canal 13 na noite de quarta-feira, 19. “O Hamas é uma ideia, o Hamas é um partido. Está enraizado no coração das pessoas. Qualquer um que pense que podemos eliminar o Hamas está errado.”

No que foi visto como uma mensagem mais incisiva dos militares para o governo, Hagari continuou: “O que podemos fazer é promover algo novo para substituir o Hamas. Quem será? O que será? Isso cabe à liderança política decidir.”

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Porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari (centro) escolta jornalistas na Faixa de Gaza.  Foto: Avishag Shaar-yashuv/NYT

Netanyahu repete que a finalidade da guerra — lançada em resposta ao ataque terrorista de 7 de outubro — é aniquilar o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007. O governo, no entanto, não detalha como o enclave seria governado depois disso.

“Netanyahu definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas”, insistiu o gabinete na resposta aos militares publicada no X. E concluiu: “A IDF (sigla em inglês para Forças de Defesa de Israel) está obviamente comprometida com isso”.

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No início da semana, Netanyahu já havia expressado seu descontentamento com a decisão do Exército de declarar uma “pausa tática” nos combates em Rafah para entrada de ajuda humanitária. De acordo com um assessor, ele foi pego de surpresa pelo anúncio. “Temos um país com um Exército, não um Exército com um país”, reclamou o primeiro-ministro em reunião do gabinete, segundo informações obtidas pelo Canal 13.

Após a entrevista do porta-voz, os militares rapidamente emitiram um esclarecimento, dizendo que estavam comprometidos em atingir os objetivos da guerra conforme definidos pelo gabinete e continuarão trabalhando nisso.

Os comentários de Hagari, explicou a IDF, “referiram-se à destruição do Hamas como uma ideologia, uma ideia, e isso foi dito por ele de forma muito clara e explícita. Qualquer outra afirmação está tirando as coisas do contexto”.

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Assim como o Exército, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, já cobrou publicamente que Netanyahu apresente um plano para o pós-guerra. Em declaração recente, ele deu voz aos temores de que, sem uma estratégia política, o Hamas possa se reorganizar, o que levaria Israel a uma ocupação prolongada da Faixa de Gaza.

“Peço ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu que tome uma decisão e declare que Israel não estabelecerá controle civil sobre a Faixa de Gaza, que Israel não estabelecerá governo militar na Faixa de Gaza e que uma alternativa de governo ao Hamas na Faixa de Gaza será criada imediatamente”, disse Gallant no mês passado.

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O ministro é aprovado por 74% dos judeus israelenses enquanto Binyamin Netanyahu tem uma imagem positiva para 51%, segundo pesquisa do Pew Research Center. A sondagem realizada entre 3 de março e 4 de abril ouviu cerca de mil pessoas e mostrou que a grande maioria dos judeus israelenses (93%) considera “muito boa” ou “relativamente boa” a influência do Exército nos assuntos domésticos.

Da esquerda para direita: primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, ministro da Defesa Yoav Gallant e ex-ministro do gabinete de guerra Benny Gantz em entrevista coletiva.  Foto: Abir Sultan/Associated Press

À medida em que a guerra se arrasta sem que objetivos como a liberação de todos reféns sejam atingidos, se acumulam os sinais de descontentamento com o governo Netanyahu, uma coalizão que inclui extremistas de direita contrários às tentativas de acordo.

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Enquanto Netanyahu promete “vitória total”, manifestantes afirmam que o governo perdeu o controle e apoiam um cessar-fogo que traria de volta os cerca de 120 reféns que ainda estão em Gaza. Os militares israelenses declararam a morte de mais de 40 deles, e as autoridades temem que esse número aumente quanto mais tempo os reféns permanecerem presos.

A turbulência política se intensificou na semana passada, quando o líder centrista Benny Gantz e Gadi Eizenkot, ex-chefe do Estado-maior do Exército, deixaram o gabinete de guerra por críticas ao governo. “Netanyahu está nos impedindo de avançar para uma verdadeira vitória”, disse Gantz ao se demitir em discurso televisionado.

O gabinete de guerra, criado para coordenar a ofensiva em Gaza, foi dissolvido dias depois por Netanyahu, que passou a concentrar decisões sobre a guerra./W. POST e AP

TEL-AVIV- A resposta do governo Binyamin Netanyahu ao porta-voz do Exército, Daniel Hagari, que afirmou ser impossível eliminar o Hamas, evidenciou a crescente divisão dentro de Israel sobre os objetivos da ofensiva em Gaza e a falta de um plano robusto para o dia seguinte à guerra.

“Esse negócio de destruir o Hamas, de fazer o Hamas desaparecer, é simplesmente jogar areia nos olhos do público”, disse Hagari em entrevista ao Canal 13 na noite de quarta-feira, 19. “O Hamas é uma ideia, o Hamas é um partido. Está enraizado no coração das pessoas. Qualquer um que pense que podemos eliminar o Hamas está errado.”

No que foi visto como uma mensagem mais incisiva dos militares para o governo, Hagari continuou: “O que podemos fazer é promover algo novo para substituir o Hamas. Quem será? O que será? Isso cabe à liderança política decidir.”

Porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari (centro) escolta jornalistas na Faixa de Gaza.  Foto: Avishag Shaar-yashuv/NYT

Netanyahu repete que a finalidade da guerra — lançada em resposta ao ataque terrorista de 7 de outubro — é aniquilar o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007. O governo, no entanto, não detalha como o enclave seria governado depois disso.

“Netanyahu definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas”, insistiu o gabinete na resposta aos militares publicada no X. E concluiu: “A IDF (sigla em inglês para Forças de Defesa de Israel) está obviamente comprometida com isso”.

No início da semana, Netanyahu já havia expressado seu descontentamento com a decisão do Exército de declarar uma “pausa tática” nos combates em Rafah para entrada de ajuda humanitária. De acordo com um assessor, ele foi pego de surpresa pelo anúncio. “Temos um país com um Exército, não um Exército com um país”, reclamou o primeiro-ministro em reunião do gabinete, segundo informações obtidas pelo Canal 13.

Após a entrevista do porta-voz, os militares rapidamente emitiram um esclarecimento, dizendo que estavam comprometidos em atingir os objetivos da guerra conforme definidos pelo gabinete e continuarão trabalhando nisso.

Os comentários de Hagari, explicou a IDF, “referiram-se à destruição do Hamas como uma ideologia, uma ideia, e isso foi dito por ele de forma muito clara e explícita. Qualquer outra afirmação está tirando as coisas do contexto”.

Assim como o Exército, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, já cobrou publicamente que Netanyahu apresente um plano para o pós-guerra. Em declaração recente, ele deu voz aos temores de que, sem uma estratégia política, o Hamas possa se reorganizar, o que levaria Israel a uma ocupação prolongada da Faixa de Gaza.

“Peço ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu que tome uma decisão e declare que Israel não estabelecerá controle civil sobre a Faixa de Gaza, que Israel não estabelecerá governo militar na Faixa de Gaza e que uma alternativa de governo ao Hamas na Faixa de Gaza será criada imediatamente”, disse Gallant no mês passado.

O ministro é aprovado por 74% dos judeus israelenses enquanto Binyamin Netanyahu tem uma imagem positiva para 51%, segundo pesquisa do Pew Research Center. A sondagem realizada entre 3 de março e 4 de abril ouviu cerca de mil pessoas e mostrou que a grande maioria dos judeus israelenses (93%) considera “muito boa” ou “relativamente boa” a influência do Exército nos assuntos domésticos.

Da esquerda para direita: primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, ministro da Defesa Yoav Gallant e ex-ministro do gabinete de guerra Benny Gantz em entrevista coletiva.  Foto: Abir Sultan/Associated Press

À medida em que a guerra se arrasta sem que objetivos como a liberação de todos reféns sejam atingidos, se acumulam os sinais de descontentamento com o governo Netanyahu, uma coalizão que inclui extremistas de direita contrários às tentativas de acordo.

Enquanto Netanyahu promete “vitória total”, manifestantes afirmam que o governo perdeu o controle e apoiam um cessar-fogo que traria de volta os cerca de 120 reféns que ainda estão em Gaza. Os militares israelenses declararam a morte de mais de 40 deles, e as autoridades temem que esse número aumente quanto mais tempo os reféns permanecerem presos.

A turbulência política se intensificou na semana passada, quando o líder centrista Benny Gantz e Gadi Eizenkot, ex-chefe do Estado-maior do Exército, deixaram o gabinete de guerra por críticas ao governo. “Netanyahu está nos impedindo de avançar para uma verdadeira vitória”, disse Gantz ao se demitir em discurso televisionado.

O gabinete de guerra, criado para coordenar a ofensiva em Gaza, foi dissolvido dias depois por Netanyahu, que passou a concentrar decisões sobre a guerra./W. POST e AP

TEL-AVIV- A resposta do governo Binyamin Netanyahu ao porta-voz do Exército, Daniel Hagari, que afirmou ser impossível eliminar o Hamas, evidenciou a crescente divisão dentro de Israel sobre os objetivos da ofensiva em Gaza e a falta de um plano robusto para o dia seguinte à guerra.

“Esse negócio de destruir o Hamas, de fazer o Hamas desaparecer, é simplesmente jogar areia nos olhos do público”, disse Hagari em entrevista ao Canal 13 na noite de quarta-feira, 19. “O Hamas é uma ideia, o Hamas é um partido. Está enraizado no coração das pessoas. Qualquer um que pense que podemos eliminar o Hamas está errado.”

No que foi visto como uma mensagem mais incisiva dos militares para o governo, Hagari continuou: “O que podemos fazer é promover algo novo para substituir o Hamas. Quem será? O que será? Isso cabe à liderança política decidir.”

Porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari (centro) escolta jornalistas na Faixa de Gaza.  Foto: Avishag Shaar-yashuv/NYT

Netanyahu repete que a finalidade da guerra — lançada em resposta ao ataque terrorista de 7 de outubro — é aniquilar o Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007. O governo, no entanto, não detalha como o enclave seria governado depois disso.

“Netanyahu definiu como um dos objetivos da guerra a destruição das capacidades militares e governamentais do Hamas”, insistiu o gabinete na resposta aos militares publicada no X. E concluiu: “A IDF (sigla em inglês para Forças de Defesa de Israel) está obviamente comprometida com isso”.

No início da semana, Netanyahu já havia expressado seu descontentamento com a decisão do Exército de declarar uma “pausa tática” nos combates em Rafah para entrada de ajuda humanitária. De acordo com um assessor, ele foi pego de surpresa pelo anúncio. “Temos um país com um Exército, não um Exército com um país”, reclamou o primeiro-ministro em reunião do gabinete, segundo informações obtidas pelo Canal 13.

Após a entrevista do porta-voz, os militares rapidamente emitiram um esclarecimento, dizendo que estavam comprometidos em atingir os objetivos da guerra conforme definidos pelo gabinete e continuarão trabalhando nisso.

Os comentários de Hagari, explicou a IDF, “referiram-se à destruição do Hamas como uma ideologia, uma ideia, e isso foi dito por ele de forma muito clara e explícita. Qualquer outra afirmação está tirando as coisas do contexto”.

Assim como o Exército, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, já cobrou publicamente que Netanyahu apresente um plano para o pós-guerra. Em declaração recente, ele deu voz aos temores de que, sem uma estratégia política, o Hamas possa se reorganizar, o que levaria Israel a uma ocupação prolongada da Faixa de Gaza.

“Peço ao primeiro-ministro Binyamin Netanyahu que tome uma decisão e declare que Israel não estabelecerá controle civil sobre a Faixa de Gaza, que Israel não estabelecerá governo militar na Faixa de Gaza e que uma alternativa de governo ao Hamas na Faixa de Gaza será criada imediatamente”, disse Gallant no mês passado.

O ministro é aprovado por 74% dos judeus israelenses enquanto Binyamin Netanyahu tem uma imagem positiva para 51%, segundo pesquisa do Pew Research Center. A sondagem realizada entre 3 de março e 4 de abril ouviu cerca de mil pessoas e mostrou que a grande maioria dos judeus israelenses (93%) considera “muito boa” ou “relativamente boa” a influência do Exército nos assuntos domésticos.

Da esquerda para direita: primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, ministro da Defesa Yoav Gallant e ex-ministro do gabinete de guerra Benny Gantz em entrevista coletiva.  Foto: Abir Sultan/Associated Press

À medida em que a guerra se arrasta sem que objetivos como a liberação de todos reféns sejam atingidos, se acumulam os sinais de descontentamento com o governo Netanyahu, uma coalizão que inclui extremistas de direita contrários às tentativas de acordo.

Enquanto Netanyahu promete “vitória total”, manifestantes afirmam que o governo perdeu o controle e apoiam um cessar-fogo que traria de volta os cerca de 120 reféns que ainda estão em Gaza. Os militares israelenses declararam a morte de mais de 40 deles, e as autoridades temem que esse número aumente quanto mais tempo os reféns permanecerem presos.

A turbulência política se intensificou na semana passada, quando o líder centrista Benny Gantz e Gadi Eizenkot, ex-chefe do Estado-maior do Exército, deixaram o gabinete de guerra por críticas ao governo. “Netanyahu está nos impedindo de avançar para uma verdadeira vitória”, disse Gantz ao se demitir em discurso televisionado.

O gabinete de guerra, criado para coordenar a ofensiva em Gaza, foi dissolvido dias depois por Netanyahu, que passou a concentrar decisões sobre a guerra./W. POST e AP

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