Exército do Sudão diz planejar retirada de estrangeiros e diplomatas do país em conflito


Conflito entre exército e grupo paramilitar deixa Sudão à beira de uma guerra civil; mais de 400 pessoas morreram em uma semana

Por Redação

O Exército do Sudão afirmou neste sábado, 22, que coordena esforços para retirar cidadãos e diplomatas estrangeiros do país, que está em conflito armado há uma semana e corre o risco de viver uma guerra civil. As operações de retirada são para cidadãos e diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, China e França e devem acontecer em aeronaves militares, segundo anunciou os militares.

Até a manhã deste sábado, pelo menos uma operação de resgate, conduzida pela Arábia Saudita, foi efetuada. Segundo a TV estatal saudita, alguns diplomatas e cidadãos foram retirados do país pelo Port Sudan, o principal porto marítimo do país no Mar Vermelho, e transportados de volta ao reino. O porto fica no extremo leste do Sudão, a cerca de 840 quilômetros de Cartum, capital do país, e vai servir para a retirada de diplomatas da Jordânia em breve, segundo os militares sudaneses.

Segundo o Exército, o comandante e presidente do país, general Abdel Fattah Burhan, conversou com líderes de vários países que solicitaram a retirada segura de cidadãos e diplomatas do Sudão. O conflito preocupou as autoridades, que teriam dificuldades de fazer operações de retirada porque a maioria dos principais aeroportos está em zona de conflito e o movimento fora de Cartum é perigoso.

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Cidadãos sudaneses deixam ruas em caminhão em meio a conflito armado entre Exército e grupo paramilitar, em imagem desta sexta-feira, 21, em Cartum Foto: via AFP

Os militares afirmaram que Burhan concordou em fornecer a assistência necessária para garantir a retirada para vários países.

Uma das dificuldades está em torno de como se dará os resgates em massa, com o principal aeroporto internacional do Sudão fechado e milhões de pessoas abrigadas dentro de casa. À medida que o conflito entre o exército liderado por Burhan e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), liderado pelo vice-presidente Mohammed Hamdan Dagalo, se intensificam na região de Cartum, incluindo áreas residenciais, países estrangeiros lutam para repatriar os cidadãos, que sofrem com falta de alimentos e suprimentos básicos enquanto estão impedidos de sair de casa pela violência.

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Burhan disse à emissora de TV saudita Al-Hadath neste sábado que o aeroporto de Cartum não faria parte de nenhuma operação de resgate por causa dos combates em andamento. Ele alegou que os militares haviam recuperado o controle sobre todos os outros aeroportos do país, exceto um na cidade de Nyala, no sudoeste. “Compartilhamos a preocupação da comunidade internacional com os estrangeiros”, disse ele. “As condições de vida estão se deteriorando.”

O aeroporto internacional próximo a Cartum está sob bombardeios das Forças de Apoio Rápido, que tenta assumir o controle aéreo. Em um aparente esforço para expulsar os combatentes da RSF, o exército sudanês atingiu o aeroporto com ataques aéreos, destruindo pelo menos uma pista e deixando aviões destruídos espalhados. A extensão total dos danos no aeródromo permanece desconhecida.

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Os dois lados haviam concordado com um cessar-fogo na sexta-feira, 21, para o feriado muçulmano do Eid al-Fitr, que dura três dias, mas explosões e tiros foram ouvidos em Cartum neste sábado. Outras duas tentativas de cessar-fogo no início da semana também não funcionaram e aumentam a preocupação regional da violência se espalhar pelas nações vizinhas.

Em uma semana de conflito, cerca de 413 pessoas morreram e 3,5 mil ficaram feridas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “As pessoas precisam saber que a guerra tem sido contínua desde o primeiro dia. Não parou nem por um momento”, disse Atiya Abdalla Atiya, secretária do Sindicato dos Médicos Sudaneses, que monitora as vítimas.

Vários países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, enviaram tropas a países vizinhos para ajudar na retirada de diplomatas e estrangeiros. Entretanto, o Pentágono afirmou nesta sexta-feira que as operações seriam arriscadas devido à situação do conflito na capital sudanesa.

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Ajuda humanitária suspensa

Os combates ocorrem principalmente em Cartum e na região de Darfur (oeste). A situação foi descrita como catastrófica por testemunhas que prestam ajuda humanitária no local, que precisaram ser suspensas devido à violência. Mais de um terço da população do país necessita da ajuda humanitária para se alimentar.

Na capital, os moradores veem o abastecimento de alimentos diminuir e sofrem com a escassez de água, eletricidade e combustível. Na cidade de Omdurman, vizinha a Cartum, o exército acusou as FAR de libertar “um grande número de presos” de uma prisão. O grupo paramilitar nega as acusações.

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Mulheres caminham com garrafão d'água pelas ruas de Cartum, em imagem da quinta-feira, 20. Conflito armado mergulha país no caos e dificulta acesso a alimentos e água Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) afirmou na quinta-feira, 20, que entre 10 mil e 20 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, deixaram o país pelas fronteiras terrestres com o Chade.

Um funcionário da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência que integra a Organização das Nações Unidas (ONU), morreu nesta sexta-feira durante confronto. “Com grande pesar confirmo a morte de um membro da OIM no Sudão esta manhã, depois que veículo no qual trabalhava com sua família no sul de El Obeid ficou em meio a um fogo cruzado entre as partes enfrentadas”, declarou Antonio Vitorino, diretor da Organização. “A OIM lamenta esta tragédia, reitera o apelo pelo fim da violência e exige a proteção dos civis”, escreveu.

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Na última semana, outros três funcionários da ONU morreram no confronto, logo depois de o chefe da missão especial da ONU, Volker Perthes, ter feito um comunicado pedindo “cessação imediata” do confronto. “Apelo a ambas as partes para que parem imediatamente os combates e restabeleçam a calma em todo o Sudão. A segurança do povo sudanês é uma prioridade”, escreveu. /AFP e AP

O Exército do Sudão afirmou neste sábado, 22, que coordena esforços para retirar cidadãos e diplomatas estrangeiros do país, que está em conflito armado há uma semana e corre o risco de viver uma guerra civil. As operações de retirada são para cidadãos e diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, China e França e devem acontecer em aeronaves militares, segundo anunciou os militares.

Até a manhã deste sábado, pelo menos uma operação de resgate, conduzida pela Arábia Saudita, foi efetuada. Segundo a TV estatal saudita, alguns diplomatas e cidadãos foram retirados do país pelo Port Sudan, o principal porto marítimo do país no Mar Vermelho, e transportados de volta ao reino. O porto fica no extremo leste do Sudão, a cerca de 840 quilômetros de Cartum, capital do país, e vai servir para a retirada de diplomatas da Jordânia em breve, segundo os militares sudaneses.

Segundo o Exército, o comandante e presidente do país, general Abdel Fattah Burhan, conversou com líderes de vários países que solicitaram a retirada segura de cidadãos e diplomatas do Sudão. O conflito preocupou as autoridades, que teriam dificuldades de fazer operações de retirada porque a maioria dos principais aeroportos está em zona de conflito e o movimento fora de Cartum é perigoso.

Cidadãos sudaneses deixam ruas em caminhão em meio a conflito armado entre Exército e grupo paramilitar, em imagem desta sexta-feira, 21, em Cartum Foto: via AFP

Os militares afirmaram que Burhan concordou em fornecer a assistência necessária para garantir a retirada para vários países.

Uma das dificuldades está em torno de como se dará os resgates em massa, com o principal aeroporto internacional do Sudão fechado e milhões de pessoas abrigadas dentro de casa. À medida que o conflito entre o exército liderado por Burhan e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), liderado pelo vice-presidente Mohammed Hamdan Dagalo, se intensificam na região de Cartum, incluindo áreas residenciais, países estrangeiros lutam para repatriar os cidadãos, que sofrem com falta de alimentos e suprimentos básicos enquanto estão impedidos de sair de casa pela violência.

Burhan disse à emissora de TV saudita Al-Hadath neste sábado que o aeroporto de Cartum não faria parte de nenhuma operação de resgate por causa dos combates em andamento. Ele alegou que os militares haviam recuperado o controle sobre todos os outros aeroportos do país, exceto um na cidade de Nyala, no sudoeste. “Compartilhamos a preocupação da comunidade internacional com os estrangeiros”, disse ele. “As condições de vida estão se deteriorando.”

O aeroporto internacional próximo a Cartum está sob bombardeios das Forças de Apoio Rápido, que tenta assumir o controle aéreo. Em um aparente esforço para expulsar os combatentes da RSF, o exército sudanês atingiu o aeroporto com ataques aéreos, destruindo pelo menos uma pista e deixando aviões destruídos espalhados. A extensão total dos danos no aeródromo permanece desconhecida.

Os dois lados haviam concordado com um cessar-fogo na sexta-feira, 21, para o feriado muçulmano do Eid al-Fitr, que dura três dias, mas explosões e tiros foram ouvidos em Cartum neste sábado. Outras duas tentativas de cessar-fogo no início da semana também não funcionaram e aumentam a preocupação regional da violência se espalhar pelas nações vizinhas.

Em uma semana de conflito, cerca de 413 pessoas morreram e 3,5 mil ficaram feridas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “As pessoas precisam saber que a guerra tem sido contínua desde o primeiro dia. Não parou nem por um momento”, disse Atiya Abdalla Atiya, secretária do Sindicato dos Médicos Sudaneses, que monitora as vítimas.

Vários países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, enviaram tropas a países vizinhos para ajudar na retirada de diplomatas e estrangeiros. Entretanto, o Pentágono afirmou nesta sexta-feira que as operações seriam arriscadas devido à situação do conflito na capital sudanesa.

Ajuda humanitária suspensa

Os combates ocorrem principalmente em Cartum e na região de Darfur (oeste). A situação foi descrita como catastrófica por testemunhas que prestam ajuda humanitária no local, que precisaram ser suspensas devido à violência. Mais de um terço da população do país necessita da ajuda humanitária para se alimentar.

Na capital, os moradores veem o abastecimento de alimentos diminuir e sofrem com a escassez de água, eletricidade e combustível. Na cidade de Omdurman, vizinha a Cartum, o exército acusou as FAR de libertar “um grande número de presos” de uma prisão. O grupo paramilitar nega as acusações.

Mulheres caminham com garrafão d'água pelas ruas de Cartum, em imagem da quinta-feira, 20. Conflito armado mergulha país no caos e dificulta acesso a alimentos e água Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) afirmou na quinta-feira, 20, que entre 10 mil e 20 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, deixaram o país pelas fronteiras terrestres com o Chade.

Um funcionário da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência que integra a Organização das Nações Unidas (ONU), morreu nesta sexta-feira durante confronto. “Com grande pesar confirmo a morte de um membro da OIM no Sudão esta manhã, depois que veículo no qual trabalhava com sua família no sul de El Obeid ficou em meio a um fogo cruzado entre as partes enfrentadas”, declarou Antonio Vitorino, diretor da Organização. “A OIM lamenta esta tragédia, reitera o apelo pelo fim da violência e exige a proteção dos civis”, escreveu.

Na última semana, outros três funcionários da ONU morreram no confronto, logo depois de o chefe da missão especial da ONU, Volker Perthes, ter feito um comunicado pedindo “cessação imediata” do confronto. “Apelo a ambas as partes para que parem imediatamente os combates e restabeleçam a calma em todo o Sudão. A segurança do povo sudanês é uma prioridade”, escreveu. /AFP e AP

O Exército do Sudão afirmou neste sábado, 22, que coordena esforços para retirar cidadãos e diplomatas estrangeiros do país, que está em conflito armado há uma semana e corre o risco de viver uma guerra civil. As operações de retirada são para cidadãos e diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, China e França e devem acontecer em aeronaves militares, segundo anunciou os militares.

Até a manhã deste sábado, pelo menos uma operação de resgate, conduzida pela Arábia Saudita, foi efetuada. Segundo a TV estatal saudita, alguns diplomatas e cidadãos foram retirados do país pelo Port Sudan, o principal porto marítimo do país no Mar Vermelho, e transportados de volta ao reino. O porto fica no extremo leste do Sudão, a cerca de 840 quilômetros de Cartum, capital do país, e vai servir para a retirada de diplomatas da Jordânia em breve, segundo os militares sudaneses.

Segundo o Exército, o comandante e presidente do país, general Abdel Fattah Burhan, conversou com líderes de vários países que solicitaram a retirada segura de cidadãos e diplomatas do Sudão. O conflito preocupou as autoridades, que teriam dificuldades de fazer operações de retirada porque a maioria dos principais aeroportos está em zona de conflito e o movimento fora de Cartum é perigoso.

Cidadãos sudaneses deixam ruas em caminhão em meio a conflito armado entre Exército e grupo paramilitar, em imagem desta sexta-feira, 21, em Cartum Foto: via AFP

Os militares afirmaram que Burhan concordou em fornecer a assistência necessária para garantir a retirada para vários países.

Uma das dificuldades está em torno de como se dará os resgates em massa, com o principal aeroporto internacional do Sudão fechado e milhões de pessoas abrigadas dentro de casa. À medida que o conflito entre o exército liderado por Burhan e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), liderado pelo vice-presidente Mohammed Hamdan Dagalo, se intensificam na região de Cartum, incluindo áreas residenciais, países estrangeiros lutam para repatriar os cidadãos, que sofrem com falta de alimentos e suprimentos básicos enquanto estão impedidos de sair de casa pela violência.

Burhan disse à emissora de TV saudita Al-Hadath neste sábado que o aeroporto de Cartum não faria parte de nenhuma operação de resgate por causa dos combates em andamento. Ele alegou que os militares haviam recuperado o controle sobre todos os outros aeroportos do país, exceto um na cidade de Nyala, no sudoeste. “Compartilhamos a preocupação da comunidade internacional com os estrangeiros”, disse ele. “As condições de vida estão se deteriorando.”

O aeroporto internacional próximo a Cartum está sob bombardeios das Forças de Apoio Rápido, que tenta assumir o controle aéreo. Em um aparente esforço para expulsar os combatentes da RSF, o exército sudanês atingiu o aeroporto com ataques aéreos, destruindo pelo menos uma pista e deixando aviões destruídos espalhados. A extensão total dos danos no aeródromo permanece desconhecida.

Os dois lados haviam concordado com um cessar-fogo na sexta-feira, 21, para o feriado muçulmano do Eid al-Fitr, que dura três dias, mas explosões e tiros foram ouvidos em Cartum neste sábado. Outras duas tentativas de cessar-fogo no início da semana também não funcionaram e aumentam a preocupação regional da violência se espalhar pelas nações vizinhas.

Em uma semana de conflito, cerca de 413 pessoas morreram e 3,5 mil ficaram feridas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “As pessoas precisam saber que a guerra tem sido contínua desde o primeiro dia. Não parou nem por um momento”, disse Atiya Abdalla Atiya, secretária do Sindicato dos Médicos Sudaneses, que monitora as vítimas.

Vários países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, enviaram tropas a países vizinhos para ajudar na retirada de diplomatas e estrangeiros. Entretanto, o Pentágono afirmou nesta sexta-feira que as operações seriam arriscadas devido à situação do conflito na capital sudanesa.

Ajuda humanitária suspensa

Os combates ocorrem principalmente em Cartum e na região de Darfur (oeste). A situação foi descrita como catastrófica por testemunhas que prestam ajuda humanitária no local, que precisaram ser suspensas devido à violência. Mais de um terço da população do país necessita da ajuda humanitária para se alimentar.

Na capital, os moradores veem o abastecimento de alimentos diminuir e sofrem com a escassez de água, eletricidade e combustível. Na cidade de Omdurman, vizinha a Cartum, o exército acusou as FAR de libertar “um grande número de presos” de uma prisão. O grupo paramilitar nega as acusações.

Mulheres caminham com garrafão d'água pelas ruas de Cartum, em imagem da quinta-feira, 20. Conflito armado mergulha país no caos e dificulta acesso a alimentos e água Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) afirmou na quinta-feira, 20, que entre 10 mil e 20 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, deixaram o país pelas fronteiras terrestres com o Chade.

Um funcionário da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência que integra a Organização das Nações Unidas (ONU), morreu nesta sexta-feira durante confronto. “Com grande pesar confirmo a morte de um membro da OIM no Sudão esta manhã, depois que veículo no qual trabalhava com sua família no sul de El Obeid ficou em meio a um fogo cruzado entre as partes enfrentadas”, declarou Antonio Vitorino, diretor da Organização. “A OIM lamenta esta tragédia, reitera o apelo pelo fim da violência e exige a proteção dos civis”, escreveu.

Na última semana, outros três funcionários da ONU morreram no confronto, logo depois de o chefe da missão especial da ONU, Volker Perthes, ter feito um comunicado pedindo “cessação imediata” do confronto. “Apelo a ambas as partes para que parem imediatamente os combates e restabeleçam a calma em todo o Sudão. A segurança do povo sudanês é uma prioridade”, escreveu. /AFP e AP

O Exército do Sudão afirmou neste sábado, 22, que coordena esforços para retirar cidadãos e diplomatas estrangeiros do país, que está em conflito armado há uma semana e corre o risco de viver uma guerra civil. As operações de retirada são para cidadãos e diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, China e França e devem acontecer em aeronaves militares, segundo anunciou os militares.

Até a manhã deste sábado, pelo menos uma operação de resgate, conduzida pela Arábia Saudita, foi efetuada. Segundo a TV estatal saudita, alguns diplomatas e cidadãos foram retirados do país pelo Port Sudan, o principal porto marítimo do país no Mar Vermelho, e transportados de volta ao reino. O porto fica no extremo leste do Sudão, a cerca de 840 quilômetros de Cartum, capital do país, e vai servir para a retirada de diplomatas da Jordânia em breve, segundo os militares sudaneses.

Segundo o Exército, o comandante e presidente do país, general Abdel Fattah Burhan, conversou com líderes de vários países que solicitaram a retirada segura de cidadãos e diplomatas do Sudão. O conflito preocupou as autoridades, que teriam dificuldades de fazer operações de retirada porque a maioria dos principais aeroportos está em zona de conflito e o movimento fora de Cartum é perigoso.

Cidadãos sudaneses deixam ruas em caminhão em meio a conflito armado entre Exército e grupo paramilitar, em imagem desta sexta-feira, 21, em Cartum Foto: via AFP

Os militares afirmaram que Burhan concordou em fornecer a assistência necessária para garantir a retirada para vários países.

Uma das dificuldades está em torno de como se dará os resgates em massa, com o principal aeroporto internacional do Sudão fechado e milhões de pessoas abrigadas dentro de casa. À medida que o conflito entre o exército liderado por Burhan e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), liderado pelo vice-presidente Mohammed Hamdan Dagalo, se intensificam na região de Cartum, incluindo áreas residenciais, países estrangeiros lutam para repatriar os cidadãos, que sofrem com falta de alimentos e suprimentos básicos enquanto estão impedidos de sair de casa pela violência.

Burhan disse à emissora de TV saudita Al-Hadath neste sábado que o aeroporto de Cartum não faria parte de nenhuma operação de resgate por causa dos combates em andamento. Ele alegou que os militares haviam recuperado o controle sobre todos os outros aeroportos do país, exceto um na cidade de Nyala, no sudoeste. “Compartilhamos a preocupação da comunidade internacional com os estrangeiros”, disse ele. “As condições de vida estão se deteriorando.”

O aeroporto internacional próximo a Cartum está sob bombardeios das Forças de Apoio Rápido, que tenta assumir o controle aéreo. Em um aparente esforço para expulsar os combatentes da RSF, o exército sudanês atingiu o aeroporto com ataques aéreos, destruindo pelo menos uma pista e deixando aviões destruídos espalhados. A extensão total dos danos no aeródromo permanece desconhecida.

Os dois lados haviam concordado com um cessar-fogo na sexta-feira, 21, para o feriado muçulmano do Eid al-Fitr, que dura três dias, mas explosões e tiros foram ouvidos em Cartum neste sábado. Outras duas tentativas de cessar-fogo no início da semana também não funcionaram e aumentam a preocupação regional da violência se espalhar pelas nações vizinhas.

Em uma semana de conflito, cerca de 413 pessoas morreram e 3,5 mil ficaram feridas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “As pessoas precisam saber que a guerra tem sido contínua desde o primeiro dia. Não parou nem por um momento”, disse Atiya Abdalla Atiya, secretária do Sindicato dos Médicos Sudaneses, que monitora as vítimas.

Vários países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, enviaram tropas a países vizinhos para ajudar na retirada de diplomatas e estrangeiros. Entretanto, o Pentágono afirmou nesta sexta-feira que as operações seriam arriscadas devido à situação do conflito na capital sudanesa.

Ajuda humanitária suspensa

Os combates ocorrem principalmente em Cartum e na região de Darfur (oeste). A situação foi descrita como catastrófica por testemunhas que prestam ajuda humanitária no local, que precisaram ser suspensas devido à violência. Mais de um terço da população do país necessita da ajuda humanitária para se alimentar.

Na capital, os moradores veem o abastecimento de alimentos diminuir e sofrem com a escassez de água, eletricidade e combustível. Na cidade de Omdurman, vizinha a Cartum, o exército acusou as FAR de libertar “um grande número de presos” de uma prisão. O grupo paramilitar nega as acusações.

Mulheres caminham com garrafão d'água pelas ruas de Cartum, em imagem da quinta-feira, 20. Conflito armado mergulha país no caos e dificulta acesso a alimentos e água Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) afirmou na quinta-feira, 20, que entre 10 mil e 20 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, deixaram o país pelas fronteiras terrestres com o Chade.

Um funcionário da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência que integra a Organização das Nações Unidas (ONU), morreu nesta sexta-feira durante confronto. “Com grande pesar confirmo a morte de um membro da OIM no Sudão esta manhã, depois que veículo no qual trabalhava com sua família no sul de El Obeid ficou em meio a um fogo cruzado entre as partes enfrentadas”, declarou Antonio Vitorino, diretor da Organização. “A OIM lamenta esta tragédia, reitera o apelo pelo fim da violência e exige a proteção dos civis”, escreveu.

Na última semana, outros três funcionários da ONU morreram no confronto, logo depois de o chefe da missão especial da ONU, Volker Perthes, ter feito um comunicado pedindo “cessação imediata” do confronto. “Apelo a ambas as partes para que parem imediatamente os combates e restabeleçam a calma em todo o Sudão. A segurança do povo sudanês é uma prioridade”, escreveu. /AFP e AP

O Exército do Sudão afirmou neste sábado, 22, que coordena esforços para retirar cidadãos e diplomatas estrangeiros do país, que está em conflito armado há uma semana e corre o risco de viver uma guerra civil. As operações de retirada são para cidadãos e diplomatas dos Estados Unidos, Reino Unido, China e França e devem acontecer em aeronaves militares, segundo anunciou os militares.

Até a manhã deste sábado, pelo menos uma operação de resgate, conduzida pela Arábia Saudita, foi efetuada. Segundo a TV estatal saudita, alguns diplomatas e cidadãos foram retirados do país pelo Port Sudan, o principal porto marítimo do país no Mar Vermelho, e transportados de volta ao reino. O porto fica no extremo leste do Sudão, a cerca de 840 quilômetros de Cartum, capital do país, e vai servir para a retirada de diplomatas da Jordânia em breve, segundo os militares sudaneses.

Segundo o Exército, o comandante e presidente do país, general Abdel Fattah Burhan, conversou com líderes de vários países que solicitaram a retirada segura de cidadãos e diplomatas do Sudão. O conflito preocupou as autoridades, que teriam dificuldades de fazer operações de retirada porque a maioria dos principais aeroportos está em zona de conflito e o movimento fora de Cartum é perigoso.

Cidadãos sudaneses deixam ruas em caminhão em meio a conflito armado entre Exército e grupo paramilitar, em imagem desta sexta-feira, 21, em Cartum Foto: via AFP

Os militares afirmaram que Burhan concordou em fornecer a assistência necessária para garantir a retirada para vários países.

Uma das dificuldades está em torno de como se dará os resgates em massa, com o principal aeroporto internacional do Sudão fechado e milhões de pessoas abrigadas dentro de casa. À medida que o conflito entre o exército liderado por Burhan e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), liderado pelo vice-presidente Mohammed Hamdan Dagalo, se intensificam na região de Cartum, incluindo áreas residenciais, países estrangeiros lutam para repatriar os cidadãos, que sofrem com falta de alimentos e suprimentos básicos enquanto estão impedidos de sair de casa pela violência.

Burhan disse à emissora de TV saudita Al-Hadath neste sábado que o aeroporto de Cartum não faria parte de nenhuma operação de resgate por causa dos combates em andamento. Ele alegou que os militares haviam recuperado o controle sobre todos os outros aeroportos do país, exceto um na cidade de Nyala, no sudoeste. “Compartilhamos a preocupação da comunidade internacional com os estrangeiros”, disse ele. “As condições de vida estão se deteriorando.”

O aeroporto internacional próximo a Cartum está sob bombardeios das Forças de Apoio Rápido, que tenta assumir o controle aéreo. Em um aparente esforço para expulsar os combatentes da RSF, o exército sudanês atingiu o aeroporto com ataques aéreos, destruindo pelo menos uma pista e deixando aviões destruídos espalhados. A extensão total dos danos no aeródromo permanece desconhecida.

Os dois lados haviam concordado com um cessar-fogo na sexta-feira, 21, para o feriado muçulmano do Eid al-Fitr, que dura três dias, mas explosões e tiros foram ouvidos em Cartum neste sábado. Outras duas tentativas de cessar-fogo no início da semana também não funcionaram e aumentam a preocupação regional da violência se espalhar pelas nações vizinhas.

Em uma semana de conflito, cerca de 413 pessoas morreram e 3,5 mil ficaram feridas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). “As pessoas precisam saber que a guerra tem sido contínua desde o primeiro dia. Não parou nem por um momento”, disse Atiya Abdalla Atiya, secretária do Sindicato dos Médicos Sudaneses, que monitora as vítimas.

Vários países, como Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão, enviaram tropas a países vizinhos para ajudar na retirada de diplomatas e estrangeiros. Entretanto, o Pentágono afirmou nesta sexta-feira que as operações seriam arriscadas devido à situação do conflito na capital sudanesa.

Ajuda humanitária suspensa

Os combates ocorrem principalmente em Cartum e na região de Darfur (oeste). A situação foi descrita como catastrófica por testemunhas que prestam ajuda humanitária no local, que precisaram ser suspensas devido à violência. Mais de um terço da população do país necessita da ajuda humanitária para se alimentar.

Na capital, os moradores veem o abastecimento de alimentos diminuir e sofrem com a escassez de água, eletricidade e combustível. Na cidade de Omdurman, vizinha a Cartum, o exército acusou as FAR de libertar “um grande número de presos” de uma prisão. O grupo paramilitar nega as acusações.

Mulheres caminham com garrafão d'água pelas ruas de Cartum, em imagem da quinta-feira, 20. Conflito armado mergulha país no caos e dificulta acesso a alimentos e água Foto: Mohamed Nureldin Abdallah/Reuters

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) afirmou na quinta-feira, 20, que entre 10 mil e 20 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças, deixaram o país pelas fronteiras terrestres com o Chade.

Um funcionário da Organização Internacional para as Migrações (OIM), agência que integra a Organização das Nações Unidas (ONU), morreu nesta sexta-feira durante confronto. “Com grande pesar confirmo a morte de um membro da OIM no Sudão esta manhã, depois que veículo no qual trabalhava com sua família no sul de El Obeid ficou em meio a um fogo cruzado entre as partes enfrentadas”, declarou Antonio Vitorino, diretor da Organização. “A OIM lamenta esta tragédia, reitera o apelo pelo fim da violência e exige a proteção dos civis”, escreveu.

Na última semana, outros três funcionários da ONU morreram no confronto, logo depois de o chefe da missão especial da ONU, Volker Perthes, ter feito um comunicado pedindo “cessação imediata” do confronto. “Apelo a ambas as partes para que parem imediatamente os combates e restabeleçam a calma em todo o Sudão. A segurança do povo sudanês é uma prioridade”, escreveu. /AFP e AP

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