Expectativa de vida nos EUA diminui um ano por causa da pandemia, na maior queda desde a II Guerra


País é o mais afetado pelo coronavírus em números absolutos. Indicador foi de 78,8 ano em 2019 para 77,8, nos primeiros meses de 2020. Entre os negros, queda é de 2,7 anos

Por Redação
Atualização:

WASHINGTON — A expectativa de vida nos Estados Unidos diminuiu um ano nos primeiros seis meses de 2020, informou o governo federal americano nesta quinta-feira. Essa é a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial e indica as consequências da pandemia do coronavírus no país, o mais afetado em números absolutos pelo vírus. Ao todo, os EUA já tiveram mais de 490 mil mortes e 27 milhões de casos confirmados da Covid-19. 

A expectativa de vida é a medida mais básica da saúde de uma população, e o declínio acentuado em um período tão curto é altamente incomum, sendo um sinal de uma profunda crise. A diminuição do índice no país ocorre após uma série preocupante de quedas menores, impulsionadas em grande parte por um aumento nas mortes por overdose de drogas.

A expectativa de vida dos americanoscaiu para 77,8 anos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Foto: Patrick T. FALLON / AFP
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De acordo com os dados do Centro Nacional de Estatística em Saúde dos Estados Unidos (NCHS, na sigla em inglês), divulgados nesta quinta-feira, a expectativa de vida nos EUA é de 77,8 anos — um a menos do registrado em 2019, de 78,8 anos. Os números também indicam um aumento na disparidade racial no país, com a expectativa de vida na população negra caindo 2,7 anos — o que marca um retrocesso de duas décadas.

A diferença de expectativa de vida entre negros e brancos americanos, que vinha diminuindo, é agora de seis anos, a maior desde 1998. Os indicadores são, respectivamente, de 72 e 78 anos. Já para latinos, o índice é de 79,9 anos — um pouco maior do que os outros dois grupos, mas que também sofreu uma queda, de 1,9 ano, em relação ao ano anterior.

Uma justificativa para essa tendência é que a população latina e negra nos Estados Unidos foi mais afetada pela pandemia, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. 

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Especialistas apontam, no entanto, que o índice pode voltar a crescer à medida que as mortes pela Covid-19 diminuem e a população se vacina contra o vírus.

A última vez que uma pandemia causou uma grande queda na expectativa de vida americana foi em 1918, quando milhares morreram em decorrência da gripe espanhola. Naquele ano, o índice caiu em 11,8 anos em comparação ao período anterior, reduzindo a expectativa de vida para 39 anos. No entanto, segundo explica Elizabeth Arias, responsável pelo relatório da NCHS, a expectativa se recuperou totalmente no ano seguinte, quando as mortes pela doença diminuíram. 

Mesmo se tal recuperação ocorrer desta vez, os efeitos sociais e econômicos da Covid-19 permanecerão, alertam pesquisadores, assim como as disparidades raciais. Isso porque a expectativa de vida já vinha em declínio, e as mortes causadas pelo uso de drogas no país continuam a puxar o indicador para baixo.

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Mary T. Bassett, ex-comissária de saúde da cidade de Nova York e professora de Saúde e Direitos Humanos na Universidade Harvard, disse que, a menos que o país resolva melhor a desigualdade, “podemos ver a expectativa de vida nos Estados Unidos estagnar ou declinar por algum tempo".

Segundo Bassett, o índice nos Estados Unidos começou a ficar atrás dos de outros países desenvolvidos a partir da década de 1980, uma divergência que intrigou os pesquisadores. 

Uma teoria para isso é que as crescentes disparidades econômicas também afetaram a saúde dos americanos. As condições de vida que levaram a piores taxas da Covid-19, como moradias superlotadas e proteção antivírus inadequada para trabalhadores de baixa renda, só vão exacerbar essa tendência, explica a professora.

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A expectativa de vida representa o número médio de anos que um recém-nascido espera viver se as taxas de mortalidade atuais não mudarem. Declínios tendem a sinalizar graves problemas sociais, como a queda acentuada na Rússia após o colapso da União Soviética. 

Os declínios nos países desenvolvidos são raros, mas os Estados Unidos o experimentaram de 2014 a 2017, quando a epidemia de opioides cobrou seu preço. Antes disso, os demógrafos não tinham visto um declínio total desde 1993, durante a epidemia de Aids.

Mas esses declínios, embora incomuns, foram pequenos — medidos em pequenas frações por ano. Os pesquisadores sabiam que haveria um declínio no ano passado, mas a magnitude nos primeiros seis meses os deixou cambaleantes: a queda trouxe a expectativa de vida ao nível mais baixo desde 2006. O último declínio do tipo foi de 2,9 anos entre 1942 e 1943, após os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, disse Arias.

WASHINGTON — A expectativa de vida nos Estados Unidos diminuiu um ano nos primeiros seis meses de 2020, informou o governo federal americano nesta quinta-feira. Essa é a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial e indica as consequências da pandemia do coronavírus no país, o mais afetado em números absolutos pelo vírus. Ao todo, os EUA já tiveram mais de 490 mil mortes e 27 milhões de casos confirmados da Covid-19. 

A expectativa de vida é a medida mais básica da saúde de uma população, e o declínio acentuado em um período tão curto é altamente incomum, sendo um sinal de uma profunda crise. A diminuição do índice no país ocorre após uma série preocupante de quedas menores, impulsionadas em grande parte por um aumento nas mortes por overdose de drogas.

A expectativa de vida dos americanoscaiu para 77,8 anos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Foto: Patrick T. FALLON / AFP

De acordo com os dados do Centro Nacional de Estatística em Saúde dos Estados Unidos (NCHS, na sigla em inglês), divulgados nesta quinta-feira, a expectativa de vida nos EUA é de 77,8 anos — um a menos do registrado em 2019, de 78,8 anos. Os números também indicam um aumento na disparidade racial no país, com a expectativa de vida na população negra caindo 2,7 anos — o que marca um retrocesso de duas décadas.

A diferença de expectativa de vida entre negros e brancos americanos, que vinha diminuindo, é agora de seis anos, a maior desde 1998. Os indicadores são, respectivamente, de 72 e 78 anos. Já para latinos, o índice é de 79,9 anos — um pouco maior do que os outros dois grupos, mas que também sofreu uma queda, de 1,9 ano, em relação ao ano anterior.

Uma justificativa para essa tendência é que a população latina e negra nos Estados Unidos foi mais afetada pela pandemia, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. 

Especialistas apontam, no entanto, que o índice pode voltar a crescer à medida que as mortes pela Covid-19 diminuem e a população se vacina contra o vírus.

A última vez que uma pandemia causou uma grande queda na expectativa de vida americana foi em 1918, quando milhares morreram em decorrência da gripe espanhola. Naquele ano, o índice caiu em 11,8 anos em comparação ao período anterior, reduzindo a expectativa de vida para 39 anos. No entanto, segundo explica Elizabeth Arias, responsável pelo relatório da NCHS, a expectativa se recuperou totalmente no ano seguinte, quando as mortes pela doença diminuíram. 

Mesmo se tal recuperação ocorrer desta vez, os efeitos sociais e econômicos da Covid-19 permanecerão, alertam pesquisadores, assim como as disparidades raciais. Isso porque a expectativa de vida já vinha em declínio, e as mortes causadas pelo uso de drogas no país continuam a puxar o indicador para baixo.

Mary T. Bassett, ex-comissária de saúde da cidade de Nova York e professora de Saúde e Direitos Humanos na Universidade Harvard, disse que, a menos que o país resolva melhor a desigualdade, “podemos ver a expectativa de vida nos Estados Unidos estagnar ou declinar por algum tempo".

Segundo Bassett, o índice nos Estados Unidos começou a ficar atrás dos de outros países desenvolvidos a partir da década de 1980, uma divergência que intrigou os pesquisadores. 

Uma teoria para isso é que as crescentes disparidades econômicas também afetaram a saúde dos americanos. As condições de vida que levaram a piores taxas da Covid-19, como moradias superlotadas e proteção antivírus inadequada para trabalhadores de baixa renda, só vão exacerbar essa tendência, explica a professora.

A expectativa de vida representa o número médio de anos que um recém-nascido espera viver se as taxas de mortalidade atuais não mudarem. Declínios tendem a sinalizar graves problemas sociais, como a queda acentuada na Rússia após o colapso da União Soviética. 

Os declínios nos países desenvolvidos são raros, mas os Estados Unidos o experimentaram de 2014 a 2017, quando a epidemia de opioides cobrou seu preço. Antes disso, os demógrafos não tinham visto um declínio total desde 1993, durante a epidemia de Aids.

Mas esses declínios, embora incomuns, foram pequenos — medidos em pequenas frações por ano. Os pesquisadores sabiam que haveria um declínio no ano passado, mas a magnitude nos primeiros seis meses os deixou cambaleantes: a queda trouxe a expectativa de vida ao nível mais baixo desde 2006. O último declínio do tipo foi de 2,9 anos entre 1942 e 1943, após os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, disse Arias.

WASHINGTON — A expectativa de vida nos Estados Unidos diminuiu um ano nos primeiros seis meses de 2020, informou o governo federal americano nesta quinta-feira. Essa é a maior queda desde a Segunda Guerra Mundial e indica as consequências da pandemia do coronavírus no país, o mais afetado em números absolutos pelo vírus. Ao todo, os EUA já tiveram mais de 490 mil mortes e 27 milhões de casos confirmados da Covid-19. 

A expectativa de vida é a medida mais básica da saúde de uma população, e o declínio acentuado em um período tão curto é altamente incomum, sendo um sinal de uma profunda crise. A diminuição do índice no país ocorre após uma série preocupante de quedas menores, impulsionadas em grande parte por um aumento nas mortes por overdose de drogas.

A expectativa de vida dos americanoscaiu para 77,8 anos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). Foto: Patrick T. FALLON / AFP

De acordo com os dados do Centro Nacional de Estatística em Saúde dos Estados Unidos (NCHS, na sigla em inglês), divulgados nesta quinta-feira, a expectativa de vida nos EUA é de 77,8 anos — um a menos do registrado em 2019, de 78,8 anos. Os números também indicam um aumento na disparidade racial no país, com a expectativa de vida na população negra caindo 2,7 anos — o que marca um retrocesso de duas décadas.

A diferença de expectativa de vida entre negros e brancos americanos, que vinha diminuindo, é agora de seis anos, a maior desde 1998. Os indicadores são, respectivamente, de 72 e 78 anos. Já para latinos, o índice é de 79,9 anos — um pouco maior do que os outros dois grupos, mas que também sofreu uma queda, de 1,9 ano, em relação ao ano anterior.

Uma justificativa para essa tendência é que a população latina e negra nos Estados Unidos foi mais afetada pela pandemia, de acordo com dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças. 

Especialistas apontam, no entanto, que o índice pode voltar a crescer à medida que as mortes pela Covid-19 diminuem e a população se vacina contra o vírus.

A última vez que uma pandemia causou uma grande queda na expectativa de vida americana foi em 1918, quando milhares morreram em decorrência da gripe espanhola. Naquele ano, o índice caiu em 11,8 anos em comparação ao período anterior, reduzindo a expectativa de vida para 39 anos. No entanto, segundo explica Elizabeth Arias, responsável pelo relatório da NCHS, a expectativa se recuperou totalmente no ano seguinte, quando as mortes pela doença diminuíram. 

Mesmo se tal recuperação ocorrer desta vez, os efeitos sociais e econômicos da Covid-19 permanecerão, alertam pesquisadores, assim como as disparidades raciais. Isso porque a expectativa de vida já vinha em declínio, e as mortes causadas pelo uso de drogas no país continuam a puxar o indicador para baixo.

Mary T. Bassett, ex-comissária de saúde da cidade de Nova York e professora de Saúde e Direitos Humanos na Universidade Harvard, disse que, a menos que o país resolva melhor a desigualdade, “podemos ver a expectativa de vida nos Estados Unidos estagnar ou declinar por algum tempo".

Segundo Bassett, o índice nos Estados Unidos começou a ficar atrás dos de outros países desenvolvidos a partir da década de 1980, uma divergência que intrigou os pesquisadores. 

Uma teoria para isso é que as crescentes disparidades econômicas também afetaram a saúde dos americanos. As condições de vida que levaram a piores taxas da Covid-19, como moradias superlotadas e proteção antivírus inadequada para trabalhadores de baixa renda, só vão exacerbar essa tendência, explica a professora.

A expectativa de vida representa o número médio de anos que um recém-nascido espera viver se as taxas de mortalidade atuais não mudarem. Declínios tendem a sinalizar graves problemas sociais, como a queda acentuada na Rússia após o colapso da União Soviética. 

Os declínios nos países desenvolvidos são raros, mas os Estados Unidos o experimentaram de 2014 a 2017, quando a epidemia de opioides cobrou seu preço. Antes disso, os demógrafos não tinham visto um declínio total desde 1993, durante a epidemia de Aids.

Mas esses declínios, embora incomuns, foram pequenos — medidos em pequenas frações por ano. Os pesquisadores sabiam que haveria um declínio no ano passado, mas a magnitude nos primeiros seis meses os deixou cambaleantes: a queda trouxe a expectativa de vida ao nível mais baixo desde 2006. O último declínio do tipo foi de 2,9 anos entre 1942 e 1943, após os Estados Unidos entraram na Segunda Guerra Mundial, disse Arias.

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