Rússia encurrala 500 civis em cidade epicentro da guerra na Ucrânia


Serguei Haidai confirmou a destruição do último corredor de saída da cidade e novos bombardeios à áreas civis

Por Redação
Atualização:

As tropas russas destruíram todas as pontes da cidade de Severodonetsk e a isolaram nesta segunda-feira, 13. A população civil da cidade está completamente acuada e praticamente impedidas de escapar do conflito porque uma das três pontes davam acesso à cidade vizinha de Lisichansk.

Apesar da ofensiva, o governador da província de Luhansk, Serguei Haidai, afirmou que a Rússia não havia “capturado completamente” a cidade e que “uma parte da cidade” estava sob controle ucraniano. Bombardeios russos desta segunda-feira se concentraram em uma zona industrial.

continua após a publicidade

A Rússia tem usado a superioridade de sua artilharia para ditar o ritmo do conflito na região de Donbas. Haidai afirmou que os disparos destroem Severodonetsk “quarteirão por quarteirão”. Cerca de 500 civis que se abrigam em uma fábrica de produtos químicos, incluindo 40 crianças, acordaram sob o estrondo das explosões, segundo o governador.

O governador classificou a situação em Severodonetsk como “extremamente difícil” após a destruição de uma segunda ponte que ligava a cidade a Lisichansk no domingo, 12. Há três semanas, uma outra ponte já havia sido destruída pelas tropas russas.

Soldado ucraniano se posiciona durante combates intensos em Severodonetsk, em 8 de junho. Foto: Oleksandr Ratushniak/ AP
continua após a publicidade

Enquanto a ofensiva russa empurra cada vez mais as tropas ucranianas para trás - o Exército da Ucrânia confirmou que foi expulso do centro de Severodonetsk e o governador afirma que 70% da cidade está dominada por combatentes leais a Moscou -, cresce o temor de que uma situação similar a da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, possa se repetir, com civis e militares sendo bombardeados de forma incessante em um cerco prolongado.

“Estamos tentando negociar um corredor humanitário para os civis, mas no momento é algo em vão”, afirmou Haidai em uma mensagem pelo Telegram.

Os separatistas pró-Rússia que lutam na região afirmaram que as últimas divisões ucranianas em Severodonetsk estavam “bloqueadas”, após a destruição da última ponte. O porta-voz da República Popular de Donetsk - um dos Estados reconhecidos pela Rússia no começo da invasão - afirmou o único caminho viável para os ucranianos na região é a rendição.

continua após a publicidade

“Eles têm duas possibilidades: render-se ou morrer”, declarou Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas.

Em um discurso no domingo, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que Severodonetsk é palco de batalhas ferozes, literalmente “por cada metro” de chão. Zelenski também acusou Moscou de utilizar jovens com pouco treinamento como “bucha de canhão” na estratégia de tomar a cidade.

A região do Donbas se tornou o epicentro da guerra nas últimas semanas, desde a vitória russa na cidade portuária de Mariupol e do sucesso ucraniano em defender posições no norte e nordeste do país, afastando os inimigos de Kiev. Uma vitória em Severodonestk e Lisichansk aproximaria a Rússia de um dos objetivos primários da invasão anunciados por Vladimir Putin em 24 de fevereiro, que era a “libertação” da região

continua após a publicidade
Maksim Katerin olha para o que restou do jardim de sua casa após um bombardeio russo matar sua mãe e seu padrasto em Lisichansk, em 13 de junho. Foto: Aris Messinis/ AFP

A conquista também abriria o caminho para que as tropas de Moscou cheguem a outra grande cidade, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar toda a região de fronteira, reclamada separatistas pró-Rússia desde 2014.

Um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido divulgado nesta segunda-feira afirmou que operações de travessia de rios provavelmente serão fatores determinantes nos próximos meses de combate - uma vez que tanto a Rússia tem destruído infraestrutura ucraniana, como Kiev tem implodido pontes para dificultar a passagem das tropas russas.

continua após a publicidade

“O principal setor central de 90 km da linha de frente da Rússia no Donbas fica a oeste do rio Donest. Para alcançar o sucesso na atual fase operacional de sua ofensiva em Donbas, a Rússia terá que concluir ações de flanco ambiciosas ou realizar travessias no rio”, aponta o breve relatório, acrescentando que “a Rússia tem lutado para colocar em prática a complexa coordenação necessária para realizar travessias fluviais bem-sucedidas e em larga escala sob fogo”.

Enquanto a pressão sobre civis em Severodonetsk aumenta, crescem também as acusações contra a Rússia de crimes de guerra. Anistia Internacional e Human Rights Watch divulgaram casos em que Moscou teria violado acordos e tratados internacionais, violando direitos humanos básicos.

De acordo com a Anistia Internacional, centenas de civis morreram em ataques incessantes da Rússia em Kharkiv, muitos deles executados com bombas de fragmentação, que se abrem no ar e liberam milhares de pequenos explosivos com capacidade de atingir zonas mais amplas. A ONG afirma, após uma investigação profunda, ter encontrado evidências de que em sete ataques contra bairros da segunda maior cidade da Ucrânia, as forças russas usaram bombas de fragmentação e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.

continua após a publicidade

A Human Rights Watch, por sua vez, mencionou violações no direito de pessoas detidas pela Rússia durante sua ofensiva, citando o o caso da professora ucraniana Viktoria Andrusha, de 25 anos. Acusada de transmitir informações ao exército ucraniano, ela foi presa no final de março e está detida em território russo, como outros cidadãos ucranianos, sem acesso a advogado, segundo a organização./ NYT, AP e AFP

As tropas russas destruíram todas as pontes da cidade de Severodonetsk e a isolaram nesta segunda-feira, 13. A população civil da cidade está completamente acuada e praticamente impedidas de escapar do conflito porque uma das três pontes davam acesso à cidade vizinha de Lisichansk.

Apesar da ofensiva, o governador da província de Luhansk, Serguei Haidai, afirmou que a Rússia não havia “capturado completamente” a cidade e que “uma parte da cidade” estava sob controle ucraniano. Bombardeios russos desta segunda-feira se concentraram em uma zona industrial.

A Rússia tem usado a superioridade de sua artilharia para ditar o ritmo do conflito na região de Donbas. Haidai afirmou que os disparos destroem Severodonetsk “quarteirão por quarteirão”. Cerca de 500 civis que se abrigam em uma fábrica de produtos químicos, incluindo 40 crianças, acordaram sob o estrondo das explosões, segundo o governador.

O governador classificou a situação em Severodonetsk como “extremamente difícil” após a destruição de uma segunda ponte que ligava a cidade a Lisichansk no domingo, 12. Há três semanas, uma outra ponte já havia sido destruída pelas tropas russas.

Soldado ucraniano se posiciona durante combates intensos em Severodonetsk, em 8 de junho. Foto: Oleksandr Ratushniak/ AP

Enquanto a ofensiva russa empurra cada vez mais as tropas ucranianas para trás - o Exército da Ucrânia confirmou que foi expulso do centro de Severodonetsk e o governador afirma que 70% da cidade está dominada por combatentes leais a Moscou -, cresce o temor de que uma situação similar a da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, possa se repetir, com civis e militares sendo bombardeados de forma incessante em um cerco prolongado.

“Estamos tentando negociar um corredor humanitário para os civis, mas no momento é algo em vão”, afirmou Haidai em uma mensagem pelo Telegram.

Os separatistas pró-Rússia que lutam na região afirmaram que as últimas divisões ucranianas em Severodonetsk estavam “bloqueadas”, após a destruição da última ponte. O porta-voz da República Popular de Donetsk - um dos Estados reconhecidos pela Rússia no começo da invasão - afirmou o único caminho viável para os ucranianos na região é a rendição.

“Eles têm duas possibilidades: render-se ou morrer”, declarou Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas.

Em um discurso no domingo, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que Severodonetsk é palco de batalhas ferozes, literalmente “por cada metro” de chão. Zelenski também acusou Moscou de utilizar jovens com pouco treinamento como “bucha de canhão” na estratégia de tomar a cidade.

A região do Donbas se tornou o epicentro da guerra nas últimas semanas, desde a vitória russa na cidade portuária de Mariupol e do sucesso ucraniano em defender posições no norte e nordeste do país, afastando os inimigos de Kiev. Uma vitória em Severodonestk e Lisichansk aproximaria a Rússia de um dos objetivos primários da invasão anunciados por Vladimir Putin em 24 de fevereiro, que era a “libertação” da região

Maksim Katerin olha para o que restou do jardim de sua casa após um bombardeio russo matar sua mãe e seu padrasto em Lisichansk, em 13 de junho. Foto: Aris Messinis/ AFP

A conquista também abriria o caminho para que as tropas de Moscou cheguem a outra grande cidade, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar toda a região de fronteira, reclamada separatistas pró-Rússia desde 2014.

Um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido divulgado nesta segunda-feira afirmou que operações de travessia de rios provavelmente serão fatores determinantes nos próximos meses de combate - uma vez que tanto a Rússia tem destruído infraestrutura ucraniana, como Kiev tem implodido pontes para dificultar a passagem das tropas russas.

“O principal setor central de 90 km da linha de frente da Rússia no Donbas fica a oeste do rio Donest. Para alcançar o sucesso na atual fase operacional de sua ofensiva em Donbas, a Rússia terá que concluir ações de flanco ambiciosas ou realizar travessias no rio”, aponta o breve relatório, acrescentando que “a Rússia tem lutado para colocar em prática a complexa coordenação necessária para realizar travessias fluviais bem-sucedidas e em larga escala sob fogo”.

Enquanto a pressão sobre civis em Severodonetsk aumenta, crescem também as acusações contra a Rússia de crimes de guerra. Anistia Internacional e Human Rights Watch divulgaram casos em que Moscou teria violado acordos e tratados internacionais, violando direitos humanos básicos.

De acordo com a Anistia Internacional, centenas de civis morreram em ataques incessantes da Rússia em Kharkiv, muitos deles executados com bombas de fragmentação, que se abrem no ar e liberam milhares de pequenos explosivos com capacidade de atingir zonas mais amplas. A ONG afirma, após uma investigação profunda, ter encontrado evidências de que em sete ataques contra bairros da segunda maior cidade da Ucrânia, as forças russas usaram bombas de fragmentação e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.

A Human Rights Watch, por sua vez, mencionou violações no direito de pessoas detidas pela Rússia durante sua ofensiva, citando o o caso da professora ucraniana Viktoria Andrusha, de 25 anos. Acusada de transmitir informações ao exército ucraniano, ela foi presa no final de março e está detida em território russo, como outros cidadãos ucranianos, sem acesso a advogado, segundo a organização./ NYT, AP e AFP

As tropas russas destruíram todas as pontes da cidade de Severodonetsk e a isolaram nesta segunda-feira, 13. A população civil da cidade está completamente acuada e praticamente impedidas de escapar do conflito porque uma das três pontes davam acesso à cidade vizinha de Lisichansk.

Apesar da ofensiva, o governador da província de Luhansk, Serguei Haidai, afirmou que a Rússia não havia “capturado completamente” a cidade e que “uma parte da cidade” estava sob controle ucraniano. Bombardeios russos desta segunda-feira se concentraram em uma zona industrial.

A Rússia tem usado a superioridade de sua artilharia para ditar o ritmo do conflito na região de Donbas. Haidai afirmou que os disparos destroem Severodonetsk “quarteirão por quarteirão”. Cerca de 500 civis que se abrigam em uma fábrica de produtos químicos, incluindo 40 crianças, acordaram sob o estrondo das explosões, segundo o governador.

O governador classificou a situação em Severodonetsk como “extremamente difícil” após a destruição de uma segunda ponte que ligava a cidade a Lisichansk no domingo, 12. Há três semanas, uma outra ponte já havia sido destruída pelas tropas russas.

Soldado ucraniano se posiciona durante combates intensos em Severodonetsk, em 8 de junho. Foto: Oleksandr Ratushniak/ AP

Enquanto a ofensiva russa empurra cada vez mais as tropas ucranianas para trás - o Exército da Ucrânia confirmou que foi expulso do centro de Severodonetsk e o governador afirma que 70% da cidade está dominada por combatentes leais a Moscou -, cresce o temor de que uma situação similar a da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, possa se repetir, com civis e militares sendo bombardeados de forma incessante em um cerco prolongado.

“Estamos tentando negociar um corredor humanitário para os civis, mas no momento é algo em vão”, afirmou Haidai em uma mensagem pelo Telegram.

Os separatistas pró-Rússia que lutam na região afirmaram que as últimas divisões ucranianas em Severodonetsk estavam “bloqueadas”, após a destruição da última ponte. O porta-voz da República Popular de Donetsk - um dos Estados reconhecidos pela Rússia no começo da invasão - afirmou o único caminho viável para os ucranianos na região é a rendição.

“Eles têm duas possibilidades: render-se ou morrer”, declarou Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas.

Em um discurso no domingo, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que Severodonetsk é palco de batalhas ferozes, literalmente “por cada metro” de chão. Zelenski também acusou Moscou de utilizar jovens com pouco treinamento como “bucha de canhão” na estratégia de tomar a cidade.

A região do Donbas se tornou o epicentro da guerra nas últimas semanas, desde a vitória russa na cidade portuária de Mariupol e do sucesso ucraniano em defender posições no norte e nordeste do país, afastando os inimigos de Kiev. Uma vitória em Severodonestk e Lisichansk aproximaria a Rússia de um dos objetivos primários da invasão anunciados por Vladimir Putin em 24 de fevereiro, que era a “libertação” da região

Maksim Katerin olha para o que restou do jardim de sua casa após um bombardeio russo matar sua mãe e seu padrasto em Lisichansk, em 13 de junho. Foto: Aris Messinis/ AFP

A conquista também abriria o caminho para que as tropas de Moscou cheguem a outra grande cidade, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar toda a região de fronteira, reclamada separatistas pró-Rússia desde 2014.

Um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido divulgado nesta segunda-feira afirmou que operações de travessia de rios provavelmente serão fatores determinantes nos próximos meses de combate - uma vez que tanto a Rússia tem destruído infraestrutura ucraniana, como Kiev tem implodido pontes para dificultar a passagem das tropas russas.

“O principal setor central de 90 km da linha de frente da Rússia no Donbas fica a oeste do rio Donest. Para alcançar o sucesso na atual fase operacional de sua ofensiva em Donbas, a Rússia terá que concluir ações de flanco ambiciosas ou realizar travessias no rio”, aponta o breve relatório, acrescentando que “a Rússia tem lutado para colocar em prática a complexa coordenação necessária para realizar travessias fluviais bem-sucedidas e em larga escala sob fogo”.

Enquanto a pressão sobre civis em Severodonetsk aumenta, crescem também as acusações contra a Rússia de crimes de guerra. Anistia Internacional e Human Rights Watch divulgaram casos em que Moscou teria violado acordos e tratados internacionais, violando direitos humanos básicos.

De acordo com a Anistia Internacional, centenas de civis morreram em ataques incessantes da Rússia em Kharkiv, muitos deles executados com bombas de fragmentação, que se abrem no ar e liberam milhares de pequenos explosivos com capacidade de atingir zonas mais amplas. A ONG afirma, após uma investigação profunda, ter encontrado evidências de que em sete ataques contra bairros da segunda maior cidade da Ucrânia, as forças russas usaram bombas de fragmentação e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.

A Human Rights Watch, por sua vez, mencionou violações no direito de pessoas detidas pela Rússia durante sua ofensiva, citando o o caso da professora ucraniana Viktoria Andrusha, de 25 anos. Acusada de transmitir informações ao exército ucraniano, ela foi presa no final de março e está detida em território russo, como outros cidadãos ucranianos, sem acesso a advogado, segundo a organização./ NYT, AP e AFP

As tropas russas destruíram todas as pontes da cidade de Severodonetsk e a isolaram nesta segunda-feira, 13. A população civil da cidade está completamente acuada e praticamente impedidas de escapar do conflito porque uma das três pontes davam acesso à cidade vizinha de Lisichansk.

Apesar da ofensiva, o governador da província de Luhansk, Serguei Haidai, afirmou que a Rússia não havia “capturado completamente” a cidade e que “uma parte da cidade” estava sob controle ucraniano. Bombardeios russos desta segunda-feira se concentraram em uma zona industrial.

A Rússia tem usado a superioridade de sua artilharia para ditar o ritmo do conflito na região de Donbas. Haidai afirmou que os disparos destroem Severodonetsk “quarteirão por quarteirão”. Cerca de 500 civis que se abrigam em uma fábrica de produtos químicos, incluindo 40 crianças, acordaram sob o estrondo das explosões, segundo o governador.

O governador classificou a situação em Severodonetsk como “extremamente difícil” após a destruição de uma segunda ponte que ligava a cidade a Lisichansk no domingo, 12. Há três semanas, uma outra ponte já havia sido destruída pelas tropas russas.

Soldado ucraniano se posiciona durante combates intensos em Severodonetsk, em 8 de junho. Foto: Oleksandr Ratushniak/ AP

Enquanto a ofensiva russa empurra cada vez mais as tropas ucranianas para trás - o Exército da Ucrânia confirmou que foi expulso do centro de Severodonetsk e o governador afirma que 70% da cidade está dominada por combatentes leais a Moscou -, cresce o temor de que uma situação similar a da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, possa se repetir, com civis e militares sendo bombardeados de forma incessante em um cerco prolongado.

“Estamos tentando negociar um corredor humanitário para os civis, mas no momento é algo em vão”, afirmou Haidai em uma mensagem pelo Telegram.

Os separatistas pró-Rússia que lutam na região afirmaram que as últimas divisões ucranianas em Severodonetsk estavam “bloqueadas”, após a destruição da última ponte. O porta-voz da República Popular de Donetsk - um dos Estados reconhecidos pela Rússia no começo da invasão - afirmou o único caminho viável para os ucranianos na região é a rendição.

“Eles têm duas possibilidades: render-se ou morrer”, declarou Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas.

Em um discurso no domingo, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que Severodonetsk é palco de batalhas ferozes, literalmente “por cada metro” de chão. Zelenski também acusou Moscou de utilizar jovens com pouco treinamento como “bucha de canhão” na estratégia de tomar a cidade.

A região do Donbas se tornou o epicentro da guerra nas últimas semanas, desde a vitória russa na cidade portuária de Mariupol e do sucesso ucraniano em defender posições no norte e nordeste do país, afastando os inimigos de Kiev. Uma vitória em Severodonestk e Lisichansk aproximaria a Rússia de um dos objetivos primários da invasão anunciados por Vladimir Putin em 24 de fevereiro, que era a “libertação” da região

Maksim Katerin olha para o que restou do jardim de sua casa após um bombardeio russo matar sua mãe e seu padrasto em Lisichansk, em 13 de junho. Foto: Aris Messinis/ AFP

A conquista também abriria o caminho para que as tropas de Moscou cheguem a outra grande cidade, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar toda a região de fronteira, reclamada separatistas pró-Rússia desde 2014.

Um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido divulgado nesta segunda-feira afirmou que operações de travessia de rios provavelmente serão fatores determinantes nos próximos meses de combate - uma vez que tanto a Rússia tem destruído infraestrutura ucraniana, como Kiev tem implodido pontes para dificultar a passagem das tropas russas.

“O principal setor central de 90 km da linha de frente da Rússia no Donbas fica a oeste do rio Donest. Para alcançar o sucesso na atual fase operacional de sua ofensiva em Donbas, a Rússia terá que concluir ações de flanco ambiciosas ou realizar travessias no rio”, aponta o breve relatório, acrescentando que “a Rússia tem lutado para colocar em prática a complexa coordenação necessária para realizar travessias fluviais bem-sucedidas e em larga escala sob fogo”.

Enquanto a pressão sobre civis em Severodonetsk aumenta, crescem também as acusações contra a Rússia de crimes de guerra. Anistia Internacional e Human Rights Watch divulgaram casos em que Moscou teria violado acordos e tratados internacionais, violando direitos humanos básicos.

De acordo com a Anistia Internacional, centenas de civis morreram em ataques incessantes da Rússia em Kharkiv, muitos deles executados com bombas de fragmentação, que se abrem no ar e liberam milhares de pequenos explosivos com capacidade de atingir zonas mais amplas. A ONG afirma, após uma investigação profunda, ter encontrado evidências de que em sete ataques contra bairros da segunda maior cidade da Ucrânia, as forças russas usaram bombas de fragmentação e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.

A Human Rights Watch, por sua vez, mencionou violações no direito de pessoas detidas pela Rússia durante sua ofensiva, citando o o caso da professora ucraniana Viktoria Andrusha, de 25 anos. Acusada de transmitir informações ao exército ucraniano, ela foi presa no final de março e está detida em território russo, como outros cidadãos ucranianos, sem acesso a advogado, segundo a organização./ NYT, AP e AFP

As tropas russas destruíram todas as pontes da cidade de Severodonetsk e a isolaram nesta segunda-feira, 13. A população civil da cidade está completamente acuada e praticamente impedidas de escapar do conflito porque uma das três pontes davam acesso à cidade vizinha de Lisichansk.

Apesar da ofensiva, o governador da província de Luhansk, Serguei Haidai, afirmou que a Rússia não havia “capturado completamente” a cidade e que “uma parte da cidade” estava sob controle ucraniano. Bombardeios russos desta segunda-feira se concentraram em uma zona industrial.

A Rússia tem usado a superioridade de sua artilharia para ditar o ritmo do conflito na região de Donbas. Haidai afirmou que os disparos destroem Severodonetsk “quarteirão por quarteirão”. Cerca de 500 civis que se abrigam em uma fábrica de produtos químicos, incluindo 40 crianças, acordaram sob o estrondo das explosões, segundo o governador.

O governador classificou a situação em Severodonetsk como “extremamente difícil” após a destruição de uma segunda ponte que ligava a cidade a Lisichansk no domingo, 12. Há três semanas, uma outra ponte já havia sido destruída pelas tropas russas.

Soldado ucraniano se posiciona durante combates intensos em Severodonetsk, em 8 de junho. Foto: Oleksandr Ratushniak/ AP

Enquanto a ofensiva russa empurra cada vez mais as tropas ucranianas para trás - o Exército da Ucrânia confirmou que foi expulso do centro de Severodonetsk e o governador afirma que 70% da cidade está dominada por combatentes leais a Moscou -, cresce o temor de que uma situação similar a da usina siderúrgica de Azovstal, em Mariupol, possa se repetir, com civis e militares sendo bombardeados de forma incessante em um cerco prolongado.

“Estamos tentando negociar um corredor humanitário para os civis, mas no momento é algo em vão”, afirmou Haidai em uma mensagem pelo Telegram.

Os separatistas pró-Rússia que lutam na região afirmaram que as últimas divisões ucranianas em Severodonetsk estavam “bloqueadas”, após a destruição da última ponte. O porta-voz da República Popular de Donetsk - um dos Estados reconhecidos pela Rússia no começo da invasão - afirmou o único caminho viável para os ucranianos na região é a rendição.

“Eles têm duas possibilidades: render-se ou morrer”, declarou Eduard Basurin, porta-voz dos separatistas.

Em um discurso no domingo, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou que Severodonetsk é palco de batalhas ferozes, literalmente “por cada metro” de chão. Zelenski também acusou Moscou de utilizar jovens com pouco treinamento como “bucha de canhão” na estratégia de tomar a cidade.

A região do Donbas se tornou o epicentro da guerra nas últimas semanas, desde a vitória russa na cidade portuária de Mariupol e do sucesso ucraniano em defender posições no norte e nordeste do país, afastando os inimigos de Kiev. Uma vitória em Severodonestk e Lisichansk aproximaria a Rússia de um dos objetivos primários da invasão anunciados por Vladimir Putin em 24 de fevereiro, que era a “libertação” da região

Maksim Katerin olha para o que restou do jardim de sua casa após um bombardeio russo matar sua mãe e seu padrasto em Lisichansk, em 13 de junho. Foto: Aris Messinis/ AFP

A conquista também abriria o caminho para que as tropas de Moscou cheguem a outra grande cidade, Kramatorsk, uma etapa importante para conquistar toda a região de fronteira, reclamada separatistas pró-Rússia desde 2014.

Um relatório de inteligência do Ministério da Defesa do Reino Unido divulgado nesta segunda-feira afirmou que operações de travessia de rios provavelmente serão fatores determinantes nos próximos meses de combate - uma vez que tanto a Rússia tem destruído infraestrutura ucraniana, como Kiev tem implodido pontes para dificultar a passagem das tropas russas.

“O principal setor central de 90 km da linha de frente da Rússia no Donbas fica a oeste do rio Donest. Para alcançar o sucesso na atual fase operacional de sua ofensiva em Donbas, a Rússia terá que concluir ações de flanco ambiciosas ou realizar travessias no rio”, aponta o breve relatório, acrescentando que “a Rússia tem lutado para colocar em prática a complexa coordenação necessária para realizar travessias fluviais bem-sucedidas e em larga escala sob fogo”.

Enquanto a pressão sobre civis em Severodonetsk aumenta, crescem também as acusações contra a Rússia de crimes de guerra. Anistia Internacional e Human Rights Watch divulgaram casos em que Moscou teria violado acordos e tratados internacionais, violando direitos humanos básicos.

De acordo com a Anistia Internacional, centenas de civis morreram em ataques incessantes da Rússia em Kharkiv, muitos deles executados com bombas de fragmentação, que se abrem no ar e liberam milhares de pequenos explosivos com capacidade de atingir zonas mais amplas. A ONG afirma, após uma investigação profunda, ter encontrado evidências de que em sete ataques contra bairros da segunda maior cidade da Ucrânia, as forças russas usaram bombas de fragmentação e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais.

A Human Rights Watch, por sua vez, mencionou violações no direito de pessoas detidas pela Rússia durante sua ofensiva, citando o o caso da professora ucraniana Viktoria Andrusha, de 25 anos. Acusada de transmitir informações ao exército ucraniano, ela foi presa no final de março e está detida em território russo, como outros cidadãos ucranianos, sem acesso a advogado, segundo a organização./ NYT, AP e AFP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.