Explosão de represa na Ucrânia provoca deslocamento de 17 mil pessoas na região de Kherson


Danos parciais na represa podem mudar os rumos da contraofensiva ucraniana

Por Redação

A destruição parcial da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, pela qual Moscou e Kiev se culpam mutuamente, causou inundações em cerca de 20 localidades na terça-feira, 6, e forçou a retirada de 17 mil pessoas da região.

“Até o momento, 24 localidades na Ucrânia foram inundadas”, disse o ministro do Interior, Igor Klimenko, e mais de 17.000 civis tiveram que ser evacuados das áreas inundadas, de acordo com o procurador-geral.

A usina hidrelétrica da barragem, tomada pelos russos no início de sua ofensiva na Ucrânia há mais de um ano, também está “completamente destruída”, anunciou o chefe da operadora hidrelétrica ucraniana Ukrhydroenergo.

continua após a publicidade
This handout SkySat image taken and released by Planet Labs PBC on June 6, 2023 shows waEsta imagem do SkySat, obtida e divulgada pelo Planet Labs PBC em 6 de junho de 2023, mostra a água fluindo pela barragem danificada da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia. A destruição parcial da principal represa controlada pela Rússia no sul da Ucrânia desencadeou uma torrente de água que inundou duas dúzias de vilarejos, forçando a evacuação em massa, provocando temores de um desastre humanitário próximo à linha de frente da guerra.  Foto: Planet Labs PBC / AFP

“Mais de 40.000 pessoas podem estar em áreas inundadas. As autoridades ucranianas evacuaram mais de 17.000 pessoas. Infelizmente, mais de 25.000 civis estão no território sob controle russo”, disse o promotor ucraniano Andrii Kostin no Twitter.

Um alto funcionário instalado pelos russos na parte da região de Kherson que está o seu controle anunciou a evacuação de cerca de 900 pessoas das áreas ocupadas próximas ao rio Dnipro. Após a destruição, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira, atendendo a uma solicitação da Rússia e da Ucrânia, de acordo com fontes diplomáticas.

continua após a publicidade

Troca de acusações

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski acusou a Rússia de “explodir” a represa depois de colocar minas. A Rússia está “explodindo” a barragem depois de colocar minas. “É basicamente impossível [explodi-la] de uma forma ou de outra a partir do exterior, com bombardeios”, como alega Moscou, acrescentou Zelenski, especificando que a explosão ocorreu na madrugada da terça-feira.

“O mundo deve reagir”, disse Zelenski, que afirmou ao enviado especial do Papa Francisco em Kiev que um cessar-fogo na Ucrânia “não levará à paz”. Pouco depois, a Rússia respondeu pedindo a “condenação” da Ucrânia pela destruição da represa.

continua após a publicidade

“Pedimos à comunidade internacional que condene as ações criminosas das autoridades ucranianas, que são cada vez mais desumanas e representam uma séria ameaça à segurança regional e global”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

De acordo com o governo ucraniano, a destruição é uma tentativa dos russos de “desacelerar” a ofensiva de seu exército. Na segunda-feira, a Ucrânia alegou ter ganhado terreno perto da cidade de Bakhmut, no leste do país, ao mesmo tempo em que minimizou a escala das “ações ofensivas” em outras partes da linha de frente. Por sua vez, a Rússia afirma que está repelindo esses ataques em larga escala, embora tenha reconhecido na terça-feira que 71 de seus soldados foram mortos nos últimos dias.

continua após a publicidade

Impacto na contraofensiva ucraniana

As autoridades ucranianas afirmam estar preparando há meses uma grande contraofensiva para forçar a retirada das tropas russas. A destruição parcial da represa gera temores sobre as consequências para a usina nuclear de Zaporiyia, localizada 150 km rio acima, pois ela garante seu resfriamento. No entanto, “não há perigo nuclear imediato”, ressaltou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acrescentando que seus especialistas na instalação estão monitorando a situação.

Assim como a represa, a usina está localizada em uma área ocupada pelas forças russas desde sua invasão em fevereiro de 2022. O diretor da usina, Yuri Chernichuk, nomeado pelos ocupantes russos, disse que “no momento não há ameaças” à segurança da instalação.

continua após a publicidade

Na cidade de Kherson, os moradores temem as consequências. “A inundação está bem diante de nossos olhos. Ninguém sabe o que pode acontecer daqui para frente. Um bom russo é um russo morto, não posso dizer mais nada”, disse Viktor, um morador, à AFP.

A destruição parcial da represa é “o maior desastre ambiental causado pelo homem na Europa em décadas”, disse Zelenski, acusando a Rússia de ser culpada de “ecocídio brutal”. “A Rússia será responsabilizada por esse crime de guerra que constitui a destruição de uma infraestrutura civil”, disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, denunciou o “ato ultrajante”.

A barragem de Kakhovka, construída na década de 1950 no auge da era soviética, tem valor estratégico, pois fornece água para o Canal da Crimeia do Norte, que se origina no sul da Ucrânia e atravessa toda a península da Crimeia, sob controle russo desde 2014. /AFP

A destruição parcial da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, pela qual Moscou e Kiev se culpam mutuamente, causou inundações em cerca de 20 localidades na terça-feira, 6, e forçou a retirada de 17 mil pessoas da região.

“Até o momento, 24 localidades na Ucrânia foram inundadas”, disse o ministro do Interior, Igor Klimenko, e mais de 17.000 civis tiveram que ser evacuados das áreas inundadas, de acordo com o procurador-geral.

A usina hidrelétrica da barragem, tomada pelos russos no início de sua ofensiva na Ucrânia há mais de um ano, também está “completamente destruída”, anunciou o chefe da operadora hidrelétrica ucraniana Ukrhydroenergo.

This handout SkySat image taken and released by Planet Labs PBC on June 6, 2023 shows waEsta imagem do SkySat, obtida e divulgada pelo Planet Labs PBC em 6 de junho de 2023, mostra a água fluindo pela barragem danificada da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia. A destruição parcial da principal represa controlada pela Rússia no sul da Ucrânia desencadeou uma torrente de água que inundou duas dúzias de vilarejos, forçando a evacuação em massa, provocando temores de um desastre humanitário próximo à linha de frente da guerra.  Foto: Planet Labs PBC / AFP

“Mais de 40.000 pessoas podem estar em áreas inundadas. As autoridades ucranianas evacuaram mais de 17.000 pessoas. Infelizmente, mais de 25.000 civis estão no território sob controle russo”, disse o promotor ucraniano Andrii Kostin no Twitter.

Um alto funcionário instalado pelos russos na parte da região de Kherson que está o seu controle anunciou a evacuação de cerca de 900 pessoas das áreas ocupadas próximas ao rio Dnipro. Após a destruição, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira, atendendo a uma solicitação da Rússia e da Ucrânia, de acordo com fontes diplomáticas.

Troca de acusações

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski acusou a Rússia de “explodir” a represa depois de colocar minas. A Rússia está “explodindo” a barragem depois de colocar minas. “É basicamente impossível [explodi-la] de uma forma ou de outra a partir do exterior, com bombardeios”, como alega Moscou, acrescentou Zelenski, especificando que a explosão ocorreu na madrugada da terça-feira.

“O mundo deve reagir”, disse Zelenski, que afirmou ao enviado especial do Papa Francisco em Kiev que um cessar-fogo na Ucrânia “não levará à paz”. Pouco depois, a Rússia respondeu pedindo a “condenação” da Ucrânia pela destruição da represa.

“Pedimos à comunidade internacional que condene as ações criminosas das autoridades ucranianas, que são cada vez mais desumanas e representam uma séria ameaça à segurança regional e global”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

De acordo com o governo ucraniano, a destruição é uma tentativa dos russos de “desacelerar” a ofensiva de seu exército. Na segunda-feira, a Ucrânia alegou ter ganhado terreno perto da cidade de Bakhmut, no leste do país, ao mesmo tempo em que minimizou a escala das “ações ofensivas” em outras partes da linha de frente. Por sua vez, a Rússia afirma que está repelindo esses ataques em larga escala, embora tenha reconhecido na terça-feira que 71 de seus soldados foram mortos nos últimos dias.

Impacto na contraofensiva ucraniana

As autoridades ucranianas afirmam estar preparando há meses uma grande contraofensiva para forçar a retirada das tropas russas. A destruição parcial da represa gera temores sobre as consequências para a usina nuclear de Zaporiyia, localizada 150 km rio acima, pois ela garante seu resfriamento. No entanto, “não há perigo nuclear imediato”, ressaltou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acrescentando que seus especialistas na instalação estão monitorando a situação.

Assim como a represa, a usina está localizada em uma área ocupada pelas forças russas desde sua invasão em fevereiro de 2022. O diretor da usina, Yuri Chernichuk, nomeado pelos ocupantes russos, disse que “no momento não há ameaças” à segurança da instalação.

Na cidade de Kherson, os moradores temem as consequências. “A inundação está bem diante de nossos olhos. Ninguém sabe o que pode acontecer daqui para frente. Um bom russo é um russo morto, não posso dizer mais nada”, disse Viktor, um morador, à AFP.

A destruição parcial da represa é “o maior desastre ambiental causado pelo homem na Europa em décadas”, disse Zelenski, acusando a Rússia de ser culpada de “ecocídio brutal”. “A Rússia será responsabilizada por esse crime de guerra que constitui a destruição de uma infraestrutura civil”, disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, denunciou o “ato ultrajante”.

A barragem de Kakhovka, construída na década de 1950 no auge da era soviética, tem valor estratégico, pois fornece água para o Canal da Crimeia do Norte, que se origina no sul da Ucrânia e atravessa toda a península da Crimeia, sob controle russo desde 2014. /AFP

A destruição parcial da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, pela qual Moscou e Kiev se culpam mutuamente, causou inundações em cerca de 20 localidades na terça-feira, 6, e forçou a retirada de 17 mil pessoas da região.

“Até o momento, 24 localidades na Ucrânia foram inundadas”, disse o ministro do Interior, Igor Klimenko, e mais de 17.000 civis tiveram que ser evacuados das áreas inundadas, de acordo com o procurador-geral.

A usina hidrelétrica da barragem, tomada pelos russos no início de sua ofensiva na Ucrânia há mais de um ano, também está “completamente destruída”, anunciou o chefe da operadora hidrelétrica ucraniana Ukrhydroenergo.

This handout SkySat image taken and released by Planet Labs PBC on June 6, 2023 shows waEsta imagem do SkySat, obtida e divulgada pelo Planet Labs PBC em 6 de junho de 2023, mostra a água fluindo pela barragem danificada da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia. A destruição parcial da principal represa controlada pela Rússia no sul da Ucrânia desencadeou uma torrente de água que inundou duas dúzias de vilarejos, forçando a evacuação em massa, provocando temores de um desastre humanitário próximo à linha de frente da guerra.  Foto: Planet Labs PBC / AFP

“Mais de 40.000 pessoas podem estar em áreas inundadas. As autoridades ucranianas evacuaram mais de 17.000 pessoas. Infelizmente, mais de 25.000 civis estão no território sob controle russo”, disse o promotor ucraniano Andrii Kostin no Twitter.

Um alto funcionário instalado pelos russos na parte da região de Kherson que está o seu controle anunciou a evacuação de cerca de 900 pessoas das áreas ocupadas próximas ao rio Dnipro. Após a destruição, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira, atendendo a uma solicitação da Rússia e da Ucrânia, de acordo com fontes diplomáticas.

Troca de acusações

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski acusou a Rússia de “explodir” a represa depois de colocar minas. A Rússia está “explodindo” a barragem depois de colocar minas. “É basicamente impossível [explodi-la] de uma forma ou de outra a partir do exterior, com bombardeios”, como alega Moscou, acrescentou Zelenski, especificando que a explosão ocorreu na madrugada da terça-feira.

“O mundo deve reagir”, disse Zelenski, que afirmou ao enviado especial do Papa Francisco em Kiev que um cessar-fogo na Ucrânia “não levará à paz”. Pouco depois, a Rússia respondeu pedindo a “condenação” da Ucrânia pela destruição da represa.

“Pedimos à comunidade internacional que condene as ações criminosas das autoridades ucranianas, que são cada vez mais desumanas e representam uma séria ameaça à segurança regional e global”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

De acordo com o governo ucraniano, a destruição é uma tentativa dos russos de “desacelerar” a ofensiva de seu exército. Na segunda-feira, a Ucrânia alegou ter ganhado terreno perto da cidade de Bakhmut, no leste do país, ao mesmo tempo em que minimizou a escala das “ações ofensivas” em outras partes da linha de frente. Por sua vez, a Rússia afirma que está repelindo esses ataques em larga escala, embora tenha reconhecido na terça-feira que 71 de seus soldados foram mortos nos últimos dias.

Impacto na contraofensiva ucraniana

As autoridades ucranianas afirmam estar preparando há meses uma grande contraofensiva para forçar a retirada das tropas russas. A destruição parcial da represa gera temores sobre as consequências para a usina nuclear de Zaporiyia, localizada 150 km rio acima, pois ela garante seu resfriamento. No entanto, “não há perigo nuclear imediato”, ressaltou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acrescentando que seus especialistas na instalação estão monitorando a situação.

Assim como a represa, a usina está localizada em uma área ocupada pelas forças russas desde sua invasão em fevereiro de 2022. O diretor da usina, Yuri Chernichuk, nomeado pelos ocupantes russos, disse que “no momento não há ameaças” à segurança da instalação.

Na cidade de Kherson, os moradores temem as consequências. “A inundação está bem diante de nossos olhos. Ninguém sabe o que pode acontecer daqui para frente. Um bom russo é um russo morto, não posso dizer mais nada”, disse Viktor, um morador, à AFP.

A destruição parcial da represa é “o maior desastre ambiental causado pelo homem na Europa em décadas”, disse Zelenski, acusando a Rússia de ser culpada de “ecocídio brutal”. “A Rússia será responsabilizada por esse crime de guerra que constitui a destruição de uma infraestrutura civil”, disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, denunciou o “ato ultrajante”.

A barragem de Kakhovka, construída na década de 1950 no auge da era soviética, tem valor estratégico, pois fornece água para o Canal da Crimeia do Norte, que se origina no sul da Ucrânia e atravessa toda a península da Crimeia, sob controle russo desde 2014. /AFP

A destruição parcial da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, pela qual Moscou e Kiev se culpam mutuamente, causou inundações em cerca de 20 localidades na terça-feira, 6, e forçou a retirada de 17 mil pessoas da região.

“Até o momento, 24 localidades na Ucrânia foram inundadas”, disse o ministro do Interior, Igor Klimenko, e mais de 17.000 civis tiveram que ser evacuados das áreas inundadas, de acordo com o procurador-geral.

A usina hidrelétrica da barragem, tomada pelos russos no início de sua ofensiva na Ucrânia há mais de um ano, também está “completamente destruída”, anunciou o chefe da operadora hidrelétrica ucraniana Ukrhydroenergo.

This handout SkySat image taken and released by Planet Labs PBC on June 6, 2023 shows waEsta imagem do SkySat, obtida e divulgada pelo Planet Labs PBC em 6 de junho de 2023, mostra a água fluindo pela barragem danificada da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia. A destruição parcial da principal represa controlada pela Rússia no sul da Ucrânia desencadeou uma torrente de água que inundou duas dúzias de vilarejos, forçando a evacuação em massa, provocando temores de um desastre humanitário próximo à linha de frente da guerra.  Foto: Planet Labs PBC / AFP

“Mais de 40.000 pessoas podem estar em áreas inundadas. As autoridades ucranianas evacuaram mais de 17.000 pessoas. Infelizmente, mais de 25.000 civis estão no território sob controle russo”, disse o promotor ucraniano Andrii Kostin no Twitter.

Um alto funcionário instalado pelos russos na parte da região de Kherson que está o seu controle anunciou a evacuação de cerca de 900 pessoas das áreas ocupadas próximas ao rio Dnipro. Após a destruição, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira, atendendo a uma solicitação da Rússia e da Ucrânia, de acordo com fontes diplomáticas.

Troca de acusações

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski acusou a Rússia de “explodir” a represa depois de colocar minas. A Rússia está “explodindo” a barragem depois de colocar minas. “É basicamente impossível [explodi-la] de uma forma ou de outra a partir do exterior, com bombardeios”, como alega Moscou, acrescentou Zelenski, especificando que a explosão ocorreu na madrugada da terça-feira.

“O mundo deve reagir”, disse Zelenski, que afirmou ao enviado especial do Papa Francisco em Kiev que um cessar-fogo na Ucrânia “não levará à paz”. Pouco depois, a Rússia respondeu pedindo a “condenação” da Ucrânia pela destruição da represa.

“Pedimos à comunidade internacional que condene as ações criminosas das autoridades ucranianas, que são cada vez mais desumanas e representam uma séria ameaça à segurança regional e global”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

De acordo com o governo ucraniano, a destruição é uma tentativa dos russos de “desacelerar” a ofensiva de seu exército. Na segunda-feira, a Ucrânia alegou ter ganhado terreno perto da cidade de Bakhmut, no leste do país, ao mesmo tempo em que minimizou a escala das “ações ofensivas” em outras partes da linha de frente. Por sua vez, a Rússia afirma que está repelindo esses ataques em larga escala, embora tenha reconhecido na terça-feira que 71 de seus soldados foram mortos nos últimos dias.

Impacto na contraofensiva ucraniana

As autoridades ucranianas afirmam estar preparando há meses uma grande contraofensiva para forçar a retirada das tropas russas. A destruição parcial da represa gera temores sobre as consequências para a usina nuclear de Zaporiyia, localizada 150 km rio acima, pois ela garante seu resfriamento. No entanto, “não há perigo nuclear imediato”, ressaltou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acrescentando que seus especialistas na instalação estão monitorando a situação.

Assim como a represa, a usina está localizada em uma área ocupada pelas forças russas desde sua invasão em fevereiro de 2022. O diretor da usina, Yuri Chernichuk, nomeado pelos ocupantes russos, disse que “no momento não há ameaças” à segurança da instalação.

Na cidade de Kherson, os moradores temem as consequências. “A inundação está bem diante de nossos olhos. Ninguém sabe o que pode acontecer daqui para frente. Um bom russo é um russo morto, não posso dizer mais nada”, disse Viktor, um morador, à AFP.

A destruição parcial da represa é “o maior desastre ambiental causado pelo homem na Europa em décadas”, disse Zelenski, acusando a Rússia de ser culpada de “ecocídio brutal”. “A Rússia será responsabilizada por esse crime de guerra que constitui a destruição de uma infraestrutura civil”, disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, denunciou o “ato ultrajante”.

A barragem de Kakhovka, construída na década de 1950 no auge da era soviética, tem valor estratégico, pois fornece água para o Canal da Crimeia do Norte, que se origina no sul da Ucrânia e atravessa toda a península da Crimeia, sob controle russo desde 2014. /AFP

A destruição parcial da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia, pela qual Moscou e Kiev se culpam mutuamente, causou inundações em cerca de 20 localidades na terça-feira, 6, e forçou a retirada de 17 mil pessoas da região.

“Até o momento, 24 localidades na Ucrânia foram inundadas”, disse o ministro do Interior, Igor Klimenko, e mais de 17.000 civis tiveram que ser evacuados das áreas inundadas, de acordo com o procurador-geral.

A usina hidrelétrica da barragem, tomada pelos russos no início de sua ofensiva na Ucrânia há mais de um ano, também está “completamente destruída”, anunciou o chefe da operadora hidrelétrica ucraniana Ukrhydroenergo.

This handout SkySat image taken and released by Planet Labs PBC on June 6, 2023 shows waEsta imagem do SkySat, obtida e divulgada pelo Planet Labs PBC em 6 de junho de 2023, mostra a água fluindo pela barragem danificada da represa de Kakhovka, no sul da Ucrânia. A destruição parcial da principal represa controlada pela Rússia no sul da Ucrânia desencadeou uma torrente de água que inundou duas dúzias de vilarejos, forçando a evacuação em massa, provocando temores de um desastre humanitário próximo à linha de frente da guerra.  Foto: Planet Labs PBC / AFP

“Mais de 40.000 pessoas podem estar em áreas inundadas. As autoridades ucranianas evacuaram mais de 17.000 pessoas. Infelizmente, mais de 25.000 civis estão no território sob controle russo”, disse o promotor ucraniano Andrii Kostin no Twitter.

Um alto funcionário instalado pelos russos na parte da região de Kherson que está o seu controle anunciou a evacuação de cerca de 900 pessoas das áreas ocupadas próximas ao rio Dnipro. Após a destruição, o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência nesta terça-feira, atendendo a uma solicitação da Rússia e da Ucrânia, de acordo com fontes diplomáticas.

Troca de acusações

O presidente ucraniano Volodimir Zelenski acusou a Rússia de “explodir” a represa depois de colocar minas. A Rússia está “explodindo” a barragem depois de colocar minas. “É basicamente impossível [explodi-la] de uma forma ou de outra a partir do exterior, com bombardeios”, como alega Moscou, acrescentou Zelenski, especificando que a explosão ocorreu na madrugada da terça-feira.

“O mundo deve reagir”, disse Zelenski, que afirmou ao enviado especial do Papa Francisco em Kiev que um cessar-fogo na Ucrânia “não levará à paz”. Pouco depois, a Rússia respondeu pedindo a “condenação” da Ucrânia pela destruição da represa.

“Pedimos à comunidade internacional que condene as ações criminosas das autoridades ucranianas, que são cada vez mais desumanas e representam uma séria ameaça à segurança regional e global”, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado.

De acordo com o governo ucraniano, a destruição é uma tentativa dos russos de “desacelerar” a ofensiva de seu exército. Na segunda-feira, a Ucrânia alegou ter ganhado terreno perto da cidade de Bakhmut, no leste do país, ao mesmo tempo em que minimizou a escala das “ações ofensivas” em outras partes da linha de frente. Por sua vez, a Rússia afirma que está repelindo esses ataques em larga escala, embora tenha reconhecido na terça-feira que 71 de seus soldados foram mortos nos últimos dias.

Impacto na contraofensiva ucraniana

As autoridades ucranianas afirmam estar preparando há meses uma grande contraofensiva para forçar a retirada das tropas russas. A destruição parcial da represa gera temores sobre as consequências para a usina nuclear de Zaporiyia, localizada 150 km rio acima, pois ela garante seu resfriamento. No entanto, “não há perigo nuclear imediato”, ressaltou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), acrescentando que seus especialistas na instalação estão monitorando a situação.

Assim como a represa, a usina está localizada em uma área ocupada pelas forças russas desde sua invasão em fevereiro de 2022. O diretor da usina, Yuri Chernichuk, nomeado pelos ocupantes russos, disse que “no momento não há ameaças” à segurança da instalação.

Na cidade de Kherson, os moradores temem as consequências. “A inundação está bem diante de nossos olhos. Ninguém sabe o que pode acontecer daqui para frente. Um bom russo é um russo morto, não posso dizer mais nada”, disse Viktor, um morador, à AFP.

A destruição parcial da represa é “o maior desastre ambiental causado pelo homem na Europa em décadas”, disse Zelenski, acusando a Rússia de ser culpada de “ecocídio brutal”. “A Rússia será responsabilizada por esse crime de guerra que constitui a destruição de uma infraestrutura civil”, disse o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, enquanto o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, denunciou o “ato ultrajante”.

A barragem de Kakhovka, construída na década de 1950 no auge da era soviética, tem valor estratégico, pois fornece água para o Canal da Crimeia do Norte, que se origina no sul da Ucrânia e atravessa toda a península da Crimeia, sob controle russo desde 2014. /AFP

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.