Explosão deixa centenas de mortos em hospital na Faixa de Gaza


Israel diz que explosão foi causada por míssil da Jihad Islâmica e Hamas culpa israelenses; Jordânia cancela reunião com Biden e encontro na ONU é adiado

Por Redação
Atualização:

GAZA - O hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, que abrigava milhares de civis no fogo cruzado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, foi alvo de uma explosão nesta terça-feira, 17, que deixou centenas de mortos e um número ainda desconhecido de pessoas sob os escombros.

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A explosão, que ocorre em meio à piora da situação humanitária na Faixa de Gaza, afetou o esforço diplomático para amenizar a tensão na região. A visita do presidente Joe Biden à Jordânia foi cancelada e a ONU adiou uma discussão do Conselho de Segurança sobre a crise.

Após o episódio, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África, como Túnis, Amã, Ancara, Líbano e Ramallah, em protesto contra as mortes, que atribuíram a Israel. Na maioria dessas cidades, a multidão se reuniu diante das embaixadas de Israel e dos Estados Unidos.

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Troca de acusações

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pela ala política do grupo terrorista Hamas, responsabilizou o governo de Israel, nesta terça-feira, 17, pelo episódio e disse que o há ao menos 500 mortos em um hospital da Faixa de Gaza, mas o número exato de vítimas ainda não está claro. “O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força”, afirmou o Ministério da Saúde em Gaza, em comunicado.

O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, lançou mísseis acidentalmente contra o local. “Uma análise do sistema operacional do Exército indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza e passou perto do hospital, que foi atingido”, disse o Exército israelense em nota.

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Crianças feridas são atendidas após explosão em hospital de Gaza 

A Jihad Islâmica negou a acusação de Israel. “Não houve operações nessa área”, disse o porta-voz do grupo Daoud Shebab ao New York Times. No passado, foguetes disparados por radicais palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Nenhuma das versões pode ser verificada até agora.

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Repercussões do bombardeio

No começo desta noite, o presidente americano Joe Biden embarcou para Israel, mas o seu encontro com o rei Abdullah II da Jordânia e os presidentes do Egito Abdel Fatah Al-Sisi e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas para discutir a crise em Gaza foi cancelado. A reunião do democrata como primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu está mantida.

Em paralelo, um encontro do Conselho de Segurança sobre a crise no Oriente Médio foi adiado para amanhã a pedido da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos. Com isso, a reunião que estava prevista para esta noite para discutir uma resolução patrocinada pelo Brasil sobre o conflito e vinha sendo negociada desde ontem nos bastidores foi adiada.

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No Líbano, o grupo xiita libanês Hezbollah responsabilizou Israel e prometeu “um dia de fúria” na quarta-feira, dia da visita de Biden a Israel, em protesto.

Parte dos feridos no bombardeio no jospital de Al-Ahli foi transferida para o hospital de Shifa, ao sul de Gaza  Foto: Mohammed Al-Masri/Reuters

No começo da noite, Biden transmitiu suas mais profundas condolências às famílias das vítimas e desejou a pronta recuperação dos feridos, segundo a Casa Branca. O líder americano não se manifestou sobre a autoria da explosão. Em sequência, ele discutiu o bombardeio com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

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Fogo e vidros quebrados

Fotos e vídeos Hospital al-Ahli divulgados por agências de notícias independentes, como a AFP, a AP e a Reuters mostraram fogo consumindo os corredores do hospital, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área.

Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, rival do Hamas, declarou três dias de luto após o bombardeio.

No total, segundo autoridades do Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 2,8 mil pessoas foram mortas e outras 10 mil ficaram feridas nos ataques israelenses. Os atentados terroristas do dia 7 já deixaram mais de 1,4 mil mortos em Israel.

Criança palestina ferida em bombardeio a hospital na Faixa de Gaza  

Submetida a um cerco por Israel desde os atentados do Hamas, a população de Gaza tem poucas reservas de água, comida e combustível. Milhares de pessoas tentam fugir do norte do enclave, alvo de uma possível invasão israelense, em direção ao sul, na fronteira com o Egito.

Os prejuízos para a população civil são cada vez maiores. Na manhã desta terça-feira, equipes de resgate lutavam para libertar cerca de 1,2 mil pessoas presas sob os escombros. Em alguns mercados da cidade de Gaza, já era possível testemunhar brigas por causa de pães.

Com o aprofundamento da crise humanitária, aumentou a pressão para fornecer imediatamente segurança e ajuda aos dois milhões de residentes de Gaza. No entanto, os esforços diplomáticos liderados pelos EUA produziram até agora poucos resultados. Dias de esforços para fazer passar a ajuda através da fronteira do Egipto com Gaza não deram frutos.

Parentes de vítimas de ataque aéreo a hospital choram na cidade de Gaza Foto: DAWOOD NEMER / AFP

Na manhã de terça-feira, os Estados Unidos expressaram novamente a esperança de estar perto de um acordo de ajuda e do estabelecimento de zonas seguras no sul de Gaza, para onde as Nações Unidas disseram que 600 mil palestinos fugiram depois que Israel os advertiu para deixar o norte. Mas as forças israelenses continuaram a lançar ataques aéreos no sul de Gaza

O Ministério do Interior de Gaza disse que pelo menos 72 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques a edifícios residenciais nas cidades de Khan Younis e Rafah. Os militares israelenses disseram na manhã de terça-feira que haviam atingido alvos do Hamas./AFP, NYT e AP.

GAZA - O hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, que abrigava milhares de civis no fogo cruzado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, foi alvo de uma explosão nesta terça-feira, 17, que deixou centenas de mortos e um número ainda desconhecido de pessoas sob os escombros.

A explosão, que ocorre em meio à piora da situação humanitária na Faixa de Gaza, afetou o esforço diplomático para amenizar a tensão na região. A visita do presidente Joe Biden à Jordânia foi cancelada e a ONU adiou uma discussão do Conselho de Segurança sobre a crise.

Após o episódio, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África, como Túnis, Amã, Ancara, Líbano e Ramallah, em protesto contra as mortes, que atribuíram a Israel. Na maioria dessas cidades, a multidão se reuniu diante das embaixadas de Israel e dos Estados Unidos.

Troca de acusações

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pela ala política do grupo terrorista Hamas, responsabilizou o governo de Israel, nesta terça-feira, 17, pelo episódio e disse que o há ao menos 500 mortos em um hospital da Faixa de Gaza, mas o número exato de vítimas ainda não está claro. “O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força”, afirmou o Ministério da Saúde em Gaza, em comunicado.

O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, lançou mísseis acidentalmente contra o local. “Uma análise do sistema operacional do Exército indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza e passou perto do hospital, que foi atingido”, disse o Exército israelense em nota.

Crianças feridas são atendidas após explosão em hospital de Gaza 

A Jihad Islâmica negou a acusação de Israel. “Não houve operações nessa área”, disse o porta-voz do grupo Daoud Shebab ao New York Times. No passado, foguetes disparados por radicais palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Nenhuma das versões pode ser verificada até agora.

Repercussões do bombardeio

No começo desta noite, o presidente americano Joe Biden embarcou para Israel, mas o seu encontro com o rei Abdullah II da Jordânia e os presidentes do Egito Abdel Fatah Al-Sisi e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas para discutir a crise em Gaza foi cancelado. A reunião do democrata como primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu está mantida.

Em paralelo, um encontro do Conselho de Segurança sobre a crise no Oriente Médio foi adiado para amanhã a pedido da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos. Com isso, a reunião que estava prevista para esta noite para discutir uma resolução patrocinada pelo Brasil sobre o conflito e vinha sendo negociada desde ontem nos bastidores foi adiada.

No Líbano, o grupo xiita libanês Hezbollah responsabilizou Israel e prometeu “um dia de fúria” na quarta-feira, dia da visita de Biden a Israel, em protesto.

Parte dos feridos no bombardeio no jospital de Al-Ahli foi transferida para o hospital de Shifa, ao sul de Gaza  Foto: Mohammed Al-Masri/Reuters

No começo da noite, Biden transmitiu suas mais profundas condolências às famílias das vítimas e desejou a pronta recuperação dos feridos, segundo a Casa Branca. O líder americano não se manifestou sobre a autoria da explosão. Em sequência, ele discutiu o bombardeio com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Fogo e vidros quebrados

Fotos e vídeos Hospital al-Ahli divulgados por agências de notícias independentes, como a AFP, a AP e a Reuters mostraram fogo consumindo os corredores do hospital, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área.

Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, rival do Hamas, declarou três dias de luto após o bombardeio.

No total, segundo autoridades do Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 2,8 mil pessoas foram mortas e outras 10 mil ficaram feridas nos ataques israelenses. Os atentados terroristas do dia 7 já deixaram mais de 1,4 mil mortos em Israel.

Criança palestina ferida em bombardeio a hospital na Faixa de Gaza  

Submetida a um cerco por Israel desde os atentados do Hamas, a população de Gaza tem poucas reservas de água, comida e combustível. Milhares de pessoas tentam fugir do norte do enclave, alvo de uma possível invasão israelense, em direção ao sul, na fronteira com o Egito.

Os prejuízos para a população civil são cada vez maiores. Na manhã desta terça-feira, equipes de resgate lutavam para libertar cerca de 1,2 mil pessoas presas sob os escombros. Em alguns mercados da cidade de Gaza, já era possível testemunhar brigas por causa de pães.

Com o aprofundamento da crise humanitária, aumentou a pressão para fornecer imediatamente segurança e ajuda aos dois milhões de residentes de Gaza. No entanto, os esforços diplomáticos liderados pelos EUA produziram até agora poucos resultados. Dias de esforços para fazer passar a ajuda através da fronteira do Egipto com Gaza não deram frutos.

Parentes de vítimas de ataque aéreo a hospital choram na cidade de Gaza Foto: DAWOOD NEMER / AFP

Na manhã de terça-feira, os Estados Unidos expressaram novamente a esperança de estar perto de um acordo de ajuda e do estabelecimento de zonas seguras no sul de Gaza, para onde as Nações Unidas disseram que 600 mil palestinos fugiram depois que Israel os advertiu para deixar o norte. Mas as forças israelenses continuaram a lançar ataques aéreos no sul de Gaza

O Ministério do Interior de Gaza disse que pelo menos 72 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques a edifícios residenciais nas cidades de Khan Younis e Rafah. Os militares israelenses disseram na manhã de terça-feira que haviam atingido alvos do Hamas./AFP, NYT e AP.

GAZA - O hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, que abrigava milhares de civis no fogo cruzado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, foi alvo de uma explosão nesta terça-feira, 17, que deixou centenas de mortos e um número ainda desconhecido de pessoas sob os escombros.

A explosão, que ocorre em meio à piora da situação humanitária na Faixa de Gaza, afetou o esforço diplomático para amenizar a tensão na região. A visita do presidente Joe Biden à Jordânia foi cancelada e a ONU adiou uma discussão do Conselho de Segurança sobre a crise.

Após o episódio, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África, como Túnis, Amã, Ancara, Líbano e Ramallah, em protesto contra as mortes, que atribuíram a Israel. Na maioria dessas cidades, a multidão se reuniu diante das embaixadas de Israel e dos Estados Unidos.

Troca de acusações

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pela ala política do grupo terrorista Hamas, responsabilizou o governo de Israel, nesta terça-feira, 17, pelo episódio e disse que o há ao menos 500 mortos em um hospital da Faixa de Gaza, mas o número exato de vítimas ainda não está claro. “O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força”, afirmou o Ministério da Saúde em Gaza, em comunicado.

O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, lançou mísseis acidentalmente contra o local. “Uma análise do sistema operacional do Exército indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza e passou perto do hospital, que foi atingido”, disse o Exército israelense em nota.

Crianças feridas são atendidas após explosão em hospital de Gaza 

A Jihad Islâmica negou a acusação de Israel. “Não houve operações nessa área”, disse o porta-voz do grupo Daoud Shebab ao New York Times. No passado, foguetes disparados por radicais palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Nenhuma das versões pode ser verificada até agora.

Repercussões do bombardeio

No começo desta noite, o presidente americano Joe Biden embarcou para Israel, mas o seu encontro com o rei Abdullah II da Jordânia e os presidentes do Egito Abdel Fatah Al-Sisi e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas para discutir a crise em Gaza foi cancelado. A reunião do democrata como primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu está mantida.

Em paralelo, um encontro do Conselho de Segurança sobre a crise no Oriente Médio foi adiado para amanhã a pedido da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos. Com isso, a reunião que estava prevista para esta noite para discutir uma resolução patrocinada pelo Brasil sobre o conflito e vinha sendo negociada desde ontem nos bastidores foi adiada.

No Líbano, o grupo xiita libanês Hezbollah responsabilizou Israel e prometeu “um dia de fúria” na quarta-feira, dia da visita de Biden a Israel, em protesto.

Parte dos feridos no bombardeio no jospital de Al-Ahli foi transferida para o hospital de Shifa, ao sul de Gaza  Foto: Mohammed Al-Masri/Reuters

No começo da noite, Biden transmitiu suas mais profundas condolências às famílias das vítimas e desejou a pronta recuperação dos feridos, segundo a Casa Branca. O líder americano não se manifestou sobre a autoria da explosão. Em sequência, ele discutiu o bombardeio com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Fogo e vidros quebrados

Fotos e vídeos Hospital al-Ahli divulgados por agências de notícias independentes, como a AFP, a AP e a Reuters mostraram fogo consumindo os corredores do hospital, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área.

Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, rival do Hamas, declarou três dias de luto após o bombardeio.

No total, segundo autoridades do Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 2,8 mil pessoas foram mortas e outras 10 mil ficaram feridas nos ataques israelenses. Os atentados terroristas do dia 7 já deixaram mais de 1,4 mil mortos em Israel.

Criança palestina ferida em bombardeio a hospital na Faixa de Gaza  

Submetida a um cerco por Israel desde os atentados do Hamas, a população de Gaza tem poucas reservas de água, comida e combustível. Milhares de pessoas tentam fugir do norte do enclave, alvo de uma possível invasão israelense, em direção ao sul, na fronteira com o Egito.

Os prejuízos para a população civil são cada vez maiores. Na manhã desta terça-feira, equipes de resgate lutavam para libertar cerca de 1,2 mil pessoas presas sob os escombros. Em alguns mercados da cidade de Gaza, já era possível testemunhar brigas por causa de pães.

Com o aprofundamento da crise humanitária, aumentou a pressão para fornecer imediatamente segurança e ajuda aos dois milhões de residentes de Gaza. No entanto, os esforços diplomáticos liderados pelos EUA produziram até agora poucos resultados. Dias de esforços para fazer passar a ajuda através da fronteira do Egipto com Gaza não deram frutos.

Parentes de vítimas de ataque aéreo a hospital choram na cidade de Gaza Foto: DAWOOD NEMER / AFP

Na manhã de terça-feira, os Estados Unidos expressaram novamente a esperança de estar perto de um acordo de ajuda e do estabelecimento de zonas seguras no sul de Gaza, para onde as Nações Unidas disseram que 600 mil palestinos fugiram depois que Israel os advertiu para deixar o norte. Mas as forças israelenses continuaram a lançar ataques aéreos no sul de Gaza

O Ministério do Interior de Gaza disse que pelo menos 72 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques a edifícios residenciais nas cidades de Khan Younis e Rafah. Os militares israelenses disseram na manhã de terça-feira que haviam atingido alvos do Hamas./AFP, NYT e AP.

GAZA - O hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, que abrigava milhares de civis no fogo cruzado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, foi alvo de uma explosão nesta terça-feira, 17, que deixou centenas de mortos e um número ainda desconhecido de pessoas sob os escombros.

A explosão, que ocorre em meio à piora da situação humanitária na Faixa de Gaza, afetou o esforço diplomático para amenizar a tensão na região. A visita do presidente Joe Biden à Jordânia foi cancelada e a ONU adiou uma discussão do Conselho de Segurança sobre a crise.

Após o episódio, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África, como Túnis, Amã, Ancara, Líbano e Ramallah, em protesto contra as mortes, que atribuíram a Israel. Na maioria dessas cidades, a multidão se reuniu diante das embaixadas de Israel e dos Estados Unidos.

Troca de acusações

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pela ala política do grupo terrorista Hamas, responsabilizou o governo de Israel, nesta terça-feira, 17, pelo episódio e disse que o há ao menos 500 mortos em um hospital da Faixa de Gaza, mas o número exato de vítimas ainda não está claro. “O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força”, afirmou o Ministério da Saúde em Gaza, em comunicado.

O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, lançou mísseis acidentalmente contra o local. “Uma análise do sistema operacional do Exército indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza e passou perto do hospital, que foi atingido”, disse o Exército israelense em nota.

Crianças feridas são atendidas após explosão em hospital de Gaza 

A Jihad Islâmica negou a acusação de Israel. “Não houve operações nessa área”, disse o porta-voz do grupo Daoud Shebab ao New York Times. No passado, foguetes disparados por radicais palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Nenhuma das versões pode ser verificada até agora.

Repercussões do bombardeio

No começo desta noite, o presidente americano Joe Biden embarcou para Israel, mas o seu encontro com o rei Abdullah II da Jordânia e os presidentes do Egito Abdel Fatah Al-Sisi e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas para discutir a crise em Gaza foi cancelado. A reunião do democrata como primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu está mantida.

Em paralelo, um encontro do Conselho de Segurança sobre a crise no Oriente Médio foi adiado para amanhã a pedido da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos. Com isso, a reunião que estava prevista para esta noite para discutir uma resolução patrocinada pelo Brasil sobre o conflito e vinha sendo negociada desde ontem nos bastidores foi adiada.

No Líbano, o grupo xiita libanês Hezbollah responsabilizou Israel e prometeu “um dia de fúria” na quarta-feira, dia da visita de Biden a Israel, em protesto.

Parte dos feridos no bombardeio no jospital de Al-Ahli foi transferida para o hospital de Shifa, ao sul de Gaza  Foto: Mohammed Al-Masri/Reuters

No começo da noite, Biden transmitiu suas mais profundas condolências às famílias das vítimas e desejou a pronta recuperação dos feridos, segundo a Casa Branca. O líder americano não se manifestou sobre a autoria da explosão. Em sequência, ele discutiu o bombardeio com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu.

Fogo e vidros quebrados

Fotos e vídeos Hospital al-Ahli divulgados por agências de notícias independentes, como a AFP, a AP e a Reuters mostraram fogo consumindo os corredores do hospital, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área.

Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, rival do Hamas, declarou três dias de luto após o bombardeio.

No total, segundo autoridades do Hamas na Faixa de Gaza, pelo menos 2,8 mil pessoas foram mortas e outras 10 mil ficaram feridas nos ataques israelenses. Os atentados terroristas do dia 7 já deixaram mais de 1,4 mil mortos em Israel.

Criança palestina ferida em bombardeio a hospital na Faixa de Gaza  

Submetida a um cerco por Israel desde os atentados do Hamas, a população de Gaza tem poucas reservas de água, comida e combustível. Milhares de pessoas tentam fugir do norte do enclave, alvo de uma possível invasão israelense, em direção ao sul, na fronteira com o Egito.

Os prejuízos para a população civil são cada vez maiores. Na manhã desta terça-feira, equipes de resgate lutavam para libertar cerca de 1,2 mil pessoas presas sob os escombros. Em alguns mercados da cidade de Gaza, já era possível testemunhar brigas por causa de pães.

Com o aprofundamento da crise humanitária, aumentou a pressão para fornecer imediatamente segurança e ajuda aos dois milhões de residentes de Gaza. No entanto, os esforços diplomáticos liderados pelos EUA produziram até agora poucos resultados. Dias de esforços para fazer passar a ajuda através da fronteira do Egipto com Gaza não deram frutos.

Parentes de vítimas de ataque aéreo a hospital choram na cidade de Gaza Foto: DAWOOD NEMER / AFP

Na manhã de terça-feira, os Estados Unidos expressaram novamente a esperança de estar perto de um acordo de ajuda e do estabelecimento de zonas seguras no sul de Gaza, para onde as Nações Unidas disseram que 600 mil palestinos fugiram depois que Israel os advertiu para deixar o norte. Mas as forças israelenses continuaram a lançar ataques aéreos no sul de Gaza

O Ministério do Interior de Gaza disse que pelo menos 72 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques a edifícios residenciais nas cidades de Khan Younis e Rafah. Os militares israelenses disseram na manhã de terça-feira que haviam atingido alvos do Hamas./AFP, NYT e AP.

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