Um carro conduzido por Daria Dugina, filha do ideólogo Alexander Dugin - aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin - foi alvo de uma explosão na noite de sábado, 20, perto de Moscou, segundo meios de comunicação russos, ucranianos e italianos. Daria, de 29 anos, morreu no local.
A morte foi causada por uma bomba plantada no veículo dirigido por Daria, de acordo com informações do Comitê de Investigação Russo, que abriu uma investigação criminal por homicídio.
A explosão ocorreu no bairro de Velyki Vyazomi, informou a agência Ansa, citando a agência russa Tass. A filha de Alexander Dugin era jornalista e cientista política.
No momento da explosão, ela dirigia perto da cidade de Bolshie Viaziomy, a cerca de 40 km de Moscou. Estava dirigindo um Toyota Land Cruiser, segundo o comunicado.
Ainda de acordo com a imprensa russa, pessoas próximas à família afirmaram que o alvo do suposto atentado seria o guru de Putin, pois a jovem teria pego emprestado o carro do pai na última hora.
Dugin é apontado como um dos ideólogos da Guerra na Ucrânia. Segundo a imprensa ucraniana, ele e a filha participaram de uma palestra em Moscou, mas deixaram o local do evento em carros separados. Muito próximo de Putin, o filósofo tem tendências nacionalistas e extremistas.
O líder da autoproclamada república popular de Donetsk, Denis Pushilin, acusou diretamente o governo de Kiev de ser responsável pelo suposto atentado.
“Na tentativa de eliminar Alexander Dugin, os terroristas do regime ucraniano mataram sua filha”, escreveu no Telegram.
O senador russo Andréi Klishas classificou a explosão como um “ataque inimigo” e exigiu levar à justiça os autores do atentado.
Da mesma forma, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, María Zajárova, escreveu no Telegram que “se o rastro ucraniano for confirmado (...) e isso terá que ser verificado pelas autoridades competentes, estaremos falando de terrorismo de estado pelo regime de Kiev”, disse ela.
O filósofo Alexander Dugin, de 60 anos, considerado um dos ideólogos mais influentes na política de Kremlin nos últimos anos, está sob sanções dos Estados Unidos desde 2015 por “ações políticas que ameaçam a paz, a segurança, a estabilidade ou a soberania da integridade territorial da Ucrânia.”
Dugin, às vezes é chamado de ‘cérebro de Putin’. Nos últimos anos, a Ucrânia baniu vários de seus livros, notadamente ‘Ucrânia. Minha Guerra. Diário Geopolítico’ e ‘A Vingança Eurasiana da Rússia’.
Por sua vez, Daria estava em uma lista de cidadãos russos sancionados no Reino Unido desde julho por supostamente espalhar ‘desinformação sobre a Ucrânia’ na internet.
Em março deste ano, depois do início da “operação militar” russa na Ucrânia, a filha do ideólogo também foi sancionada pela União Europeia por seu trabalho como diretora em United World International (UWI), classificada por Washington como “um meio de desinformação”.
Até o momento, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque. / EFE e AFP