Explosão mata ao menos 50 prisioneiros ucranianos em prisão russa de cidade ocupada


Os dois lados se acusaram de cometer crime de guerra ao atacar prisão onde estavam prisioneiros que combateram na usina de Azovstal

Por Michael Schwirtz, Valerie Hopkins e Cora Engelbrecht
Atualização:

Para os russos, os combatentes ucranianos mantidos prisioneiros na Colônia Correcional nº 120 são um troféu. Para os ucranianos, eles são heróis de guerra. Por que qualquer um dos lados iria querer qualquer um deles morto é um mistério, mas essa é a questão que pairou sobre os combates na Ucrânia nesta sexta-feira, 29, após outro episódio mortal, com os dois lados se acusando de cometer um crime de guerra.

O que se sabe é que uma explosão atingiu um quartel do campo de prisioneiros na cidade ocupada pelos russos de Olenivka, no sudeste da Ucrânia, na manhã desta sexta-feira, matando pelo menos 50 combatentes capturados e mutilando dezenas de outros, segundo autoridades ucranianas e russas. Vídeos postados por blogueiros de guerra russos mostram beliches de metal retorcidos e os corpos carbonizados de seus antigos ocupantes.

O Ministério da Defesa da Rússia disse em um pronunciamento diário nesta sexta-feira que a Ucrânia usou um sistema avançado de foguetes fabricado nos EUA para atacar a prisão, com o objetivo de enviar um aviso de advertência aos soldados ucranianos que podem estar pensando em se render às forças russas.

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Imagem retirada de vídeo mostra cela onde havia prisioneiros destruída na prisão em Olenivka Foto: AP

Autoridades ucranianas chamaram essas acusações de absurdas, alegando que a Rússia causou a carnificina para encobrir as atrocidades que cometeram na prisão. “Os ocupantes russos estão perseguindo seus objetivos criminosos, acusando a Ucrânia de cometer crimes de guerra, enquanto escondem a tortura e o fuzilamento de prisioneiros”, disse o estado-maior ucraniano em comunicado.

O documento afirma que a Ucrânia usou o novo Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, ou Himars, exclusivamente para atacar alvos militares russos.

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As forças ucranianas empregaram com sucesso o sistema de foguetes fornecido pelo Ocidente para destruir depósitos de munição e centros de comando russos com alto grau de precisão. Os Himars dispararam centenas de foguetes guiados por satélite na Ucrânia, e não houve relatos de que eles tenham atingido alvos civis por engano.

As alegações de nenhum dos lados sobre a explosão na prisão puderam ser verificadas de forma independente. Mas a Rússia culpou regularmente seus próprios ataques a alvos civis na Ucrânia – incluindo um ataque em abril que matou 50 pessoas em uma estação de trem em Kramatorsk – afirmando sem evidências de que a Ucrânia está realizando as chamadas operações de bandeira falsa para incriminar a Rússia.

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Um alto oficial militar dos EUA, falando sobre as afirmações russas de um ataque do Himars à prisão, disse: “Não vimos nenhuma evidência para apoiar essas alegações”.

Os prisioneiros detidos no complexo de Olenivka não eram soldados quaisquer. Estima-se que 2,5 mil deles eram combatentes que atuaram na usina siderúrgica de Azovstal, na cidade de Mariupol. Sua batalha de 80 dias contra uma força russa muito superior a partir de bunkers sob a gigantesca fábrica tornou-se lendária na Ucrânia, com os rostos dos comandantes agora vistos em outdoors em todo o país.

Sua rendição em meados de maio marcou o fim de uma das batalhas mais brutais da guerra e deu à Rússia uma vitória significativa, além de uma moeda de troca. A Ucrânia e a Rússia já negociaram a troca de 144 dos combatentes mais gravemente feridos, e as negociações estavam em andamento para outra troca de prisioneiros.

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Parte da prisão em Olenivka destruída, em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia, leste da Ucrânia  Foto: AP

Autoridades russas não forneceram evidências conclusivas para apoiar suas alegações de que a Ucrânia atingiu a prisão. Um blogueiro de guerra próximo do Kremlin postou um vídeo de estilhaços de metal retorcidos que ele disse serem os restos de um foguete Himars. Nenhum guarda russo foi morto ou ferido na explosão, segundo autoridades russas.

As agências de inteligência da Ucrânia rapidamente opinaram. O serviço de inteligência doméstico, o SBU, publicou uma gravação de áudio na noite de sexta-feira do que a agência alegou serem dois combatentes separatistas apoiados pela Rússia discutindo a explosão por telefone. Na ligação, que não pôde ser verificada de forma independente, uma pessoa disse que não havia som de nenhum foguete antes da explosão e que as próprias forças russas provavelmente explodiram o quartel.

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Mykhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do presidente Volodmir Zelenski da Ucrânia, acusou a Rússia de realizar um “ataque cuidadosamente planejado” ao centro de detenção, observando que não havia alvos militares táticos na cidade de Olenivka. As forças russas transferiram soldados ucranianos para os quartéis apenas alguns dias antes do ataque de sexta-feira, disse ele.

“Os russos deliberadamente, cinicamente e intencionalmente assassinaram prisioneiros ucranianos em massa”, disse ele.

Em uma rara declaração conjunta publicada na noite de sexta-feira, os serviços de inteligência da Ucrânia, os militares e o ombudsman de direitos humanos chamaram o ataque de “assassinato organizado de prisioneiros ucranianos” e pediram às Nações Unidas e à Cruz Vermelha Internacional que viajem a Olenivka com autoridades ucranianas para investigar.

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Condições infernais

Prisioneiros que foram libertados da Colônia Correcional nº 120 descreveram condições infernais. Os guardas forneciam comida suficiente para os prisioneiros sobreviverem e espancavam regularmente. Pouco antes da chegada dos soldados do Azovstal em meados de maio, disseram dois ex-prisioneiros, o campo passou por uma mudança significativa. Os combatentes separatistas que antes montavam guarda foram substituídos por soldados da Rússia propriamente dita, e a bandeira rebelde dos separatistas foi retirada e substituída pela bandeira tricolor russa; as mudanças eram uma prova da importância dos novos prisioneiros.

Mas houve outra mudança significativa, de acordo com Dmitri Bodrov, de 32 anos, outro civil de Mariupol que foi detido no campo. Soldados russos começaram a se posicionar perto do quartel e disparar foguetes na direção das posições ucranianas, aparentemente tentando provocar as forças ucranianas a disparar contra o campo de prisioneiros.

“Por causa de toda aquela artilharia, tudo ao redor estava queimando”, disse Bodrov. Ele disse que, antes de sua libertação, em 4 de julho, as forças ucranianas nunca haviam atingido o território do campo.

Bodrov disse que a zona industrial do campo, onde ocorreu a explosão de sexta-feira, não havia sido usada anteriormente para abrigar prisioneiros. O general Kirilo Budanov, comandante do serviço de inteligência militar da Ucrânia, disse na sexta-feira que a construção do quartel naquela zona havia sido concluída dois dias antes e os prisioneiros se mudaram para lá pouco antes da explosão.

Como os combatentes Azov eram considerados prisioneiros de alto valor, não estava claro por que a Rússia iria querer matá-los. Em um comunicado, Budanov ofereceu uma explicação possível, dizendo que o ataque parecia ter sido realizado por mercenários russos agindo fora da cadeia regular de comando. O Ministério da Defesa russo, disse ele, parece ter sido pego de surpresa e forçado a justificar o ataque após o fato.

Na noite de sexta-feira, o governo russo indicou que não havia tristeza pela perda dos prisioneiros ucranianos. Em um post contundente no Twitter, a embaixada russa no Reino Unido disse que os combatentes do Regimento Azov, uma unidade que compunha uma grande porcentagem dos defensores do Azovstal, “merecem execução, mas a morte não por fuzilamento, mas por enforcamento, porque eles não são soldados de verdade. Eles merecem uma morte humilhante”.

Para os russos, os combatentes ucranianos mantidos prisioneiros na Colônia Correcional nº 120 são um troféu. Para os ucranianos, eles são heróis de guerra. Por que qualquer um dos lados iria querer qualquer um deles morto é um mistério, mas essa é a questão que pairou sobre os combates na Ucrânia nesta sexta-feira, 29, após outro episódio mortal, com os dois lados se acusando de cometer um crime de guerra.

O que se sabe é que uma explosão atingiu um quartel do campo de prisioneiros na cidade ocupada pelos russos de Olenivka, no sudeste da Ucrânia, na manhã desta sexta-feira, matando pelo menos 50 combatentes capturados e mutilando dezenas de outros, segundo autoridades ucranianas e russas. Vídeos postados por blogueiros de guerra russos mostram beliches de metal retorcidos e os corpos carbonizados de seus antigos ocupantes.

O Ministério da Defesa da Rússia disse em um pronunciamento diário nesta sexta-feira que a Ucrânia usou um sistema avançado de foguetes fabricado nos EUA para atacar a prisão, com o objetivo de enviar um aviso de advertência aos soldados ucranianos que podem estar pensando em se render às forças russas.

Imagem retirada de vídeo mostra cela onde havia prisioneiros destruída na prisão em Olenivka Foto: AP

Autoridades ucranianas chamaram essas acusações de absurdas, alegando que a Rússia causou a carnificina para encobrir as atrocidades que cometeram na prisão. “Os ocupantes russos estão perseguindo seus objetivos criminosos, acusando a Ucrânia de cometer crimes de guerra, enquanto escondem a tortura e o fuzilamento de prisioneiros”, disse o estado-maior ucraniano em comunicado.

O documento afirma que a Ucrânia usou o novo Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, ou Himars, exclusivamente para atacar alvos militares russos.

As forças ucranianas empregaram com sucesso o sistema de foguetes fornecido pelo Ocidente para destruir depósitos de munição e centros de comando russos com alto grau de precisão. Os Himars dispararam centenas de foguetes guiados por satélite na Ucrânia, e não houve relatos de que eles tenham atingido alvos civis por engano.

As alegações de nenhum dos lados sobre a explosão na prisão puderam ser verificadas de forma independente. Mas a Rússia culpou regularmente seus próprios ataques a alvos civis na Ucrânia – incluindo um ataque em abril que matou 50 pessoas em uma estação de trem em Kramatorsk – afirmando sem evidências de que a Ucrânia está realizando as chamadas operações de bandeira falsa para incriminar a Rússia.

Um alto oficial militar dos EUA, falando sobre as afirmações russas de um ataque do Himars à prisão, disse: “Não vimos nenhuma evidência para apoiar essas alegações”.

Os prisioneiros detidos no complexo de Olenivka não eram soldados quaisquer. Estima-se que 2,5 mil deles eram combatentes que atuaram na usina siderúrgica de Azovstal, na cidade de Mariupol. Sua batalha de 80 dias contra uma força russa muito superior a partir de bunkers sob a gigantesca fábrica tornou-se lendária na Ucrânia, com os rostos dos comandantes agora vistos em outdoors em todo o país.

Sua rendição em meados de maio marcou o fim de uma das batalhas mais brutais da guerra e deu à Rússia uma vitória significativa, além de uma moeda de troca. A Ucrânia e a Rússia já negociaram a troca de 144 dos combatentes mais gravemente feridos, e as negociações estavam em andamento para outra troca de prisioneiros.

Parte da prisão em Olenivka destruída, em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia, leste da Ucrânia  Foto: AP

Autoridades russas não forneceram evidências conclusivas para apoiar suas alegações de que a Ucrânia atingiu a prisão. Um blogueiro de guerra próximo do Kremlin postou um vídeo de estilhaços de metal retorcidos que ele disse serem os restos de um foguete Himars. Nenhum guarda russo foi morto ou ferido na explosão, segundo autoridades russas.

As agências de inteligência da Ucrânia rapidamente opinaram. O serviço de inteligência doméstico, o SBU, publicou uma gravação de áudio na noite de sexta-feira do que a agência alegou serem dois combatentes separatistas apoiados pela Rússia discutindo a explosão por telefone. Na ligação, que não pôde ser verificada de forma independente, uma pessoa disse que não havia som de nenhum foguete antes da explosão e que as próprias forças russas provavelmente explodiram o quartel.

Mykhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do presidente Volodmir Zelenski da Ucrânia, acusou a Rússia de realizar um “ataque cuidadosamente planejado” ao centro de detenção, observando que não havia alvos militares táticos na cidade de Olenivka. As forças russas transferiram soldados ucranianos para os quartéis apenas alguns dias antes do ataque de sexta-feira, disse ele.

“Os russos deliberadamente, cinicamente e intencionalmente assassinaram prisioneiros ucranianos em massa”, disse ele.

Em uma rara declaração conjunta publicada na noite de sexta-feira, os serviços de inteligência da Ucrânia, os militares e o ombudsman de direitos humanos chamaram o ataque de “assassinato organizado de prisioneiros ucranianos” e pediram às Nações Unidas e à Cruz Vermelha Internacional que viajem a Olenivka com autoridades ucranianas para investigar.

Condições infernais

Prisioneiros que foram libertados da Colônia Correcional nº 120 descreveram condições infernais. Os guardas forneciam comida suficiente para os prisioneiros sobreviverem e espancavam regularmente. Pouco antes da chegada dos soldados do Azovstal em meados de maio, disseram dois ex-prisioneiros, o campo passou por uma mudança significativa. Os combatentes separatistas que antes montavam guarda foram substituídos por soldados da Rússia propriamente dita, e a bandeira rebelde dos separatistas foi retirada e substituída pela bandeira tricolor russa; as mudanças eram uma prova da importância dos novos prisioneiros.

Mas houve outra mudança significativa, de acordo com Dmitri Bodrov, de 32 anos, outro civil de Mariupol que foi detido no campo. Soldados russos começaram a se posicionar perto do quartel e disparar foguetes na direção das posições ucranianas, aparentemente tentando provocar as forças ucranianas a disparar contra o campo de prisioneiros.

“Por causa de toda aquela artilharia, tudo ao redor estava queimando”, disse Bodrov. Ele disse que, antes de sua libertação, em 4 de julho, as forças ucranianas nunca haviam atingido o território do campo.

Bodrov disse que a zona industrial do campo, onde ocorreu a explosão de sexta-feira, não havia sido usada anteriormente para abrigar prisioneiros. O general Kirilo Budanov, comandante do serviço de inteligência militar da Ucrânia, disse na sexta-feira que a construção do quartel naquela zona havia sido concluída dois dias antes e os prisioneiros se mudaram para lá pouco antes da explosão.

Como os combatentes Azov eram considerados prisioneiros de alto valor, não estava claro por que a Rússia iria querer matá-los. Em um comunicado, Budanov ofereceu uma explicação possível, dizendo que o ataque parecia ter sido realizado por mercenários russos agindo fora da cadeia regular de comando. O Ministério da Defesa russo, disse ele, parece ter sido pego de surpresa e forçado a justificar o ataque após o fato.

Na noite de sexta-feira, o governo russo indicou que não havia tristeza pela perda dos prisioneiros ucranianos. Em um post contundente no Twitter, a embaixada russa no Reino Unido disse que os combatentes do Regimento Azov, uma unidade que compunha uma grande porcentagem dos defensores do Azovstal, “merecem execução, mas a morte não por fuzilamento, mas por enforcamento, porque eles não são soldados de verdade. Eles merecem uma morte humilhante”.

Para os russos, os combatentes ucranianos mantidos prisioneiros na Colônia Correcional nº 120 são um troféu. Para os ucranianos, eles são heróis de guerra. Por que qualquer um dos lados iria querer qualquer um deles morto é um mistério, mas essa é a questão que pairou sobre os combates na Ucrânia nesta sexta-feira, 29, após outro episódio mortal, com os dois lados se acusando de cometer um crime de guerra.

O que se sabe é que uma explosão atingiu um quartel do campo de prisioneiros na cidade ocupada pelos russos de Olenivka, no sudeste da Ucrânia, na manhã desta sexta-feira, matando pelo menos 50 combatentes capturados e mutilando dezenas de outros, segundo autoridades ucranianas e russas. Vídeos postados por blogueiros de guerra russos mostram beliches de metal retorcidos e os corpos carbonizados de seus antigos ocupantes.

O Ministério da Defesa da Rússia disse em um pronunciamento diário nesta sexta-feira que a Ucrânia usou um sistema avançado de foguetes fabricado nos EUA para atacar a prisão, com o objetivo de enviar um aviso de advertência aos soldados ucranianos que podem estar pensando em se render às forças russas.

Imagem retirada de vídeo mostra cela onde havia prisioneiros destruída na prisão em Olenivka Foto: AP

Autoridades ucranianas chamaram essas acusações de absurdas, alegando que a Rússia causou a carnificina para encobrir as atrocidades que cometeram na prisão. “Os ocupantes russos estão perseguindo seus objetivos criminosos, acusando a Ucrânia de cometer crimes de guerra, enquanto escondem a tortura e o fuzilamento de prisioneiros”, disse o estado-maior ucraniano em comunicado.

O documento afirma que a Ucrânia usou o novo Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, ou Himars, exclusivamente para atacar alvos militares russos.

As forças ucranianas empregaram com sucesso o sistema de foguetes fornecido pelo Ocidente para destruir depósitos de munição e centros de comando russos com alto grau de precisão. Os Himars dispararam centenas de foguetes guiados por satélite na Ucrânia, e não houve relatos de que eles tenham atingido alvos civis por engano.

As alegações de nenhum dos lados sobre a explosão na prisão puderam ser verificadas de forma independente. Mas a Rússia culpou regularmente seus próprios ataques a alvos civis na Ucrânia – incluindo um ataque em abril que matou 50 pessoas em uma estação de trem em Kramatorsk – afirmando sem evidências de que a Ucrânia está realizando as chamadas operações de bandeira falsa para incriminar a Rússia.

Um alto oficial militar dos EUA, falando sobre as afirmações russas de um ataque do Himars à prisão, disse: “Não vimos nenhuma evidência para apoiar essas alegações”.

Os prisioneiros detidos no complexo de Olenivka não eram soldados quaisquer. Estima-se que 2,5 mil deles eram combatentes que atuaram na usina siderúrgica de Azovstal, na cidade de Mariupol. Sua batalha de 80 dias contra uma força russa muito superior a partir de bunkers sob a gigantesca fábrica tornou-se lendária na Ucrânia, com os rostos dos comandantes agora vistos em outdoors em todo o país.

Sua rendição em meados de maio marcou o fim de uma das batalhas mais brutais da guerra e deu à Rússia uma vitória significativa, além de uma moeda de troca. A Ucrânia e a Rússia já negociaram a troca de 144 dos combatentes mais gravemente feridos, e as negociações estavam em andamento para outra troca de prisioneiros.

Parte da prisão em Olenivka destruída, em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia, leste da Ucrânia  Foto: AP

Autoridades russas não forneceram evidências conclusivas para apoiar suas alegações de que a Ucrânia atingiu a prisão. Um blogueiro de guerra próximo do Kremlin postou um vídeo de estilhaços de metal retorcidos que ele disse serem os restos de um foguete Himars. Nenhum guarda russo foi morto ou ferido na explosão, segundo autoridades russas.

As agências de inteligência da Ucrânia rapidamente opinaram. O serviço de inteligência doméstico, o SBU, publicou uma gravação de áudio na noite de sexta-feira do que a agência alegou serem dois combatentes separatistas apoiados pela Rússia discutindo a explosão por telefone. Na ligação, que não pôde ser verificada de forma independente, uma pessoa disse que não havia som de nenhum foguete antes da explosão e que as próprias forças russas provavelmente explodiram o quartel.

Mykhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do presidente Volodmir Zelenski da Ucrânia, acusou a Rússia de realizar um “ataque cuidadosamente planejado” ao centro de detenção, observando que não havia alvos militares táticos na cidade de Olenivka. As forças russas transferiram soldados ucranianos para os quartéis apenas alguns dias antes do ataque de sexta-feira, disse ele.

“Os russos deliberadamente, cinicamente e intencionalmente assassinaram prisioneiros ucranianos em massa”, disse ele.

Em uma rara declaração conjunta publicada na noite de sexta-feira, os serviços de inteligência da Ucrânia, os militares e o ombudsman de direitos humanos chamaram o ataque de “assassinato organizado de prisioneiros ucranianos” e pediram às Nações Unidas e à Cruz Vermelha Internacional que viajem a Olenivka com autoridades ucranianas para investigar.

Condições infernais

Prisioneiros que foram libertados da Colônia Correcional nº 120 descreveram condições infernais. Os guardas forneciam comida suficiente para os prisioneiros sobreviverem e espancavam regularmente. Pouco antes da chegada dos soldados do Azovstal em meados de maio, disseram dois ex-prisioneiros, o campo passou por uma mudança significativa. Os combatentes separatistas que antes montavam guarda foram substituídos por soldados da Rússia propriamente dita, e a bandeira rebelde dos separatistas foi retirada e substituída pela bandeira tricolor russa; as mudanças eram uma prova da importância dos novos prisioneiros.

Mas houve outra mudança significativa, de acordo com Dmitri Bodrov, de 32 anos, outro civil de Mariupol que foi detido no campo. Soldados russos começaram a se posicionar perto do quartel e disparar foguetes na direção das posições ucranianas, aparentemente tentando provocar as forças ucranianas a disparar contra o campo de prisioneiros.

“Por causa de toda aquela artilharia, tudo ao redor estava queimando”, disse Bodrov. Ele disse que, antes de sua libertação, em 4 de julho, as forças ucranianas nunca haviam atingido o território do campo.

Bodrov disse que a zona industrial do campo, onde ocorreu a explosão de sexta-feira, não havia sido usada anteriormente para abrigar prisioneiros. O general Kirilo Budanov, comandante do serviço de inteligência militar da Ucrânia, disse na sexta-feira que a construção do quartel naquela zona havia sido concluída dois dias antes e os prisioneiros se mudaram para lá pouco antes da explosão.

Como os combatentes Azov eram considerados prisioneiros de alto valor, não estava claro por que a Rússia iria querer matá-los. Em um comunicado, Budanov ofereceu uma explicação possível, dizendo que o ataque parecia ter sido realizado por mercenários russos agindo fora da cadeia regular de comando. O Ministério da Defesa russo, disse ele, parece ter sido pego de surpresa e forçado a justificar o ataque após o fato.

Na noite de sexta-feira, o governo russo indicou que não havia tristeza pela perda dos prisioneiros ucranianos. Em um post contundente no Twitter, a embaixada russa no Reino Unido disse que os combatentes do Regimento Azov, uma unidade que compunha uma grande porcentagem dos defensores do Azovstal, “merecem execução, mas a morte não por fuzilamento, mas por enforcamento, porque eles não são soldados de verdade. Eles merecem uma morte humilhante”.

Para os russos, os combatentes ucranianos mantidos prisioneiros na Colônia Correcional nº 120 são um troféu. Para os ucranianos, eles são heróis de guerra. Por que qualquer um dos lados iria querer qualquer um deles morto é um mistério, mas essa é a questão que pairou sobre os combates na Ucrânia nesta sexta-feira, 29, após outro episódio mortal, com os dois lados se acusando de cometer um crime de guerra.

O que se sabe é que uma explosão atingiu um quartel do campo de prisioneiros na cidade ocupada pelos russos de Olenivka, no sudeste da Ucrânia, na manhã desta sexta-feira, matando pelo menos 50 combatentes capturados e mutilando dezenas de outros, segundo autoridades ucranianas e russas. Vídeos postados por blogueiros de guerra russos mostram beliches de metal retorcidos e os corpos carbonizados de seus antigos ocupantes.

O Ministério da Defesa da Rússia disse em um pronunciamento diário nesta sexta-feira que a Ucrânia usou um sistema avançado de foguetes fabricado nos EUA para atacar a prisão, com o objetivo de enviar um aviso de advertência aos soldados ucranianos que podem estar pensando em se render às forças russas.

Imagem retirada de vídeo mostra cela onde havia prisioneiros destruída na prisão em Olenivka Foto: AP

Autoridades ucranianas chamaram essas acusações de absurdas, alegando que a Rússia causou a carnificina para encobrir as atrocidades que cometeram na prisão. “Os ocupantes russos estão perseguindo seus objetivos criminosos, acusando a Ucrânia de cometer crimes de guerra, enquanto escondem a tortura e o fuzilamento de prisioneiros”, disse o estado-maior ucraniano em comunicado.

O documento afirma que a Ucrânia usou o novo Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade, ou Himars, exclusivamente para atacar alvos militares russos.

As forças ucranianas empregaram com sucesso o sistema de foguetes fornecido pelo Ocidente para destruir depósitos de munição e centros de comando russos com alto grau de precisão. Os Himars dispararam centenas de foguetes guiados por satélite na Ucrânia, e não houve relatos de que eles tenham atingido alvos civis por engano.

As alegações de nenhum dos lados sobre a explosão na prisão puderam ser verificadas de forma independente. Mas a Rússia culpou regularmente seus próprios ataques a alvos civis na Ucrânia – incluindo um ataque em abril que matou 50 pessoas em uma estação de trem em Kramatorsk – afirmando sem evidências de que a Ucrânia está realizando as chamadas operações de bandeira falsa para incriminar a Rússia.

Um alto oficial militar dos EUA, falando sobre as afirmações russas de um ataque do Himars à prisão, disse: “Não vimos nenhuma evidência para apoiar essas alegações”.

Os prisioneiros detidos no complexo de Olenivka não eram soldados quaisquer. Estima-se que 2,5 mil deles eram combatentes que atuaram na usina siderúrgica de Azovstal, na cidade de Mariupol. Sua batalha de 80 dias contra uma força russa muito superior a partir de bunkers sob a gigantesca fábrica tornou-se lendária na Ucrânia, com os rostos dos comandantes agora vistos em outdoors em todo o país.

Sua rendição em meados de maio marcou o fim de uma das batalhas mais brutais da guerra e deu à Rússia uma vitória significativa, além de uma moeda de troca. A Ucrânia e a Rússia já negociaram a troca de 144 dos combatentes mais gravemente feridos, e as negociações estavam em andamento para outra troca de prisioneiros.

Parte da prisão em Olenivka destruída, em uma área controlada por forças separatistas apoiadas pela Rússia, leste da Ucrânia  Foto: AP

Autoridades russas não forneceram evidências conclusivas para apoiar suas alegações de que a Ucrânia atingiu a prisão. Um blogueiro de guerra próximo do Kremlin postou um vídeo de estilhaços de metal retorcidos que ele disse serem os restos de um foguete Himars. Nenhum guarda russo foi morto ou ferido na explosão, segundo autoridades russas.

As agências de inteligência da Ucrânia rapidamente opinaram. O serviço de inteligência doméstico, o SBU, publicou uma gravação de áudio na noite de sexta-feira do que a agência alegou serem dois combatentes separatistas apoiados pela Rússia discutindo a explosão por telefone. Na ligação, que não pôde ser verificada de forma independente, uma pessoa disse que não havia som de nenhum foguete antes da explosão e que as próprias forças russas provavelmente explodiram o quartel.

Mykhailo Podolyak, um dos principais conselheiros do presidente Volodmir Zelenski da Ucrânia, acusou a Rússia de realizar um “ataque cuidadosamente planejado” ao centro de detenção, observando que não havia alvos militares táticos na cidade de Olenivka. As forças russas transferiram soldados ucranianos para os quartéis apenas alguns dias antes do ataque de sexta-feira, disse ele.

“Os russos deliberadamente, cinicamente e intencionalmente assassinaram prisioneiros ucranianos em massa”, disse ele.

Em uma rara declaração conjunta publicada na noite de sexta-feira, os serviços de inteligência da Ucrânia, os militares e o ombudsman de direitos humanos chamaram o ataque de “assassinato organizado de prisioneiros ucranianos” e pediram às Nações Unidas e à Cruz Vermelha Internacional que viajem a Olenivka com autoridades ucranianas para investigar.

Condições infernais

Prisioneiros que foram libertados da Colônia Correcional nº 120 descreveram condições infernais. Os guardas forneciam comida suficiente para os prisioneiros sobreviverem e espancavam regularmente. Pouco antes da chegada dos soldados do Azovstal em meados de maio, disseram dois ex-prisioneiros, o campo passou por uma mudança significativa. Os combatentes separatistas que antes montavam guarda foram substituídos por soldados da Rússia propriamente dita, e a bandeira rebelde dos separatistas foi retirada e substituída pela bandeira tricolor russa; as mudanças eram uma prova da importância dos novos prisioneiros.

Mas houve outra mudança significativa, de acordo com Dmitri Bodrov, de 32 anos, outro civil de Mariupol que foi detido no campo. Soldados russos começaram a se posicionar perto do quartel e disparar foguetes na direção das posições ucranianas, aparentemente tentando provocar as forças ucranianas a disparar contra o campo de prisioneiros.

“Por causa de toda aquela artilharia, tudo ao redor estava queimando”, disse Bodrov. Ele disse que, antes de sua libertação, em 4 de julho, as forças ucranianas nunca haviam atingido o território do campo.

Bodrov disse que a zona industrial do campo, onde ocorreu a explosão de sexta-feira, não havia sido usada anteriormente para abrigar prisioneiros. O general Kirilo Budanov, comandante do serviço de inteligência militar da Ucrânia, disse na sexta-feira que a construção do quartel naquela zona havia sido concluída dois dias antes e os prisioneiros se mudaram para lá pouco antes da explosão.

Como os combatentes Azov eram considerados prisioneiros de alto valor, não estava claro por que a Rússia iria querer matá-los. Em um comunicado, Budanov ofereceu uma explicação possível, dizendo que o ataque parecia ter sido realizado por mercenários russos agindo fora da cadeia regular de comando. O Ministério da Defesa russo, disse ele, parece ter sido pego de surpresa e forçado a justificar o ataque após o fato.

Na noite de sexta-feira, o governo russo indicou que não havia tristeza pela perda dos prisioneiros ucranianos. Em um post contundente no Twitter, a embaixada russa no Reino Unido disse que os combatentes do Regimento Azov, uma unidade que compunha uma grande porcentagem dos defensores do Azovstal, “merecem execução, mas a morte não por fuzilamento, mas por enforcamento, porque eles não são soldados de verdade. Eles merecem uma morte humilhante”.

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