Facebook diz que Trump ficará suspenso por 2 anos e unifica regras para lidar com políticos


Presidente americano havia sido suspenso por tempo indeterminado após invasão do Capitólio; retorno é condicional à redução do risco da violência

Por Redação

O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, que o ex-presidente dos Estados UnidosDonald Trump, ficará suspenso de suas redes sociais por pelo menos dois anos, até 7 de janeiro de 2023. Banido após incitar seus apoiadores durante a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, Trump terá seu retorno condicionado à redução do risco à segurança pública, anunciou a plataforma.

O Facebook anunciou também que não vai mais dar um sinal verde automático para postagens de políticos caso seu conteúdo vá contra as regras da plataforma, revertendo parcialmente uma política que há anos é alvo de críticas maciças, que se acentuaram durante o governo Trump. 

A mudança acende o alerta para outros líderes mundiais cujos comportamentos virtuais também são com frequênciaalvo de escrutínio, como o presidente Jair Bolsonaro.

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O anúncio é uma resposta à decisão do conselho de supervisão independente da plataforma que, em 5 de maio, decidiu que o Facebook agiu corretamente ao suspender o então presidente diante do risco à segurança pública representado pela violência no Capitólio, que deixou cinco mortos. 

O ex-presidente americano Donald Trump, no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida Foto: REUTERS/Carlos Barria (20/1/2021)

O grupo, no entanto, criticou a indefinição do prazo para o veto, algo que não está previsto no código da plataforma, e havia dado um prazo de seis meses para que uma punição padrão fosse aplicada — fosse um prazo para o veto ou a suspensão permanente.

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O conselho de 20 membros é composto por ex-políticos, advogados, jornalistas e ativistas, age quase como um tribunal sobre as decisões de moderação do site. O Facebook financia o grupo com um fundo de US$ 130 milhões e seus principais executivos tiveram um papel central para formá-lo, mas afirma que todas as decisões são independentes.

Até o momento, pelas regras da plataforma, assumia-se que as falas e postagens de figuras políticas tinham por si só valor noticioso, o fazia com que fossem mantidas automaticamente mantidas no ar. Isso valia independentemente de seu potencial danoso, com a exceção de casos extremos determinados por critérios pouco transparentes.

A partir de agora, a empresa não vai mais assumir que o discurso dos políticos é necessariamente de interesse público, submentendo as autoridades às regras aplicadas a todos os usuários. O código de conduta proíbe assédio, discriminação e discurso de ódio, por exemplo.

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Não está claro quais serão os critérios que guiarão esta decisão, mas a rede de Mark Zuckerberg afirmou que passará a sinalizar explicitamente quando uma postagem for mantida no ar por ser considerada de interesse público.

Respondendo aos pedidos de maior transparência, a rede de Zuckerberg divulgou também maiores detalhes do até então opaco sistema que adota para determinar quando irá suspender seus usuários. A partir de agora, enviará uma notificação avisando que transgressões passíveis de banimento do site foram cometidas e que não devem se repetir.

Desde o veto a Trump, o Facebook vem sendo pressionado para tomar medidas mais contundentes contra outros líderes com comportamentos controversos nas redes, como Bolsonaro e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. Historicamente, no entanto, a plataforma evita o que diz ser uma moderação do discurso político.

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Em um discurso em 2019 na Universidade Georgetown, Zuckerberg disse que sua empresa não deveria arbitrar o discurso político por "acreditar que nós devemos continuar a defender a liberdade de expressão". Nick Clegg, o todo-poderoso das relações públicas da gigante tecnológica, já disse também crer que as falas de políticos devem, por via de regra, serem "vistas e ouvidas".

A controvérsia sobre como lidar como o discurso político foi acentuada após a suspensão de Trump, retratando a polarização política nos EUA. Grupos conservadores argumentam que o veto equivale a uma censura, criando um precedente perigoso para a liberdade de expressão. Afirmam também que não cabe ao Vale do Silício determinar o que pode ou não ser dito na internet.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post
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Ativistas e setores progressistas, por sua vez, sustentam o contrário, afirmando que as plataformas ignoraram anos de transgressões de suas regras apenas para acomodar o republicano e a audiência que ele trazia, apesar da desinformação — o veto veio a 17 dias do fim de mandato presidencial. Linhas de argumentação similares são repetidas a favor e contra políticos que usam as redes de maneira similar ao republicano.

Desde a invasão do Capitólio, as principais redes sociais intensificaram seus esforços para conter a desinformação e o discurso de ódio, suspendendo ou excluindo conteúdos e contas de extrema direita que incitavam a violência e disseminavam mentiras sobre a eleição de 2020 ou a pandemia, por exemplo. Trump recebeu um veto vitalício do Twitter, até então seu principal megafone, e uma suspensão do YouTube até que o risco de violência diminuísse./ NYT e W.POST

O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, que o ex-presidente dos Estados UnidosDonald Trump, ficará suspenso de suas redes sociais por pelo menos dois anos, até 7 de janeiro de 2023. Banido após incitar seus apoiadores durante a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, Trump terá seu retorno condicionado à redução do risco à segurança pública, anunciou a plataforma.

O Facebook anunciou também que não vai mais dar um sinal verde automático para postagens de políticos caso seu conteúdo vá contra as regras da plataforma, revertendo parcialmente uma política que há anos é alvo de críticas maciças, que se acentuaram durante o governo Trump. 

A mudança acende o alerta para outros líderes mundiais cujos comportamentos virtuais também são com frequênciaalvo de escrutínio, como o presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio é uma resposta à decisão do conselho de supervisão independente da plataforma que, em 5 de maio, decidiu que o Facebook agiu corretamente ao suspender o então presidente diante do risco à segurança pública representado pela violência no Capitólio, que deixou cinco mortos. 

O ex-presidente americano Donald Trump, no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida Foto: REUTERS/Carlos Barria (20/1/2021)

O grupo, no entanto, criticou a indefinição do prazo para o veto, algo que não está previsto no código da plataforma, e havia dado um prazo de seis meses para que uma punição padrão fosse aplicada — fosse um prazo para o veto ou a suspensão permanente.

O conselho de 20 membros é composto por ex-políticos, advogados, jornalistas e ativistas, age quase como um tribunal sobre as decisões de moderação do site. O Facebook financia o grupo com um fundo de US$ 130 milhões e seus principais executivos tiveram um papel central para formá-lo, mas afirma que todas as decisões são independentes.

Até o momento, pelas regras da plataforma, assumia-se que as falas e postagens de figuras políticas tinham por si só valor noticioso, o fazia com que fossem mantidas automaticamente mantidas no ar. Isso valia independentemente de seu potencial danoso, com a exceção de casos extremos determinados por critérios pouco transparentes.

A partir de agora, a empresa não vai mais assumir que o discurso dos políticos é necessariamente de interesse público, submentendo as autoridades às regras aplicadas a todos os usuários. O código de conduta proíbe assédio, discriminação e discurso de ódio, por exemplo.

Não está claro quais serão os critérios que guiarão esta decisão, mas a rede de Mark Zuckerberg afirmou que passará a sinalizar explicitamente quando uma postagem for mantida no ar por ser considerada de interesse público.

Respondendo aos pedidos de maior transparência, a rede de Zuckerberg divulgou também maiores detalhes do até então opaco sistema que adota para determinar quando irá suspender seus usuários. A partir de agora, enviará uma notificação avisando que transgressões passíveis de banimento do site foram cometidas e que não devem se repetir.

Desde o veto a Trump, o Facebook vem sendo pressionado para tomar medidas mais contundentes contra outros líderes com comportamentos controversos nas redes, como Bolsonaro e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. Historicamente, no entanto, a plataforma evita o que diz ser uma moderação do discurso político.

Em um discurso em 2019 na Universidade Georgetown, Zuckerberg disse que sua empresa não deveria arbitrar o discurso político por "acreditar que nós devemos continuar a defender a liberdade de expressão". Nick Clegg, o todo-poderoso das relações públicas da gigante tecnológica, já disse também crer que as falas de políticos devem, por via de regra, serem "vistas e ouvidas".

A controvérsia sobre como lidar como o discurso político foi acentuada após a suspensão de Trump, retratando a polarização política nos EUA. Grupos conservadores argumentam que o veto equivale a uma censura, criando um precedente perigoso para a liberdade de expressão. Afirmam também que não cabe ao Vale do Silício determinar o que pode ou não ser dito na internet.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Ativistas e setores progressistas, por sua vez, sustentam o contrário, afirmando que as plataformas ignoraram anos de transgressões de suas regras apenas para acomodar o republicano e a audiência que ele trazia, apesar da desinformação — o veto veio a 17 dias do fim de mandato presidencial. Linhas de argumentação similares são repetidas a favor e contra políticos que usam as redes de maneira similar ao republicano.

Desde a invasão do Capitólio, as principais redes sociais intensificaram seus esforços para conter a desinformação e o discurso de ódio, suspendendo ou excluindo conteúdos e contas de extrema direita que incitavam a violência e disseminavam mentiras sobre a eleição de 2020 ou a pandemia, por exemplo. Trump recebeu um veto vitalício do Twitter, até então seu principal megafone, e uma suspensão do YouTube até que o risco de violência diminuísse./ NYT e W.POST

O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, que o ex-presidente dos Estados UnidosDonald Trump, ficará suspenso de suas redes sociais por pelo menos dois anos, até 7 de janeiro de 2023. Banido após incitar seus apoiadores durante a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, Trump terá seu retorno condicionado à redução do risco à segurança pública, anunciou a plataforma.

O Facebook anunciou também que não vai mais dar um sinal verde automático para postagens de políticos caso seu conteúdo vá contra as regras da plataforma, revertendo parcialmente uma política que há anos é alvo de críticas maciças, que se acentuaram durante o governo Trump. 

A mudança acende o alerta para outros líderes mundiais cujos comportamentos virtuais também são com frequênciaalvo de escrutínio, como o presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio é uma resposta à decisão do conselho de supervisão independente da plataforma que, em 5 de maio, decidiu que o Facebook agiu corretamente ao suspender o então presidente diante do risco à segurança pública representado pela violência no Capitólio, que deixou cinco mortos. 

O ex-presidente americano Donald Trump, no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida Foto: REUTERS/Carlos Barria (20/1/2021)

O grupo, no entanto, criticou a indefinição do prazo para o veto, algo que não está previsto no código da plataforma, e havia dado um prazo de seis meses para que uma punição padrão fosse aplicada — fosse um prazo para o veto ou a suspensão permanente.

O conselho de 20 membros é composto por ex-políticos, advogados, jornalistas e ativistas, age quase como um tribunal sobre as decisões de moderação do site. O Facebook financia o grupo com um fundo de US$ 130 milhões e seus principais executivos tiveram um papel central para formá-lo, mas afirma que todas as decisões são independentes.

Até o momento, pelas regras da plataforma, assumia-se que as falas e postagens de figuras políticas tinham por si só valor noticioso, o fazia com que fossem mantidas automaticamente mantidas no ar. Isso valia independentemente de seu potencial danoso, com a exceção de casos extremos determinados por critérios pouco transparentes.

A partir de agora, a empresa não vai mais assumir que o discurso dos políticos é necessariamente de interesse público, submentendo as autoridades às regras aplicadas a todos os usuários. O código de conduta proíbe assédio, discriminação e discurso de ódio, por exemplo.

Não está claro quais serão os critérios que guiarão esta decisão, mas a rede de Mark Zuckerberg afirmou que passará a sinalizar explicitamente quando uma postagem for mantida no ar por ser considerada de interesse público.

Respondendo aos pedidos de maior transparência, a rede de Zuckerberg divulgou também maiores detalhes do até então opaco sistema que adota para determinar quando irá suspender seus usuários. A partir de agora, enviará uma notificação avisando que transgressões passíveis de banimento do site foram cometidas e que não devem se repetir.

Desde o veto a Trump, o Facebook vem sendo pressionado para tomar medidas mais contundentes contra outros líderes com comportamentos controversos nas redes, como Bolsonaro e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. Historicamente, no entanto, a plataforma evita o que diz ser uma moderação do discurso político.

Em um discurso em 2019 na Universidade Georgetown, Zuckerberg disse que sua empresa não deveria arbitrar o discurso político por "acreditar que nós devemos continuar a defender a liberdade de expressão". Nick Clegg, o todo-poderoso das relações públicas da gigante tecnológica, já disse também crer que as falas de políticos devem, por via de regra, serem "vistas e ouvidas".

A controvérsia sobre como lidar como o discurso político foi acentuada após a suspensão de Trump, retratando a polarização política nos EUA. Grupos conservadores argumentam que o veto equivale a uma censura, criando um precedente perigoso para a liberdade de expressão. Afirmam também que não cabe ao Vale do Silício determinar o que pode ou não ser dito na internet.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Ativistas e setores progressistas, por sua vez, sustentam o contrário, afirmando que as plataformas ignoraram anos de transgressões de suas regras apenas para acomodar o republicano e a audiência que ele trazia, apesar da desinformação — o veto veio a 17 dias do fim de mandato presidencial. Linhas de argumentação similares são repetidas a favor e contra políticos que usam as redes de maneira similar ao republicano.

Desde a invasão do Capitólio, as principais redes sociais intensificaram seus esforços para conter a desinformação e o discurso de ódio, suspendendo ou excluindo conteúdos e contas de extrema direita que incitavam a violência e disseminavam mentiras sobre a eleição de 2020 ou a pandemia, por exemplo. Trump recebeu um veto vitalício do Twitter, até então seu principal megafone, e uma suspensão do YouTube até que o risco de violência diminuísse./ NYT e W.POST

O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, que o ex-presidente dos Estados UnidosDonald Trump, ficará suspenso de suas redes sociais por pelo menos dois anos, até 7 de janeiro de 2023. Banido após incitar seus apoiadores durante a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, Trump terá seu retorno condicionado à redução do risco à segurança pública, anunciou a plataforma.

O Facebook anunciou também que não vai mais dar um sinal verde automático para postagens de políticos caso seu conteúdo vá contra as regras da plataforma, revertendo parcialmente uma política que há anos é alvo de críticas maciças, que se acentuaram durante o governo Trump. 

A mudança acende o alerta para outros líderes mundiais cujos comportamentos virtuais também são com frequênciaalvo de escrutínio, como o presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio é uma resposta à decisão do conselho de supervisão independente da plataforma que, em 5 de maio, decidiu que o Facebook agiu corretamente ao suspender o então presidente diante do risco à segurança pública representado pela violência no Capitólio, que deixou cinco mortos. 

O ex-presidente americano Donald Trump, no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida Foto: REUTERS/Carlos Barria (20/1/2021)

O grupo, no entanto, criticou a indefinição do prazo para o veto, algo que não está previsto no código da plataforma, e havia dado um prazo de seis meses para que uma punição padrão fosse aplicada — fosse um prazo para o veto ou a suspensão permanente.

O conselho de 20 membros é composto por ex-políticos, advogados, jornalistas e ativistas, age quase como um tribunal sobre as decisões de moderação do site. O Facebook financia o grupo com um fundo de US$ 130 milhões e seus principais executivos tiveram um papel central para formá-lo, mas afirma que todas as decisões são independentes.

Até o momento, pelas regras da plataforma, assumia-se que as falas e postagens de figuras políticas tinham por si só valor noticioso, o fazia com que fossem mantidas automaticamente mantidas no ar. Isso valia independentemente de seu potencial danoso, com a exceção de casos extremos determinados por critérios pouco transparentes.

A partir de agora, a empresa não vai mais assumir que o discurso dos políticos é necessariamente de interesse público, submentendo as autoridades às regras aplicadas a todos os usuários. O código de conduta proíbe assédio, discriminação e discurso de ódio, por exemplo.

Não está claro quais serão os critérios que guiarão esta decisão, mas a rede de Mark Zuckerberg afirmou que passará a sinalizar explicitamente quando uma postagem for mantida no ar por ser considerada de interesse público.

Respondendo aos pedidos de maior transparência, a rede de Zuckerberg divulgou também maiores detalhes do até então opaco sistema que adota para determinar quando irá suspender seus usuários. A partir de agora, enviará uma notificação avisando que transgressões passíveis de banimento do site foram cometidas e que não devem se repetir.

Desde o veto a Trump, o Facebook vem sendo pressionado para tomar medidas mais contundentes contra outros líderes com comportamentos controversos nas redes, como Bolsonaro e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. Historicamente, no entanto, a plataforma evita o que diz ser uma moderação do discurso político.

Em um discurso em 2019 na Universidade Georgetown, Zuckerberg disse que sua empresa não deveria arbitrar o discurso político por "acreditar que nós devemos continuar a defender a liberdade de expressão". Nick Clegg, o todo-poderoso das relações públicas da gigante tecnológica, já disse também crer que as falas de políticos devem, por via de regra, serem "vistas e ouvidas".

A controvérsia sobre como lidar como o discurso político foi acentuada após a suspensão de Trump, retratando a polarização política nos EUA. Grupos conservadores argumentam que o veto equivale a uma censura, criando um precedente perigoso para a liberdade de expressão. Afirmam também que não cabe ao Vale do Silício determinar o que pode ou não ser dito na internet.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Ativistas e setores progressistas, por sua vez, sustentam o contrário, afirmando que as plataformas ignoraram anos de transgressões de suas regras apenas para acomodar o republicano e a audiência que ele trazia, apesar da desinformação — o veto veio a 17 dias do fim de mandato presidencial. Linhas de argumentação similares são repetidas a favor e contra políticos que usam as redes de maneira similar ao republicano.

Desde a invasão do Capitólio, as principais redes sociais intensificaram seus esforços para conter a desinformação e o discurso de ódio, suspendendo ou excluindo conteúdos e contas de extrema direita que incitavam a violência e disseminavam mentiras sobre a eleição de 2020 ou a pandemia, por exemplo. Trump recebeu um veto vitalício do Twitter, até então seu principal megafone, e uma suspensão do YouTube até que o risco de violência diminuísse./ NYT e W.POST

O Facebook anunciou nesta sexta-feira, 4, que o ex-presidente dos Estados UnidosDonald Trump, ficará suspenso de suas redes sociais por pelo menos dois anos, até 7 de janeiro de 2023. Banido após incitar seus apoiadores durante a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, Trump terá seu retorno condicionado à redução do risco à segurança pública, anunciou a plataforma.

O Facebook anunciou também que não vai mais dar um sinal verde automático para postagens de políticos caso seu conteúdo vá contra as regras da plataforma, revertendo parcialmente uma política que há anos é alvo de críticas maciças, que se acentuaram durante o governo Trump. 

A mudança acende o alerta para outros líderes mundiais cujos comportamentos virtuais também são com frequênciaalvo de escrutínio, como o presidente Jair Bolsonaro.

O anúncio é uma resposta à decisão do conselho de supervisão independente da plataforma que, em 5 de maio, decidiu que o Facebook agiu corretamente ao suspender o então presidente diante do risco à segurança pública representado pela violência no Capitólio, que deixou cinco mortos. 

O ex-presidente americano Donald Trump, no Aeroporto Internacional de Palm Beach, na Flórida Foto: REUTERS/Carlos Barria (20/1/2021)

O grupo, no entanto, criticou a indefinição do prazo para o veto, algo que não está previsto no código da plataforma, e havia dado um prazo de seis meses para que uma punição padrão fosse aplicada — fosse um prazo para o veto ou a suspensão permanente.

O conselho de 20 membros é composto por ex-políticos, advogados, jornalistas e ativistas, age quase como um tribunal sobre as decisões de moderação do site. O Facebook financia o grupo com um fundo de US$ 130 milhões e seus principais executivos tiveram um papel central para formá-lo, mas afirma que todas as decisões são independentes.

Até o momento, pelas regras da plataforma, assumia-se que as falas e postagens de figuras políticas tinham por si só valor noticioso, o fazia com que fossem mantidas automaticamente mantidas no ar. Isso valia independentemente de seu potencial danoso, com a exceção de casos extremos determinados por critérios pouco transparentes.

A partir de agora, a empresa não vai mais assumir que o discurso dos políticos é necessariamente de interesse público, submentendo as autoridades às regras aplicadas a todos os usuários. O código de conduta proíbe assédio, discriminação e discurso de ódio, por exemplo.

Não está claro quais serão os critérios que guiarão esta decisão, mas a rede de Mark Zuckerberg afirmou que passará a sinalizar explicitamente quando uma postagem for mantida no ar por ser considerada de interesse público.

Respondendo aos pedidos de maior transparência, a rede de Zuckerberg divulgou também maiores detalhes do até então opaco sistema que adota para determinar quando irá suspender seus usuários. A partir de agora, enviará uma notificação avisando que transgressões passíveis de banimento do site foram cometidas e que não devem se repetir.

Desde o veto a Trump, o Facebook vem sendo pressionado para tomar medidas mais contundentes contra outros líderes com comportamentos controversos nas redes, como Bolsonaro e o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte. Historicamente, no entanto, a plataforma evita o que diz ser uma moderação do discurso político.

Em um discurso em 2019 na Universidade Georgetown, Zuckerberg disse que sua empresa não deveria arbitrar o discurso político por "acreditar que nós devemos continuar a defender a liberdade de expressão". Nick Clegg, o todo-poderoso das relações públicas da gigante tecnológica, já disse também crer que as falas de políticos devem, por via de regra, serem "vistas e ouvidas".

A controvérsia sobre como lidar como o discurso político foi acentuada após a suspensão de Trump, retratando a polarização política nos EUA. Grupos conservadores argumentam que o veto equivale a uma censura, criando um precedente perigoso para a liberdade de expressão. Afirmam também que não cabe ao Vale do Silício determinar o que pode ou não ser dito na internet.

Manifestantes pró-Trump invadem o Capitólio, em Washington, para defender presidente contra 'fraude eleitoral'. Foto: Evelyn Hockstein for The Washington Post

Ativistas e setores progressistas, por sua vez, sustentam o contrário, afirmando que as plataformas ignoraram anos de transgressões de suas regras apenas para acomodar o republicano e a audiência que ele trazia, apesar da desinformação — o veto veio a 17 dias do fim de mandato presidencial. Linhas de argumentação similares são repetidas a favor e contra políticos que usam as redes de maneira similar ao republicano.

Desde a invasão do Capitólio, as principais redes sociais intensificaram seus esforços para conter a desinformação e o discurso de ódio, suspendendo ou excluindo conteúdos e contas de extrema direita que incitavam a violência e disseminavam mentiras sobre a eleição de 2020 ou a pandemia, por exemplo. Trump recebeu um veto vitalício do Twitter, até então seu principal megafone, e uma suspensão do YouTube até que o risco de violência diminuísse./ NYT e W.POST

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