"Ainda não posso acreditar no que aconteceu. Mas, muito além do fato de que era meu amigo, e que possam acreditar que o elogio por causa disso, Sérgio era um grande cara". A frase é de Pablo, irmão de Carolina Larriera, a namorada argentina de Sérgio Vieira de Mello. Carolina também estava no edifício da ONU em Bagdá quando o carro-bomba explodiu, mas não sofreu ferimentos graves. A jovem estava em uma ala oposta à atingida pela explosão, explicou, emocionada, sua mãe, Norma Larriera. Carolina - que trabalha nas Nações Unidas desde 1995 - e Viera de Mello conheceram-se durante a missão da ONU em Timor, entre 1999 e 2000. Ali, ela foi a responsável do Departamento de Finanças do governo provisório. Após o fim da missão, o casal realizou passeios pelo sul da Argentina. No total, Vieira de Mello esteve em duas ocasiões no país da namorada. Uma delas, para visitar a mãe de Carolina, que estava convalescendo de uma operação. Em Bagdá, a jovem argentina trabalhava na unidade de Negócios e Comércio da ONU. Na véspera do ataque, a família de Carolina havia telefonado ao Iraque. Carolina e Vieira de Mello comentaram que o calor na capital iraquiana era "insuportável" e que o abastecimento de água do hotel havia sido cortado. Em declarações à imprensa, Norma Larriera afirmou que sua filha estava "em estado de choque". Sua mãe explicou que Vieira de Mello havia sido o primeiro "namorado sério" da filha e que o casal tinha uma série de projetos para o futuro. Vieira de Mello estava se divorciando da esposa.