As famílias dos reféns que foram sequestrados pelo grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza protestaram em Tel Aviv neste sábado, 28, por respostas sobre as incursões terrestres das Forças de Defesa de Israel no enclave palestino. As famílias demandam uma reunião com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e o seu gabinete de guerra.
Um comunicado divulgado pelas famílias afirma que os familiares dos reféns em Gaza não dormiram esta noite. ”É uma incerteza absoluta em relação ao destino dos reféns, que também foram sujeitos aos bombardeios israelenses.”
As famílias afirmam que estão sentindo “ansiedade, frustração e, especialmente, uma enorme raiva porque nenhum membro do gabinete de guerra se preocupou em se reunir com as famílias dos reféns para explicar se a operação terrestre põe em perigo o bem-estar dos 229 reféns em Gaza”.
O grupo apontou que os seus membros permanecerão em uma praça em Tel Aviv até que consigam ter uma reunião com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e outros membros do gabinete de guerra. Caso isso não aconteça, as famílias realizarão “ações de protesto” a partir da noite de sábado, acrescenta o comunicado.
Sasha Ariel, cuja irmã Karina, uma soldada do exército israelense, foi capturada em 7 de outubro, afirmou ao Washington Post que “nenhuma das autoridades, do governo, dos militares, falou conosco sobre a atividade agora crescente em Gaza”, acrescentando que o as famílias dos reféns queriam garantias de que a operação “não prejudicaria nem colocaria em risco os nossos entes queridos”.
De acordo com o jornal israelense Haaretz, os familiares dos reféns que foram sequestrados devem se encontrar com Gallant no domingo, 29.
Incursões terrestres em Gaza
Na manhã deste sábado, o porta-voz e contra-almirante das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, afirmou que o exército continuava na Faixa de Gaza e que os cidadãos de Gaza que se deslocaram para o sul do enclave palestino receberão ajuda humanitária.
“Estamos ampliando o esforço humanitário, vamos trazer hoje mais caminhões com água e remédios. Os cidadãos de Gaza que se mudaram para o sul da Faixa de Gaza, que é uma área protegida, receberão assistência”, disse Hagari.
Hagari não descreveu a presença israelense em Gaza como uma invasão em grande escala. Mas o fato de as tropas israelenses ainda estarem no enclave palestino faz com que esta seja a mais extensa operação terrestre conduzida por Israel desde o início da guerra, no dia 7 de outubro. As incursões terrestres anteriores israelenses durante a guerra duraram apenas algumas horas.
Ele rejeitou a possibilidade de um acordo de cessar-fogo em troca da libertação de reféns, considerando a possibilidade uma “exploração cínica”, principalmente pelo grupo terrorista Hamas, da ansiedade dos familiares dos reféns.
Parentes de civis em Gaza também estão apreensivos
O corte da internet em Gaza também aumentou a ansiedade dos palestinos com familiares no território. Wafaa Abdul Rahman, diretora de uma organização feminista com sede na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, afirmou que há horas não ouvia notícias de familiares no centro de Gaza.
“Temos visto tudo que está acontecendo pela TV, então agora o que acontecerá quando houver um apagão total?” afirmou Rahman.
Israel diz que os seus ataques têm como alvo os combatentes e a infraestrutura do grupo terrorista Hamas e que a organização terrorista opera entre civis, colocando os palestinos da Faixa de Gaza em perigo.
Saiba mais
De acordo com o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, o número de mortos no enclave palestino ultrapassou os 7.300. Mais de 60% deles são menores e mulheres.
A guerra entre a organização terrorista Hamas e Israel começou após o ataque terrorista do dia 7 de outubro, que deixou mais de 1.400 mortos no sul de Israel e 229 reféns foram sequestrados./W.Post, NY Times e AP