WASHINGTON - O FBI anunciou, nesta segunda-feira, ter sido capaz de desbloquear o iPhone de um dos autores do ataque a tiros de San Bernardino, na Califórnia, motivo pelo qual pediu à Justiça americana que anule a ordem contra a Apple.
No mês passado, a polícia federal dos EUA (FBI) obteve uma ordem judicial obrigando a Apple a produzir um software e tomar outras medidas para destravar a proteção por senha do aparelho que pertencia a Rizwan Farook que, juntamente com sua mulher, Tashfeen Malik, matou 14 pessoas a tiros e feriu outras 22 no condado de San Bernardino, Califórnia.
"A decisão de pôr fim ao litígio tem como base o único fato de que, com a assistência de uma terceira parte, fomos capazes de desbloquear o iPhone sem comprometer a informação que contém o telefone", explicou o Departamento de Justiça em um comunicado.
A Apple se negou a proporcionar o acesso do governo americano a um iPhone usado por um dos autores do tiroteio de dezembro. O CEO da Apple, Tim Cook, disse que aceitar esse pedido teria consequências "perigosas". "O que está em risco é a segurança de centenas de milhões de pessoas que cumprem a lei. Isso estabeleceria um perigoso precedente que ameaça as liberdades civis de todo o mundo", destacou Cook.
A empresa lembrou que o pedido do governo tinha como base desenvolver uma nova versão de sistema operacional iOS para driblar as proteções de segurança quando a tela do telefone está bloqueada.
A Apple ressaltou que, com isso, seria criada uma função nova ao permitir que se introduzam senhas de forma eletrônica e não manualmente. A gigante tecnológica destacou que atender a essa solicitação teria repercussões "perigosas".
O ataque a tiros foi cometido em 2 de dezembro de 2015 no Inland Regional Center, uma instituição que atende pessoas com deficiência de desenvolvimento, durante uma espécie de confraternização de fim de ano de funcionários. Os dois atiradores fugiram em um automóvel quando a polícia estava chegando. Houve uma perseguição e o casal acabou sendo morto.
Farook era um cidadão americano de origem paquistanesa que trabalhava na área de saúde e Malik era paquistanesa com residência nos EUA. Eles tinham uma filha de 6 meses. Os dois haviam viajado várias vezes para a Arábia Saudita e tinham um arsenal de armas, munição e material para a fabricação de bombas em sua casa. / AFP e EFE