Fernando Villavicencio: facção diz que matou candidato porque ‘ele não cumpriu acordo’; veja vídeo


Los Lobos é uma das maiores organizações criminosas do país. Em vídeo, grupo afirma que ex-candidato teria recebido milhões de dólares para financiamento da campanha e não ‘cumpriu suas promessas’

Por Redação
Atualização:

Em um vídeo divulgado na rede social X, antigo Twitter, um grupo de homens encapuzados que dizem ser parte da facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores do Equador, assumiram o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato presidencial do Equador morto com três tiros na cabeça na quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito.

O atentado aconteceu 11 dias antes das eleições gerais do Equador, que decretou estado de emergência em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

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O candidato à presidência Fernando Villavicencio falando durante sua inscrição para a candidatura à presidência do Equador.  Foto: José Jácome / EFE

O grupo assume na gravação a autoria do ataque a Fernando Villavicencio, e o acusa de ter feito um acordo com o crime organizado e não ter cumprido suas promessas.

“Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados”, diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

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No mesmo vídeo, o grupo dissidente da facção “Los Cocheros” (filial equatoriana do Cartel de Sinaloa, no México), ameaça outro presidenciável, Jan Topic. “Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem suas palavras (...) Você também, Jan Topic.”

As autoridades equatorianas ainda não se pronunciaram sobre o vídeo. As investigações estão em andamento.

Seis pessoas foram presas e uma foi morta durante a operação policial. Uma maleta com armas e explosivos foi encontrada em uma casa na região.

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Los Lobos

Os Los Lobos são uma facção criminosa considerada a segunda maior do país. Segundo a rede estatal britânica BBC, cerca de 8 mil pessoas fazem parte do grupo que é dissidente da facção “Los Cocheros” (braço do Cartel de Sinaloa no Equador).

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Envolvidos com tráfico internacional de cocaína, o grupo Los Lobos também esteve envolvido em mortes brutais dentro de presídios no Equador recentemente.

Em maio de 2022, essa facção foi responsável por uma rebelião que deixou 43 mortos em um presídio de Santo Domingo.

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O assassinato de Fernando Villavicencio

O candidato presidencial do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado com tiros na cabeça nesta quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito, a 11 dias das eleições gerais e em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

Villavicencio foi um dos oito candidatos registrados para a eleição presidencial de 20 de agosto. O político não estava entre os favoritos, com apenas 10% das preferências, embora fosse uma figura conhecida por denunciar no passado vários casos de corrupção governamental.

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O candidato estava mobilizado com proteção policial há várias semanas e, segundo o que Patricio Zuquilanda, assessor da campanha do candidato, disse à The Associated Press, Villavicencio havia recebido duas ameaças de morte, mas não deu mais detalhes.

Caminhão do Instituto Médico Legal do Equador chega ao local onde o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado durante um comício em Quito, em 9 de agosto de 2023 Foto: Galo Paguay/AFP

Quem foi Fernando Villacicencio?

Ex-jornalista investigativo, Fernando Villavicencio tinha 59 anos e foi uma das vozes mais críticas contra a corrupção, especialmente durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, de 2007 a 2017. Ele apresentou muitas queixas judiciais contra membros do alto escalão do governo de Correa, inclusive contra o próprio ex-presidente.

Nascido na cidade andina de Alausí, na província de Chimborazo, no sul do país, Villavicencio era o mais velho de seis irmãos e cresceu no campo até sua família migrar para Quito, onde trabalhou como garçom desde muito jovem, de acordo com uma entrevista recente ao jornal El Universo.

Ele se envolveu com a indústria petrolífera - da qual tinha amplo conhecimento - quando ocupou um cargo na área de relações comunitárias da estatal Petroecuador. “Meu trabalho era contra a indústria petrolífera porque o que eu fazia era investigar e registrar os impactos da indústria petrolífera”, disse ele, acrescentando que “eu sempre acabava emitindo relatórios contra a própria empresa”.

Após deixar o setor petrolífero, ele trabalhou como jornalista para os portais Plan V, Mil Hojas e Periodismo de Investigación. Villavicencio, apelidado de Don Villa por seus partidários, tornou-se membro da Assembleia Nacional, onde presidiu o comitê de supervisão que pediu o impeachment de Lasso por suposta corrupção, algo com que o candidato não concordava.

Apoiador de Fernando Villavicencio baleado e deitado no chão de uma escola em Quito após atentado que matou o candidato à presidência do Equador  Foto: API/via AP

A última denúncia apresentada por Villavicencio implica o ex-vice-presidente Jorge Glas, ex-ministro do governo Correa, e a Petroecuador por supostos contratos ilegais na concessão de 21 poços de petróleo a empresas estrangeiras.

Ele era casado com Veronica Sarauz e deixa cinco filhos.

Anticorrupção

Villavicencio estava entre os candidatos mais francos sobre a ligação entre o crime organizado e as autoridades do governo. Sua morte provocou alarme imediato no Equador, uma nação que já foi relativamente segura e que tem sido consumida pela violência relacionada ao tráfico de drogas.

Feroz em sua luta contra a corrupção, o candidato à presidência Fernando Villavicencio apresentou denúncias de irregularidades em contratos estatais até dias antes de ser morto a tiros.

A reportagem, escrita com seu colega e amigo Christian Zurita, revelou um esquema de suborno que colocou o ex-presidente Correa e seus funcionários do governo na berlinda por receberem suborno de empresários.

Por esse caso, Correa, que está refugiado na Bélgica e a quem Villavicencio se referia como “o fugitivo”, foi condenado à revelia a oito anos de prisão.

Em um vídeo divulgado na rede social X, antigo Twitter, um grupo de homens encapuzados que dizem ser parte da facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores do Equador, assumiram o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato presidencial do Equador morto com três tiros na cabeça na quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito.

O atentado aconteceu 11 dias antes das eleições gerais do Equador, que decretou estado de emergência em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

O candidato à presidência Fernando Villavicencio falando durante sua inscrição para a candidatura à presidência do Equador.  Foto: José Jácome / EFE

O grupo assume na gravação a autoria do ataque a Fernando Villavicencio, e o acusa de ter feito um acordo com o crime organizado e não ter cumprido suas promessas.

“Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados”, diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

No mesmo vídeo, o grupo dissidente da facção “Los Cocheros” (filial equatoriana do Cartel de Sinaloa, no México), ameaça outro presidenciável, Jan Topic. “Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem suas palavras (...) Você também, Jan Topic.”

As autoridades equatorianas ainda não se pronunciaram sobre o vídeo. As investigações estão em andamento.

Seis pessoas foram presas e uma foi morta durante a operação policial. Uma maleta com armas e explosivos foi encontrada em uma casa na região.

Los Lobos

Os Los Lobos são uma facção criminosa considerada a segunda maior do país. Segundo a rede estatal britânica BBC, cerca de 8 mil pessoas fazem parte do grupo que é dissidente da facção “Los Cocheros” (braço do Cartel de Sinaloa no Equador).

Envolvidos com tráfico internacional de cocaína, o grupo Los Lobos também esteve envolvido em mortes brutais dentro de presídios no Equador recentemente.

Em maio de 2022, essa facção foi responsável por uma rebelião que deixou 43 mortos em um presídio de Santo Domingo.

O assassinato de Fernando Villavicencio

O candidato presidencial do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado com tiros na cabeça nesta quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito, a 11 dias das eleições gerais e em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

Villavicencio foi um dos oito candidatos registrados para a eleição presidencial de 20 de agosto. O político não estava entre os favoritos, com apenas 10% das preferências, embora fosse uma figura conhecida por denunciar no passado vários casos de corrupção governamental.

O candidato estava mobilizado com proteção policial há várias semanas e, segundo o que Patricio Zuquilanda, assessor da campanha do candidato, disse à The Associated Press, Villavicencio havia recebido duas ameaças de morte, mas não deu mais detalhes.

Caminhão do Instituto Médico Legal do Equador chega ao local onde o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado durante um comício em Quito, em 9 de agosto de 2023 Foto: Galo Paguay/AFP

Quem foi Fernando Villacicencio?

Ex-jornalista investigativo, Fernando Villavicencio tinha 59 anos e foi uma das vozes mais críticas contra a corrupção, especialmente durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, de 2007 a 2017. Ele apresentou muitas queixas judiciais contra membros do alto escalão do governo de Correa, inclusive contra o próprio ex-presidente.

Nascido na cidade andina de Alausí, na província de Chimborazo, no sul do país, Villavicencio era o mais velho de seis irmãos e cresceu no campo até sua família migrar para Quito, onde trabalhou como garçom desde muito jovem, de acordo com uma entrevista recente ao jornal El Universo.

Ele se envolveu com a indústria petrolífera - da qual tinha amplo conhecimento - quando ocupou um cargo na área de relações comunitárias da estatal Petroecuador. “Meu trabalho era contra a indústria petrolífera porque o que eu fazia era investigar e registrar os impactos da indústria petrolífera”, disse ele, acrescentando que “eu sempre acabava emitindo relatórios contra a própria empresa”.

Após deixar o setor petrolífero, ele trabalhou como jornalista para os portais Plan V, Mil Hojas e Periodismo de Investigación. Villavicencio, apelidado de Don Villa por seus partidários, tornou-se membro da Assembleia Nacional, onde presidiu o comitê de supervisão que pediu o impeachment de Lasso por suposta corrupção, algo com que o candidato não concordava.

Apoiador de Fernando Villavicencio baleado e deitado no chão de uma escola em Quito após atentado que matou o candidato à presidência do Equador  Foto: API/via AP

A última denúncia apresentada por Villavicencio implica o ex-vice-presidente Jorge Glas, ex-ministro do governo Correa, e a Petroecuador por supostos contratos ilegais na concessão de 21 poços de petróleo a empresas estrangeiras.

Ele era casado com Veronica Sarauz e deixa cinco filhos.

Anticorrupção

Villavicencio estava entre os candidatos mais francos sobre a ligação entre o crime organizado e as autoridades do governo. Sua morte provocou alarme imediato no Equador, uma nação que já foi relativamente segura e que tem sido consumida pela violência relacionada ao tráfico de drogas.

Feroz em sua luta contra a corrupção, o candidato à presidência Fernando Villavicencio apresentou denúncias de irregularidades em contratos estatais até dias antes de ser morto a tiros.

A reportagem, escrita com seu colega e amigo Christian Zurita, revelou um esquema de suborno que colocou o ex-presidente Correa e seus funcionários do governo na berlinda por receberem suborno de empresários.

Por esse caso, Correa, que está refugiado na Bélgica e a quem Villavicencio se referia como “o fugitivo”, foi condenado à revelia a oito anos de prisão.

Em um vídeo divulgado na rede social X, antigo Twitter, um grupo de homens encapuzados que dizem ser parte da facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores do Equador, assumiram o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato presidencial do Equador morto com três tiros na cabeça na quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito.

O atentado aconteceu 11 dias antes das eleições gerais do Equador, que decretou estado de emergência em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

O candidato à presidência Fernando Villavicencio falando durante sua inscrição para a candidatura à presidência do Equador.  Foto: José Jácome / EFE

O grupo assume na gravação a autoria do ataque a Fernando Villavicencio, e o acusa de ter feito um acordo com o crime organizado e não ter cumprido suas promessas.

“Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados”, diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

No mesmo vídeo, o grupo dissidente da facção “Los Cocheros” (filial equatoriana do Cartel de Sinaloa, no México), ameaça outro presidenciável, Jan Topic. “Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem suas palavras (...) Você também, Jan Topic.”

As autoridades equatorianas ainda não se pronunciaram sobre o vídeo. As investigações estão em andamento.

Seis pessoas foram presas e uma foi morta durante a operação policial. Uma maleta com armas e explosivos foi encontrada em uma casa na região.

Los Lobos

Os Los Lobos são uma facção criminosa considerada a segunda maior do país. Segundo a rede estatal britânica BBC, cerca de 8 mil pessoas fazem parte do grupo que é dissidente da facção “Los Cocheros” (braço do Cartel de Sinaloa no Equador).

Envolvidos com tráfico internacional de cocaína, o grupo Los Lobos também esteve envolvido em mortes brutais dentro de presídios no Equador recentemente.

Em maio de 2022, essa facção foi responsável por uma rebelião que deixou 43 mortos em um presídio de Santo Domingo.

O assassinato de Fernando Villavicencio

O candidato presidencial do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado com tiros na cabeça nesta quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito, a 11 dias das eleições gerais e em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

Villavicencio foi um dos oito candidatos registrados para a eleição presidencial de 20 de agosto. O político não estava entre os favoritos, com apenas 10% das preferências, embora fosse uma figura conhecida por denunciar no passado vários casos de corrupção governamental.

O candidato estava mobilizado com proteção policial há várias semanas e, segundo o que Patricio Zuquilanda, assessor da campanha do candidato, disse à The Associated Press, Villavicencio havia recebido duas ameaças de morte, mas não deu mais detalhes.

Caminhão do Instituto Médico Legal do Equador chega ao local onde o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado durante um comício em Quito, em 9 de agosto de 2023 Foto: Galo Paguay/AFP

Quem foi Fernando Villacicencio?

Ex-jornalista investigativo, Fernando Villavicencio tinha 59 anos e foi uma das vozes mais críticas contra a corrupção, especialmente durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, de 2007 a 2017. Ele apresentou muitas queixas judiciais contra membros do alto escalão do governo de Correa, inclusive contra o próprio ex-presidente.

Nascido na cidade andina de Alausí, na província de Chimborazo, no sul do país, Villavicencio era o mais velho de seis irmãos e cresceu no campo até sua família migrar para Quito, onde trabalhou como garçom desde muito jovem, de acordo com uma entrevista recente ao jornal El Universo.

Ele se envolveu com a indústria petrolífera - da qual tinha amplo conhecimento - quando ocupou um cargo na área de relações comunitárias da estatal Petroecuador. “Meu trabalho era contra a indústria petrolífera porque o que eu fazia era investigar e registrar os impactos da indústria petrolífera”, disse ele, acrescentando que “eu sempre acabava emitindo relatórios contra a própria empresa”.

Após deixar o setor petrolífero, ele trabalhou como jornalista para os portais Plan V, Mil Hojas e Periodismo de Investigación. Villavicencio, apelidado de Don Villa por seus partidários, tornou-se membro da Assembleia Nacional, onde presidiu o comitê de supervisão que pediu o impeachment de Lasso por suposta corrupção, algo com que o candidato não concordava.

Apoiador de Fernando Villavicencio baleado e deitado no chão de uma escola em Quito após atentado que matou o candidato à presidência do Equador  Foto: API/via AP

A última denúncia apresentada por Villavicencio implica o ex-vice-presidente Jorge Glas, ex-ministro do governo Correa, e a Petroecuador por supostos contratos ilegais na concessão de 21 poços de petróleo a empresas estrangeiras.

Ele era casado com Veronica Sarauz e deixa cinco filhos.

Anticorrupção

Villavicencio estava entre os candidatos mais francos sobre a ligação entre o crime organizado e as autoridades do governo. Sua morte provocou alarme imediato no Equador, uma nação que já foi relativamente segura e que tem sido consumida pela violência relacionada ao tráfico de drogas.

Feroz em sua luta contra a corrupção, o candidato à presidência Fernando Villavicencio apresentou denúncias de irregularidades em contratos estatais até dias antes de ser morto a tiros.

A reportagem, escrita com seu colega e amigo Christian Zurita, revelou um esquema de suborno que colocou o ex-presidente Correa e seus funcionários do governo na berlinda por receberem suborno de empresários.

Por esse caso, Correa, que está refugiado na Bélgica e a quem Villavicencio se referia como “o fugitivo”, foi condenado à revelia a oito anos de prisão.

Em um vídeo divulgado na rede social X, antigo Twitter, um grupo de homens encapuzados que dizem ser parte da facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores do Equador, assumiram o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato presidencial do Equador morto com três tiros na cabeça na quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito.

O atentado aconteceu 11 dias antes das eleições gerais do Equador, que decretou estado de emergência em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

O candidato à presidência Fernando Villavicencio falando durante sua inscrição para a candidatura à presidência do Equador.  Foto: José Jácome / EFE

O grupo assume na gravação a autoria do ataque a Fernando Villavicencio, e o acusa de ter feito um acordo com o crime organizado e não ter cumprido suas promessas.

“Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados”, diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

No mesmo vídeo, o grupo dissidente da facção “Los Cocheros” (filial equatoriana do Cartel de Sinaloa, no México), ameaça outro presidenciável, Jan Topic. “Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem suas palavras (...) Você também, Jan Topic.”

As autoridades equatorianas ainda não se pronunciaram sobre o vídeo. As investigações estão em andamento.

Seis pessoas foram presas e uma foi morta durante a operação policial. Uma maleta com armas e explosivos foi encontrada em uma casa na região.

Los Lobos

Os Los Lobos são uma facção criminosa considerada a segunda maior do país. Segundo a rede estatal britânica BBC, cerca de 8 mil pessoas fazem parte do grupo que é dissidente da facção “Los Cocheros” (braço do Cartel de Sinaloa no Equador).

Envolvidos com tráfico internacional de cocaína, o grupo Los Lobos também esteve envolvido em mortes brutais dentro de presídios no Equador recentemente.

Em maio de 2022, essa facção foi responsável por uma rebelião que deixou 43 mortos em um presídio de Santo Domingo.

O assassinato de Fernando Villavicencio

O candidato presidencial do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado com tiros na cabeça nesta quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito, a 11 dias das eleições gerais e em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

Villavicencio foi um dos oito candidatos registrados para a eleição presidencial de 20 de agosto. O político não estava entre os favoritos, com apenas 10% das preferências, embora fosse uma figura conhecida por denunciar no passado vários casos de corrupção governamental.

O candidato estava mobilizado com proteção policial há várias semanas e, segundo o que Patricio Zuquilanda, assessor da campanha do candidato, disse à The Associated Press, Villavicencio havia recebido duas ameaças de morte, mas não deu mais detalhes.

Caminhão do Instituto Médico Legal do Equador chega ao local onde o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado durante um comício em Quito, em 9 de agosto de 2023 Foto: Galo Paguay/AFP

Quem foi Fernando Villacicencio?

Ex-jornalista investigativo, Fernando Villavicencio tinha 59 anos e foi uma das vozes mais críticas contra a corrupção, especialmente durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, de 2007 a 2017. Ele apresentou muitas queixas judiciais contra membros do alto escalão do governo de Correa, inclusive contra o próprio ex-presidente.

Nascido na cidade andina de Alausí, na província de Chimborazo, no sul do país, Villavicencio era o mais velho de seis irmãos e cresceu no campo até sua família migrar para Quito, onde trabalhou como garçom desde muito jovem, de acordo com uma entrevista recente ao jornal El Universo.

Ele se envolveu com a indústria petrolífera - da qual tinha amplo conhecimento - quando ocupou um cargo na área de relações comunitárias da estatal Petroecuador. “Meu trabalho era contra a indústria petrolífera porque o que eu fazia era investigar e registrar os impactos da indústria petrolífera”, disse ele, acrescentando que “eu sempre acabava emitindo relatórios contra a própria empresa”.

Após deixar o setor petrolífero, ele trabalhou como jornalista para os portais Plan V, Mil Hojas e Periodismo de Investigación. Villavicencio, apelidado de Don Villa por seus partidários, tornou-se membro da Assembleia Nacional, onde presidiu o comitê de supervisão que pediu o impeachment de Lasso por suposta corrupção, algo com que o candidato não concordava.

Apoiador de Fernando Villavicencio baleado e deitado no chão de uma escola em Quito após atentado que matou o candidato à presidência do Equador  Foto: API/via AP

A última denúncia apresentada por Villavicencio implica o ex-vice-presidente Jorge Glas, ex-ministro do governo Correa, e a Petroecuador por supostos contratos ilegais na concessão de 21 poços de petróleo a empresas estrangeiras.

Ele era casado com Veronica Sarauz e deixa cinco filhos.

Anticorrupção

Villavicencio estava entre os candidatos mais francos sobre a ligação entre o crime organizado e as autoridades do governo. Sua morte provocou alarme imediato no Equador, uma nação que já foi relativamente segura e que tem sido consumida pela violência relacionada ao tráfico de drogas.

Feroz em sua luta contra a corrupção, o candidato à presidência Fernando Villavicencio apresentou denúncias de irregularidades em contratos estatais até dias antes de ser morto a tiros.

A reportagem, escrita com seu colega e amigo Christian Zurita, revelou um esquema de suborno que colocou o ex-presidente Correa e seus funcionários do governo na berlinda por receberem suborno de empresários.

Por esse caso, Correa, que está refugiado na Bélgica e a quem Villavicencio se referia como “o fugitivo”, foi condenado à revelia a oito anos de prisão.

Em um vídeo divulgado na rede social X, antigo Twitter, um grupo de homens encapuzados que dizem ser parte da facção criminosa “Los Lobos”, uma das maiores do Equador, assumiram o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato presidencial do Equador morto com três tiros na cabeça na quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito.

O atentado aconteceu 11 dias antes das eleições gerais do Equador, que decretou estado de emergência em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

O candidato à presidência Fernando Villavicencio falando durante sua inscrição para a candidatura à presidência do Equador.  Foto: José Jácome / EFE

O grupo assume na gravação a autoria do ataque a Fernando Villavicencio, e o acusa de ter feito um acordo com o crime organizado e não ter cumprido suas promessas.

“Queremos deixar claro para todos que cada vez que políticos corruptos não cumprirem com suas promessas antes estabelecidas, quando receberem nosso dinheiro - que são milhões de dólares -, para financiar suas campanhas, serão executados”, diz um porta-voz rodeado de outros criminosos vestidos de preto e com balaclavas cobrindo os rostos enquanto exibem suas armas de fogo.

No mesmo vídeo, o grupo dissidente da facção “Los Cocheros” (filial equatoriana do Cartel de Sinaloa, no México), ameaça outro presidenciável, Jan Topic. “Isso se repetirá quando os corruptos não cumprirem suas palavras (...) Você também, Jan Topic.”

As autoridades equatorianas ainda não se pronunciaram sobre o vídeo. As investigações estão em andamento.

Seis pessoas foram presas e uma foi morta durante a operação policial. Uma maleta com armas e explosivos foi encontrada em uma casa na região.

Los Lobos

Os Los Lobos são uma facção criminosa considerada a segunda maior do país. Segundo a rede estatal britânica BBC, cerca de 8 mil pessoas fazem parte do grupo que é dissidente da facção “Los Cocheros” (braço do Cartel de Sinaloa no Equador).

Envolvidos com tráfico internacional de cocaína, o grupo Los Lobos também esteve envolvido em mortes brutais dentro de presídios no Equador recentemente.

Em maio de 2022, essa facção foi responsável por uma rebelião que deixou 43 mortos em um presídio de Santo Domingo.

O assassinato de Fernando Villavicencio

O candidato presidencial do Equador, Fernando Villavicencio, foi assassinado com tiros na cabeça nesta quarta-feira, 9, em um atentado durante um comício político em uma escola no norte de Quito, a 11 dias das eleições gerais e em meio a uma onda de violência que afeta várias partes do país sul-americano.

Villavicencio foi um dos oito candidatos registrados para a eleição presidencial de 20 de agosto. O político não estava entre os favoritos, com apenas 10% das preferências, embora fosse uma figura conhecida por denunciar no passado vários casos de corrupção governamental.

O candidato estava mobilizado com proteção policial há várias semanas e, segundo o que Patricio Zuquilanda, assessor da campanha do candidato, disse à The Associated Press, Villavicencio havia recebido duas ameaças de morte, mas não deu mais detalhes.

Caminhão do Instituto Médico Legal do Equador chega ao local onde o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado durante um comício em Quito, em 9 de agosto de 2023 Foto: Galo Paguay/AFP

Quem foi Fernando Villacicencio?

Ex-jornalista investigativo, Fernando Villavicencio tinha 59 anos e foi uma das vozes mais críticas contra a corrupção, especialmente durante o governo do ex-presidente Rafael Correa, de 2007 a 2017. Ele apresentou muitas queixas judiciais contra membros do alto escalão do governo de Correa, inclusive contra o próprio ex-presidente.

Nascido na cidade andina de Alausí, na província de Chimborazo, no sul do país, Villavicencio era o mais velho de seis irmãos e cresceu no campo até sua família migrar para Quito, onde trabalhou como garçom desde muito jovem, de acordo com uma entrevista recente ao jornal El Universo.

Ele se envolveu com a indústria petrolífera - da qual tinha amplo conhecimento - quando ocupou um cargo na área de relações comunitárias da estatal Petroecuador. “Meu trabalho era contra a indústria petrolífera porque o que eu fazia era investigar e registrar os impactos da indústria petrolífera”, disse ele, acrescentando que “eu sempre acabava emitindo relatórios contra a própria empresa”.

Após deixar o setor petrolífero, ele trabalhou como jornalista para os portais Plan V, Mil Hojas e Periodismo de Investigación. Villavicencio, apelidado de Don Villa por seus partidários, tornou-se membro da Assembleia Nacional, onde presidiu o comitê de supervisão que pediu o impeachment de Lasso por suposta corrupção, algo com que o candidato não concordava.

Apoiador de Fernando Villavicencio baleado e deitado no chão de uma escola em Quito após atentado que matou o candidato à presidência do Equador  Foto: API/via AP

A última denúncia apresentada por Villavicencio implica o ex-vice-presidente Jorge Glas, ex-ministro do governo Correa, e a Petroecuador por supostos contratos ilegais na concessão de 21 poços de petróleo a empresas estrangeiras.

Ele era casado com Veronica Sarauz e deixa cinco filhos.

Anticorrupção

Villavicencio estava entre os candidatos mais francos sobre a ligação entre o crime organizado e as autoridades do governo. Sua morte provocou alarme imediato no Equador, uma nação que já foi relativamente segura e que tem sido consumida pela violência relacionada ao tráfico de drogas.

Feroz em sua luta contra a corrupção, o candidato à presidência Fernando Villavicencio apresentou denúncias de irregularidades em contratos estatais até dias antes de ser morto a tiros.

A reportagem, escrita com seu colega e amigo Christian Zurita, revelou um esquema de suborno que colocou o ex-presidente Correa e seus funcionários do governo na berlinda por receberem suborno de empresários.

Por esse caso, Correa, que está refugiado na Bélgica e a quem Villavicencio se referia como “o fugitivo”, foi condenado à revelia a oito anos de prisão.

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