Fila para ver caixão da rainha Elizabeth II teve 250 mil pessoas e pode bater recorde


Espera chegou a 24 horas em alguns casos e motivação foi ‘fazer parte da história’; previsões eram maiores, mas Guinness avalia se público é recorde em alguma categoria

Por Karla Adam e Annabelle Timsit
Atualização:

LONDRES – Cerca de 250 mil pessoas viram o caixão da rainha Elizabeth II ao longo dos quatro dias em que a rainha foi velada em Westminster Hall, no centro de Londres. Quem quis prestar as últimas homenagens à rainha, falecida no dia 8 deste mês, precisou enfrentar uma fila tão longa que o tempo de espera em alguns casos chegou a 24 horas. O governo britânico chegou a estabelecer um limite de pessoas em espera, mas o efeito foi o surgimento de uma fila para a fila.

A estimativa de público foi divulgada pelo governo britânico nesta terça-feira, 20. Se confirmado, o número será menor do que as estimativas presumidas por alguns funcionários do governo. Na quinta-feira, 15, a agência Reuters chegou a dizer que 750 mil pessoas deveriam visitar Westminster Hall para prestar homenagem à rainha. Um recorde de público era esperado pelo Guinness World Records.

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Segundo um artigo do próprio Guinness, houve filas funerárias anteriores que foram mais longas, inclusive para o pai de Elizabeth, o rei George VI. Mais de 300 mil pessoas se reuniram para vê-lo, num evento que se tornou conhecido como “A Grande Fila”, em 1952.

Público que participou da fila do funeral da rainha Elizabeth II se prepara para embarcar em ônibus do lado de fora de Westminster, em imagem desta segunda-feira, 19 Foto: John Sibley/Reuters

Craig Glenday, editor-chefe do Guinness World Records, disse que atualmente não há nenhum evento que detenha o título de “fila mais longa” de todos os tempos. Ele ressaltou que a organização considera fila “uma fila ordenada de pessoas, nem todos se acumulando” e, por isso, os milhões que compareceram ao funeral do aiatolá do Irã Ruhollah Khomeini em 1989 não são comparáveis.

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Entre os 250 mil que foram ver a rainha Elizabeth, estão aqueles que não precisaram esperar – por serem legisladores, jornalistas credenciados e autoridades estrangeiras que foram convidadas para o funeral –, mas a maioria passou horas na fila.

Compará-la com a fila de outros eventos semelhantes é uma dificuldade difícil. Registros mostram que cerca de 300 mil pessoas foram ao velório do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill ao longo de três dias em 1965. Entretanto, foi uma fila mais curta, com a espera de apenas algumas horas, e muitas pessoas passaram pelo local várias vezes.

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O Guinness ainda vai realizar uma pesquisa com os números do governo e também digitalizar registros e recortes de jornais e fotografias de outros grandes eventos.

Segundo Glenday, a organização pode consumar a fila em uma categoria qualificada, dependendo dos números que o governo divulgue. O velório público da rainha pode ganhar o título de “fila mais longa contada”, “fila mais longa já monitorada” ou “fila mais longa avaliada”.

Fila espontânea contrastou com planejamento de funeral

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O luto nacional pela morte da rainha durou 10 dias e terminou nesta segunda-feira, 19, em um funeral na Abadia de Westminster. Planejado por décadas e coreografado até o último minuto, ele foi realizado minuciosamente. A fila, no entanto, foi confusa, engraçada e exclusivamente espontânea em meio a cerimônia ensaiada. Rapidamente, assumiu uma vida própria – relatada muitas vezes ao vivo através do Twitter pelas pessoas que ali esperavam.

A fila se tornou um objeto de fascínio no país e no exterior. Ela ganhou um site do próprio governo britânico que monitorava quantas pessoas estavam à espera e as mídias sociais explodiram com perfis de paródias. Alguns a apelidaram de “A linha Elizabeth” – mesmo nome de uma nova linha de metrô – e a fila da fila foi chamada de “QEII” (sigla de ‘Fila Elizabeth II’, em inglês).

Rei Charles III cumprimenta pessoas que faziam fila para ver caixão da rainha Elizabeth II, em imagem do sábado, 17 Foto: Aaron Chown / AP
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O ex-jogador de futebol David Beckham ficou na fila ao longo de 13 horas e contou ao “Good Morning America” que sobreviveu à provação com Pringles, doces de limão, café, sanduíches e rosquinhas. No sábado, o público recebeu os cumprimentos do rei Charles III e do príncipe William.

Uma parte do público também enfrentou dificuldades de saúde enquanto esperava. Segundo o Serviço de Ambulâncias de Londres, 2.012 pacientes receberam atendimento médico na fila e outros 240 foram levados para hospitais, à medida que as temperaturas caíam à noite e as pessoas se amontoavam sob cobertores e tendas. Entre esses, está o último grupo de pessoas que conseguiram ver o caixão da rainha na manhã desta segunda-feira, antes do funeral.

Primeira e última pessoa da fila

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A primeira pessoa a começar a esperar foi Vanessa Nanthakumaran, assistente administrativa. Ela chegou ao local na manhã do dia 12, dois dias antes do caixão da rainha ser levado até Westminster, e fez fila ao longo de 50 horas. Como muitos, ela justificou a espera como um momento “para fazer parte da história”.

A última pessoa a ver o caixão da rainha foi Christina Heerey. Segundo ela, foi tão importante ver o caixão da rainha que ela fez isso duas vezes.

Imagem mostra público da fila do funeral da rainha Elizabeth II durante um minuto de silêncio no domingo,18 Foto: Neil Hall/EFE

A fila também rendeu momentos surpreendentes de alegria para muitos que estavam lá. Havia pessoas de todas as idades e nacionalidades, muitas das quais tinham alguma conexão com a rainha. Era possível descobrir aleatoriamente e ao vivo, como fez a jornalista Barbara Miller, da Australian Broadcasting Corporation, que você estava conversando com um ex-representante da rainha no Parlamento. Era, neste caso, David Leakey, que passou anos no planejamento do funeral da rainha. No ar, a entrevista virou um bate-papo fascinante sobre a relação dele com a rainha e sua frustração com o episódio do rei com a caneta vazando.

David Hatchett, de 44 anos, foi um dos últimos a ver o caixão de Elizabeth II, depois de nove horas de espera. O tempo foi enfrentado com grandes quantidades de chá e conversa fiada com novos amigos – embora de uma forma muito britânica. “Conversávamos educadamente com pessoas que realmente não conhecíamos. Trocamos anedotas, entendemos os motivos das pessoas para quererem estar lá. Havia uma camaradagem sobre isso. Não é como se compartilhássemos nossas histórias de vida inteira, no entanto”, conta.

Em seguida, diz sobre o momento que a espera chegou ao fim e ele conseguiu ver o caixão da rainha, com as joias da coroa e outros símbolos reais sobre ele. “Foi um momento comovente. Estar a um ou dois metros de distância da rainha, é um conceito estranho para chegar a uma conclusão”.

LONDRES – Cerca de 250 mil pessoas viram o caixão da rainha Elizabeth II ao longo dos quatro dias em que a rainha foi velada em Westminster Hall, no centro de Londres. Quem quis prestar as últimas homenagens à rainha, falecida no dia 8 deste mês, precisou enfrentar uma fila tão longa que o tempo de espera em alguns casos chegou a 24 horas. O governo britânico chegou a estabelecer um limite de pessoas em espera, mas o efeito foi o surgimento de uma fila para a fila.

A estimativa de público foi divulgada pelo governo britânico nesta terça-feira, 20. Se confirmado, o número será menor do que as estimativas presumidas por alguns funcionários do governo. Na quinta-feira, 15, a agência Reuters chegou a dizer que 750 mil pessoas deveriam visitar Westminster Hall para prestar homenagem à rainha. Um recorde de público era esperado pelo Guinness World Records.

Segundo um artigo do próprio Guinness, houve filas funerárias anteriores que foram mais longas, inclusive para o pai de Elizabeth, o rei George VI. Mais de 300 mil pessoas se reuniram para vê-lo, num evento que se tornou conhecido como “A Grande Fila”, em 1952.

Público que participou da fila do funeral da rainha Elizabeth II se prepara para embarcar em ônibus do lado de fora de Westminster, em imagem desta segunda-feira, 19 Foto: John Sibley/Reuters

Craig Glenday, editor-chefe do Guinness World Records, disse que atualmente não há nenhum evento que detenha o título de “fila mais longa” de todos os tempos. Ele ressaltou que a organização considera fila “uma fila ordenada de pessoas, nem todos se acumulando” e, por isso, os milhões que compareceram ao funeral do aiatolá do Irã Ruhollah Khomeini em 1989 não são comparáveis.

Entre os 250 mil que foram ver a rainha Elizabeth, estão aqueles que não precisaram esperar – por serem legisladores, jornalistas credenciados e autoridades estrangeiras que foram convidadas para o funeral –, mas a maioria passou horas na fila.

Compará-la com a fila de outros eventos semelhantes é uma dificuldade difícil. Registros mostram que cerca de 300 mil pessoas foram ao velório do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill ao longo de três dias em 1965. Entretanto, foi uma fila mais curta, com a espera de apenas algumas horas, e muitas pessoas passaram pelo local várias vezes.

O Guinness ainda vai realizar uma pesquisa com os números do governo e também digitalizar registros e recortes de jornais e fotografias de outros grandes eventos.

Segundo Glenday, a organização pode consumar a fila em uma categoria qualificada, dependendo dos números que o governo divulgue. O velório público da rainha pode ganhar o título de “fila mais longa contada”, “fila mais longa já monitorada” ou “fila mais longa avaliada”.

Fila espontânea contrastou com planejamento de funeral

O luto nacional pela morte da rainha durou 10 dias e terminou nesta segunda-feira, 19, em um funeral na Abadia de Westminster. Planejado por décadas e coreografado até o último minuto, ele foi realizado minuciosamente. A fila, no entanto, foi confusa, engraçada e exclusivamente espontânea em meio a cerimônia ensaiada. Rapidamente, assumiu uma vida própria – relatada muitas vezes ao vivo através do Twitter pelas pessoas que ali esperavam.

A fila se tornou um objeto de fascínio no país e no exterior. Ela ganhou um site do próprio governo britânico que monitorava quantas pessoas estavam à espera e as mídias sociais explodiram com perfis de paródias. Alguns a apelidaram de “A linha Elizabeth” – mesmo nome de uma nova linha de metrô – e a fila da fila foi chamada de “QEII” (sigla de ‘Fila Elizabeth II’, em inglês).

Rei Charles III cumprimenta pessoas que faziam fila para ver caixão da rainha Elizabeth II, em imagem do sábado, 17 Foto: Aaron Chown / AP

O ex-jogador de futebol David Beckham ficou na fila ao longo de 13 horas e contou ao “Good Morning America” que sobreviveu à provação com Pringles, doces de limão, café, sanduíches e rosquinhas. No sábado, o público recebeu os cumprimentos do rei Charles III e do príncipe William.

Uma parte do público também enfrentou dificuldades de saúde enquanto esperava. Segundo o Serviço de Ambulâncias de Londres, 2.012 pacientes receberam atendimento médico na fila e outros 240 foram levados para hospitais, à medida que as temperaturas caíam à noite e as pessoas se amontoavam sob cobertores e tendas. Entre esses, está o último grupo de pessoas que conseguiram ver o caixão da rainha na manhã desta segunda-feira, antes do funeral.

Primeira e última pessoa da fila

A primeira pessoa a começar a esperar foi Vanessa Nanthakumaran, assistente administrativa. Ela chegou ao local na manhã do dia 12, dois dias antes do caixão da rainha ser levado até Westminster, e fez fila ao longo de 50 horas. Como muitos, ela justificou a espera como um momento “para fazer parte da história”.

A última pessoa a ver o caixão da rainha foi Christina Heerey. Segundo ela, foi tão importante ver o caixão da rainha que ela fez isso duas vezes.

Imagem mostra público da fila do funeral da rainha Elizabeth II durante um minuto de silêncio no domingo,18 Foto: Neil Hall/EFE

A fila também rendeu momentos surpreendentes de alegria para muitos que estavam lá. Havia pessoas de todas as idades e nacionalidades, muitas das quais tinham alguma conexão com a rainha. Era possível descobrir aleatoriamente e ao vivo, como fez a jornalista Barbara Miller, da Australian Broadcasting Corporation, que você estava conversando com um ex-representante da rainha no Parlamento. Era, neste caso, David Leakey, que passou anos no planejamento do funeral da rainha. No ar, a entrevista virou um bate-papo fascinante sobre a relação dele com a rainha e sua frustração com o episódio do rei com a caneta vazando.

David Hatchett, de 44 anos, foi um dos últimos a ver o caixão de Elizabeth II, depois de nove horas de espera. O tempo foi enfrentado com grandes quantidades de chá e conversa fiada com novos amigos – embora de uma forma muito britânica. “Conversávamos educadamente com pessoas que realmente não conhecíamos. Trocamos anedotas, entendemos os motivos das pessoas para quererem estar lá. Havia uma camaradagem sobre isso. Não é como se compartilhássemos nossas histórias de vida inteira, no entanto”, conta.

Em seguida, diz sobre o momento que a espera chegou ao fim e ele conseguiu ver o caixão da rainha, com as joias da coroa e outros símbolos reais sobre ele. “Foi um momento comovente. Estar a um ou dois metros de distância da rainha, é um conceito estranho para chegar a uma conclusão”.

LONDRES – Cerca de 250 mil pessoas viram o caixão da rainha Elizabeth II ao longo dos quatro dias em que a rainha foi velada em Westminster Hall, no centro de Londres. Quem quis prestar as últimas homenagens à rainha, falecida no dia 8 deste mês, precisou enfrentar uma fila tão longa que o tempo de espera em alguns casos chegou a 24 horas. O governo britânico chegou a estabelecer um limite de pessoas em espera, mas o efeito foi o surgimento de uma fila para a fila.

A estimativa de público foi divulgada pelo governo britânico nesta terça-feira, 20. Se confirmado, o número será menor do que as estimativas presumidas por alguns funcionários do governo. Na quinta-feira, 15, a agência Reuters chegou a dizer que 750 mil pessoas deveriam visitar Westminster Hall para prestar homenagem à rainha. Um recorde de público era esperado pelo Guinness World Records.

Segundo um artigo do próprio Guinness, houve filas funerárias anteriores que foram mais longas, inclusive para o pai de Elizabeth, o rei George VI. Mais de 300 mil pessoas se reuniram para vê-lo, num evento que se tornou conhecido como “A Grande Fila”, em 1952.

Público que participou da fila do funeral da rainha Elizabeth II se prepara para embarcar em ônibus do lado de fora de Westminster, em imagem desta segunda-feira, 19 Foto: John Sibley/Reuters

Craig Glenday, editor-chefe do Guinness World Records, disse que atualmente não há nenhum evento que detenha o título de “fila mais longa” de todos os tempos. Ele ressaltou que a organização considera fila “uma fila ordenada de pessoas, nem todos se acumulando” e, por isso, os milhões que compareceram ao funeral do aiatolá do Irã Ruhollah Khomeini em 1989 não são comparáveis.

Entre os 250 mil que foram ver a rainha Elizabeth, estão aqueles que não precisaram esperar – por serem legisladores, jornalistas credenciados e autoridades estrangeiras que foram convidadas para o funeral –, mas a maioria passou horas na fila.

Compará-la com a fila de outros eventos semelhantes é uma dificuldade difícil. Registros mostram que cerca de 300 mil pessoas foram ao velório do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill ao longo de três dias em 1965. Entretanto, foi uma fila mais curta, com a espera de apenas algumas horas, e muitas pessoas passaram pelo local várias vezes.

O Guinness ainda vai realizar uma pesquisa com os números do governo e também digitalizar registros e recortes de jornais e fotografias de outros grandes eventos.

Segundo Glenday, a organização pode consumar a fila em uma categoria qualificada, dependendo dos números que o governo divulgue. O velório público da rainha pode ganhar o título de “fila mais longa contada”, “fila mais longa já monitorada” ou “fila mais longa avaliada”.

Fila espontânea contrastou com planejamento de funeral

O luto nacional pela morte da rainha durou 10 dias e terminou nesta segunda-feira, 19, em um funeral na Abadia de Westminster. Planejado por décadas e coreografado até o último minuto, ele foi realizado minuciosamente. A fila, no entanto, foi confusa, engraçada e exclusivamente espontânea em meio a cerimônia ensaiada. Rapidamente, assumiu uma vida própria – relatada muitas vezes ao vivo através do Twitter pelas pessoas que ali esperavam.

A fila se tornou um objeto de fascínio no país e no exterior. Ela ganhou um site do próprio governo britânico que monitorava quantas pessoas estavam à espera e as mídias sociais explodiram com perfis de paródias. Alguns a apelidaram de “A linha Elizabeth” – mesmo nome de uma nova linha de metrô – e a fila da fila foi chamada de “QEII” (sigla de ‘Fila Elizabeth II’, em inglês).

Rei Charles III cumprimenta pessoas que faziam fila para ver caixão da rainha Elizabeth II, em imagem do sábado, 17 Foto: Aaron Chown / AP

O ex-jogador de futebol David Beckham ficou na fila ao longo de 13 horas e contou ao “Good Morning America” que sobreviveu à provação com Pringles, doces de limão, café, sanduíches e rosquinhas. No sábado, o público recebeu os cumprimentos do rei Charles III e do príncipe William.

Uma parte do público também enfrentou dificuldades de saúde enquanto esperava. Segundo o Serviço de Ambulâncias de Londres, 2.012 pacientes receberam atendimento médico na fila e outros 240 foram levados para hospitais, à medida que as temperaturas caíam à noite e as pessoas se amontoavam sob cobertores e tendas. Entre esses, está o último grupo de pessoas que conseguiram ver o caixão da rainha na manhã desta segunda-feira, antes do funeral.

Primeira e última pessoa da fila

A primeira pessoa a começar a esperar foi Vanessa Nanthakumaran, assistente administrativa. Ela chegou ao local na manhã do dia 12, dois dias antes do caixão da rainha ser levado até Westminster, e fez fila ao longo de 50 horas. Como muitos, ela justificou a espera como um momento “para fazer parte da história”.

A última pessoa a ver o caixão da rainha foi Christina Heerey. Segundo ela, foi tão importante ver o caixão da rainha que ela fez isso duas vezes.

Imagem mostra público da fila do funeral da rainha Elizabeth II durante um minuto de silêncio no domingo,18 Foto: Neil Hall/EFE

A fila também rendeu momentos surpreendentes de alegria para muitos que estavam lá. Havia pessoas de todas as idades e nacionalidades, muitas das quais tinham alguma conexão com a rainha. Era possível descobrir aleatoriamente e ao vivo, como fez a jornalista Barbara Miller, da Australian Broadcasting Corporation, que você estava conversando com um ex-representante da rainha no Parlamento. Era, neste caso, David Leakey, que passou anos no planejamento do funeral da rainha. No ar, a entrevista virou um bate-papo fascinante sobre a relação dele com a rainha e sua frustração com o episódio do rei com a caneta vazando.

David Hatchett, de 44 anos, foi um dos últimos a ver o caixão de Elizabeth II, depois de nove horas de espera. O tempo foi enfrentado com grandes quantidades de chá e conversa fiada com novos amigos – embora de uma forma muito britânica. “Conversávamos educadamente com pessoas que realmente não conhecíamos. Trocamos anedotas, entendemos os motivos das pessoas para quererem estar lá. Havia uma camaradagem sobre isso. Não é como se compartilhássemos nossas histórias de vida inteira, no entanto”, conta.

Em seguida, diz sobre o momento que a espera chegou ao fim e ele conseguiu ver o caixão da rainha, com as joias da coroa e outros símbolos reais sobre ele. “Foi um momento comovente. Estar a um ou dois metros de distância da rainha, é um conceito estranho para chegar a uma conclusão”.

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