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Opinião|O significado da libertação de Julian Assange na véspera do primeiro debate entre Biden e Trump


Libertação do fundador do WikiLeaks é trunfo para o presidente democrata e significa uma jogada puramente política na disputa

Por Filipe Figueiredo

A libertação de Julian Assange é um trunfo para Joe Biden na véspera do primeiro debate para as eleições presidenciais dos EUA em 2024. Independente dos sentimentos do leitor perante o jornalista e ativista australiano, o acordo anunciado não é por idealismo, não é por justiça, não é por alguma mudança de ideia, é uma jogada puramente política em um clima eleitoral com poucos paralelos na História dos EUA.

Pelo acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, uma pasta do Executivo de Joe Biden, Assange confessou ter violado a Lei de Espionagem de 1917 “por conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional”. O departamento, em troca, ofereceu uma sentença de 62 meses de prisão, justamente o tempo que Assange já cumpriu enquanto aguardava a extradição no Reino Unido. Ou seja, Assange confessou um crime pelo qual já teria pago.

Ele foi liberado na Austrália, voou até as Ilhas Marianas do Norte, um território não-incorporado dos EUA, homologou o acordo, saiu do tribunal como um homem livre e retornou para a Austrália. O estamento político dos EUA, Biden incluso, não tolera Assange e considera que ele, no mínimo, cometeu espionagem. No máximo, é um agente russo que quis interferir em assuntos domésticos e de defesa dos EUA.

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Imagem do dia 26 mostra fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chegando ao Aeroporto de Canberra após ser solto da prisão. Foto: David Gray/AFP

Ao orientar seu Departamento de Justiça a buscar um acordo, Biden antecipa Trump, que repetidas vezes flertou com a ideia de um indulto presidencial a Assange em troca do apoio e dos votos dos libertários nos EUA. Não foi a pressão internacional ou alguma mudança de ideia, mas mera conveniência política. Na véspera, inclusive, do primeiro debate entre Biden e Trump, o debate mais prematuro da História eleitoral dos EUA.

Nunca um debate ocorreu ainda em junho. Em algumas eleições anteriores, as candidaturas ainda estão sendo definidas nessa altura do ano. Outra novidade é que os debates desse ano serão os primeiros desde 1988 que não serão organizados pela Commission on Presidential Debates, já que a organização é boicotada tanto por Trump quanto por Biden. Os debates serão organizados diretamente pelas televisões e pelas campanhas de ambos os candidatos.

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Duas medidas anunciadas são a de que os debates não terão auditório presente e que os microfones serão colocados no mudo quando não for a vez de um candidato falar. Tentativas de colocar ordem em um formato que tem se tornado cada vez mais voltado ao espetáculo do que ao debate saudável. Outras duas coisas serão notáveis nesse debate, uma por sua presença e outra por sua ausência.

Muito provavelmente a idade e as condições de saúde dos candidatos serão um tema presente. Joe Biden tem 81 anos e Trump tem 78 anos de idade. Independente de quem vencer, teremos um novo recorde de presidente mais idoso da História dos EUA. Biden é prejudicado nessa seara por seus episódios de aparente confusão mental, aumentados pelos apoiadores de Trump. O republicano, por sua vez, será alvo por ainda não ter um vice-candidato.

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Afinal, se a idade é um problema, indiretamente se está dizendo que o vice-candidato pode eventualmente ter que assumir o cargo. É possível até que Trump anuncie sua chapa ao vivo no debate, em seu estilo midiático. Já a ausência do debate será Robert Francis Kennedy Jr., que, pontuando 8% dos votos nas pesquisas, promete ser um candidato de terceira via com melhor desempenho eleitoral desde Ross Perot em 1992.

O percentual pode ser pequeno, mas, no sistema eleitoral dos EUA, pode desequilibrar uma corrida em um estado chave, afetando todo o resultado nacional. O desempenho de Ross Perot gerou muito debate e apenas em 2016 que se bateu o martelo de que o bilionário conservador texano não tirou a vitória de George H. W. Bush contra Clinton. Kennedy pode causar o mesmo efeito em 2024, em uma eleição em que cada voto conta.

As duas pessoas mais votadas na História dos EUA foram Biden e Trump em 2020. Com a capacidade de mobilização de Trump, Biden sabe que não pode perder votos. Suas falas sobre o uso da cannabis e sobre o aborto de gestação buscam agradar o eleitorado mais jovem, descontente com seu apoio a Israel. Kennedy pode ser um problema também. O caso Assange, pelo menos, não será mais um problema eleitoral para Biden.

A libertação de Julian Assange é um trunfo para Joe Biden na véspera do primeiro debate para as eleições presidenciais dos EUA em 2024. Independente dos sentimentos do leitor perante o jornalista e ativista australiano, o acordo anunciado não é por idealismo, não é por justiça, não é por alguma mudança de ideia, é uma jogada puramente política em um clima eleitoral com poucos paralelos na História dos EUA.

Pelo acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, uma pasta do Executivo de Joe Biden, Assange confessou ter violado a Lei de Espionagem de 1917 “por conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional”. O departamento, em troca, ofereceu uma sentença de 62 meses de prisão, justamente o tempo que Assange já cumpriu enquanto aguardava a extradição no Reino Unido. Ou seja, Assange confessou um crime pelo qual já teria pago.

Ele foi liberado na Austrália, voou até as Ilhas Marianas do Norte, um território não-incorporado dos EUA, homologou o acordo, saiu do tribunal como um homem livre e retornou para a Austrália. O estamento político dos EUA, Biden incluso, não tolera Assange e considera que ele, no mínimo, cometeu espionagem. No máximo, é um agente russo que quis interferir em assuntos domésticos e de defesa dos EUA.

Imagem do dia 26 mostra fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chegando ao Aeroporto de Canberra após ser solto da prisão. Foto: David Gray/AFP

Ao orientar seu Departamento de Justiça a buscar um acordo, Biden antecipa Trump, que repetidas vezes flertou com a ideia de um indulto presidencial a Assange em troca do apoio e dos votos dos libertários nos EUA. Não foi a pressão internacional ou alguma mudança de ideia, mas mera conveniência política. Na véspera, inclusive, do primeiro debate entre Biden e Trump, o debate mais prematuro da História eleitoral dos EUA.

Nunca um debate ocorreu ainda em junho. Em algumas eleições anteriores, as candidaturas ainda estão sendo definidas nessa altura do ano. Outra novidade é que os debates desse ano serão os primeiros desde 1988 que não serão organizados pela Commission on Presidential Debates, já que a organização é boicotada tanto por Trump quanto por Biden. Os debates serão organizados diretamente pelas televisões e pelas campanhas de ambos os candidatos.

Duas medidas anunciadas são a de que os debates não terão auditório presente e que os microfones serão colocados no mudo quando não for a vez de um candidato falar. Tentativas de colocar ordem em um formato que tem se tornado cada vez mais voltado ao espetáculo do que ao debate saudável. Outras duas coisas serão notáveis nesse debate, uma por sua presença e outra por sua ausência.

Muito provavelmente a idade e as condições de saúde dos candidatos serão um tema presente. Joe Biden tem 81 anos e Trump tem 78 anos de idade. Independente de quem vencer, teremos um novo recorde de presidente mais idoso da História dos EUA. Biden é prejudicado nessa seara por seus episódios de aparente confusão mental, aumentados pelos apoiadores de Trump. O republicano, por sua vez, será alvo por ainda não ter um vice-candidato.

Afinal, se a idade é um problema, indiretamente se está dizendo que o vice-candidato pode eventualmente ter que assumir o cargo. É possível até que Trump anuncie sua chapa ao vivo no debate, em seu estilo midiático. Já a ausência do debate será Robert Francis Kennedy Jr., que, pontuando 8% dos votos nas pesquisas, promete ser um candidato de terceira via com melhor desempenho eleitoral desde Ross Perot em 1992.

O percentual pode ser pequeno, mas, no sistema eleitoral dos EUA, pode desequilibrar uma corrida em um estado chave, afetando todo o resultado nacional. O desempenho de Ross Perot gerou muito debate e apenas em 2016 que se bateu o martelo de que o bilionário conservador texano não tirou a vitória de George H. W. Bush contra Clinton. Kennedy pode causar o mesmo efeito em 2024, em uma eleição em que cada voto conta.

As duas pessoas mais votadas na História dos EUA foram Biden e Trump em 2020. Com a capacidade de mobilização de Trump, Biden sabe que não pode perder votos. Suas falas sobre o uso da cannabis e sobre o aborto de gestação buscam agradar o eleitorado mais jovem, descontente com seu apoio a Israel. Kennedy pode ser um problema também. O caso Assange, pelo menos, não será mais um problema eleitoral para Biden.

A libertação de Julian Assange é um trunfo para Joe Biden na véspera do primeiro debate para as eleições presidenciais dos EUA em 2024. Independente dos sentimentos do leitor perante o jornalista e ativista australiano, o acordo anunciado não é por idealismo, não é por justiça, não é por alguma mudança de ideia, é uma jogada puramente política em um clima eleitoral com poucos paralelos na História dos EUA.

Pelo acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, uma pasta do Executivo de Joe Biden, Assange confessou ter violado a Lei de Espionagem de 1917 “por conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional”. O departamento, em troca, ofereceu uma sentença de 62 meses de prisão, justamente o tempo que Assange já cumpriu enquanto aguardava a extradição no Reino Unido. Ou seja, Assange confessou um crime pelo qual já teria pago.

Ele foi liberado na Austrália, voou até as Ilhas Marianas do Norte, um território não-incorporado dos EUA, homologou o acordo, saiu do tribunal como um homem livre e retornou para a Austrália. O estamento político dos EUA, Biden incluso, não tolera Assange e considera que ele, no mínimo, cometeu espionagem. No máximo, é um agente russo que quis interferir em assuntos domésticos e de defesa dos EUA.

Imagem do dia 26 mostra fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chegando ao Aeroporto de Canberra após ser solto da prisão. Foto: David Gray/AFP

Ao orientar seu Departamento de Justiça a buscar um acordo, Biden antecipa Trump, que repetidas vezes flertou com a ideia de um indulto presidencial a Assange em troca do apoio e dos votos dos libertários nos EUA. Não foi a pressão internacional ou alguma mudança de ideia, mas mera conveniência política. Na véspera, inclusive, do primeiro debate entre Biden e Trump, o debate mais prematuro da História eleitoral dos EUA.

Nunca um debate ocorreu ainda em junho. Em algumas eleições anteriores, as candidaturas ainda estão sendo definidas nessa altura do ano. Outra novidade é que os debates desse ano serão os primeiros desde 1988 que não serão organizados pela Commission on Presidential Debates, já que a organização é boicotada tanto por Trump quanto por Biden. Os debates serão organizados diretamente pelas televisões e pelas campanhas de ambos os candidatos.

Duas medidas anunciadas são a de que os debates não terão auditório presente e que os microfones serão colocados no mudo quando não for a vez de um candidato falar. Tentativas de colocar ordem em um formato que tem se tornado cada vez mais voltado ao espetáculo do que ao debate saudável. Outras duas coisas serão notáveis nesse debate, uma por sua presença e outra por sua ausência.

Muito provavelmente a idade e as condições de saúde dos candidatos serão um tema presente. Joe Biden tem 81 anos e Trump tem 78 anos de idade. Independente de quem vencer, teremos um novo recorde de presidente mais idoso da História dos EUA. Biden é prejudicado nessa seara por seus episódios de aparente confusão mental, aumentados pelos apoiadores de Trump. O republicano, por sua vez, será alvo por ainda não ter um vice-candidato.

Afinal, se a idade é um problema, indiretamente se está dizendo que o vice-candidato pode eventualmente ter que assumir o cargo. É possível até que Trump anuncie sua chapa ao vivo no debate, em seu estilo midiático. Já a ausência do debate será Robert Francis Kennedy Jr., que, pontuando 8% dos votos nas pesquisas, promete ser um candidato de terceira via com melhor desempenho eleitoral desde Ross Perot em 1992.

O percentual pode ser pequeno, mas, no sistema eleitoral dos EUA, pode desequilibrar uma corrida em um estado chave, afetando todo o resultado nacional. O desempenho de Ross Perot gerou muito debate e apenas em 2016 que se bateu o martelo de que o bilionário conservador texano não tirou a vitória de George H. W. Bush contra Clinton. Kennedy pode causar o mesmo efeito em 2024, em uma eleição em que cada voto conta.

As duas pessoas mais votadas na História dos EUA foram Biden e Trump em 2020. Com a capacidade de mobilização de Trump, Biden sabe que não pode perder votos. Suas falas sobre o uso da cannabis e sobre o aborto de gestação buscam agradar o eleitorado mais jovem, descontente com seu apoio a Israel. Kennedy pode ser um problema também. O caso Assange, pelo menos, não será mais um problema eleitoral para Biden.

A libertação de Julian Assange é um trunfo para Joe Biden na véspera do primeiro debate para as eleições presidenciais dos EUA em 2024. Independente dos sentimentos do leitor perante o jornalista e ativista australiano, o acordo anunciado não é por idealismo, não é por justiça, não é por alguma mudança de ideia, é uma jogada puramente política em um clima eleitoral com poucos paralelos na História dos EUA.

Pelo acordo com o Departamento de Justiça dos EUA, uma pasta do Executivo de Joe Biden, Assange confessou ter violado a Lei de Espionagem de 1917 “por conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional”. O departamento, em troca, ofereceu uma sentença de 62 meses de prisão, justamente o tempo que Assange já cumpriu enquanto aguardava a extradição no Reino Unido. Ou seja, Assange confessou um crime pelo qual já teria pago.

Ele foi liberado na Austrália, voou até as Ilhas Marianas do Norte, um território não-incorporado dos EUA, homologou o acordo, saiu do tribunal como um homem livre e retornou para a Austrália. O estamento político dos EUA, Biden incluso, não tolera Assange e considera que ele, no mínimo, cometeu espionagem. No máximo, é um agente russo que quis interferir em assuntos domésticos e de defesa dos EUA.

Imagem do dia 26 mostra fundador do WikiLeaks, Julian Assange, chegando ao Aeroporto de Canberra após ser solto da prisão. Foto: David Gray/AFP

Ao orientar seu Departamento de Justiça a buscar um acordo, Biden antecipa Trump, que repetidas vezes flertou com a ideia de um indulto presidencial a Assange em troca do apoio e dos votos dos libertários nos EUA. Não foi a pressão internacional ou alguma mudança de ideia, mas mera conveniência política. Na véspera, inclusive, do primeiro debate entre Biden e Trump, o debate mais prematuro da História eleitoral dos EUA.

Nunca um debate ocorreu ainda em junho. Em algumas eleições anteriores, as candidaturas ainda estão sendo definidas nessa altura do ano. Outra novidade é que os debates desse ano serão os primeiros desde 1988 que não serão organizados pela Commission on Presidential Debates, já que a organização é boicotada tanto por Trump quanto por Biden. Os debates serão organizados diretamente pelas televisões e pelas campanhas de ambos os candidatos.

Duas medidas anunciadas são a de que os debates não terão auditório presente e que os microfones serão colocados no mudo quando não for a vez de um candidato falar. Tentativas de colocar ordem em um formato que tem se tornado cada vez mais voltado ao espetáculo do que ao debate saudável. Outras duas coisas serão notáveis nesse debate, uma por sua presença e outra por sua ausência.

Muito provavelmente a idade e as condições de saúde dos candidatos serão um tema presente. Joe Biden tem 81 anos e Trump tem 78 anos de idade. Independente de quem vencer, teremos um novo recorde de presidente mais idoso da História dos EUA. Biden é prejudicado nessa seara por seus episódios de aparente confusão mental, aumentados pelos apoiadores de Trump. O republicano, por sua vez, será alvo por ainda não ter um vice-candidato.

Afinal, se a idade é um problema, indiretamente se está dizendo que o vice-candidato pode eventualmente ter que assumir o cargo. É possível até que Trump anuncie sua chapa ao vivo no debate, em seu estilo midiático. Já a ausência do debate será Robert Francis Kennedy Jr., que, pontuando 8% dos votos nas pesquisas, promete ser um candidato de terceira via com melhor desempenho eleitoral desde Ross Perot em 1992.

O percentual pode ser pequeno, mas, no sistema eleitoral dos EUA, pode desequilibrar uma corrida em um estado chave, afetando todo o resultado nacional. O desempenho de Ross Perot gerou muito debate e apenas em 2016 que se bateu o martelo de que o bilionário conservador texano não tirou a vitória de George H. W. Bush contra Clinton. Kennedy pode causar o mesmo efeito em 2024, em uma eleição em que cada voto conta.

As duas pessoas mais votadas na História dos EUA foram Biden e Trump em 2020. Com a capacidade de mobilização de Trump, Biden sabe que não pode perder votos. Suas falas sobre o uso da cannabis e sobre o aborto de gestação buscam agradar o eleitorado mais jovem, descontente com seu apoio a Israel. Kennedy pode ser um problema também. O caso Assange, pelo menos, não será mais um problema eleitoral para Biden.

Opinião por Filipe Figueiredo

Filipe Figueiredo é graduado em história pela USP, comentarista de política internacional e criador dos podcasts Xadrez Verbal e Fronteiras Invisíveis do Futebol, sobre política internacional e história

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