França e Arábia Saudita recebem civis em fuga do Sudão


Mais de 1900 pessoas de diversos países fugiram da violenta crise do país

Por Redação
Atualização:

Um navio que transportava 1.687 civis que fugiram da violência no Sudão chegou à Arábia Saudita na quarta-feira, 26, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Riad, em sua maior operação de salvamento. Na mesma manhã, um avião transportando 245 pessoas retiradas do país também pousou no aeroporto Charles-de-Gaulle, em Paris.

A Arábia Saudita recebeu vários grupos de retirados por via aérea e marítima, começando com barcos que chegaram a Jeddah no sábado com 150 pessoas, incluindo diplomatas e funcionários estrangeiros. No total, 2.148 pessoas foram retiradas do Sudão para o reino, na sua maioria estrangeiros.

Na França, entre os passageiros recebidos pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, estavam 195 cidadãos franceses, bem como holandeses, italianos, neozelandeses e sudaneses.

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Cerca de 240 pessoas da França e outros países foram recém evacuadas do Sudão após crise se agravar no País. Outros países como a Arábia Saudita também tem recebido grupos de pessoas.  Foto: JULIEN DE ROSA / AFP

Os combates eclodiram no Sudão em 15 de abril entre as forças leais ao chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan e o seu subordinado, que se tornou rival, Mohamed Hamdan Daglo, comandante das forças paramilitares de apoio rápido (RSF).

Qual o atual cenário político no Sudão?

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O Sudão vive há duas semanas um cenário de caos quando forças lideradas por dois generais rivais — que foram aliados no golpe de Estado de 2021, mas se tornaram inimigos depois — travaram um violento combate pelo controle do país. Na capital, Cartum, explosões e trocas de tiros deixaram 97 civis mortos e mais de 600 feridos.

A escalada da violência vista no fim de semana destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder durante o processo de transição democrática que teve início em 2019 — após o ditador Omar al-Bashid ser derrubado —, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo (Hemedti), chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), era tido como seu número dois no comando.

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A brutal disputa entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, iniciada no sábado acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Por que o Sudão é importante?

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

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Nos últimos anos, o Sudão, membro da Liga Árabe, tornou-se um importante ator de disputa na batalha entre a Rússia e as potências ocidentais, particularmente os Estados Unidos, por influência na região.

O grupo paramilitar Wagner — força auxiliar do Exército russo na guerra na Ucrânia — já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

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Quem são os generais que disputam o controle do país?

O confronto é protagonizado por Burhan, que controla o Exército sudanês, e Hemedti, que lidera as forças paramilitares FAR. Eles se tornaram inimigos públicos nos últimos meses, mas estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021.

O general Abdel-Fattah Burhan é um comandante militar poderoso que tem sido, durante anos, líder de facto do Sudão. Ele lidera uma das duas principais facções rivais que lutam agora pelo controle do país.

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Pouco conhecido antes de 2019, Burhan subiu ao poder no rescaldo do tumultuoso golpe militar que derrubou o ditador Omar al-Bashir, líder autoritário que foi deposto depois de três décadas após uma onda de protestos tomar o país naquele ano.

Nas Forças Armadas, Burhan também serviu como comandante do Exército em Darfur, no Sudão ocidental, quando 300 mil pessoas morreram e milhões foram obrigadas a se deslocarem durante os combates entre 2003 e 2008, que foram alvo de rechaço da comunidade internacional pelas violações aos direitos humanos.

Burhan lutou pelo controle do Sudão ao lado do tenente-general Mohammed Hamdan Dagalo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR) do país, um poderoso grupo paramilitar.

De origem humilde, Dagalo, amplamente conhecido como Hemedti, ganhou notoriedade após ascender ao comando das milícias janjawid, responsáveis pelas piores atrocidades registradas no conflito em Darfur. O seu sucesso em acabar com a revolta na região fez com que al-Bashit o retribuísse com a nomeação a chefe das recém-criadas FAR./AFP

Um navio que transportava 1.687 civis que fugiram da violência no Sudão chegou à Arábia Saudita na quarta-feira, 26, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Riad, em sua maior operação de salvamento. Na mesma manhã, um avião transportando 245 pessoas retiradas do país também pousou no aeroporto Charles-de-Gaulle, em Paris.

A Arábia Saudita recebeu vários grupos de retirados por via aérea e marítima, começando com barcos que chegaram a Jeddah no sábado com 150 pessoas, incluindo diplomatas e funcionários estrangeiros. No total, 2.148 pessoas foram retiradas do Sudão para o reino, na sua maioria estrangeiros.

Na França, entre os passageiros recebidos pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, estavam 195 cidadãos franceses, bem como holandeses, italianos, neozelandeses e sudaneses.

Cerca de 240 pessoas da França e outros países foram recém evacuadas do Sudão após crise se agravar no País. Outros países como a Arábia Saudita também tem recebido grupos de pessoas.  Foto: JULIEN DE ROSA / AFP

Os combates eclodiram no Sudão em 15 de abril entre as forças leais ao chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan e o seu subordinado, que se tornou rival, Mohamed Hamdan Daglo, comandante das forças paramilitares de apoio rápido (RSF).

Qual o atual cenário político no Sudão?

O Sudão vive há duas semanas um cenário de caos quando forças lideradas por dois generais rivais — que foram aliados no golpe de Estado de 2021, mas se tornaram inimigos depois — travaram um violento combate pelo controle do país. Na capital, Cartum, explosões e trocas de tiros deixaram 97 civis mortos e mais de 600 feridos.

A escalada da violência vista no fim de semana destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder durante o processo de transição democrática que teve início em 2019 — após o ditador Omar al-Bashid ser derrubado —, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo (Hemedti), chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), era tido como seu número dois no comando.

A brutal disputa entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, iniciada no sábado acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Por que o Sudão é importante?

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

Nos últimos anos, o Sudão, membro da Liga Árabe, tornou-se um importante ator de disputa na batalha entre a Rússia e as potências ocidentais, particularmente os Estados Unidos, por influência na região.

O grupo paramilitar Wagner — força auxiliar do Exército russo na guerra na Ucrânia — já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

Quem são os generais que disputam o controle do país?

O confronto é protagonizado por Burhan, que controla o Exército sudanês, e Hemedti, que lidera as forças paramilitares FAR. Eles se tornaram inimigos públicos nos últimos meses, mas estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021.

O general Abdel-Fattah Burhan é um comandante militar poderoso que tem sido, durante anos, líder de facto do Sudão. Ele lidera uma das duas principais facções rivais que lutam agora pelo controle do país.

Pouco conhecido antes de 2019, Burhan subiu ao poder no rescaldo do tumultuoso golpe militar que derrubou o ditador Omar al-Bashir, líder autoritário que foi deposto depois de três décadas após uma onda de protestos tomar o país naquele ano.

Nas Forças Armadas, Burhan também serviu como comandante do Exército em Darfur, no Sudão ocidental, quando 300 mil pessoas morreram e milhões foram obrigadas a se deslocarem durante os combates entre 2003 e 2008, que foram alvo de rechaço da comunidade internacional pelas violações aos direitos humanos.

Burhan lutou pelo controle do Sudão ao lado do tenente-general Mohammed Hamdan Dagalo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR) do país, um poderoso grupo paramilitar.

De origem humilde, Dagalo, amplamente conhecido como Hemedti, ganhou notoriedade após ascender ao comando das milícias janjawid, responsáveis pelas piores atrocidades registradas no conflito em Darfur. O seu sucesso em acabar com a revolta na região fez com que al-Bashit o retribuísse com a nomeação a chefe das recém-criadas FAR./AFP

Um navio que transportava 1.687 civis que fugiram da violência no Sudão chegou à Arábia Saudita na quarta-feira, 26, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Riad, em sua maior operação de salvamento. Na mesma manhã, um avião transportando 245 pessoas retiradas do país também pousou no aeroporto Charles-de-Gaulle, em Paris.

A Arábia Saudita recebeu vários grupos de retirados por via aérea e marítima, começando com barcos que chegaram a Jeddah no sábado com 150 pessoas, incluindo diplomatas e funcionários estrangeiros. No total, 2.148 pessoas foram retiradas do Sudão para o reino, na sua maioria estrangeiros.

Na França, entre os passageiros recebidos pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, estavam 195 cidadãos franceses, bem como holandeses, italianos, neozelandeses e sudaneses.

Cerca de 240 pessoas da França e outros países foram recém evacuadas do Sudão após crise se agravar no País. Outros países como a Arábia Saudita também tem recebido grupos de pessoas.  Foto: JULIEN DE ROSA / AFP

Os combates eclodiram no Sudão em 15 de abril entre as forças leais ao chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan e o seu subordinado, que se tornou rival, Mohamed Hamdan Daglo, comandante das forças paramilitares de apoio rápido (RSF).

Qual o atual cenário político no Sudão?

O Sudão vive há duas semanas um cenário de caos quando forças lideradas por dois generais rivais — que foram aliados no golpe de Estado de 2021, mas se tornaram inimigos depois — travaram um violento combate pelo controle do país. Na capital, Cartum, explosões e trocas de tiros deixaram 97 civis mortos e mais de 600 feridos.

A escalada da violência vista no fim de semana destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder durante o processo de transição democrática que teve início em 2019 — após o ditador Omar al-Bashid ser derrubado —, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo (Hemedti), chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), era tido como seu número dois no comando.

A brutal disputa entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, iniciada no sábado acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Por que o Sudão é importante?

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

Nos últimos anos, o Sudão, membro da Liga Árabe, tornou-se um importante ator de disputa na batalha entre a Rússia e as potências ocidentais, particularmente os Estados Unidos, por influência na região.

O grupo paramilitar Wagner — força auxiliar do Exército russo na guerra na Ucrânia — já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

Quem são os generais que disputam o controle do país?

O confronto é protagonizado por Burhan, que controla o Exército sudanês, e Hemedti, que lidera as forças paramilitares FAR. Eles se tornaram inimigos públicos nos últimos meses, mas estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021.

O general Abdel-Fattah Burhan é um comandante militar poderoso que tem sido, durante anos, líder de facto do Sudão. Ele lidera uma das duas principais facções rivais que lutam agora pelo controle do país.

Pouco conhecido antes de 2019, Burhan subiu ao poder no rescaldo do tumultuoso golpe militar que derrubou o ditador Omar al-Bashir, líder autoritário que foi deposto depois de três décadas após uma onda de protestos tomar o país naquele ano.

Nas Forças Armadas, Burhan também serviu como comandante do Exército em Darfur, no Sudão ocidental, quando 300 mil pessoas morreram e milhões foram obrigadas a se deslocarem durante os combates entre 2003 e 2008, que foram alvo de rechaço da comunidade internacional pelas violações aos direitos humanos.

Burhan lutou pelo controle do Sudão ao lado do tenente-general Mohammed Hamdan Dagalo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR) do país, um poderoso grupo paramilitar.

De origem humilde, Dagalo, amplamente conhecido como Hemedti, ganhou notoriedade após ascender ao comando das milícias janjawid, responsáveis pelas piores atrocidades registradas no conflito em Darfur. O seu sucesso em acabar com a revolta na região fez com que al-Bashit o retribuísse com a nomeação a chefe das recém-criadas FAR./AFP

Um navio que transportava 1.687 civis que fugiram da violência no Sudão chegou à Arábia Saudita na quarta-feira, 26, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Riad, em sua maior operação de salvamento. Na mesma manhã, um avião transportando 245 pessoas retiradas do país também pousou no aeroporto Charles-de-Gaulle, em Paris.

A Arábia Saudita recebeu vários grupos de retirados por via aérea e marítima, começando com barcos que chegaram a Jeddah no sábado com 150 pessoas, incluindo diplomatas e funcionários estrangeiros. No total, 2.148 pessoas foram retiradas do Sudão para o reino, na sua maioria estrangeiros.

Na França, entre os passageiros recebidos pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, estavam 195 cidadãos franceses, bem como holandeses, italianos, neozelandeses e sudaneses.

Cerca de 240 pessoas da França e outros países foram recém evacuadas do Sudão após crise se agravar no País. Outros países como a Arábia Saudita também tem recebido grupos de pessoas.  Foto: JULIEN DE ROSA / AFP

Os combates eclodiram no Sudão em 15 de abril entre as forças leais ao chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan e o seu subordinado, que se tornou rival, Mohamed Hamdan Daglo, comandante das forças paramilitares de apoio rápido (RSF).

Qual o atual cenário político no Sudão?

O Sudão vive há duas semanas um cenário de caos quando forças lideradas por dois generais rivais — que foram aliados no golpe de Estado de 2021, mas se tornaram inimigos depois — travaram um violento combate pelo controle do país. Na capital, Cartum, explosões e trocas de tiros deixaram 97 civis mortos e mais de 600 feridos.

A escalada da violência vista no fim de semana destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder durante o processo de transição democrática que teve início em 2019 — após o ditador Omar al-Bashid ser derrubado —, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo (Hemedti), chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), era tido como seu número dois no comando.

A brutal disputa entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, iniciada no sábado acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Por que o Sudão é importante?

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

Nos últimos anos, o Sudão, membro da Liga Árabe, tornou-se um importante ator de disputa na batalha entre a Rússia e as potências ocidentais, particularmente os Estados Unidos, por influência na região.

O grupo paramilitar Wagner — força auxiliar do Exército russo na guerra na Ucrânia — já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

Quem são os generais que disputam o controle do país?

O confronto é protagonizado por Burhan, que controla o Exército sudanês, e Hemedti, que lidera as forças paramilitares FAR. Eles se tornaram inimigos públicos nos últimos meses, mas estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021.

O general Abdel-Fattah Burhan é um comandante militar poderoso que tem sido, durante anos, líder de facto do Sudão. Ele lidera uma das duas principais facções rivais que lutam agora pelo controle do país.

Pouco conhecido antes de 2019, Burhan subiu ao poder no rescaldo do tumultuoso golpe militar que derrubou o ditador Omar al-Bashir, líder autoritário que foi deposto depois de três décadas após uma onda de protestos tomar o país naquele ano.

Nas Forças Armadas, Burhan também serviu como comandante do Exército em Darfur, no Sudão ocidental, quando 300 mil pessoas morreram e milhões foram obrigadas a se deslocarem durante os combates entre 2003 e 2008, que foram alvo de rechaço da comunidade internacional pelas violações aos direitos humanos.

Burhan lutou pelo controle do Sudão ao lado do tenente-general Mohammed Hamdan Dagalo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR) do país, um poderoso grupo paramilitar.

De origem humilde, Dagalo, amplamente conhecido como Hemedti, ganhou notoriedade após ascender ao comando das milícias janjawid, responsáveis pelas piores atrocidades registradas no conflito em Darfur. O seu sucesso em acabar com a revolta na região fez com que al-Bashit o retribuísse com a nomeação a chefe das recém-criadas FAR./AFP

Um navio que transportava 1.687 civis que fugiram da violência no Sudão chegou à Arábia Saudita na quarta-feira, 26, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Riad, em sua maior operação de salvamento. Na mesma manhã, um avião transportando 245 pessoas retiradas do país também pousou no aeroporto Charles-de-Gaulle, em Paris.

A Arábia Saudita recebeu vários grupos de retirados por via aérea e marítima, começando com barcos que chegaram a Jeddah no sábado com 150 pessoas, incluindo diplomatas e funcionários estrangeiros. No total, 2.148 pessoas foram retiradas do Sudão para o reino, na sua maioria estrangeiros.

Na França, entre os passageiros recebidos pela ministra dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, estavam 195 cidadãos franceses, bem como holandeses, italianos, neozelandeses e sudaneses.

Cerca de 240 pessoas da França e outros países foram recém evacuadas do Sudão após crise se agravar no País. Outros países como a Arábia Saudita também tem recebido grupos de pessoas.  Foto: JULIEN DE ROSA / AFP

Os combates eclodiram no Sudão em 15 de abril entre as forças leais ao chefe do exército Abdel Fatah al-Burhan e o seu subordinado, que se tornou rival, Mohamed Hamdan Daglo, comandante das forças paramilitares de apoio rápido (RSF).

Qual o atual cenário político no Sudão?

O Sudão vive há duas semanas um cenário de caos quando forças lideradas por dois generais rivais — que foram aliados no golpe de Estado de 2021, mas se tornaram inimigos depois — travaram um violento combate pelo controle do país. Na capital, Cartum, explosões e trocas de tiros deixaram 97 civis mortos e mais de 600 feridos.

A escalada da violência vista no fim de semana destruiu as esperanças dos sudaneses de que os militares pudessem ceder o poder a um governo liderado por civis após terem interrompido o processo de transição democrática em 2019.

Desde outubro de 2021, quando os militares tomaram o poder durante o processo de transição democrática que teve início em 2019 — após o ditador Omar al-Bashid ser derrubado —, o país é governado pelo general Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo (Hemedti), chefe do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (FAR), era tido como seu número dois no comando.

A brutal disputa entre os generais Abdel-Fattah Burhan e Mohammed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti, iniciada no sábado acontece quatro anos depois dos protestos no Sudão terem derrubado o ditador Omar al-Bashir, que comandou o país por três décadas, impulsionando movimentos similares em outras partes da África e do mundo árabe.

Por que o Sudão é importante?

Terceiro maior país de África em extensão territorial — mas um dos mais pobres do mundo —, o Sudão fica localizado em um estratégico ponto no Nordeste da África e se tornou um importante ator de disputa na disputa por influência na região entre a Rússia e as potências ocidentais.

Nos últimos anos, o Sudão, membro da Liga Árabe, tornou-se um importante ator de disputa na batalha entre a Rússia e as potências ocidentais, particularmente os Estados Unidos, por influência na região.

O grupo paramilitar Wagner — força auxiliar do Exército russo na guerra na Ucrânia — já enviou tropas para o Sudão em apoio ao governo militar, além de comandar uma importância concessão de exploração de minas de ouro. O país ainda foi alvo de pressão do Kremlin para que os navios de guerra russos pudessem atracar nos portos da costa do Mar Vermelho do país.

A disputa entre Burhan e Hemedti representou um duro golpe aos americanos e entidades internacionais como as Nações Unidas, União Africana e Liga Árabe, que na última semana tentaram evitar a eclosão dos confrontos. Autoridades militares dos EUA vinham pressionando o governo sudanês a retomar o processo democrático no país 18 meses depois dos generais terem tomado o poder após a queda do regime ditatorial em 2019.

Quem são os generais que disputam o controle do país?

O confronto é protagonizado por Burhan, que controla o Exército sudanês, e Hemedti, que lidera as forças paramilitares FAR. Eles se tornaram inimigos públicos nos últimos meses, mas estiveram lado a lado durante o golpe que depôs o primeiro-ministro civil Abdallah Hamdok em 2021.

O general Abdel-Fattah Burhan é um comandante militar poderoso que tem sido, durante anos, líder de facto do Sudão. Ele lidera uma das duas principais facções rivais que lutam agora pelo controle do país.

Pouco conhecido antes de 2019, Burhan subiu ao poder no rescaldo do tumultuoso golpe militar que derrubou o ditador Omar al-Bashir, líder autoritário que foi deposto depois de três décadas após uma onda de protestos tomar o país naquele ano.

Nas Forças Armadas, Burhan também serviu como comandante do Exército em Darfur, no Sudão ocidental, quando 300 mil pessoas morreram e milhões foram obrigadas a se deslocarem durante os combates entre 2003 e 2008, que foram alvo de rechaço da comunidade internacional pelas violações aos direitos humanos.

Burhan lutou pelo controle do Sudão ao lado do tenente-general Mohammed Hamdan Dagalo, que lidera as Forças de Apoio Rápido (FAR) do país, um poderoso grupo paramilitar.

De origem humilde, Dagalo, amplamente conhecido como Hemedti, ganhou notoriedade após ascender ao comando das milícias janjawid, responsáveis pelas piores atrocidades registradas no conflito em Darfur. O seu sucesso em acabar com a revolta na região fez com que al-Bashit o retribuísse com a nomeação a chefe das recém-criadas FAR./AFP

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