França investirá quase R$ 900 milhões para converter vinho em álcool industrial


Com a iniciativa, governo pretende reduzir impacto do excedente da bebida no mercado

Por Redação

PARIS - A França planeja gastar milhões de euros para converter vinho em álcool industrial para produtos farmacêuticos e cosméticos, com o objetivo de drenar um enorme excedente. O anúncio foi feito esta semana pelo Ministério da Agricultura.

Maior produtor mundial de vinho depois da Itália, a França é conhecida como uma nação de apaixonados pela bebida. Mas os viticultores da região de Bordeaux, no sudoeste do país, reclamam que o excesso de produção e a queda no consumo doméstico encheram suas adegas, deixando-os sem espaço para armazenar os frutos da próxima safra.

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Nesse contexto, o Ministério da Agricultura anunciou que vai destinar até € 160 milhões (R$ 886 milhões) para a destilação do excedente de bebida para obter álcool industrial. Em Bordeaux, o viticultor Didier Cousiney afirmou que, distribuída por todo o setor, esse valor seria suficiente apenas para ajudar cada pequena empresa por alguns meses. “Temos 24 meses atrasados em nossos armazéns”, disse.

Em imagem de arquivo, vinhedos na região de Medoc; em Bordeaux, produtores sofrem com produção e queda da demanda Foto: Regis Duvignau/Reuters - 1º/05/2019

Os sindicatos agrários da região de Bordeaux, que protagonizaram vários protestos, querem uma indenização em troca do “arranque da terra” de parte de seus vinhedos. Isso ajudaria a reduzir a produção e permitiria aos viticultores usar o espaço para outras atividades.

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Cousiney e outros produtores estimam que pelo menos 15 mil hectares de vinhedos (uma superfície equivalente a 21 mil campos de futebol) precisam ser arrancados em toda a região para que a situação mude. Eles pedem uma indenização de € 10 mil (cerca de R$ 55 mil) por hectare.

A última vez que o governo francês patrocinou a destilação foi em 2020, depois que os confinamentos no mundo todo pela pandemia da covid-19 causaram o fechamento de bares e restaurantes e a queda das exportações de vinho.

Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas trabalhem na indústria do vinho na França, de acordo com a Comissão Nacional Interprofissional do Vinho. “Se nada for feito, tememos que até 150 mil postos de trabalho se vejam ameaçados na próxima década”, advertiu em dezembro o chefe da comissão, Bernard Farges.

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As vendas de vinho tinto nos supermercados franceses caíram 15% no ano passado, segundo a Associação Geral de Viticultura. Os vinhos branco e rosé foram os menos afetados, registrando quedas em torno de 3% e 4%.

Jérôme Despey, viticultor e secretário-geral do sindicato agrícola FNSEA, disse que esta situação reflete uma tendência geral. Há 70 anos, os franceses bebiam uma média 130 litros de vinho por ano, mas hoje esse número caiu para cerca de 40 litros. /AFP

PARIS - A França planeja gastar milhões de euros para converter vinho em álcool industrial para produtos farmacêuticos e cosméticos, com o objetivo de drenar um enorme excedente. O anúncio foi feito esta semana pelo Ministério da Agricultura.

Maior produtor mundial de vinho depois da Itália, a França é conhecida como uma nação de apaixonados pela bebida. Mas os viticultores da região de Bordeaux, no sudoeste do país, reclamam que o excesso de produção e a queda no consumo doméstico encheram suas adegas, deixando-os sem espaço para armazenar os frutos da próxima safra.

Nesse contexto, o Ministério da Agricultura anunciou que vai destinar até € 160 milhões (R$ 886 milhões) para a destilação do excedente de bebida para obter álcool industrial. Em Bordeaux, o viticultor Didier Cousiney afirmou que, distribuída por todo o setor, esse valor seria suficiente apenas para ajudar cada pequena empresa por alguns meses. “Temos 24 meses atrasados em nossos armazéns”, disse.

Em imagem de arquivo, vinhedos na região de Medoc; em Bordeaux, produtores sofrem com produção e queda da demanda Foto: Regis Duvignau/Reuters - 1º/05/2019

Os sindicatos agrários da região de Bordeaux, que protagonizaram vários protestos, querem uma indenização em troca do “arranque da terra” de parte de seus vinhedos. Isso ajudaria a reduzir a produção e permitiria aos viticultores usar o espaço para outras atividades.

Cousiney e outros produtores estimam que pelo menos 15 mil hectares de vinhedos (uma superfície equivalente a 21 mil campos de futebol) precisam ser arrancados em toda a região para que a situação mude. Eles pedem uma indenização de € 10 mil (cerca de R$ 55 mil) por hectare.

A última vez que o governo francês patrocinou a destilação foi em 2020, depois que os confinamentos no mundo todo pela pandemia da covid-19 causaram o fechamento de bares e restaurantes e a queda das exportações de vinho.

Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas trabalhem na indústria do vinho na França, de acordo com a Comissão Nacional Interprofissional do Vinho. “Se nada for feito, tememos que até 150 mil postos de trabalho se vejam ameaçados na próxima década”, advertiu em dezembro o chefe da comissão, Bernard Farges.

As vendas de vinho tinto nos supermercados franceses caíram 15% no ano passado, segundo a Associação Geral de Viticultura. Os vinhos branco e rosé foram os menos afetados, registrando quedas em torno de 3% e 4%.

Jérôme Despey, viticultor e secretário-geral do sindicato agrícola FNSEA, disse que esta situação reflete uma tendência geral. Há 70 anos, os franceses bebiam uma média 130 litros de vinho por ano, mas hoje esse número caiu para cerca de 40 litros. /AFP

PARIS - A França planeja gastar milhões de euros para converter vinho em álcool industrial para produtos farmacêuticos e cosméticos, com o objetivo de drenar um enorme excedente. O anúncio foi feito esta semana pelo Ministério da Agricultura.

Maior produtor mundial de vinho depois da Itália, a França é conhecida como uma nação de apaixonados pela bebida. Mas os viticultores da região de Bordeaux, no sudoeste do país, reclamam que o excesso de produção e a queda no consumo doméstico encheram suas adegas, deixando-os sem espaço para armazenar os frutos da próxima safra.

Nesse contexto, o Ministério da Agricultura anunciou que vai destinar até € 160 milhões (R$ 886 milhões) para a destilação do excedente de bebida para obter álcool industrial. Em Bordeaux, o viticultor Didier Cousiney afirmou que, distribuída por todo o setor, esse valor seria suficiente apenas para ajudar cada pequena empresa por alguns meses. “Temos 24 meses atrasados em nossos armazéns”, disse.

Em imagem de arquivo, vinhedos na região de Medoc; em Bordeaux, produtores sofrem com produção e queda da demanda Foto: Regis Duvignau/Reuters - 1º/05/2019

Os sindicatos agrários da região de Bordeaux, que protagonizaram vários protestos, querem uma indenização em troca do “arranque da terra” de parte de seus vinhedos. Isso ajudaria a reduzir a produção e permitiria aos viticultores usar o espaço para outras atividades.

Cousiney e outros produtores estimam que pelo menos 15 mil hectares de vinhedos (uma superfície equivalente a 21 mil campos de futebol) precisam ser arrancados em toda a região para que a situação mude. Eles pedem uma indenização de € 10 mil (cerca de R$ 55 mil) por hectare.

A última vez que o governo francês patrocinou a destilação foi em 2020, depois que os confinamentos no mundo todo pela pandemia da covid-19 causaram o fechamento de bares e restaurantes e a queda das exportações de vinho.

Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas trabalhem na indústria do vinho na França, de acordo com a Comissão Nacional Interprofissional do Vinho. “Se nada for feito, tememos que até 150 mil postos de trabalho se vejam ameaçados na próxima década”, advertiu em dezembro o chefe da comissão, Bernard Farges.

As vendas de vinho tinto nos supermercados franceses caíram 15% no ano passado, segundo a Associação Geral de Viticultura. Os vinhos branco e rosé foram os menos afetados, registrando quedas em torno de 3% e 4%.

Jérôme Despey, viticultor e secretário-geral do sindicato agrícola FNSEA, disse que esta situação reflete uma tendência geral. Há 70 anos, os franceses bebiam uma média 130 litros de vinho por ano, mas hoje esse número caiu para cerca de 40 litros. /AFP

PARIS - A França planeja gastar milhões de euros para converter vinho em álcool industrial para produtos farmacêuticos e cosméticos, com o objetivo de drenar um enorme excedente. O anúncio foi feito esta semana pelo Ministério da Agricultura.

Maior produtor mundial de vinho depois da Itália, a França é conhecida como uma nação de apaixonados pela bebida. Mas os viticultores da região de Bordeaux, no sudoeste do país, reclamam que o excesso de produção e a queda no consumo doméstico encheram suas adegas, deixando-os sem espaço para armazenar os frutos da próxima safra.

Nesse contexto, o Ministério da Agricultura anunciou que vai destinar até € 160 milhões (R$ 886 milhões) para a destilação do excedente de bebida para obter álcool industrial. Em Bordeaux, o viticultor Didier Cousiney afirmou que, distribuída por todo o setor, esse valor seria suficiente apenas para ajudar cada pequena empresa por alguns meses. “Temos 24 meses atrasados em nossos armazéns”, disse.

Em imagem de arquivo, vinhedos na região de Medoc; em Bordeaux, produtores sofrem com produção e queda da demanda Foto: Regis Duvignau/Reuters - 1º/05/2019

Os sindicatos agrários da região de Bordeaux, que protagonizaram vários protestos, querem uma indenização em troca do “arranque da terra” de parte de seus vinhedos. Isso ajudaria a reduzir a produção e permitiria aos viticultores usar o espaço para outras atividades.

Cousiney e outros produtores estimam que pelo menos 15 mil hectares de vinhedos (uma superfície equivalente a 21 mil campos de futebol) precisam ser arrancados em toda a região para que a situação mude. Eles pedem uma indenização de € 10 mil (cerca de R$ 55 mil) por hectare.

A última vez que o governo francês patrocinou a destilação foi em 2020, depois que os confinamentos no mundo todo pela pandemia da covid-19 causaram o fechamento de bares e restaurantes e a queda das exportações de vinho.

Estima-se que cerca de meio milhão de pessoas trabalhem na indústria do vinho na França, de acordo com a Comissão Nacional Interprofissional do Vinho. “Se nada for feito, tememos que até 150 mil postos de trabalho se vejam ameaçados na próxima década”, advertiu em dezembro o chefe da comissão, Bernard Farges.

As vendas de vinho tinto nos supermercados franceses caíram 15% no ano passado, segundo a Associação Geral de Viticultura. Os vinhos branco e rosé foram os menos afetados, registrando quedas em torno de 3% e 4%.

Jérôme Despey, viticultor e secretário-geral do sindicato agrícola FNSEA, disse que esta situação reflete uma tendência geral. Há 70 anos, os franceses bebiam uma média 130 litros de vinho por ano, mas hoje esse número caiu para cerca de 40 litros. /AFP

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