O presidente de França, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo, 24, “uma saída ordenada até o final do ano” do contingente militar francês no Níger, estimado em cerca de 1,5 mil soldados, devido ao golpe de Estado que derrubou o presidente Mohamed Bazoum em julho e colocou uma junta militar à frente do país.
Em uma entrevista concedida para as emissoras TF1 e France 2, Macron declarou que a França estará “sempre disponível” para ajudar África na luta contra o terrorismo jihadista, desde que seja a pedido de governos democraticamente eleitos ou de organizações regionais.
“Acabou a França-África (conceito geopolítico que refletia a influência de Paris nas suas ex-colônias africanas). Quando há golpes de Estado, não intervimos”, afirmou.
Desde 2022, o Níger abriga boa parte das tropas restantes da operação antijihadista francesa Barkhane, que tinham sido transferidas do Mali, onde uma junta militar no poder aliada à Rússia rechaçou categoricamente a presença francesa em seu território.
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“Estivemos lá porque o Níger pediu a nós, Burkina Faso e Mali, para os ajudarmos a combater o terrorismo nos seus territórios. Hoje, esses países foram vítimas de golpes de Estado. Ainda hoje falei com o presidente Bazoum, que agora está detido porque realizava reformas ambiciosas”, explicou Macron.
A França, segundo acrescentou, “decidiu pôr fim à cooperação militar com o Níger”. O chefe de Estado francês anunciou ainda que nas “próximas horas” o embaixador francês no Níger “regressará” a Paris.
O contingente francês no Níger, país onde a França também tem interesses econômicos no urânio, está distribuído entre a capital Niamey, Ouallam, ao norte, e Ayorou, perto da fronteira com o Mali. /EFE