Franceses comemoram 'alívio' com vitória de coalizão contra a direita radical


No dia após o surpreendente resultado eleitoral que não deu a maioria à direita radical, parisienses celebraram, embora o parlamento dividido deva deixar a Assembleia em águas mais turbulentas

Por Bruna Arimathea
Atualização:

ENVIADA ESPECIAL, PARIS — A segunda-feira pós eleição parlamentar na França ainda foi de surpresa para muitos cidadãos que compareceram às urnas no domingo, 7. Com apenas o terceiro lugar nos votos, a aliança Reagrupamento Nacional não conseguiu garantir a maioria dos representantes na Assembleia Nacional no segundo turno do pleito, contrariando o desempenho que o grupo teve até a última semana, durante a primeira etapa de votação.

Em Paris, o clima é de alívio. “Nós conseguimos evitar o pior”, afirma Edwige, atriz de 30 anos, que votou pela Nova Frente Popular (NFP), coalizão que uniu diversos grupos da ala da esquerda.

No domingo, após a votação, muitos moradores da cidade encheram a Praça da República para comemorar os resultados. Quem passou pelo local nesta segunda viu sinais da manifestação. A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP.

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Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”.

“É melhor que a extrema direita não tenha ganhado por aqui. A ala é complicada e teria causado problemas na França”, explicou o motorista de guindastes enquanto observava o movimento na Praça da República.

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O policiamento também foi reforçado na capital após os resultados de domingo à noite - alguns policiais ja trabalham armados nos arredores de estruturas que serao utilizadas nos Jogos Olimpicos deste ano. Agentes com fuzis estavam, na segunda-feira, posicionados em outros pontos estrategicos.

Governo terá impasse

O partido de Marine Le Pen ficou com 143 cadeiras no parlamento francês, o que não garante que a ala possa governar com um primeiro ministro de dentro do partido.

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A coalizão Nova Frente Popular, formada pelo partidos esquerdistas e aliados centristas de Emmanuel Macron, entraram em uma grande “força tarefa” para diminuir as chances do Reagrupamento Nacional ter a maioria dos assentos. A Nova Frente Popular pode alcancar ate 182 assentos e a coalizao Juntos, da direita centrista de Macron, deve ficar com 166 deputados.

A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Sem uma representação majoritária de nenhum partido na Assembleia Nacional, Macron pode enfrentar desafios para comandar um governo dividido. O mandato do atual presidente vai até 2027.

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Um parlamento dividido deve deixar a Assembleia em águas mais turbulentas e desencadear uma luta por alianças entre direita, centro e esquerda em diversas posições parlamentares. Algumas medidas propostas pela direita radical, porém, podem perder força como a política contra imigrantes.

“Nós estávamos assustados com o resultado da direita radical”, explica Yaele, de 34 anos. A mãe de Milena, de três anos, estava no parque com a filha no Jardim das Tullerias, em uma viagem após ter votado na cidade de Montpellier, a cerca de 700 quilômetros da capital.

Em uma eleição parlamentar com alta presença de votantes, cerca de 67% dos franceses compareceram às urnas uma semana após o primeiro turno.

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As campanhas também foram marcadas pela disputa acirrada entre as duas frentes políticas e o medo da onda conservadora que poderia assumir a maioria da Assembleia — no que seria a primeira vez desde a ocupação nazista durante a 2.ª Guerra.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Celebridades e até jogadores de futebol se manifestaram, pedindo que os francês não escolhessem membros do Reagrupamento Nacional nas urnas. Mesmo sem a maioria, a missão principal do atual governo, de impedir que a direita radical ganhasse maiores poderes na Assembleia Nacional, parece ter sido cumprido.

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“Teremos que esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Mas a arena ainda não venceu, o que é bom. Agora vamos esperar e ver o que eles farão com este governo, que é muito, muito fragmentado”, afirma Yaele.

ENVIADA ESPECIAL, PARIS — A segunda-feira pós eleição parlamentar na França ainda foi de surpresa para muitos cidadãos que compareceram às urnas no domingo, 7. Com apenas o terceiro lugar nos votos, a aliança Reagrupamento Nacional não conseguiu garantir a maioria dos representantes na Assembleia Nacional no segundo turno do pleito, contrariando o desempenho que o grupo teve até a última semana, durante a primeira etapa de votação.

Em Paris, o clima é de alívio. “Nós conseguimos evitar o pior”, afirma Edwige, atriz de 30 anos, que votou pela Nova Frente Popular (NFP), coalizão que uniu diversos grupos da ala da esquerda.

No domingo, após a votação, muitos moradores da cidade encheram a Praça da República para comemorar os resultados. Quem passou pelo local nesta segunda viu sinais da manifestação. A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”.

“É melhor que a extrema direita não tenha ganhado por aqui. A ala é complicada e teria causado problemas na França”, explicou o motorista de guindastes enquanto observava o movimento na Praça da República.

O policiamento também foi reforçado na capital após os resultados de domingo à noite - alguns policiais ja trabalham armados nos arredores de estruturas que serao utilizadas nos Jogos Olimpicos deste ano. Agentes com fuzis estavam, na segunda-feira, posicionados em outros pontos estrategicos.

Governo terá impasse

O partido de Marine Le Pen ficou com 143 cadeiras no parlamento francês, o que não garante que a ala possa governar com um primeiro ministro de dentro do partido.

A coalizão Nova Frente Popular, formada pelo partidos esquerdistas e aliados centristas de Emmanuel Macron, entraram em uma grande “força tarefa” para diminuir as chances do Reagrupamento Nacional ter a maioria dos assentos. A Nova Frente Popular pode alcancar ate 182 assentos e a coalizao Juntos, da direita centrista de Macron, deve ficar com 166 deputados.

A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Sem uma representação majoritária de nenhum partido na Assembleia Nacional, Macron pode enfrentar desafios para comandar um governo dividido. O mandato do atual presidente vai até 2027.

Um parlamento dividido deve deixar a Assembleia em águas mais turbulentas e desencadear uma luta por alianças entre direita, centro e esquerda em diversas posições parlamentares. Algumas medidas propostas pela direita radical, porém, podem perder força como a política contra imigrantes.

“Nós estávamos assustados com o resultado da direita radical”, explica Yaele, de 34 anos. A mãe de Milena, de três anos, estava no parque com a filha no Jardim das Tullerias, em uma viagem após ter votado na cidade de Montpellier, a cerca de 700 quilômetros da capital.

Em uma eleição parlamentar com alta presença de votantes, cerca de 67% dos franceses compareceram às urnas uma semana após o primeiro turno.

As campanhas também foram marcadas pela disputa acirrada entre as duas frentes políticas e o medo da onda conservadora que poderia assumir a maioria da Assembleia — no que seria a primeira vez desde a ocupação nazista durante a 2.ª Guerra.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Celebridades e até jogadores de futebol se manifestaram, pedindo que os francês não escolhessem membros do Reagrupamento Nacional nas urnas. Mesmo sem a maioria, a missão principal do atual governo, de impedir que a direita radical ganhasse maiores poderes na Assembleia Nacional, parece ter sido cumprido.

“Teremos que esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Mas a arena ainda não venceu, o que é bom. Agora vamos esperar e ver o que eles farão com este governo, que é muito, muito fragmentado”, afirma Yaele.

ENVIADA ESPECIAL, PARIS — A segunda-feira pós eleição parlamentar na França ainda foi de surpresa para muitos cidadãos que compareceram às urnas no domingo, 7. Com apenas o terceiro lugar nos votos, a aliança Reagrupamento Nacional não conseguiu garantir a maioria dos representantes na Assembleia Nacional no segundo turno do pleito, contrariando o desempenho que o grupo teve até a última semana, durante a primeira etapa de votação.

Em Paris, o clima é de alívio. “Nós conseguimos evitar o pior”, afirma Edwige, atriz de 30 anos, que votou pela Nova Frente Popular (NFP), coalizão que uniu diversos grupos da ala da esquerda.

No domingo, após a votação, muitos moradores da cidade encheram a Praça da República para comemorar os resultados. Quem passou pelo local nesta segunda viu sinais da manifestação. A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”.

“É melhor que a extrema direita não tenha ganhado por aqui. A ala é complicada e teria causado problemas na França”, explicou o motorista de guindastes enquanto observava o movimento na Praça da República.

O policiamento também foi reforçado na capital após os resultados de domingo à noite - alguns policiais ja trabalham armados nos arredores de estruturas que serao utilizadas nos Jogos Olimpicos deste ano. Agentes com fuzis estavam, na segunda-feira, posicionados em outros pontos estrategicos.

Governo terá impasse

O partido de Marine Le Pen ficou com 143 cadeiras no parlamento francês, o que não garante que a ala possa governar com um primeiro ministro de dentro do partido.

A coalizão Nova Frente Popular, formada pelo partidos esquerdistas e aliados centristas de Emmanuel Macron, entraram em uma grande “força tarefa” para diminuir as chances do Reagrupamento Nacional ter a maioria dos assentos. A Nova Frente Popular pode alcancar ate 182 assentos e a coalizao Juntos, da direita centrista de Macron, deve ficar com 166 deputados.

A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Sem uma representação majoritária de nenhum partido na Assembleia Nacional, Macron pode enfrentar desafios para comandar um governo dividido. O mandato do atual presidente vai até 2027.

Um parlamento dividido deve deixar a Assembleia em águas mais turbulentas e desencadear uma luta por alianças entre direita, centro e esquerda em diversas posições parlamentares. Algumas medidas propostas pela direita radical, porém, podem perder força como a política contra imigrantes.

“Nós estávamos assustados com o resultado da direita radical”, explica Yaele, de 34 anos. A mãe de Milena, de três anos, estava no parque com a filha no Jardim das Tullerias, em uma viagem após ter votado na cidade de Montpellier, a cerca de 700 quilômetros da capital.

Em uma eleição parlamentar com alta presença de votantes, cerca de 67% dos franceses compareceram às urnas uma semana após o primeiro turno.

As campanhas também foram marcadas pela disputa acirrada entre as duas frentes políticas e o medo da onda conservadora que poderia assumir a maioria da Assembleia — no que seria a primeira vez desde a ocupação nazista durante a 2.ª Guerra.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Celebridades e até jogadores de futebol se manifestaram, pedindo que os francês não escolhessem membros do Reagrupamento Nacional nas urnas. Mesmo sem a maioria, a missão principal do atual governo, de impedir que a direita radical ganhasse maiores poderes na Assembleia Nacional, parece ter sido cumprido.

“Teremos que esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Mas a arena ainda não venceu, o que é bom. Agora vamos esperar e ver o que eles farão com este governo, que é muito, muito fragmentado”, afirma Yaele.

ENVIADA ESPECIAL, PARIS — A segunda-feira pós eleição parlamentar na França ainda foi de surpresa para muitos cidadãos que compareceram às urnas no domingo, 7. Com apenas o terceiro lugar nos votos, a aliança Reagrupamento Nacional não conseguiu garantir a maioria dos representantes na Assembleia Nacional no segundo turno do pleito, contrariando o desempenho que o grupo teve até a última semana, durante a primeira etapa de votação.

Em Paris, o clima é de alívio. “Nós conseguimos evitar o pior”, afirma Edwige, atriz de 30 anos, que votou pela Nova Frente Popular (NFP), coalizão que uniu diversos grupos da ala da esquerda.

No domingo, após a votação, muitos moradores da cidade encheram a Praça da República para comemorar os resultados. Quem passou pelo local nesta segunda viu sinais da manifestação. A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”.

“É melhor que a extrema direita não tenha ganhado por aqui. A ala é complicada e teria causado problemas na França”, explicou o motorista de guindastes enquanto observava o movimento na Praça da República.

O policiamento também foi reforçado na capital após os resultados de domingo à noite - alguns policiais ja trabalham armados nos arredores de estruturas que serao utilizadas nos Jogos Olimpicos deste ano. Agentes com fuzis estavam, na segunda-feira, posicionados em outros pontos estrategicos.

Governo terá impasse

O partido de Marine Le Pen ficou com 143 cadeiras no parlamento francês, o que não garante que a ala possa governar com um primeiro ministro de dentro do partido.

A coalizão Nova Frente Popular, formada pelo partidos esquerdistas e aliados centristas de Emmanuel Macron, entraram em uma grande “força tarefa” para diminuir as chances do Reagrupamento Nacional ter a maioria dos assentos. A Nova Frente Popular pode alcancar ate 182 assentos e a coalizao Juntos, da direita centrista de Macron, deve ficar com 166 deputados.

A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Sem uma representação majoritária de nenhum partido na Assembleia Nacional, Macron pode enfrentar desafios para comandar um governo dividido. O mandato do atual presidente vai até 2027.

Um parlamento dividido deve deixar a Assembleia em águas mais turbulentas e desencadear uma luta por alianças entre direita, centro e esquerda em diversas posições parlamentares. Algumas medidas propostas pela direita radical, porém, podem perder força como a política contra imigrantes.

“Nós estávamos assustados com o resultado da direita radical”, explica Yaele, de 34 anos. A mãe de Milena, de três anos, estava no parque com a filha no Jardim das Tullerias, em uma viagem após ter votado na cidade de Montpellier, a cerca de 700 quilômetros da capital.

Em uma eleição parlamentar com alta presença de votantes, cerca de 67% dos franceses compareceram às urnas uma semana após o primeiro turno.

As campanhas também foram marcadas pela disputa acirrada entre as duas frentes políticas e o medo da onda conservadora que poderia assumir a maioria da Assembleia — no que seria a primeira vez desde a ocupação nazista durante a 2.ª Guerra.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Celebridades e até jogadores de futebol se manifestaram, pedindo que os francês não escolhessem membros do Reagrupamento Nacional nas urnas. Mesmo sem a maioria, a missão principal do atual governo, de impedir que a direita radical ganhasse maiores poderes na Assembleia Nacional, parece ter sido cumprido.

“Teremos que esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Mas a arena ainda não venceu, o que é bom. Agora vamos esperar e ver o que eles farão com este governo, que é muito, muito fragmentado”, afirma Yaele.

ENVIADA ESPECIAL, PARIS — A segunda-feira pós eleição parlamentar na França ainda foi de surpresa para muitos cidadãos que compareceram às urnas no domingo, 7. Com apenas o terceiro lugar nos votos, a aliança Reagrupamento Nacional não conseguiu garantir a maioria dos representantes na Assembleia Nacional no segundo turno do pleito, contrariando o desempenho que o grupo teve até a última semana, durante a primeira etapa de votação.

Em Paris, o clima é de alívio. “Nós conseguimos evitar o pior”, afirma Edwige, atriz de 30 anos, que votou pela Nova Frente Popular (NFP), coalizão que uniu diversos grupos da ala da esquerda.

No domingo, após a votação, muitos moradores da cidade encheram a Praça da República para comemorar os resultados. Quem passou pelo local nesta segunda viu sinais da manifestação. A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”.

“É melhor que a extrema direita não tenha ganhado por aqui. A ala é complicada e teria causado problemas na França”, explicou o motorista de guindastes enquanto observava o movimento na Praça da República.

O policiamento também foi reforçado na capital após os resultados de domingo à noite - alguns policiais ja trabalham armados nos arredores de estruturas que serao utilizadas nos Jogos Olimpicos deste ano. Agentes com fuzis estavam, na segunda-feira, posicionados em outros pontos estrategicos.

Governo terá impasse

O partido de Marine Le Pen ficou com 143 cadeiras no parlamento francês, o que não garante que a ala possa governar com um primeiro ministro de dentro do partido.

A coalizão Nova Frente Popular, formada pelo partidos esquerdistas e aliados centristas de Emmanuel Macron, entraram em uma grande “força tarefa” para diminuir as chances do Reagrupamento Nacional ter a maioria dos assentos. A Nova Frente Popular pode alcancar ate 182 assentos e a coalizao Juntos, da direita centrista de Macron, deve ficar com 166 deputados.

A estátua de Marianne, a imagem feminina que representa a liberdade na França, foi pichada com mensagens de antifascismo, libertação da Palestina, críticas à polícia e apoio à NFP. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Sem uma representação majoritária de nenhum partido na Assembleia Nacional, Macron pode enfrentar desafios para comandar um governo dividido. O mandato do atual presidente vai até 2027.

Um parlamento dividido deve deixar a Assembleia em águas mais turbulentas e desencadear uma luta por alianças entre direita, centro e esquerda em diversas posições parlamentares. Algumas medidas propostas pela direita radical, porém, podem perder força como a política contra imigrantes.

“Nós estávamos assustados com o resultado da direita radical”, explica Yaele, de 34 anos. A mãe de Milena, de três anos, estava no parque com a filha no Jardim das Tullerias, em uma viagem após ter votado na cidade de Montpellier, a cerca de 700 quilômetros da capital.

Em uma eleição parlamentar com alta presença de votantes, cerca de 67% dos franceses compareceram às urnas uma semana após o primeiro turno.

As campanhas também foram marcadas pela disputa acirrada entre as duas frentes políticas e o medo da onda conservadora que poderia assumir a maioria da Assembleia — no que seria a primeira vez desde a ocupação nazista durante a 2.ª Guerra.

Sob o olhar da figura histórica, Abib Camel, de 59 anos, contou que com o resultado das eleições, a França poderá ter uma chance de possuir um governo com “humanidade”. Foto: Bruna Arimathea/Estadão

Celebridades e até jogadores de futebol se manifestaram, pedindo que os francês não escolhessem membros do Reagrupamento Nacional nas urnas. Mesmo sem a maioria, a missão principal do atual governo, de impedir que a direita radical ganhasse maiores poderes na Assembleia Nacional, parece ter sido cumprido.

“Teremos que esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Mas a arena ainda não venceu, o que é bom. Agora vamos esperar e ver o que eles farão com este governo, que é muito, muito fragmentado”, afirma Yaele.

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