Fujimorismo declara apoio para vice de Kuczynski assumir a presidência no Peru


Adesão a Martín Vizcarra, também envolvido em denúncias de corrupção, ocorre um dia antes de decisão sobre destituição de Pedro Pablo Kuczynski

Por Redação
Atualização:

LIMA - O fujimorismo decidiu na madrugada de ontem apoiar o primeiro vice-presidente do Peru, Martín Vizcarra, para substituir Pedro Pablo Kuczynski, caso o presidente seja destituído hoje pelo Congresso, onde o bloco opositor tem ampla maioria. Vizcarra, que se tornou embaixador no Canadá depois de denúncias de corrupção, retornou ao Peru e declarou apoio a Kuczynski, mas ressaltou que seu compromisso com o país é prioridade. 

+Advogados pedem que processo de destituição do presidente do Peru seja paralisado

“Tenho certeza de que nossa bancada e as demais respeitarão a ordem sucessória prevista na Constituição”, disse Daniel Salaverry, líder da legenda fujimorista Fuerza Popular. 

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Processo de destituição de Pedro Pablo Kuczynski, presidente do Peru, deve ser votado ainda nesta semana pelo Congresso. Foto: Mariana Bazo/Reuters

Na semana passada, quando o Congresso deu início ao processo de destituição de Kuczynski, Vizcarra disse que estava comprometido com a governabilidade do Peru. A segunda vice-presidente, Mercedes Araóz, seria a próxima na linha de sucessão. Caso ambos deixem o cargo antes do fim do mandato, em 2021, o Congresso é obrigado a antecipar as eleições. 

“O país é maior que seus problemas”, disse Vizcarra no Twitter. “Nosso compromisso é com a democracia, sem se importar com cores políticas. O país vem em primeiro lugar”, acrescentou.

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+ 'Não vou renunciar', diz presidente do Peru após revelações sobre Odebrecht

Ao chegar em Lima, no entanto, o vice-presidente, que retornou ao país a pedido de Kuczynski, tentou demonstrar apoio ao presidente, que hoje se defenderá no Congresso da acusação de incapacidade moral. “Estou ao lado do presidente para escutá-lo e para esclarecer todas as dúvidas. Desde o momento em que sou parte deste governo, tenho a confiança dele”, disse Vizcarra. “Peço serenidade aos peruanos para tomar as decisões mais importantes.”

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Trajetória. Aos 54 anos, Vizcarra juntou-se à campanha de Kuczynski em 2015 depois de governar por quatro anos o Estado de Moquegua, no sul do Peru. Além de vice-presidente, ocupou os ministérios dos Transportes e Comunicações, quando recebeu a incumbência de tocar projetos de infraestrutura. 

Em maio deste ano, ele foi alvo de denúncias de que teria favorecido uma empresa privada ao negociar a construção de um novo aeroporto em Cuzco, um dos principais destinos turísticos do país. Sob pressão da bancada fujimorista, ele renunciou ao cargo, e Kuczynski o nomeou embaixador. Antes de entrar para a política, Vizcarra trabalhou na iniciativa privada por quase 20 anos.

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O Congresso do Peru vai votar na quinta-feira, 21 de dezembro, a possível destituição do presidente Pedro Pablo Kuczynski. Ele é acusado de ocultar pagamentos de quase cinco milhões de dólares que recebeu por assessorias à construtora brasileira Odebrecht.

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O fujimorismo também rebateu críticas de que esteja usando as repercussões da Lava Jato no Peru – que levaram à prisão do ex-presidente Ollanta Humala e a um mandado de prisão contra outro ex-líder, Alejandro Toledo – para derrubar Kuczynski e chegar ao poder após ter sido derrotado nas urnas. “Estamos ativando um mecanismo constitucional para combater a corrupção”, disse Salaverry. 

Apesar disso, novas denúncias indicam que a líder do Fuerza Popular, Keiko Fujimori, votou em 2008 no Congresso peruano em favor de um relatório legislativo que supostamente beneficiou a construtora Odebrecht. Segundo a emissora RPP Noticias, um documento que permitiu ao Estado peruano aceitar o aumento de US$ 600 milhões no orçamento para a construção da Estrada Interoceânica Sul, a cargo da Odebrecht, foi aprovado por uma comissão legislativa que averiguou os contratos na gestão do presidente Alan García (2006-2011). A comissão apresentou um “certificado de boa conduta” para a Odebrecht com os voto de Keiko Fujimori e outros fujimoristas. / EFE, AFP e W.POST

LIMA - O fujimorismo decidiu na madrugada de ontem apoiar o primeiro vice-presidente do Peru, Martín Vizcarra, para substituir Pedro Pablo Kuczynski, caso o presidente seja destituído hoje pelo Congresso, onde o bloco opositor tem ampla maioria. Vizcarra, que se tornou embaixador no Canadá depois de denúncias de corrupção, retornou ao Peru e declarou apoio a Kuczynski, mas ressaltou que seu compromisso com o país é prioridade. 

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“Tenho certeza de que nossa bancada e as demais respeitarão a ordem sucessória prevista na Constituição”, disse Daniel Salaverry, líder da legenda fujimorista Fuerza Popular. 

Processo de destituição de Pedro Pablo Kuczynski, presidente do Peru, deve ser votado ainda nesta semana pelo Congresso. Foto: Mariana Bazo/Reuters

Na semana passada, quando o Congresso deu início ao processo de destituição de Kuczynski, Vizcarra disse que estava comprometido com a governabilidade do Peru. A segunda vice-presidente, Mercedes Araóz, seria a próxima na linha de sucessão. Caso ambos deixem o cargo antes do fim do mandato, em 2021, o Congresso é obrigado a antecipar as eleições. 

“O país é maior que seus problemas”, disse Vizcarra no Twitter. “Nosso compromisso é com a democracia, sem se importar com cores políticas. O país vem em primeiro lugar”, acrescentou.

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Ao chegar em Lima, no entanto, o vice-presidente, que retornou ao país a pedido de Kuczynski, tentou demonstrar apoio ao presidente, que hoje se defenderá no Congresso da acusação de incapacidade moral. “Estou ao lado do presidente para escutá-lo e para esclarecer todas as dúvidas. Desde o momento em que sou parte deste governo, tenho a confiança dele”, disse Vizcarra. “Peço serenidade aos peruanos para tomar as decisões mais importantes.”

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Trajetória. Aos 54 anos, Vizcarra juntou-se à campanha de Kuczynski em 2015 depois de governar por quatro anos o Estado de Moquegua, no sul do Peru. Além de vice-presidente, ocupou os ministérios dos Transportes e Comunicações, quando recebeu a incumbência de tocar projetos de infraestrutura. 

Em maio deste ano, ele foi alvo de denúncias de que teria favorecido uma empresa privada ao negociar a construção de um novo aeroporto em Cuzco, um dos principais destinos turísticos do país. Sob pressão da bancada fujimorista, ele renunciou ao cargo, e Kuczynski o nomeou embaixador. Antes de entrar para a política, Vizcarra trabalhou na iniciativa privada por quase 20 anos.

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O Congresso do Peru vai votar na quinta-feira, 21 de dezembro, a possível destituição do presidente Pedro Pablo Kuczynski. Ele é acusado de ocultar pagamentos de quase cinco milhões de dólares que recebeu por assessorias à construtora brasileira Odebrecht.

 

O fujimorismo também rebateu críticas de que esteja usando as repercussões da Lava Jato no Peru – que levaram à prisão do ex-presidente Ollanta Humala e a um mandado de prisão contra outro ex-líder, Alejandro Toledo – para derrubar Kuczynski e chegar ao poder após ter sido derrotado nas urnas. “Estamos ativando um mecanismo constitucional para combater a corrupção”, disse Salaverry. 

Apesar disso, novas denúncias indicam que a líder do Fuerza Popular, Keiko Fujimori, votou em 2008 no Congresso peruano em favor de um relatório legislativo que supostamente beneficiou a construtora Odebrecht. Segundo a emissora RPP Noticias, um documento que permitiu ao Estado peruano aceitar o aumento de US$ 600 milhões no orçamento para a construção da Estrada Interoceânica Sul, a cargo da Odebrecht, foi aprovado por uma comissão legislativa que averiguou os contratos na gestão do presidente Alan García (2006-2011). A comissão apresentou um “certificado de boa conduta” para a Odebrecht com os voto de Keiko Fujimori e outros fujimoristas. / EFE, AFP e W.POST

LIMA - O fujimorismo decidiu na madrugada de ontem apoiar o primeiro vice-presidente do Peru, Martín Vizcarra, para substituir Pedro Pablo Kuczynski, caso o presidente seja destituído hoje pelo Congresso, onde o bloco opositor tem ampla maioria. Vizcarra, que se tornou embaixador no Canadá depois de denúncias de corrupção, retornou ao Peru e declarou apoio a Kuczynski, mas ressaltou que seu compromisso com o país é prioridade. 

+Advogados pedem que processo de destituição do presidente do Peru seja paralisado

“Tenho certeza de que nossa bancada e as demais respeitarão a ordem sucessória prevista na Constituição”, disse Daniel Salaverry, líder da legenda fujimorista Fuerza Popular. 

Processo de destituição de Pedro Pablo Kuczynski, presidente do Peru, deve ser votado ainda nesta semana pelo Congresso. Foto: Mariana Bazo/Reuters

Na semana passada, quando o Congresso deu início ao processo de destituição de Kuczynski, Vizcarra disse que estava comprometido com a governabilidade do Peru. A segunda vice-presidente, Mercedes Araóz, seria a próxima na linha de sucessão. Caso ambos deixem o cargo antes do fim do mandato, em 2021, o Congresso é obrigado a antecipar as eleições. 

“O país é maior que seus problemas”, disse Vizcarra no Twitter. “Nosso compromisso é com a democracia, sem se importar com cores políticas. O país vem em primeiro lugar”, acrescentou.

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Ao chegar em Lima, no entanto, o vice-presidente, que retornou ao país a pedido de Kuczynski, tentou demonstrar apoio ao presidente, que hoje se defenderá no Congresso da acusação de incapacidade moral. “Estou ao lado do presidente para escutá-lo e para esclarecer todas as dúvidas. Desde o momento em que sou parte deste governo, tenho a confiança dele”, disse Vizcarra. “Peço serenidade aos peruanos para tomar as decisões mais importantes.”

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Trajetória. Aos 54 anos, Vizcarra juntou-se à campanha de Kuczynski em 2015 depois de governar por quatro anos o Estado de Moquegua, no sul do Peru. Além de vice-presidente, ocupou os ministérios dos Transportes e Comunicações, quando recebeu a incumbência de tocar projetos de infraestrutura. 

Em maio deste ano, ele foi alvo de denúncias de que teria favorecido uma empresa privada ao negociar a construção de um novo aeroporto em Cuzco, um dos principais destinos turísticos do país. Sob pressão da bancada fujimorista, ele renunciou ao cargo, e Kuczynski o nomeou embaixador. Antes de entrar para a política, Vizcarra trabalhou na iniciativa privada por quase 20 anos.

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O Congresso do Peru vai votar na quinta-feira, 21 de dezembro, a possível destituição do presidente Pedro Pablo Kuczynski. Ele é acusado de ocultar pagamentos de quase cinco milhões de dólares que recebeu por assessorias à construtora brasileira Odebrecht.

 

O fujimorismo também rebateu críticas de que esteja usando as repercussões da Lava Jato no Peru – que levaram à prisão do ex-presidente Ollanta Humala e a um mandado de prisão contra outro ex-líder, Alejandro Toledo – para derrubar Kuczynski e chegar ao poder após ter sido derrotado nas urnas. “Estamos ativando um mecanismo constitucional para combater a corrupção”, disse Salaverry. 

Apesar disso, novas denúncias indicam que a líder do Fuerza Popular, Keiko Fujimori, votou em 2008 no Congresso peruano em favor de um relatório legislativo que supostamente beneficiou a construtora Odebrecht. Segundo a emissora RPP Noticias, um documento que permitiu ao Estado peruano aceitar o aumento de US$ 600 milhões no orçamento para a construção da Estrada Interoceânica Sul, a cargo da Odebrecht, foi aprovado por uma comissão legislativa que averiguou os contratos na gestão do presidente Alan García (2006-2011). A comissão apresentou um “certificado de boa conduta” para a Odebrecht com os voto de Keiko Fujimori e outros fujimoristas. / EFE, AFP e W.POST

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