ENVIADO AO RIO - O governo da Noruega anunciou neste domingo, 17, uma nova doação ao Fundo Amazônia. O primeiro-ministro Jonas Gahr Støre prometeu o aporte de mais US$ 60 milhões (R$ 348 milhões) durante um evento prévio à Cúpula de Líderes do G-20, no Rio.
Segundo o governo norueguês, a nova doação é um “reconhecimento pelos esforços do Brasil” na redução do desmatamento em 30,6% no ano de 2023. Jonas Gahr Støre participou da Conferência Global Citizen Now: Rio de Janeiro.
“É crucial para o clima e a natureza global que o Brasil atinja seus objetivos de controle do desmatamento. Por meio de nosso apoio ao Fundo Amazônia, estamos ajudando a proteger um dos ecossistemas mais importantes do planeta”, afirmou o primeiro-ministro.
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O governo brasileiro estabeleceu a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030. Apesar da queda nos índices no ano passado, neste ano o País conviveu com incêndios florestais e a seca recorde, que atingiu 58% do território nacional, a pior em sete décadas.
Segundo o Monitor do Fogo, do MapBiomas, uma área comparável ao Estado de Roraima foi queimada no Brasil nos nove primeiros meses de 2024: 22,4 milhões de hectares, sendo 13,4 milhões de hectares a mais que no ano anterior. Um salto de 150%. Metade da área incendiada até setembro fica na Amazônia.
“Investir na preservação da floresta tropical é um dos investimentos mais importantes que fazemos”, afirmou o ministro de Clima e Meio Ambiente da Noruega, Tore O. Sandvik.
O Fundo Amazônia é o principal sistema de parcerias internacionais do governo brasileiro para preservação florestal. Ele tem sido privilegiado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva na busca por doações. Criado em 2008, já apoiou 114 projetos e arrecadou efetivamente R$ 4,2 bilhões.
A Noruega é desde o início o principal doador do dinheiro - R$ 3,4 bilhões. Também doaram recursos a Alemanha (R$ 388 milhões), a Suíça (R$ 28 milhões), o Japão (R$ 15 milhões) e os Estados Unidos (R$ 291 milhões), além da Petrobras (R$ 17 milhões).
O Reino Unido fez uma promessa de 80 milhões de libras esterlinas, mas a doação ainda não foi internalizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou em Manaus (AM) neste domingo, 17, mais US$ 50 milhões (R$ 290 milhões). No entanto, a dois meses do fim de seu mandato e com a vitória de Donald Trump, não há garantias de que ele conseguirá aprovação do Congresso. Além disso, Biden havia prometido doar o total de US$ 500 milhões ao longo de cinco anos para o Fundo Amazônia, e deve deixar a Casa Branca sem cumprir.
Os países costumam aderir a pedido do governo brasileiro, mas os pagamentos são voluntários. A captação de recursos é condicionada à redução de emissão de gases de efeito estufa. As contribuições são baseadas na comprovação de que houve efetivo resultado na redução do desmatamento, e o BNDES, que gere os recursos, direciona a verba para novas ações.