Governador republicano do Arizona constrói muro de contêineres na fronteira com o México


Embora esteja em seus últimos dias a frente do governo estadual, Doug Ducey alega que obra visa proteger cidadãos americanos, emulando o discurso do ex-presidente Donald Trump

Por Redação

O republicano Doug Ducey resolveu transformar os últimos dias de seu governo em um período turbulento. Prestes a deixar o cargo de governador do Arizona, em 5 de janeiro, Ducey tem enfrentado críticas e processos judiciais para acelerar a instalação de contêineres para construir um muro na fronteira com o México.

Em algumas partes do Estado já é possível ver a estrutura, formada sempre por dois contêineres empilhados e cercas de arame farpado no topo, de pé. O primeiro trecho foi começou a ser construído no segundo semestre deste ano em Yuma, no oeste do Estado, considerado um ponto de passagem popular de imigrantes sem documentação.

“O Arizona vai fazer o trabalho que Joe Biden se recusou a fazer ― garantir a segurança da fronteira de todas as maneiras que nós pudermos. Nós não vamos recuar”, afirmou Ducey anteriormente neste ano.

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Contêineres empilhados em San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

A construção do muro atraiu críticas em diversas frentes, sendo levantadas de questões ambientais a reclames sobre o custo total da obra, passando pela jurisdição sobre as áreas em que os contêineres foram instalados.

A governadora eleita do Arizona, Katie Hobbs (Partido Democrata), classificou a construção do muro como um mal-uso de recursos públicos e disse não saber o que fazer com os contêineres depois que assumir o cargo. “Eu não sei quanto vai custar para removê-los”, disse em entrevista recente a uma TV de Phoenix.

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Árvores derrubadas para a instalação dos contêineres no sudeste do Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Uma das opções aventada pela governadora seria reutilizar os contêineres para a construção de casas populares destinadas a cidadãos sem-teto e famílias de baixa renda, mas o custo atrelado ao transporte das estruturas e transformação em moradias pode ser um obstáculo.

Apenas a obra em Yuma ― o primeiro trecho do muro construído neste ano ― custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 31,7 milhões) e cobriu apenas uma área estimada de 1.160 metros após 11 dias de trabalho. O projeto mais recente, no condado de Cochise, no sudeste do Arizona, tem custo estimado de US$ 95 milhões (R$ 502 milhões).

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Em Yuma, contêineres foram empilhados para completar trechos incompletos do 'Muro de Trump'. Foto: Etienne Laurent/ EFE

Além do alto custo, há quem questione a capacidade das estruturas cumprirem o objetivo de dificultar a passagem de fronteira do Estado. Em Yuma, muitos requerentes de asilo encontraram sem dificuldades maneiras de contornar as novas barreiras, posicionadas em áreas deixadas abertas quando o muro do ex-presidente Donald Trump foi construído.

Em San Rafael Valley ― apontado como último canteiro de obras e um dos mais polêmicos por questões ambientais, de jurisdição e por não ser um ponto utilizado normalmente por migrantes ―, a construção se estende das florestas de carvalho no sopé de Huachuca, a sudeste de Tucson, até uma região de vale, mas deixa lacunas enormes, incluindo um espaço de várias centenas de metros em um terreno muito íngreme para colocar os contêineres. Em algumas áreas baixas, existem lacunas de quase 1 metro de largura.

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Construção de estrutura de contêineres é questionada pelo governo federal e por ambientalistas. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Em paralelo, há uma questão de jurisdição. Órgãos do governo federal dos EUA questionam, inclusive judicialmente, o governo do Arizona pela instalação dos contêineres em territórios federais, como o Bureau of Reclamation, agência ligada ao Departamento de Interior.

O Serviço Florestal dos EUA também disse ao Arizona para interromper seu trabalho na Floresta Nacional de Coronado e recentemente alertou os visitantes sobre os perigos potenciais representados por equipamentos de construção envolvidos nas “atividades não autorizadas” do Estado. A tribo indígena Cocopah também reclamou que o estado não pediu permissão para construir em sua reserva próxima.

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Ativistas ambientais se manifestaram em Cochise na semana passada, interrompendo o trabalho ao se posicionar em frente a veículos de construção ou sentando-se em cima de contêineres empilhados.

Ativistas ambientais sobem em contêineres instalados no San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Eles alegam que o trabalho na Floresta Nacional de Coronado põe em perigo espécies ameaçadas de extinção em uma região biologicamente diversa, com cadeias montanhosas isoladas que se elevam a mais de 1.828 metros acima dos deserto e pastagens.

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Câmeras de vida selvagem na região fotografam regularmente ursos-negros, linces, gambás malhados, quatis de nariz branco e javalis.

Ambientalistas alertam também para os perigos de colocar os contêineres no topo de uma bacia hidrográfica do rio San Pedro, que inunda durante a estação das monções todos os verões. Logo ao sul da fronteira fica uma área protegida chamada Rancho Los Fresnos, lar do castor, uma espécie ameaçada no México./ AP

O republicano Doug Ducey resolveu transformar os últimos dias de seu governo em um período turbulento. Prestes a deixar o cargo de governador do Arizona, em 5 de janeiro, Ducey tem enfrentado críticas e processos judiciais para acelerar a instalação de contêineres para construir um muro na fronteira com o México.

Em algumas partes do Estado já é possível ver a estrutura, formada sempre por dois contêineres empilhados e cercas de arame farpado no topo, de pé. O primeiro trecho foi começou a ser construído no segundo semestre deste ano em Yuma, no oeste do Estado, considerado um ponto de passagem popular de imigrantes sem documentação.

“O Arizona vai fazer o trabalho que Joe Biden se recusou a fazer ― garantir a segurança da fronteira de todas as maneiras que nós pudermos. Nós não vamos recuar”, afirmou Ducey anteriormente neste ano.

Contêineres empilhados em San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

A construção do muro atraiu críticas em diversas frentes, sendo levantadas de questões ambientais a reclames sobre o custo total da obra, passando pela jurisdição sobre as áreas em que os contêineres foram instalados.

A governadora eleita do Arizona, Katie Hobbs (Partido Democrata), classificou a construção do muro como um mal-uso de recursos públicos e disse não saber o que fazer com os contêineres depois que assumir o cargo. “Eu não sei quanto vai custar para removê-los”, disse em entrevista recente a uma TV de Phoenix.

Árvores derrubadas para a instalação dos contêineres no sudeste do Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Uma das opções aventada pela governadora seria reutilizar os contêineres para a construção de casas populares destinadas a cidadãos sem-teto e famílias de baixa renda, mas o custo atrelado ao transporte das estruturas e transformação em moradias pode ser um obstáculo.

Apenas a obra em Yuma ― o primeiro trecho do muro construído neste ano ― custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 31,7 milhões) e cobriu apenas uma área estimada de 1.160 metros após 11 dias de trabalho. O projeto mais recente, no condado de Cochise, no sudeste do Arizona, tem custo estimado de US$ 95 milhões (R$ 502 milhões).

Em Yuma, contêineres foram empilhados para completar trechos incompletos do 'Muro de Trump'. Foto: Etienne Laurent/ EFE

Além do alto custo, há quem questione a capacidade das estruturas cumprirem o objetivo de dificultar a passagem de fronteira do Estado. Em Yuma, muitos requerentes de asilo encontraram sem dificuldades maneiras de contornar as novas barreiras, posicionadas em áreas deixadas abertas quando o muro do ex-presidente Donald Trump foi construído.

Em San Rafael Valley ― apontado como último canteiro de obras e um dos mais polêmicos por questões ambientais, de jurisdição e por não ser um ponto utilizado normalmente por migrantes ―, a construção se estende das florestas de carvalho no sopé de Huachuca, a sudeste de Tucson, até uma região de vale, mas deixa lacunas enormes, incluindo um espaço de várias centenas de metros em um terreno muito íngreme para colocar os contêineres. Em algumas áreas baixas, existem lacunas de quase 1 metro de largura.

Construção de estrutura de contêineres é questionada pelo governo federal e por ambientalistas. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Em paralelo, há uma questão de jurisdição. Órgãos do governo federal dos EUA questionam, inclusive judicialmente, o governo do Arizona pela instalação dos contêineres em territórios federais, como o Bureau of Reclamation, agência ligada ao Departamento de Interior.

O Serviço Florestal dos EUA também disse ao Arizona para interromper seu trabalho na Floresta Nacional de Coronado e recentemente alertou os visitantes sobre os perigos potenciais representados por equipamentos de construção envolvidos nas “atividades não autorizadas” do Estado. A tribo indígena Cocopah também reclamou que o estado não pediu permissão para construir em sua reserva próxima.

Ativistas ambientais se manifestaram em Cochise na semana passada, interrompendo o trabalho ao se posicionar em frente a veículos de construção ou sentando-se em cima de contêineres empilhados.

Ativistas ambientais sobem em contêineres instalados no San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Eles alegam que o trabalho na Floresta Nacional de Coronado põe em perigo espécies ameaçadas de extinção em uma região biologicamente diversa, com cadeias montanhosas isoladas que se elevam a mais de 1.828 metros acima dos deserto e pastagens.

Câmeras de vida selvagem na região fotografam regularmente ursos-negros, linces, gambás malhados, quatis de nariz branco e javalis.

Ambientalistas alertam também para os perigos de colocar os contêineres no topo de uma bacia hidrográfica do rio San Pedro, que inunda durante a estação das monções todos os verões. Logo ao sul da fronteira fica uma área protegida chamada Rancho Los Fresnos, lar do castor, uma espécie ameaçada no México./ AP

O republicano Doug Ducey resolveu transformar os últimos dias de seu governo em um período turbulento. Prestes a deixar o cargo de governador do Arizona, em 5 de janeiro, Ducey tem enfrentado críticas e processos judiciais para acelerar a instalação de contêineres para construir um muro na fronteira com o México.

Em algumas partes do Estado já é possível ver a estrutura, formada sempre por dois contêineres empilhados e cercas de arame farpado no topo, de pé. O primeiro trecho foi começou a ser construído no segundo semestre deste ano em Yuma, no oeste do Estado, considerado um ponto de passagem popular de imigrantes sem documentação.

“O Arizona vai fazer o trabalho que Joe Biden se recusou a fazer ― garantir a segurança da fronteira de todas as maneiras que nós pudermos. Nós não vamos recuar”, afirmou Ducey anteriormente neste ano.

Contêineres empilhados em San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

A construção do muro atraiu críticas em diversas frentes, sendo levantadas de questões ambientais a reclames sobre o custo total da obra, passando pela jurisdição sobre as áreas em que os contêineres foram instalados.

A governadora eleita do Arizona, Katie Hobbs (Partido Democrata), classificou a construção do muro como um mal-uso de recursos públicos e disse não saber o que fazer com os contêineres depois que assumir o cargo. “Eu não sei quanto vai custar para removê-los”, disse em entrevista recente a uma TV de Phoenix.

Árvores derrubadas para a instalação dos contêineres no sudeste do Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Uma das opções aventada pela governadora seria reutilizar os contêineres para a construção de casas populares destinadas a cidadãos sem-teto e famílias de baixa renda, mas o custo atrelado ao transporte das estruturas e transformação em moradias pode ser um obstáculo.

Apenas a obra em Yuma ― o primeiro trecho do muro construído neste ano ― custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 31,7 milhões) e cobriu apenas uma área estimada de 1.160 metros após 11 dias de trabalho. O projeto mais recente, no condado de Cochise, no sudeste do Arizona, tem custo estimado de US$ 95 milhões (R$ 502 milhões).

Em Yuma, contêineres foram empilhados para completar trechos incompletos do 'Muro de Trump'. Foto: Etienne Laurent/ EFE

Além do alto custo, há quem questione a capacidade das estruturas cumprirem o objetivo de dificultar a passagem de fronteira do Estado. Em Yuma, muitos requerentes de asilo encontraram sem dificuldades maneiras de contornar as novas barreiras, posicionadas em áreas deixadas abertas quando o muro do ex-presidente Donald Trump foi construído.

Em San Rafael Valley ― apontado como último canteiro de obras e um dos mais polêmicos por questões ambientais, de jurisdição e por não ser um ponto utilizado normalmente por migrantes ―, a construção se estende das florestas de carvalho no sopé de Huachuca, a sudeste de Tucson, até uma região de vale, mas deixa lacunas enormes, incluindo um espaço de várias centenas de metros em um terreno muito íngreme para colocar os contêineres. Em algumas áreas baixas, existem lacunas de quase 1 metro de largura.

Construção de estrutura de contêineres é questionada pelo governo federal e por ambientalistas. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Em paralelo, há uma questão de jurisdição. Órgãos do governo federal dos EUA questionam, inclusive judicialmente, o governo do Arizona pela instalação dos contêineres em territórios federais, como o Bureau of Reclamation, agência ligada ao Departamento de Interior.

O Serviço Florestal dos EUA também disse ao Arizona para interromper seu trabalho na Floresta Nacional de Coronado e recentemente alertou os visitantes sobre os perigos potenciais representados por equipamentos de construção envolvidos nas “atividades não autorizadas” do Estado. A tribo indígena Cocopah também reclamou que o estado não pediu permissão para construir em sua reserva próxima.

Ativistas ambientais se manifestaram em Cochise na semana passada, interrompendo o trabalho ao se posicionar em frente a veículos de construção ou sentando-se em cima de contêineres empilhados.

Ativistas ambientais sobem em contêineres instalados no San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Eles alegam que o trabalho na Floresta Nacional de Coronado põe em perigo espécies ameaçadas de extinção em uma região biologicamente diversa, com cadeias montanhosas isoladas que se elevam a mais de 1.828 metros acima dos deserto e pastagens.

Câmeras de vida selvagem na região fotografam regularmente ursos-negros, linces, gambás malhados, quatis de nariz branco e javalis.

Ambientalistas alertam também para os perigos de colocar os contêineres no topo de uma bacia hidrográfica do rio San Pedro, que inunda durante a estação das monções todos os verões. Logo ao sul da fronteira fica uma área protegida chamada Rancho Los Fresnos, lar do castor, uma espécie ameaçada no México./ AP

O republicano Doug Ducey resolveu transformar os últimos dias de seu governo em um período turbulento. Prestes a deixar o cargo de governador do Arizona, em 5 de janeiro, Ducey tem enfrentado críticas e processos judiciais para acelerar a instalação de contêineres para construir um muro na fronteira com o México.

Em algumas partes do Estado já é possível ver a estrutura, formada sempre por dois contêineres empilhados e cercas de arame farpado no topo, de pé. O primeiro trecho foi começou a ser construído no segundo semestre deste ano em Yuma, no oeste do Estado, considerado um ponto de passagem popular de imigrantes sem documentação.

“O Arizona vai fazer o trabalho que Joe Biden se recusou a fazer ― garantir a segurança da fronteira de todas as maneiras que nós pudermos. Nós não vamos recuar”, afirmou Ducey anteriormente neste ano.

Contêineres empilhados em San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

A construção do muro atraiu críticas em diversas frentes, sendo levantadas de questões ambientais a reclames sobre o custo total da obra, passando pela jurisdição sobre as áreas em que os contêineres foram instalados.

A governadora eleita do Arizona, Katie Hobbs (Partido Democrata), classificou a construção do muro como um mal-uso de recursos públicos e disse não saber o que fazer com os contêineres depois que assumir o cargo. “Eu não sei quanto vai custar para removê-los”, disse em entrevista recente a uma TV de Phoenix.

Árvores derrubadas para a instalação dos contêineres no sudeste do Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Uma das opções aventada pela governadora seria reutilizar os contêineres para a construção de casas populares destinadas a cidadãos sem-teto e famílias de baixa renda, mas o custo atrelado ao transporte das estruturas e transformação em moradias pode ser um obstáculo.

Apenas a obra em Yuma ― o primeiro trecho do muro construído neste ano ― custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 31,7 milhões) e cobriu apenas uma área estimada de 1.160 metros após 11 dias de trabalho. O projeto mais recente, no condado de Cochise, no sudeste do Arizona, tem custo estimado de US$ 95 milhões (R$ 502 milhões).

Em Yuma, contêineres foram empilhados para completar trechos incompletos do 'Muro de Trump'. Foto: Etienne Laurent/ EFE

Além do alto custo, há quem questione a capacidade das estruturas cumprirem o objetivo de dificultar a passagem de fronteira do Estado. Em Yuma, muitos requerentes de asilo encontraram sem dificuldades maneiras de contornar as novas barreiras, posicionadas em áreas deixadas abertas quando o muro do ex-presidente Donald Trump foi construído.

Em San Rafael Valley ― apontado como último canteiro de obras e um dos mais polêmicos por questões ambientais, de jurisdição e por não ser um ponto utilizado normalmente por migrantes ―, a construção se estende das florestas de carvalho no sopé de Huachuca, a sudeste de Tucson, até uma região de vale, mas deixa lacunas enormes, incluindo um espaço de várias centenas de metros em um terreno muito íngreme para colocar os contêineres. Em algumas áreas baixas, existem lacunas de quase 1 metro de largura.

Construção de estrutura de contêineres é questionada pelo governo federal e por ambientalistas. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Em paralelo, há uma questão de jurisdição. Órgãos do governo federal dos EUA questionam, inclusive judicialmente, o governo do Arizona pela instalação dos contêineres em territórios federais, como o Bureau of Reclamation, agência ligada ao Departamento de Interior.

O Serviço Florestal dos EUA também disse ao Arizona para interromper seu trabalho na Floresta Nacional de Coronado e recentemente alertou os visitantes sobre os perigos potenciais representados por equipamentos de construção envolvidos nas “atividades não autorizadas” do Estado. A tribo indígena Cocopah também reclamou que o estado não pediu permissão para construir em sua reserva próxima.

Ativistas ambientais se manifestaram em Cochise na semana passada, interrompendo o trabalho ao se posicionar em frente a veículos de construção ou sentando-se em cima de contêineres empilhados.

Ativistas ambientais sobem em contêineres instalados no San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Eles alegam que o trabalho na Floresta Nacional de Coronado põe em perigo espécies ameaçadas de extinção em uma região biologicamente diversa, com cadeias montanhosas isoladas que se elevam a mais de 1.828 metros acima dos deserto e pastagens.

Câmeras de vida selvagem na região fotografam regularmente ursos-negros, linces, gambás malhados, quatis de nariz branco e javalis.

Ambientalistas alertam também para os perigos de colocar os contêineres no topo de uma bacia hidrográfica do rio San Pedro, que inunda durante a estação das monções todos os verões. Logo ao sul da fronteira fica uma área protegida chamada Rancho Los Fresnos, lar do castor, uma espécie ameaçada no México./ AP

O republicano Doug Ducey resolveu transformar os últimos dias de seu governo em um período turbulento. Prestes a deixar o cargo de governador do Arizona, em 5 de janeiro, Ducey tem enfrentado críticas e processos judiciais para acelerar a instalação de contêineres para construir um muro na fronteira com o México.

Em algumas partes do Estado já é possível ver a estrutura, formada sempre por dois contêineres empilhados e cercas de arame farpado no topo, de pé. O primeiro trecho foi começou a ser construído no segundo semestre deste ano em Yuma, no oeste do Estado, considerado um ponto de passagem popular de imigrantes sem documentação.

“O Arizona vai fazer o trabalho que Joe Biden se recusou a fazer ― garantir a segurança da fronteira de todas as maneiras que nós pudermos. Nós não vamos recuar”, afirmou Ducey anteriormente neste ano.

Contêineres empilhados em San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

A construção do muro atraiu críticas em diversas frentes, sendo levantadas de questões ambientais a reclames sobre o custo total da obra, passando pela jurisdição sobre as áreas em que os contêineres foram instalados.

A governadora eleita do Arizona, Katie Hobbs (Partido Democrata), classificou a construção do muro como um mal-uso de recursos públicos e disse não saber o que fazer com os contêineres depois que assumir o cargo. “Eu não sei quanto vai custar para removê-los”, disse em entrevista recente a uma TV de Phoenix.

Árvores derrubadas para a instalação dos contêineres no sudeste do Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Uma das opções aventada pela governadora seria reutilizar os contêineres para a construção de casas populares destinadas a cidadãos sem-teto e famílias de baixa renda, mas o custo atrelado ao transporte das estruturas e transformação em moradias pode ser um obstáculo.

Apenas a obra em Yuma ― o primeiro trecho do muro construído neste ano ― custou cerca de US$ 6 milhões (R$ 31,7 milhões) e cobriu apenas uma área estimada de 1.160 metros após 11 dias de trabalho. O projeto mais recente, no condado de Cochise, no sudeste do Arizona, tem custo estimado de US$ 95 milhões (R$ 502 milhões).

Em Yuma, contêineres foram empilhados para completar trechos incompletos do 'Muro de Trump'. Foto: Etienne Laurent/ EFE

Além do alto custo, há quem questione a capacidade das estruturas cumprirem o objetivo de dificultar a passagem de fronteira do Estado. Em Yuma, muitos requerentes de asilo encontraram sem dificuldades maneiras de contornar as novas barreiras, posicionadas em áreas deixadas abertas quando o muro do ex-presidente Donald Trump foi construído.

Em San Rafael Valley ― apontado como último canteiro de obras e um dos mais polêmicos por questões ambientais, de jurisdição e por não ser um ponto utilizado normalmente por migrantes ―, a construção se estende das florestas de carvalho no sopé de Huachuca, a sudeste de Tucson, até uma região de vale, mas deixa lacunas enormes, incluindo um espaço de várias centenas de metros em um terreno muito íngreme para colocar os contêineres. Em algumas áreas baixas, existem lacunas de quase 1 metro de largura.

Construção de estrutura de contêineres é questionada pelo governo federal e por ambientalistas. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Em paralelo, há uma questão de jurisdição. Órgãos do governo federal dos EUA questionam, inclusive judicialmente, o governo do Arizona pela instalação dos contêineres em territórios federais, como o Bureau of Reclamation, agência ligada ao Departamento de Interior.

O Serviço Florestal dos EUA também disse ao Arizona para interromper seu trabalho na Floresta Nacional de Coronado e recentemente alertou os visitantes sobre os perigos potenciais representados por equipamentos de construção envolvidos nas “atividades não autorizadas” do Estado. A tribo indígena Cocopah também reclamou que o estado não pediu permissão para construir em sua reserva próxima.

Ativistas ambientais se manifestaram em Cochise na semana passada, interrompendo o trabalho ao se posicionar em frente a veículos de construção ou sentando-se em cima de contêineres empilhados.

Ativistas ambientais sobem em contêineres instalados no San Rafael Valley, no Arizona. Foto: Ross D. Franklin/ AP

Eles alegam que o trabalho na Floresta Nacional de Coronado põe em perigo espécies ameaçadas de extinção em uma região biologicamente diversa, com cadeias montanhosas isoladas que se elevam a mais de 1.828 metros acima dos deserto e pastagens.

Câmeras de vida selvagem na região fotografam regularmente ursos-negros, linces, gambás malhados, quatis de nariz branco e javalis.

Ambientalistas alertam também para os perigos de colocar os contêineres no topo de uma bacia hidrográfica do rio San Pedro, que inunda durante a estação das monções todos os verões. Logo ao sul da fronteira fica uma área protegida chamada Rancho Los Fresnos, lar do castor, uma espécie ameaçada no México./ AP

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