Governo argentino convoca Congresso a sessões extraordinárias para debater ‘megadecreto’ de Milei


Após uma semana de protestos de sindicatos, inquilinos e partidos de esquerda contra decreto de Milei, parlamentares devem iniciar discussões no dia 26 de dezembro

Por Redação
Atualização:

O governo da Argentina convocou o Parlamento para sessões extraordinárias a fim de debater um pacote de leis de reforma do Estado e um polêmico “megadecreto” do presidente Javier Milei, que derruba mais de 300 leis no país e propõe a “desregulamentação” da economia.

Milei formalizou a convocação na sexta-feira à noite, 22, para que o Congresso inicie sessões extraordinárias de 26 de dezembro a 31 de janeiro. O movimento vem após uma semana de protestos de sindicatos, inquilinos e partidos de esquerda contra as reformas contidas no decreto, que deve ser referendado pelo Congresso.  

Na pauta das sessões extraordinárias, o presidente incluiu ainda propostas para a restituição de impostos sobre os salários, modificações na lei eleitoral e reformas do Estado.

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O presidente da Argentina, Javier Milei, anuncia uma série de reformas via decreto em Buenos Aires, Argentina, no dia 20 de dezembro  Foto: Casa Rosada / AFP

No entanto, o prato principal está contido no megadecreto com mais de 300 reformas que alterarão a vida cotidiana dos argentinos.

Ação na Justiça

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A Justiça federal admitiu neste sábado, 23, uma ação coletiva de organizações civis para declarar inconstitucional o decreto. O Ministério Público Federal terá que responder às contestações em um processo que pode chegar até a Corte Suprema.

Entre outras modificações, o decreto revoga a lei de aluguel, que passará a ser sem prazo determinado, sem limite de preços e em qualquer moeda. Além disso, estende o período de experiência no mercado de trabalho de três para oito meses, elimina proteções aos trabalhadores e leis que protegem o consumidor contra aumentos de preços abusivos, em um momento em que a inflação ultrapassa os 160% ao ano e a pobreza atinge 40% da população.

Também libera as comissões bancárias e a taxa punitiva para dívidas, elimina a lei que estabelecia aumentos regulares de aposentadorias e pensões, libera os preços das mensalidades dos planos privados de saúde e abre as portas para a privatização de empresas públicas.

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Policiais argentinos acompanham uma manifestação contra as medidas anunciadas via decreto do governo argentino liderado por Javier Milei em Buenos Aires, Argentina  Foto: Juan Ignacio Roncoroni / EFE

O plano “motosserra” de Milei para cortar os gastos do Estado despertou, na semana passada, os primeiros protestos nas ruas, com “panelaços” contra o governo em frente ao Congresso e em praças e esquinas das principais cidades do país, sem maiores incidentes.

Também provocou a convocação das centrais sindicais para uma manifestação na próxima quarta-feira diante dos tribunais, para entregar à Justiça um pedido de impugnação do decreto por considerá-lo inconstitucional, e uma ação para suspender todos os seus efeitos.

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O Congresso tem dez dias para aprovar ou rejeitar o decreto integralmente, sem a possibilidade de debater os detalhes de seu conteúdo, de acordo com o regimento para o tratamento de decretos de necessidade e urgência.

O decreto pode ser aprovado por maioria simples e entrará em vigor em 29 de dezembro se não for tratado dentro do prazo estipulado. No entanto, para invalidá-lo, as duas câmaras do Parlamento devem rejeitar o texto.

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O partido do presidente, A Liberdade Avança, tem 40 dos 257 deputados e sete dos 72 senadores, enquanto o agora partido de oposição peronista mantém as maiores bancadas nas duas câmaras./AFP

O governo da Argentina convocou o Parlamento para sessões extraordinárias a fim de debater um pacote de leis de reforma do Estado e um polêmico “megadecreto” do presidente Javier Milei, que derruba mais de 300 leis no país e propõe a “desregulamentação” da economia.

Milei formalizou a convocação na sexta-feira à noite, 22, para que o Congresso inicie sessões extraordinárias de 26 de dezembro a 31 de janeiro. O movimento vem após uma semana de protestos de sindicatos, inquilinos e partidos de esquerda contra as reformas contidas no decreto, que deve ser referendado pelo Congresso.  

Na pauta das sessões extraordinárias, o presidente incluiu ainda propostas para a restituição de impostos sobre os salários, modificações na lei eleitoral e reformas do Estado.

O presidente da Argentina, Javier Milei, anuncia uma série de reformas via decreto em Buenos Aires, Argentina, no dia 20 de dezembro  Foto: Casa Rosada / AFP

No entanto, o prato principal está contido no megadecreto com mais de 300 reformas que alterarão a vida cotidiana dos argentinos.

Ação na Justiça

A Justiça federal admitiu neste sábado, 23, uma ação coletiva de organizações civis para declarar inconstitucional o decreto. O Ministério Público Federal terá que responder às contestações em um processo que pode chegar até a Corte Suprema.

Entre outras modificações, o decreto revoga a lei de aluguel, que passará a ser sem prazo determinado, sem limite de preços e em qualquer moeda. Além disso, estende o período de experiência no mercado de trabalho de três para oito meses, elimina proteções aos trabalhadores e leis que protegem o consumidor contra aumentos de preços abusivos, em um momento em que a inflação ultrapassa os 160% ao ano e a pobreza atinge 40% da população.

Também libera as comissões bancárias e a taxa punitiva para dívidas, elimina a lei que estabelecia aumentos regulares de aposentadorias e pensões, libera os preços das mensalidades dos planos privados de saúde e abre as portas para a privatização de empresas públicas.

Policiais argentinos acompanham uma manifestação contra as medidas anunciadas via decreto do governo argentino liderado por Javier Milei em Buenos Aires, Argentina  Foto: Juan Ignacio Roncoroni / EFE

O plano “motosserra” de Milei para cortar os gastos do Estado despertou, na semana passada, os primeiros protestos nas ruas, com “panelaços” contra o governo em frente ao Congresso e em praças e esquinas das principais cidades do país, sem maiores incidentes.

Também provocou a convocação das centrais sindicais para uma manifestação na próxima quarta-feira diante dos tribunais, para entregar à Justiça um pedido de impugnação do decreto por considerá-lo inconstitucional, e uma ação para suspender todos os seus efeitos.

O Congresso tem dez dias para aprovar ou rejeitar o decreto integralmente, sem a possibilidade de debater os detalhes de seu conteúdo, de acordo com o regimento para o tratamento de decretos de necessidade e urgência.

O decreto pode ser aprovado por maioria simples e entrará em vigor em 29 de dezembro se não for tratado dentro do prazo estipulado. No entanto, para invalidá-lo, as duas câmaras do Parlamento devem rejeitar o texto.

O partido do presidente, A Liberdade Avança, tem 40 dos 257 deputados e sete dos 72 senadores, enquanto o agora partido de oposição peronista mantém as maiores bancadas nas duas câmaras./AFP

O governo da Argentina convocou o Parlamento para sessões extraordinárias a fim de debater um pacote de leis de reforma do Estado e um polêmico “megadecreto” do presidente Javier Milei, que derruba mais de 300 leis no país e propõe a “desregulamentação” da economia.

Milei formalizou a convocação na sexta-feira à noite, 22, para que o Congresso inicie sessões extraordinárias de 26 de dezembro a 31 de janeiro. O movimento vem após uma semana de protestos de sindicatos, inquilinos e partidos de esquerda contra as reformas contidas no decreto, que deve ser referendado pelo Congresso.  

Na pauta das sessões extraordinárias, o presidente incluiu ainda propostas para a restituição de impostos sobre os salários, modificações na lei eleitoral e reformas do Estado.

O presidente da Argentina, Javier Milei, anuncia uma série de reformas via decreto em Buenos Aires, Argentina, no dia 20 de dezembro  Foto: Casa Rosada / AFP

No entanto, o prato principal está contido no megadecreto com mais de 300 reformas que alterarão a vida cotidiana dos argentinos.

Ação na Justiça

A Justiça federal admitiu neste sábado, 23, uma ação coletiva de organizações civis para declarar inconstitucional o decreto. O Ministério Público Federal terá que responder às contestações em um processo que pode chegar até a Corte Suprema.

Entre outras modificações, o decreto revoga a lei de aluguel, que passará a ser sem prazo determinado, sem limite de preços e em qualquer moeda. Além disso, estende o período de experiência no mercado de trabalho de três para oito meses, elimina proteções aos trabalhadores e leis que protegem o consumidor contra aumentos de preços abusivos, em um momento em que a inflação ultrapassa os 160% ao ano e a pobreza atinge 40% da população.

Também libera as comissões bancárias e a taxa punitiva para dívidas, elimina a lei que estabelecia aumentos regulares de aposentadorias e pensões, libera os preços das mensalidades dos planos privados de saúde e abre as portas para a privatização de empresas públicas.

Policiais argentinos acompanham uma manifestação contra as medidas anunciadas via decreto do governo argentino liderado por Javier Milei em Buenos Aires, Argentina  Foto: Juan Ignacio Roncoroni / EFE

O plano “motosserra” de Milei para cortar os gastos do Estado despertou, na semana passada, os primeiros protestos nas ruas, com “panelaços” contra o governo em frente ao Congresso e em praças e esquinas das principais cidades do país, sem maiores incidentes.

Também provocou a convocação das centrais sindicais para uma manifestação na próxima quarta-feira diante dos tribunais, para entregar à Justiça um pedido de impugnação do decreto por considerá-lo inconstitucional, e uma ação para suspender todos os seus efeitos.

O Congresso tem dez dias para aprovar ou rejeitar o decreto integralmente, sem a possibilidade de debater os detalhes de seu conteúdo, de acordo com o regimento para o tratamento de decretos de necessidade e urgência.

O decreto pode ser aprovado por maioria simples e entrará em vigor em 29 de dezembro se não for tratado dentro do prazo estipulado. No entanto, para invalidá-lo, as duas câmaras do Parlamento devem rejeitar o texto.

O partido do presidente, A Liberdade Avança, tem 40 dos 257 deputados e sete dos 72 senadores, enquanto o agora partido de oposição peronista mantém as maiores bancadas nas duas câmaras./AFP

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