NURSULTAN - Soldados de paz de uma aliança liderada pela Rússia serão enviados ao Casaquistão para ajudar a estabilizar o país após protestos em massa que resultaram na morte de ao menos oito policiais e militares, segundo o Ministério do Interior casaque. Mais cedo, o presidente do Casaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, destituiu o governo e declarou estado de emergência até o dia 19.
Antes da confirmação do envio de tropas, o líder casaque pedira ajuda à Rússia para controlar os distúrbios violentos provocados pelo aumento do preço do gás. Segundo ele, grupos terroristas receberam treinamento no exterior para desestabilizar a nação da Ásia Central, um país rico em hidrocarbonetos.
A Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) é uma aliança militar liderada pela Rússia e integrada por outras cinco ex-repúblicas soviéticas: Armênia, Belarus, Casaquistão, Quirguistão e Tajiquistão.
Protestos de rua
Na noite desta terça-feira, 4, a polícia usou gás lacrimogêneo e granadas de choque para expulsar centenas de manifestantes da praça principal de Almaty, a maior cidade da ex-república soviética, e os confrontos duraram horas nas áreas próximas.
Tokayev declarou estado de emergência de 5 a 19 de janeiro em Almaty e na província produtora de petróleo de Mangystau (oeste) na manhã de quarta-feira e disse que provocadores nacionais e estrangeiros estão por trás da violência. Isto implicará a imposição de um toque de recolher nos dois territórios das 23h às 7h.
Anteriormente, o presidente cazaque tinha se dirigido à população em um vídeo publicado nas redes sociais para pedir "prudência" e "não ceder às provocações".
Um jornalista da AFP em Almaty viu a polícia atirando bombas de efeito moral e gás lacrimogênio contra uma multidão de cerca de 5.000 pessoas que crescia à medida que marchava pelo centro desta cidade, repetindo palavras de ordem contra o governo e às vezes atacando veículos.
Os serviços de mensagens WhatsApp, Telegram e Signal não funcionavam à noite no Casaquistão, um país onde esta categoria de concentração é pouco frequente.
Os protestos começaram na província de Mangystau no domingo, após o levantamento dos limites de preço do gás liquefeito de petróleo, um combustível popular para carros, um dia antes, depois do qual seu preço mais que dobrou. / Reuters e AFP