LISBOA - As chamas de um incêndio que teve início nos subúrbios de Funchal, capital do arquipélago português da Madeira, avançavam nesta quarta-feira, 10, em direção ao centro histórico da cidade e cerca de 400 pessoas tiveram de ser retiradas às pressas do local. Havia pelo menos 170 pessoas internadas, a maioria por intoxicação da fumaça.
O fogo propagou-se rapidamente em razão do vento e do calor, até se aproximar da região do centro, onde estão prédios históricos como a Igreja de São Pedro. Segundo autoridades locais, pelo menos 37 casas foram queimadas e uma pessoa morreu.
O governo regional da Madeira e da região de Funchal aguardavam a chegada dos reforços prometidos pelo primeiro-ministro português, António Costa. Um avião militar partiu à noite de Lisboa com dezenas de efetivos para ajudar a conter as chamas.
Na turística Funchal, as chamas descontroladas provocaram a internação de dezenas de moradores intoxicados pela fumaça e o esvaziamento de um shopping center e dois hospitais. O trânsito era caótico na área baixa do Funchal, com os moradores tentando deixar as áreas ameaçadas. Muitas estradas foram fechadas e tráfego aéreo foi paralisado.
Várias explosões podiam ser ouvidas depois de a situação se agravar à tarde e as pessoas usavam máscaras em meio à densa fumaça e o calor intenso. O chefe de governo, que interrompeu suas férias, informou que Portugal emitiu um pré-alerta para acionar o mecanismo europeu de proteção civil e um acordo bilateral com a Federação Russa em matéria de incêndios.
Costa alertou que nos próximos dias as condições meteorológicas podem intensificar a propagação das chamas, em razão da previsão de ventos fortes e temperaturas elevadas.
“Faço um apelo para que a atenção seja redobrada, que a população se atente aos cuidados e não fume, nem trabalhe com máquinas, nem lance foguetes perto das áreas florestais”, solicitou.
De acordo com o serviço nacional de proteção civil, 4 mil bombeiros, 26 aviões e 1,3 mil veículos estão sendo empregados para conter os 149 focos de incêndio relatados em Portugal. O mês de agosto, quando as temperaturas são altas, o vento é forte e a vegetação está seca, é tradicionalmente o pico dos incêndios no país. / EFE e AP