KIEV – Milicianos lançaram um ataque nesta segunda-feira, 22, contra o vilarejo russo de Kozinka, na fronteira com a Ucrânia. Por trás da ação estaria um grupo chamado Legião da Liberdade da Rússia, que afirma ser anti-Kremlin e lutar para derrubar o presidente Vladimir Putin. Eles reivindicaram o ataque no Telegram.
Moscou nega a existência de grupos dissidentes armados em seu território. Viatcheslav Gladkov, governador da região russa de Bolgorod, afirmou que a ação seria de autoria de “sabotadores” ucranianos.
A agência de notícias ucraniana Hromadske, citando fontes da inteligência militar do país, diz que o ataque foi realizado por dois grupos da oposição russa. Além da Legião da Liberdade da Rússia, teria participado do assalto o Corpo de Voluntários Russos (RVC), que também é formado por milicianos dissidentes.
Após invadirem Kozinka, os guerrilheiros teriam marchado para a cidade vizinha de Grayvoron, também na região russa de Belgorod. Não ficou claro quantas pessoas morreram nos combates. Imagens do ataque, de um posto de fronteira, mostraram soldados da Rússia deitados em uma poça de sangue ao lado de passaportes russos e outros documentos espalhados pelo chão.
Os vídeos postados na internet também mostraram veículos blindados assumindo o controle do local. Até agora, nenhum grupo dissidente russo havia participado diretamente na guerra. “Somos tão russos quanto vocês”, disse um comunicado divulgado na segunda-feira pela Legião da Liberdade da Rússia nas redes sociais. “A única diferença é que não querermos mais justificar as ações dos criminosos no poder e pegar em armas para defender a nossa e a sua liberdade. É hora de todos assumirem a responsabilidade pelo seu futuro. É hora de acabar com a ditadura do Kremlin.” /AFP