Grupo Wagner: General da Rússia sabia de planos de rebelião, diz inteligência dos EUA


Ievgeni Prigozhin, o chefe do grupo mercenário, pode ter acreditado que tinha apoio das forças armadas russas

Por Julian E. Barnes, Helene Cooper e Eric Schmitt
Atualização:

THE NEW YORK TIMES — Um general russo de alto escalão tinha conhecimento prévio dos planos de Ievgeni Prigozhin, o líder do Grupo Wagner, de se rebelar contra a liderança militar da Rússia, de acordo com autoridades dos Estados Unidos informados pela inteligência americana sobre o assunto, o que levantou questionamentos em relação ao apoio que o líder mercenário teria tido dentro do comando superior do exército.

Autoridades informaram que estão tentando descobrir se o general Sergei Surovikin, ex-comandante russo na Ucrânia, ajudou a planejar as ações de Prigozhin no fim de semana passado, que representam a ameaça mais dramática ao presidente Vladimir Putin em seus 23 anos no poder.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, chamou a reportagem do Times de um exemplo “de várias especulações, fofocas sobre esses eventos”, e insistiu nesta quarta-feira, 28, que o exército e o povo da Rússia se uniram em torno de Putin. Mas a resposta curta de Peskov, divulgada pela mídia estatal russa, não negou a reportagem do Times nem incluiu uma expressão da confiança do Kremlin no general.

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Surovikin é um líder militar respeitado na Rússia, que ajudou a fortalecer as defesas nas linhas de batalha após a contraofensiva da Ucrânia no ano passado, de acordo com analistas. Ele foi substituído como o principal comandante em janeiro, mas manteve influência na condução das operações de guerra e continua popular entre as tropas.

O presidente russo Vladimir Putin e o general Sergei Surovikin em 28 de dezembro de 2017.  Foto: Alexei Druzhinin / REUTERS

Autoridades americanas também disseram que há sinais de que outros generais russos pudessem ter apoiado a tentativa de Prigozhin de mudar a liderança do Ministério da Defesa pela força. Ex-funcionários dos EUA disseram que Prigozhin não teria lançado sua tentativa de rebelião a menos que acreditasse que outras pessoas em posições de poder viriam em seu auxílio.

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Se Surovikin estivesse envolvido nos eventos do fim de semana passado, seria o mais recente sinal da luta interna que caracterizou a liderança militar da Rússia desde o início da guerra de Putin na Ucrânia e poderia sinalizar uma fratura mais ampla entre os partidários de Prigozhin e os dois principais conselheiros militares de Putin: Sergei Shoigu, o ministro da defesa, e o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-maior.

Mas a luta interna também pode definir o futuro das forças armadas russas no campo de batalha na Ucrânia, à medida que as tropas apoiadas pelo Ocidente lançam uma nova contra-ofensiva destinada a tentar reconquistar o território.

Putin agora deve decidir, de acordo com as autoridades, se acredita que Surovikin ajudou Prigozhin, bem como a forma em que deve responder.

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Na terça-feira, 27, a agência de inteligência nacional russa disse que estava retirando as acusações criminais de “motim armado” contra Prigozhin e membros de sua força. Mas se Putin encontrar evidências de que Surovikin ajudou Prigozhin de forma mais direta, ele não terá escolha a não ser removê-lo de seu comando, dizem autoridades e analistas.

Alguns ex-funcionários dizem que Putin pode decidir manter Surovikin, se concluir que tinha algum conhecimento do que Prigozhin planejou, mas não o ajudou. Por enquanto, disseram analistas, Putin parece decidido a atribuir o motim apenas a Prigozhin.

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“Putin reluta em mudar as pessoas” disse Alexander Baunov, pesquisador sênior do Carnegie Russia Eurasia Center. “Mas se o serviço secreto colocar arquivos na mesa de Putin e se alguns arquivos envolverem Surovikin, isso pode mudar”.

Altos funcionários americanos sugerem que uma aliança entre Surovikin e Prigozhin poderia explicar por que o líder mercenário ainda está vivo, apesar de tomar um importante centro militar russo e ordenar uma marcha armada para Moscou.

Funcionários americanos e outros entrevistados para este artigo falaram sob condição de anonimato para discutir informações sigilosas. Eles enfatizaram que muito do que os Estados Unidos e seus aliados sabem é preliminar. As autoridades americanas evitaram discutir a rebelião publicamente, com medo de alimentar a narrativa de Putin de que a agitação foi orquestrada pelo Ocidente.

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Ainda assim, as autoridades americanas têm interesse em divulgar informações que prejudiquem a posição de Surovikin, que consideram mais competente e implacável do que outros membros do comando. Sua remoção sem dúvida beneficiaria a Ucrânia.

A Embaixada da Rússia não respondeu a um pedido de comentário.

Surovikin se manifestou contra a rebelião quando ela se tornou pública na sexta-feira, em um vídeo que instou as tropas russas na Ucrânia a manterem suas posições e não se juntarem ao levante.

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“Peço que parem” disse Surovikin em uma mensagem postada no Telegram. “O inimigo está apenas esperando que a situação política interna piore em nosso país”.

Mas um ex-funcionário chamou essa mensagem de “um vídeo de refém”. A linguagem corporal de Surovikin sugeria que ele estava desconfortável em denunciar um ex-aliado, alguém que compartilhava sua visão da liderança militar russa, disse o ex-oficial.

Especialistas independentes e autoridades americanas e aliadas disseram que Prigozhin parecia acreditar que grandes partes do Exército da Rússia se reuniriam ao seu lado enquanto seu comboio de 8 mil paramilitares avançava para Moscou.

Ex-funcionários disseram que Surovikin não apoiou a retirada de Putin do poder, mas parece ter concordado com Prigozhin que Shoigu e Gerasimov precisavam ser dispensados do cargo.

“Surovikin é um general condecorado com uma história complexa”, disse Dara Massicot, pesquisador sênior de políticas da Rand Corp. “Dizem que ele é respeitado pelos soldados e visto como competente”.

Surovikin e Prigozhin enfrentaram Shoigu e Gerasimov por causa das táticas usadas na Ucrânia. Embora o desempenho geral das forças armadas russas na guerra tenha sido amplamente ridicularizado como nada assombroso, analistas atribuem aos dois os poucos sucessos da Rússia.

Toda a campanha militar da Rússia na Ucrânia foi caracterizada por uma dança de cadeiras de generais em mudança. No outono (do hemisfério norte) passado, quando Surovikin foi encarregado do esforço do Exército russo na Ucrânia, ele foi o segundo homem a conseguir o cargo, substituindo um general que durou apenas um mês. Surovikin não durou muito mais, mas teve um desempenho muito melhor durante suas semanas no comando.

No entanto, em janeiro, Surovikin foi rebaixado e Putin entregou o comando direto da guerra a Gerasimov, que prometeu colocar as forças russas de volta na ofensiva. O rebaixamento de Surovikin, dizem analistas militares e russos, foi amplamente visto como um golpe para Prigozhin.

THE NEW YORK TIMES — Um general russo de alto escalão tinha conhecimento prévio dos planos de Ievgeni Prigozhin, o líder do Grupo Wagner, de se rebelar contra a liderança militar da Rússia, de acordo com autoridades dos Estados Unidos informados pela inteligência americana sobre o assunto, o que levantou questionamentos em relação ao apoio que o líder mercenário teria tido dentro do comando superior do exército.

Autoridades informaram que estão tentando descobrir se o general Sergei Surovikin, ex-comandante russo na Ucrânia, ajudou a planejar as ações de Prigozhin no fim de semana passado, que representam a ameaça mais dramática ao presidente Vladimir Putin em seus 23 anos no poder.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, chamou a reportagem do Times de um exemplo “de várias especulações, fofocas sobre esses eventos”, e insistiu nesta quarta-feira, 28, que o exército e o povo da Rússia se uniram em torno de Putin. Mas a resposta curta de Peskov, divulgada pela mídia estatal russa, não negou a reportagem do Times nem incluiu uma expressão da confiança do Kremlin no general.

Surovikin é um líder militar respeitado na Rússia, que ajudou a fortalecer as defesas nas linhas de batalha após a contraofensiva da Ucrânia no ano passado, de acordo com analistas. Ele foi substituído como o principal comandante em janeiro, mas manteve influência na condução das operações de guerra e continua popular entre as tropas.

O presidente russo Vladimir Putin e o general Sergei Surovikin em 28 de dezembro de 2017.  Foto: Alexei Druzhinin / REUTERS

Autoridades americanas também disseram que há sinais de que outros generais russos pudessem ter apoiado a tentativa de Prigozhin de mudar a liderança do Ministério da Defesa pela força. Ex-funcionários dos EUA disseram que Prigozhin não teria lançado sua tentativa de rebelião a menos que acreditasse que outras pessoas em posições de poder viriam em seu auxílio.

Se Surovikin estivesse envolvido nos eventos do fim de semana passado, seria o mais recente sinal da luta interna que caracterizou a liderança militar da Rússia desde o início da guerra de Putin na Ucrânia e poderia sinalizar uma fratura mais ampla entre os partidários de Prigozhin e os dois principais conselheiros militares de Putin: Sergei Shoigu, o ministro da defesa, e o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-maior.

Mas a luta interna também pode definir o futuro das forças armadas russas no campo de batalha na Ucrânia, à medida que as tropas apoiadas pelo Ocidente lançam uma nova contra-ofensiva destinada a tentar reconquistar o território.

Putin agora deve decidir, de acordo com as autoridades, se acredita que Surovikin ajudou Prigozhin, bem como a forma em que deve responder.

Na terça-feira, 27, a agência de inteligência nacional russa disse que estava retirando as acusações criminais de “motim armado” contra Prigozhin e membros de sua força. Mas se Putin encontrar evidências de que Surovikin ajudou Prigozhin de forma mais direta, ele não terá escolha a não ser removê-lo de seu comando, dizem autoridades e analistas.

Alguns ex-funcionários dizem que Putin pode decidir manter Surovikin, se concluir que tinha algum conhecimento do que Prigozhin planejou, mas não o ajudou. Por enquanto, disseram analistas, Putin parece decidido a atribuir o motim apenas a Prigozhin.

“Putin reluta em mudar as pessoas” disse Alexander Baunov, pesquisador sênior do Carnegie Russia Eurasia Center. “Mas se o serviço secreto colocar arquivos na mesa de Putin e se alguns arquivos envolverem Surovikin, isso pode mudar”.

Altos funcionários americanos sugerem que uma aliança entre Surovikin e Prigozhin poderia explicar por que o líder mercenário ainda está vivo, apesar de tomar um importante centro militar russo e ordenar uma marcha armada para Moscou.

Funcionários americanos e outros entrevistados para este artigo falaram sob condição de anonimato para discutir informações sigilosas. Eles enfatizaram que muito do que os Estados Unidos e seus aliados sabem é preliminar. As autoridades americanas evitaram discutir a rebelião publicamente, com medo de alimentar a narrativa de Putin de que a agitação foi orquestrada pelo Ocidente.

Ainda assim, as autoridades americanas têm interesse em divulgar informações que prejudiquem a posição de Surovikin, que consideram mais competente e implacável do que outros membros do comando. Sua remoção sem dúvida beneficiaria a Ucrânia.

A Embaixada da Rússia não respondeu a um pedido de comentário.

Surovikin se manifestou contra a rebelião quando ela se tornou pública na sexta-feira, em um vídeo que instou as tropas russas na Ucrânia a manterem suas posições e não se juntarem ao levante.

“Peço que parem” disse Surovikin em uma mensagem postada no Telegram. “O inimigo está apenas esperando que a situação política interna piore em nosso país”.

Mas um ex-funcionário chamou essa mensagem de “um vídeo de refém”. A linguagem corporal de Surovikin sugeria que ele estava desconfortável em denunciar um ex-aliado, alguém que compartilhava sua visão da liderança militar russa, disse o ex-oficial.

Especialistas independentes e autoridades americanas e aliadas disseram que Prigozhin parecia acreditar que grandes partes do Exército da Rússia se reuniriam ao seu lado enquanto seu comboio de 8 mil paramilitares avançava para Moscou.

Ex-funcionários disseram que Surovikin não apoiou a retirada de Putin do poder, mas parece ter concordado com Prigozhin que Shoigu e Gerasimov precisavam ser dispensados do cargo.

“Surovikin é um general condecorado com uma história complexa”, disse Dara Massicot, pesquisador sênior de políticas da Rand Corp. “Dizem que ele é respeitado pelos soldados e visto como competente”.

Surovikin e Prigozhin enfrentaram Shoigu e Gerasimov por causa das táticas usadas na Ucrânia. Embora o desempenho geral das forças armadas russas na guerra tenha sido amplamente ridicularizado como nada assombroso, analistas atribuem aos dois os poucos sucessos da Rússia.

Toda a campanha militar da Rússia na Ucrânia foi caracterizada por uma dança de cadeiras de generais em mudança. No outono (do hemisfério norte) passado, quando Surovikin foi encarregado do esforço do Exército russo na Ucrânia, ele foi o segundo homem a conseguir o cargo, substituindo um general que durou apenas um mês. Surovikin não durou muito mais, mas teve um desempenho muito melhor durante suas semanas no comando.

No entanto, em janeiro, Surovikin foi rebaixado e Putin entregou o comando direto da guerra a Gerasimov, que prometeu colocar as forças russas de volta na ofensiva. O rebaixamento de Surovikin, dizem analistas militares e russos, foi amplamente visto como um golpe para Prigozhin.

THE NEW YORK TIMES — Um general russo de alto escalão tinha conhecimento prévio dos planos de Ievgeni Prigozhin, o líder do Grupo Wagner, de se rebelar contra a liderança militar da Rússia, de acordo com autoridades dos Estados Unidos informados pela inteligência americana sobre o assunto, o que levantou questionamentos em relação ao apoio que o líder mercenário teria tido dentro do comando superior do exército.

Autoridades informaram que estão tentando descobrir se o general Sergei Surovikin, ex-comandante russo na Ucrânia, ajudou a planejar as ações de Prigozhin no fim de semana passado, que representam a ameaça mais dramática ao presidente Vladimir Putin em seus 23 anos no poder.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, chamou a reportagem do Times de um exemplo “de várias especulações, fofocas sobre esses eventos”, e insistiu nesta quarta-feira, 28, que o exército e o povo da Rússia se uniram em torno de Putin. Mas a resposta curta de Peskov, divulgada pela mídia estatal russa, não negou a reportagem do Times nem incluiu uma expressão da confiança do Kremlin no general.

Surovikin é um líder militar respeitado na Rússia, que ajudou a fortalecer as defesas nas linhas de batalha após a contraofensiva da Ucrânia no ano passado, de acordo com analistas. Ele foi substituído como o principal comandante em janeiro, mas manteve influência na condução das operações de guerra e continua popular entre as tropas.

O presidente russo Vladimir Putin e o general Sergei Surovikin em 28 de dezembro de 2017.  Foto: Alexei Druzhinin / REUTERS

Autoridades americanas também disseram que há sinais de que outros generais russos pudessem ter apoiado a tentativa de Prigozhin de mudar a liderança do Ministério da Defesa pela força. Ex-funcionários dos EUA disseram que Prigozhin não teria lançado sua tentativa de rebelião a menos que acreditasse que outras pessoas em posições de poder viriam em seu auxílio.

Se Surovikin estivesse envolvido nos eventos do fim de semana passado, seria o mais recente sinal da luta interna que caracterizou a liderança militar da Rússia desde o início da guerra de Putin na Ucrânia e poderia sinalizar uma fratura mais ampla entre os partidários de Prigozhin e os dois principais conselheiros militares de Putin: Sergei Shoigu, o ministro da defesa, e o general Valery Gerasimov, chefe do Estado-maior.

Mas a luta interna também pode definir o futuro das forças armadas russas no campo de batalha na Ucrânia, à medida que as tropas apoiadas pelo Ocidente lançam uma nova contra-ofensiva destinada a tentar reconquistar o território.

Putin agora deve decidir, de acordo com as autoridades, se acredita que Surovikin ajudou Prigozhin, bem como a forma em que deve responder.

Na terça-feira, 27, a agência de inteligência nacional russa disse que estava retirando as acusações criminais de “motim armado” contra Prigozhin e membros de sua força. Mas se Putin encontrar evidências de que Surovikin ajudou Prigozhin de forma mais direta, ele não terá escolha a não ser removê-lo de seu comando, dizem autoridades e analistas.

Alguns ex-funcionários dizem que Putin pode decidir manter Surovikin, se concluir que tinha algum conhecimento do que Prigozhin planejou, mas não o ajudou. Por enquanto, disseram analistas, Putin parece decidido a atribuir o motim apenas a Prigozhin.

“Putin reluta em mudar as pessoas” disse Alexander Baunov, pesquisador sênior do Carnegie Russia Eurasia Center. “Mas se o serviço secreto colocar arquivos na mesa de Putin e se alguns arquivos envolverem Surovikin, isso pode mudar”.

Altos funcionários americanos sugerem que uma aliança entre Surovikin e Prigozhin poderia explicar por que o líder mercenário ainda está vivo, apesar de tomar um importante centro militar russo e ordenar uma marcha armada para Moscou.

Funcionários americanos e outros entrevistados para este artigo falaram sob condição de anonimato para discutir informações sigilosas. Eles enfatizaram que muito do que os Estados Unidos e seus aliados sabem é preliminar. As autoridades americanas evitaram discutir a rebelião publicamente, com medo de alimentar a narrativa de Putin de que a agitação foi orquestrada pelo Ocidente.

Ainda assim, as autoridades americanas têm interesse em divulgar informações que prejudiquem a posição de Surovikin, que consideram mais competente e implacável do que outros membros do comando. Sua remoção sem dúvida beneficiaria a Ucrânia.

A Embaixada da Rússia não respondeu a um pedido de comentário.

Surovikin se manifestou contra a rebelião quando ela se tornou pública na sexta-feira, em um vídeo que instou as tropas russas na Ucrânia a manterem suas posições e não se juntarem ao levante.

“Peço que parem” disse Surovikin em uma mensagem postada no Telegram. “O inimigo está apenas esperando que a situação política interna piore em nosso país”.

Mas um ex-funcionário chamou essa mensagem de “um vídeo de refém”. A linguagem corporal de Surovikin sugeria que ele estava desconfortável em denunciar um ex-aliado, alguém que compartilhava sua visão da liderança militar russa, disse o ex-oficial.

Especialistas independentes e autoridades americanas e aliadas disseram que Prigozhin parecia acreditar que grandes partes do Exército da Rússia se reuniriam ao seu lado enquanto seu comboio de 8 mil paramilitares avançava para Moscou.

Ex-funcionários disseram que Surovikin não apoiou a retirada de Putin do poder, mas parece ter concordado com Prigozhin que Shoigu e Gerasimov precisavam ser dispensados do cargo.

“Surovikin é um general condecorado com uma história complexa”, disse Dara Massicot, pesquisador sênior de políticas da Rand Corp. “Dizem que ele é respeitado pelos soldados e visto como competente”.

Surovikin e Prigozhin enfrentaram Shoigu e Gerasimov por causa das táticas usadas na Ucrânia. Embora o desempenho geral das forças armadas russas na guerra tenha sido amplamente ridicularizado como nada assombroso, analistas atribuem aos dois os poucos sucessos da Rússia.

Toda a campanha militar da Rússia na Ucrânia foi caracterizada por uma dança de cadeiras de generais em mudança. No outono (do hemisfério norte) passado, quando Surovikin foi encarregado do esforço do Exército russo na Ucrânia, ele foi o segundo homem a conseguir o cargo, substituindo um general que durou apenas um mês. Surovikin não durou muito mais, mas teve um desempenho muito melhor durante suas semanas no comando.

No entanto, em janeiro, Surovikin foi rebaixado e Putin entregou o comando direto da guerra a Gerasimov, que prometeu colocar as forças russas de volta na ofensiva. O rebaixamento de Surovikin, dizem analistas militares e russos, foi amplamente visto como um golpe para Prigozhin.

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