A Guarda Costeira das Filipinas denunciou manobras perigosas de navios chineses no Mar do Sul da China, em meio à disputa que é mais um ponto de tensão entre a Pequim e Estados Unidos.
De acordo com Manila, quatro embarcações da Guarda Costeira da China seguiram o navio Teresa Magbanua, que estava em operação de patrulha marítima, em mais de 40 ocasiões. “Essas embarcações realizaram manobras perigosas e de bloqueio no mar quatro vezes, cruzando a proa da embarcação da Guarda Costeira das Filipinas duas vezes”, diz o comunicado.
O navio patrulha filipino foi enviado para navegar perto do atol de Scarborough, a cerca de 350 quilômetros de Manila. Pequim tomou a área das Filipinas em 2012, depois de um impasse com as Filipinas e, desde então, mantém destacamento constante da sua Guarda Costeira.
Em resposta às acusações, a China afirmou que a patrulha filipina “entrou ilegalmente” em águas chinesas várias vezes, disse o porta-voz da Guarda Costeira Gan Yu.
“A Guarda Costeira chinesa, vendo que os seus avisos não eram suficientes, agiu de acordo com a lei para controlar o avanço do navio filipino e forçá-lo a partir”, acrescentou.
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Pequim ignora uma decisão judicial contrária e reivindica a quase totalidade dessas águas, que são essenciais para o comércio global, em disputa com outros países costeiros como Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei. Para reforçar sua posição, enviou patrulhas e construiu ilhas artificiais que foram militarizadas.
As relações entre Manila e Pequim se deterioraram sob a presidência Ferdinand Marcos Júnior, que tomou posse em 2022 e tentou melhorar os laços com o seu aliado tradicional, os Estados Unidos, se opondo às ações chinesas no Mar do Sul da China. Em outubro passado, um navio filipino e uma embarcação da guarda-costeira chinesa colidiram perto de um recife disputado. Os dois lados trocaram acusações.
Washington tem acordos de segurança com diversos países asiáticos, como as Filipinas. E a crescente presença militar chinesa em águas que foram durante muito tempo dominadas pela frota dos Estados Unidos é mais um ponto de tensão entre as potências./COM AFP e AP