Guillermo Lasso vence o correísta Arauz e será o novo presidente do Equador


Candidato conservador e pró-mercado havia perdido votação no primeiro turno, mas vinha em ascensão para o segundo; ele não contará com maioria legislativa

Por Redação
Atualização:

QUITO - O candidato liberal Guillermo Lasso venceu o segundo turno das eleições no Equador neste domingo, 11, e será o novo presidente do país. A disputa acirrada colocou em jogo o retorno ao “Socialismo do Século 21” da década anterior ou a manutenção das políticas pró-mercado dos últimos quatro anos, em meio aos esforços do país andino para reanimar sua economia estagnada.

Apurados 98% dos votos, o ex-banqueiro tinha 52,51% dos votos, um total de 4,4 milhões de votos. Seu rival, o populista Andrés Arauz, tinha 47,49%, ou 3,98 milhões de votos. Arauz admitiu sua derrota antes mesmo do final da apuração: “Eu o felicitarei (a Lasso) pelo triunfo eleitoral obtido hoje e lhe demonstrarei nossas convicções democráticas”.

“Este é um dia histórico, um dia em que todos os equatorianos decidiram seu futuro, manifestaram com seu voto a necessidade de mudança e o desejo de melhores dias para todos”, festejou Lasso perante seus seguidores reunidos em Guayaquil, onde vive.

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"Em 24 de maio assumiremos com responsabilidade o desafio de mudar o destino de nossa pátria e obter para todos o Equador de oportunidades e de prosperidade que todos desejamos", afirmou o ex-banqueiro ao se proclamar presidente eleito.

Lasso não contará com maioria legislativa e terá de negociar com o Pachakutik, o partido indígena que obteve mais votos para a Assembleia depois da União pela Esperança (Unes), o movimento de Andrés Arauz. O Criando Oportunidades (Creo), partido de Lasso, terá uma representação mínima.

O candidatoGuillermo Lasso, candidato do movimento Creo e do Partido Social Cristão, representa a opção conservadora e de centro-direita Foto: Jose Sanchez Lindao/AFP
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A votação foi dependente de aproximadamente 15% do eleitorado que continuava indeciso, afirmou Francis Romero, diretor do instituto de pesquisa Click Report, descrevendo essa parcela como mais alta do que o normal.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, houve uma participação de 71,35% dos cerca de 13,1 milhões de eleitores convocados para votar em meio ao aumento dos casos de covid-19 - atualmente em mais de 346 mil infecções e 17.300 mortes - e uma vacinação lenta. Os eleitores receberam ordens de usar máscaras, levar álcool e caneta, além de manter o distanciamento de segurança. Foram reportadas aglomerações em alguns centros de votação por causa do atraso na instalação das urnas.

O economista Arauz, de 36 anos, que fez promessas de generosas doações em dinheiro e uma retomada das políticas socialistas de seu mentor, o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), venceu o primeiro turno em 7 de fevereiro com 32,72% dos votos. O ex-banqueiro Lasso, de 65 anos, que prometeu criar empregos por meio de investimento estrangeiro e apoio financeiro ao setor agrícola, obteve 19,74% na ocasião, mas virou o jogo no segundo turno.

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“Esta divisão social, que a campanha eleitoral acentuou, mostrou que o voto de rejeição ao ex-presidente Correa acaba efetivamente favorecendo Lasso”, afirmou Pablo Romero, analista da Universidade Salesiana.

Segundo o Instituto de Estudos Sociais e de Opinião Pública (Iesop), Lasso vinha em ascensão. Em 20 de fevereiro, a diferença a favor de Arauz era de 19 pontos porcentuais (59,4% a 40,6%), mas a tendência se inverteu. Em 6 de abril, Lasso passou à frente (52,2% a 47,5), segundo a organização independente Cálculo Electoral, atraindo o apoio dos indecisos.

No primeiro turno, que teve o recorde de 16 presidenciáveis, o candidato do movimento indígena Yaku Pérez ficou em terceiro lugar com 19,39%. Neste domingo, ele depositou seu voto na Província de Azuay, sul do Equador. Com caneta vermelha, Pérez escreveu na cédula “Yaku, presidente resistência”, cumprindo sua promessa de votar nulo, em protesto pelo que considerou uma fraude eleitoral no primeiro turno. 

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“Há uma crise econômica, sanitária e política neste momento (...). Qualquer um que ganhar terá um panorama completamente dividido, bastante difuso”, diz Wendy Reyes, consultora política e professora da Universidade de Washington.

A economia do país exportador de petróleo já estava fraca em razão dos preços baixos do insumo quando começou a pandemia de coronavírus. A situação sanitária levou um terço da população à pobreza e deixou meio milhão de pessoas desempregadas. Em 2020, o PIB retrocedeu 7,8% e a dívida pública alcançou 63% do Produto Interno Bruto.

Pacientes com covid entram em hospital de campanha em Quito; Equador vive aumento de casos da doença e terá segundo turno presidencial neste domingo Foto: REUTERS/Santiago Arcos
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Outros analistas alertaram sobre o impacto que o voto nulo poderia ter. “Se houver uma porcentagem muito alta, isso legitimaria protestos no futuro e afetaria o governo do próximo presidente”, afirmou Oswaldo Moreno, do Consultores Políticos Independentes.

Lasso votou na cidade costeira de Guayaquil e qualificou a jornada eleitoral como “um dia de festa democrática”. “Todos desejamos um Equador democrático, a um Equador livre, onde todas as famílias possam alcançar a prosperidade”, afirmou.

O candidato correísta acompanhou uma comerciante que votou em Quito, pediu unidade e exortou os equatorianos a deixar para trás o “passado de sofrimento e exclusão”. “Somente queremos que haja um governo de união, de todos e não somente de uns poucos, que atenda à maioria, que dê soluções aos problemas”, afirmou. Arauz não pôde votar, pois quando foi indicado candidato ele ainda estava registrado no México, onde cursava doutorado. / AFP, EFE, REUTERS e AP

QUITO - O candidato liberal Guillermo Lasso venceu o segundo turno das eleições no Equador neste domingo, 11, e será o novo presidente do país. A disputa acirrada colocou em jogo o retorno ao “Socialismo do Século 21” da década anterior ou a manutenção das políticas pró-mercado dos últimos quatro anos, em meio aos esforços do país andino para reanimar sua economia estagnada.

Apurados 98% dos votos, o ex-banqueiro tinha 52,51% dos votos, um total de 4,4 milhões de votos. Seu rival, o populista Andrés Arauz, tinha 47,49%, ou 3,98 milhões de votos. Arauz admitiu sua derrota antes mesmo do final da apuração: “Eu o felicitarei (a Lasso) pelo triunfo eleitoral obtido hoje e lhe demonstrarei nossas convicções democráticas”.

“Este é um dia histórico, um dia em que todos os equatorianos decidiram seu futuro, manifestaram com seu voto a necessidade de mudança e o desejo de melhores dias para todos”, festejou Lasso perante seus seguidores reunidos em Guayaquil, onde vive.

"Em 24 de maio assumiremos com responsabilidade o desafio de mudar o destino de nossa pátria e obter para todos o Equador de oportunidades e de prosperidade que todos desejamos", afirmou o ex-banqueiro ao se proclamar presidente eleito.

Lasso não contará com maioria legislativa e terá de negociar com o Pachakutik, o partido indígena que obteve mais votos para a Assembleia depois da União pela Esperança (Unes), o movimento de Andrés Arauz. O Criando Oportunidades (Creo), partido de Lasso, terá uma representação mínima.

O candidatoGuillermo Lasso, candidato do movimento Creo e do Partido Social Cristão, representa a opção conservadora e de centro-direita Foto: Jose Sanchez Lindao/AFP

A votação foi dependente de aproximadamente 15% do eleitorado que continuava indeciso, afirmou Francis Romero, diretor do instituto de pesquisa Click Report, descrevendo essa parcela como mais alta do que o normal.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, houve uma participação de 71,35% dos cerca de 13,1 milhões de eleitores convocados para votar em meio ao aumento dos casos de covid-19 - atualmente em mais de 346 mil infecções e 17.300 mortes - e uma vacinação lenta. Os eleitores receberam ordens de usar máscaras, levar álcool e caneta, além de manter o distanciamento de segurança. Foram reportadas aglomerações em alguns centros de votação por causa do atraso na instalação das urnas.

O economista Arauz, de 36 anos, que fez promessas de generosas doações em dinheiro e uma retomada das políticas socialistas de seu mentor, o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), venceu o primeiro turno em 7 de fevereiro com 32,72% dos votos. O ex-banqueiro Lasso, de 65 anos, que prometeu criar empregos por meio de investimento estrangeiro e apoio financeiro ao setor agrícola, obteve 19,74% na ocasião, mas virou o jogo no segundo turno.

“Esta divisão social, que a campanha eleitoral acentuou, mostrou que o voto de rejeição ao ex-presidente Correa acaba efetivamente favorecendo Lasso”, afirmou Pablo Romero, analista da Universidade Salesiana.

Segundo o Instituto de Estudos Sociais e de Opinião Pública (Iesop), Lasso vinha em ascensão. Em 20 de fevereiro, a diferença a favor de Arauz era de 19 pontos porcentuais (59,4% a 40,6%), mas a tendência se inverteu. Em 6 de abril, Lasso passou à frente (52,2% a 47,5), segundo a organização independente Cálculo Electoral, atraindo o apoio dos indecisos.

No primeiro turno, que teve o recorde de 16 presidenciáveis, o candidato do movimento indígena Yaku Pérez ficou em terceiro lugar com 19,39%. Neste domingo, ele depositou seu voto na Província de Azuay, sul do Equador. Com caneta vermelha, Pérez escreveu na cédula “Yaku, presidente resistência”, cumprindo sua promessa de votar nulo, em protesto pelo que considerou uma fraude eleitoral no primeiro turno. 

“Há uma crise econômica, sanitária e política neste momento (...). Qualquer um que ganhar terá um panorama completamente dividido, bastante difuso”, diz Wendy Reyes, consultora política e professora da Universidade de Washington.

A economia do país exportador de petróleo já estava fraca em razão dos preços baixos do insumo quando começou a pandemia de coronavírus. A situação sanitária levou um terço da população à pobreza e deixou meio milhão de pessoas desempregadas. Em 2020, o PIB retrocedeu 7,8% e a dívida pública alcançou 63% do Produto Interno Bruto.

Pacientes com covid entram em hospital de campanha em Quito; Equador vive aumento de casos da doença e terá segundo turno presidencial neste domingo Foto: REUTERS/Santiago Arcos

Outros analistas alertaram sobre o impacto que o voto nulo poderia ter. “Se houver uma porcentagem muito alta, isso legitimaria protestos no futuro e afetaria o governo do próximo presidente”, afirmou Oswaldo Moreno, do Consultores Políticos Independentes.

Lasso votou na cidade costeira de Guayaquil e qualificou a jornada eleitoral como “um dia de festa democrática”. “Todos desejamos um Equador democrático, a um Equador livre, onde todas as famílias possam alcançar a prosperidade”, afirmou.

O candidato correísta acompanhou uma comerciante que votou em Quito, pediu unidade e exortou os equatorianos a deixar para trás o “passado de sofrimento e exclusão”. “Somente queremos que haja um governo de união, de todos e não somente de uns poucos, que atenda à maioria, que dê soluções aos problemas”, afirmou. Arauz não pôde votar, pois quando foi indicado candidato ele ainda estava registrado no México, onde cursava doutorado. / AFP, EFE, REUTERS e AP

QUITO - O candidato liberal Guillermo Lasso venceu o segundo turno das eleições no Equador neste domingo, 11, e será o novo presidente do país. A disputa acirrada colocou em jogo o retorno ao “Socialismo do Século 21” da década anterior ou a manutenção das políticas pró-mercado dos últimos quatro anos, em meio aos esforços do país andino para reanimar sua economia estagnada.

Apurados 98% dos votos, o ex-banqueiro tinha 52,51% dos votos, um total de 4,4 milhões de votos. Seu rival, o populista Andrés Arauz, tinha 47,49%, ou 3,98 milhões de votos. Arauz admitiu sua derrota antes mesmo do final da apuração: “Eu o felicitarei (a Lasso) pelo triunfo eleitoral obtido hoje e lhe demonstrarei nossas convicções democráticas”.

“Este é um dia histórico, um dia em que todos os equatorianos decidiram seu futuro, manifestaram com seu voto a necessidade de mudança e o desejo de melhores dias para todos”, festejou Lasso perante seus seguidores reunidos em Guayaquil, onde vive.

"Em 24 de maio assumiremos com responsabilidade o desafio de mudar o destino de nossa pátria e obter para todos o Equador de oportunidades e de prosperidade que todos desejamos", afirmou o ex-banqueiro ao se proclamar presidente eleito.

Lasso não contará com maioria legislativa e terá de negociar com o Pachakutik, o partido indígena que obteve mais votos para a Assembleia depois da União pela Esperança (Unes), o movimento de Andrés Arauz. O Criando Oportunidades (Creo), partido de Lasso, terá uma representação mínima.

O candidatoGuillermo Lasso, candidato do movimento Creo e do Partido Social Cristão, representa a opção conservadora e de centro-direita Foto: Jose Sanchez Lindao/AFP

A votação foi dependente de aproximadamente 15% do eleitorado que continuava indeciso, afirmou Francis Romero, diretor do instituto de pesquisa Click Report, descrevendo essa parcela como mais alta do que o normal.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, houve uma participação de 71,35% dos cerca de 13,1 milhões de eleitores convocados para votar em meio ao aumento dos casos de covid-19 - atualmente em mais de 346 mil infecções e 17.300 mortes - e uma vacinação lenta. Os eleitores receberam ordens de usar máscaras, levar álcool e caneta, além de manter o distanciamento de segurança. Foram reportadas aglomerações em alguns centros de votação por causa do atraso na instalação das urnas.

O economista Arauz, de 36 anos, que fez promessas de generosas doações em dinheiro e uma retomada das políticas socialistas de seu mentor, o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), venceu o primeiro turno em 7 de fevereiro com 32,72% dos votos. O ex-banqueiro Lasso, de 65 anos, que prometeu criar empregos por meio de investimento estrangeiro e apoio financeiro ao setor agrícola, obteve 19,74% na ocasião, mas virou o jogo no segundo turno.

“Esta divisão social, que a campanha eleitoral acentuou, mostrou que o voto de rejeição ao ex-presidente Correa acaba efetivamente favorecendo Lasso”, afirmou Pablo Romero, analista da Universidade Salesiana.

Segundo o Instituto de Estudos Sociais e de Opinião Pública (Iesop), Lasso vinha em ascensão. Em 20 de fevereiro, a diferença a favor de Arauz era de 19 pontos porcentuais (59,4% a 40,6%), mas a tendência se inverteu. Em 6 de abril, Lasso passou à frente (52,2% a 47,5), segundo a organização independente Cálculo Electoral, atraindo o apoio dos indecisos.

No primeiro turno, que teve o recorde de 16 presidenciáveis, o candidato do movimento indígena Yaku Pérez ficou em terceiro lugar com 19,39%. Neste domingo, ele depositou seu voto na Província de Azuay, sul do Equador. Com caneta vermelha, Pérez escreveu na cédula “Yaku, presidente resistência”, cumprindo sua promessa de votar nulo, em protesto pelo que considerou uma fraude eleitoral no primeiro turno. 

“Há uma crise econômica, sanitária e política neste momento (...). Qualquer um que ganhar terá um panorama completamente dividido, bastante difuso”, diz Wendy Reyes, consultora política e professora da Universidade de Washington.

A economia do país exportador de petróleo já estava fraca em razão dos preços baixos do insumo quando começou a pandemia de coronavírus. A situação sanitária levou um terço da população à pobreza e deixou meio milhão de pessoas desempregadas. Em 2020, o PIB retrocedeu 7,8% e a dívida pública alcançou 63% do Produto Interno Bruto.

Pacientes com covid entram em hospital de campanha em Quito; Equador vive aumento de casos da doença e terá segundo turno presidencial neste domingo Foto: REUTERS/Santiago Arcos

Outros analistas alertaram sobre o impacto que o voto nulo poderia ter. “Se houver uma porcentagem muito alta, isso legitimaria protestos no futuro e afetaria o governo do próximo presidente”, afirmou Oswaldo Moreno, do Consultores Políticos Independentes.

Lasso votou na cidade costeira de Guayaquil e qualificou a jornada eleitoral como “um dia de festa democrática”. “Todos desejamos um Equador democrático, a um Equador livre, onde todas as famílias possam alcançar a prosperidade”, afirmou.

O candidato correísta acompanhou uma comerciante que votou em Quito, pediu unidade e exortou os equatorianos a deixar para trás o “passado de sofrimento e exclusão”. “Somente queremos que haja um governo de união, de todos e não somente de uns poucos, que atenda à maioria, que dê soluções aos problemas”, afirmou. Arauz não pôde votar, pois quando foi indicado candidato ele ainda estava registrado no México, onde cursava doutorado. / AFP, EFE, REUTERS e AP

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