De Beirute a Nova York

Quem venceu o debate republicano? Para mim, Rubio e Fiorina


Carly Fiorina, única mulher entre os pré-candidatos republicanos à Presidência dos EUA, foi considerada pela maior parte dos analistas como a com melhor desempenho no debate que reuniu os 11 primeiros colocados nas pesquisas. Concordo que a ex-CEO da HP (demitida por incompetência) esteve bem e tem tudo para crescer nas pesquisas. Mas, na minha visão, o senador Marco Rubio, senador pela Flórida, teve ums excelente performance que pode fortalece-lo para o establishment do partido, um pouco decepcionado com o favorito deles, Jeb Bush (ex-governador da Flórida).

Por gustavochacra

Os outros candidatos, no geral, se saíram bem para os seus públicos. O senador Ted Cruz (senador pelo Texas), por exemplo, foi muito bem para a sua base, que é ultra conservadora e religiosa. Já os mais moderados republicanos jamais votarão nele, independentemente de ele ir bem ou não no debate. John Kasich (governador de Ohio), por sua vez, foi o inverso, passando bem a sua mensagem moderada, que jamais atingirá os conservadores.

Trump foi Trump, mas perdeu algumas batalhas bilaterais contra Fiorina e mesmo contra Jeb Bush. Ainda assim, esteve autêntico e isso foi o que colocou no topo das pesquisas, apesar do seus ataques contra hispânicos, mulheres e políticos tradicionais do partido. Talvez permaneça na liderança. Mas lamentável ele associar em rede nacional o absurdo de que vacina causa autismo, mesmo sendo desmentido pelo neurocirurgião pediátrico, Ben Carson. Aliás, Carson, único negro na disputa, manteve seu ar "cool", evitando confrontos. O religioso Mike Hukabee (ex-governador de Arkansas) seguiu na mesma linha, evitando polêmicas e ataques pessoais.

Jeb Bush, por sua vez, não foi mal. Mas ficou aquém de Rubio, Fiorina e mesmo de Kasich e de Chris Christie (governador de Nova Jersey), que muito foi bem ontem. Corre o risco de, aos poucos, ver seus doadores migrarem para um destes três candidatos, que possuem a vantagem de não ter um sobrenome controverso.

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Rand Paul (senador por Kentucky), candidato dos libertários, não consegue ser como o meu pai, Ron Paul, considerado um mito entre os seguidores da ideologia libertária. Não incendeia sua base e parecia um pouco perdido no debate. Scotte Walker, governador de Wisconsin, foi um pouco melhor desta vez, mas não despertou atenção.

Noto que dizer que Rubio e Fiorina foram bem não significa que eu os apoie. Por exemplo, torci para o Brasil na Copa, mas foi óbvio que jogamos pior do que Alemanha, Chile e Colômbia.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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Comentários islamofóbicos, antissemitas, anticristãos e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco são permitidos ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista

Acompanhe também meus comentários no Globo News Em Pauta, na Rádio Estadão, na TV Estadão, no Estadão Noite no tablet, no Twitter @gugachacra , no Facebook Guga Chacra (me adicionem como seguidor), no Instagram e no Google Plus

Os outros candidatos, no geral, se saíram bem para os seus públicos. O senador Ted Cruz (senador pelo Texas), por exemplo, foi muito bem para a sua base, que é ultra conservadora e religiosa. Já os mais moderados republicanos jamais votarão nele, independentemente de ele ir bem ou não no debate. John Kasich (governador de Ohio), por sua vez, foi o inverso, passando bem a sua mensagem moderada, que jamais atingirá os conservadores.

Trump foi Trump, mas perdeu algumas batalhas bilaterais contra Fiorina e mesmo contra Jeb Bush. Ainda assim, esteve autêntico e isso foi o que colocou no topo das pesquisas, apesar do seus ataques contra hispânicos, mulheres e políticos tradicionais do partido. Talvez permaneça na liderança. Mas lamentável ele associar em rede nacional o absurdo de que vacina causa autismo, mesmo sendo desmentido pelo neurocirurgião pediátrico, Ben Carson. Aliás, Carson, único negro na disputa, manteve seu ar "cool", evitando confrontos. O religioso Mike Hukabee (ex-governador de Arkansas) seguiu na mesma linha, evitando polêmicas e ataques pessoais.

Jeb Bush, por sua vez, não foi mal. Mas ficou aquém de Rubio, Fiorina e mesmo de Kasich e de Chris Christie (governador de Nova Jersey), que muito foi bem ontem. Corre o risco de, aos poucos, ver seus doadores migrarem para um destes três candidatos, que possuem a vantagem de não ter um sobrenome controverso.

Rand Paul (senador por Kentucky), candidato dos libertários, não consegue ser como o meu pai, Ron Paul, considerado um mito entre os seguidores da ideologia libertária. Não incendeia sua base e parecia um pouco perdido no debate. Scotte Walker, governador de Wisconsin, foi um pouco melhor desta vez, mas não despertou atenção.

Noto que dizer que Rubio e Fiorina foram bem não significa que eu os apoie. Por exemplo, torci para o Brasil na Copa, mas foi óbvio que jogamos pior do que Alemanha, Chile e Colômbia.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

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Os outros candidatos, no geral, se saíram bem para os seus públicos. O senador Ted Cruz (senador pelo Texas), por exemplo, foi muito bem para a sua base, que é ultra conservadora e religiosa. Já os mais moderados republicanos jamais votarão nele, independentemente de ele ir bem ou não no debate. John Kasich (governador de Ohio), por sua vez, foi o inverso, passando bem a sua mensagem moderada, que jamais atingirá os conservadores.

Trump foi Trump, mas perdeu algumas batalhas bilaterais contra Fiorina e mesmo contra Jeb Bush. Ainda assim, esteve autêntico e isso foi o que colocou no topo das pesquisas, apesar do seus ataques contra hispânicos, mulheres e políticos tradicionais do partido. Talvez permaneça na liderança. Mas lamentável ele associar em rede nacional o absurdo de que vacina causa autismo, mesmo sendo desmentido pelo neurocirurgião pediátrico, Ben Carson. Aliás, Carson, único negro na disputa, manteve seu ar "cool", evitando confrontos. O religioso Mike Hukabee (ex-governador de Arkansas) seguiu na mesma linha, evitando polêmicas e ataques pessoais.

Jeb Bush, por sua vez, não foi mal. Mas ficou aquém de Rubio, Fiorina e mesmo de Kasich e de Chris Christie (governador de Nova Jersey), que muito foi bem ontem. Corre o risco de, aos poucos, ver seus doadores migrarem para um destes três candidatos, que possuem a vantagem de não ter um sobrenome controverso.

Rand Paul (senador por Kentucky), candidato dos libertários, não consegue ser como o meu pai, Ron Paul, considerado um mito entre os seguidores da ideologia libertária. Não incendeia sua base e parecia um pouco perdido no debate. Scotte Walker, governador de Wisconsin, foi um pouco melhor desta vez, mas não despertou atenção.

Noto que dizer que Rubio e Fiorina foram bem não significa que eu os apoie. Por exemplo, torci para o Brasil na Copa, mas foi óbvio que jogamos pior do que Alemanha, Chile e Colômbia.

Guga Chacra, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires

Comentários islamofóbicos, antissemitas, anticristãos e antiárabes ou que coloquem um povo ou uma religião como superiores não serão publicados. Tampouco são permitidos ataques entre leitores ou contra o blogueiro. Pessoas que insistirem em ataques pessoais não terão mais seus comentários publicados. Não é permitido postar vídeo. Todos os posts devem ter relação com algum dos temas acima. O blog está aberto a discussões educadas e com pontos de vista diferentes. Os comentários dos leitores não refletem a opinião do jornalista

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