Gustavo Petro rompe silêncio e pede apuração transparente dos votos na Venezuela


Aliado de Maduro, o presidente de esquerda da Colômbia pediu contagem de votos, apresentação de atas e supervisão de todas as forças políticas do país

Por Carolina Marins
Atualização:

BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rompeu o silêncio nesta quarta-feira, 31, sobre as eleições presidenciais na Venezuela e pediu uma apuração transparente dos votos frente às graves dúvidas sobre os resultados de domingo que deram a vitória a Nicolás Maduro sob denúncias de fraude por parte da oposição.

“Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”, escreveu o presidente de esquerda na rede X (antigo Twitter).

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pela ditadura chavista, deu a vitória das eleições a Maduro para um terceiro mandato de seis anos por 51% dos votos, ante 44% do opositor Edmundo González Urrutia. O órgão, porém, não publicou as atas de votação mais de 72 horas depois do pleito e seu site permanece fora do ar deste então.

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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, junto ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante visita do colombiano a Caracas em 18 de novembro de 2023 Foto: Ariana Cubillos/AP

Em resposta, milhares de venezuelanos saíram às ruas para reivindicar a vitória de González Urrutia, em protestos que deixaram pelo menos 12 mortos e quase 800 presos.

“As graves dúvidas que se estabelecem ao redor do processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta com graves consequências”, acrescentou Petro, que evitou até agora se pronunciar diretamente sobre as eleições.

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Na terça-feira, Petro discutiu a situação na Venezuela a portas fechadas em um conselho de ministros. Naquele dia, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Gilberto Murillo, pediu às autoridades venezuelanas que revelassem os resultados das eleições que mostraram Nicolás Maduro como vencedor.

As denúncias de fraude da oposição foram acompanhadas por pedidos de vários países, incluindo os Estados Unidos e União Europeia, para uma contagem de votos transparente.

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O governo colombiano é um dos principais aliados da Venezuela na América Latina e sua posição é acompanhada de perto pela comunidade internacional, assim como a posição brasileira.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, pediu em sua nota “um acordo entre o governo e a oposição que permita o máximo respeito pela força que perdeu as eleições”.

O presidente também pediu ao governo dos EUA que interrompa as sanções econômicas contra a Venezuela, pois as considera uma “medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência”.

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Evocando a figuras importantes do chavismo, como Simón Bolívar e Hugo Chávez, Petro termina a nota dizendo que “a América Latina deve ser uma região de Democracia, Liberdade e Paz. Esse foi o slogan final do Libertador Bolívar. Essa bandeira deve continuar a ser hasteada pelo nosso próprio povo.”

“O presidente Maduro tem hoje uma grande responsabilidade de lembrar o espírito de Chávez e permitir que o povo venezuelano volte à tranquilidade enquanto as eleições terminam com calma e o resultado transparente é aceito, seja ele qual for”.

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Declarações de Lula

O posicionamento de Petro ocorre horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar pela primeira vez sobre o que vem acontecendo na Venezuela desde domingo. Em uma entrevista na terça-feira, 30, à TV Centro América, Lula disse que “não tem nada de grave, nada de anormal” na eleição venezuelana.

“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.

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A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

O presidente Lula também cobrou a apresentação das atas. “Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”.

Também ontem, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma conversa na qual eles reforçaram a necessidade de apresentar as atas.

“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”, diz a nota do Palácio do Planalto sobre a ligação.

No fim da noite de terça, o Centro Carter, um dos principais observadores internacionais do processo eleitoral no mundo, declarou que o processo eleitoral na Venezuela não pode ser considerado democrático.

“O fato de a autoridade eleitoral local não ter anunciado resultados desagregados por mesa de votação constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, diz a organização americana que foi convidada pelo CNE e enviou 17 especialistas ao país sul-americano há um mês. A organização, porém, disse que não pode verificar os resultados das eleições./Com AFP

BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rompeu o silêncio nesta quarta-feira, 31, sobre as eleições presidenciais na Venezuela e pediu uma apuração transparente dos votos frente às graves dúvidas sobre os resultados de domingo que deram a vitória a Nicolás Maduro sob denúncias de fraude por parte da oposição.

“Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”, escreveu o presidente de esquerda na rede X (antigo Twitter).

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pela ditadura chavista, deu a vitória das eleições a Maduro para um terceiro mandato de seis anos por 51% dos votos, ante 44% do opositor Edmundo González Urrutia. O órgão, porém, não publicou as atas de votação mais de 72 horas depois do pleito e seu site permanece fora do ar deste então.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, junto ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante visita do colombiano a Caracas em 18 de novembro de 2023 Foto: Ariana Cubillos/AP

Em resposta, milhares de venezuelanos saíram às ruas para reivindicar a vitória de González Urrutia, em protestos que deixaram pelo menos 12 mortos e quase 800 presos.

“As graves dúvidas que se estabelecem ao redor do processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta com graves consequências”, acrescentou Petro, que evitou até agora se pronunciar diretamente sobre as eleições.

Na terça-feira, Petro discutiu a situação na Venezuela a portas fechadas em um conselho de ministros. Naquele dia, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Gilberto Murillo, pediu às autoridades venezuelanas que revelassem os resultados das eleições que mostraram Nicolás Maduro como vencedor.

As denúncias de fraude da oposição foram acompanhadas por pedidos de vários países, incluindo os Estados Unidos e União Europeia, para uma contagem de votos transparente.

O governo colombiano é um dos principais aliados da Venezuela na América Latina e sua posição é acompanhada de perto pela comunidade internacional, assim como a posição brasileira.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, pediu em sua nota “um acordo entre o governo e a oposição que permita o máximo respeito pela força que perdeu as eleições”.

O presidente também pediu ao governo dos EUA que interrompa as sanções econômicas contra a Venezuela, pois as considera uma “medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência”.

Evocando a figuras importantes do chavismo, como Simón Bolívar e Hugo Chávez, Petro termina a nota dizendo que “a América Latina deve ser uma região de Democracia, Liberdade e Paz. Esse foi o slogan final do Libertador Bolívar. Essa bandeira deve continuar a ser hasteada pelo nosso próprio povo.”

“O presidente Maduro tem hoje uma grande responsabilidade de lembrar o espírito de Chávez e permitir que o povo venezuelano volte à tranquilidade enquanto as eleições terminam com calma e o resultado transparente é aceito, seja ele qual for”.

Declarações de Lula

O posicionamento de Petro ocorre horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar pela primeira vez sobre o que vem acontecendo na Venezuela desde domingo. Em uma entrevista na terça-feira, 30, à TV Centro América, Lula disse que “não tem nada de grave, nada de anormal” na eleição venezuelana.

“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

O presidente Lula também cobrou a apresentação das atas. “Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”.

Também ontem, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma conversa na qual eles reforçaram a necessidade de apresentar as atas.

“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”, diz a nota do Palácio do Planalto sobre a ligação.

No fim da noite de terça, o Centro Carter, um dos principais observadores internacionais do processo eleitoral no mundo, declarou que o processo eleitoral na Venezuela não pode ser considerado democrático.

“O fato de a autoridade eleitoral local não ter anunciado resultados desagregados por mesa de votação constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, diz a organização americana que foi convidada pelo CNE e enviou 17 especialistas ao país sul-americano há um mês. A organização, porém, disse que não pode verificar os resultados das eleições./Com AFP

BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rompeu o silêncio nesta quarta-feira, 31, sobre as eleições presidenciais na Venezuela e pediu uma apuração transparente dos votos frente às graves dúvidas sobre os resultados de domingo que deram a vitória a Nicolás Maduro sob denúncias de fraude por parte da oposição.

“Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”, escreveu o presidente de esquerda na rede X (antigo Twitter).

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pela ditadura chavista, deu a vitória das eleições a Maduro para um terceiro mandato de seis anos por 51% dos votos, ante 44% do opositor Edmundo González Urrutia. O órgão, porém, não publicou as atas de votação mais de 72 horas depois do pleito e seu site permanece fora do ar deste então.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, junto ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante visita do colombiano a Caracas em 18 de novembro de 2023 Foto: Ariana Cubillos/AP

Em resposta, milhares de venezuelanos saíram às ruas para reivindicar a vitória de González Urrutia, em protestos que deixaram pelo menos 12 mortos e quase 800 presos.

“As graves dúvidas que se estabelecem ao redor do processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta com graves consequências”, acrescentou Petro, que evitou até agora se pronunciar diretamente sobre as eleições.

Na terça-feira, Petro discutiu a situação na Venezuela a portas fechadas em um conselho de ministros. Naquele dia, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Gilberto Murillo, pediu às autoridades venezuelanas que revelassem os resultados das eleições que mostraram Nicolás Maduro como vencedor.

As denúncias de fraude da oposição foram acompanhadas por pedidos de vários países, incluindo os Estados Unidos e União Europeia, para uma contagem de votos transparente.

O governo colombiano é um dos principais aliados da Venezuela na América Latina e sua posição é acompanhada de perto pela comunidade internacional, assim como a posição brasileira.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, pediu em sua nota “um acordo entre o governo e a oposição que permita o máximo respeito pela força que perdeu as eleições”.

O presidente também pediu ao governo dos EUA que interrompa as sanções econômicas contra a Venezuela, pois as considera uma “medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência”.

Evocando a figuras importantes do chavismo, como Simón Bolívar e Hugo Chávez, Petro termina a nota dizendo que “a América Latina deve ser uma região de Democracia, Liberdade e Paz. Esse foi o slogan final do Libertador Bolívar. Essa bandeira deve continuar a ser hasteada pelo nosso próprio povo.”

“O presidente Maduro tem hoje uma grande responsabilidade de lembrar o espírito de Chávez e permitir que o povo venezuelano volte à tranquilidade enquanto as eleições terminam com calma e o resultado transparente é aceito, seja ele qual for”.

Declarações de Lula

O posicionamento de Petro ocorre horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar pela primeira vez sobre o que vem acontecendo na Venezuela desde domingo. Em uma entrevista na terça-feira, 30, à TV Centro América, Lula disse que “não tem nada de grave, nada de anormal” na eleição venezuelana.

“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

O presidente Lula também cobrou a apresentação das atas. “Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”.

Também ontem, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma conversa na qual eles reforçaram a necessidade de apresentar as atas.

“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”, diz a nota do Palácio do Planalto sobre a ligação.

No fim da noite de terça, o Centro Carter, um dos principais observadores internacionais do processo eleitoral no mundo, declarou que o processo eleitoral na Venezuela não pode ser considerado democrático.

“O fato de a autoridade eleitoral local não ter anunciado resultados desagregados por mesa de votação constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, diz a organização americana que foi convidada pelo CNE e enviou 17 especialistas ao país sul-americano há um mês. A organização, porém, disse que não pode verificar os resultados das eleições./Com AFP

BOGOTÁ - O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, rompeu o silêncio nesta quarta-feira, 31, sobre as eleições presidenciais na Venezuela e pediu uma apuração transparente dos votos frente às graves dúvidas sobre os resultados de domingo que deram a vitória a Nicolás Maduro sob denúncias de fraude por parte da oposição.

“Convido o governo venezuelano a permitir que as eleições terminem em paz, permitindo um escrutínio transparente com contagem de votos, atas e supervisão por todas as forças políticas do seu país e supervisão internacional profissional”, escreveu o presidente de esquerda na rede X (antigo Twitter).

O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, controlado pela ditadura chavista, deu a vitória das eleições a Maduro para um terceiro mandato de seis anos por 51% dos votos, ante 44% do opositor Edmundo González Urrutia. O órgão, porém, não publicou as atas de votação mais de 72 horas depois do pleito e seu site permanece fora do ar deste então.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, junto ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, durante visita do colombiano a Caracas em 18 de novembro de 2023 Foto: Ariana Cubillos/AP

Em resposta, milhares de venezuelanos saíram às ruas para reivindicar a vitória de González Urrutia, em protestos que deixaram pelo menos 12 mortos e quase 800 presos.

“As graves dúvidas que se estabelecem ao redor do processo eleitoral venezuelano podem levar o seu povo a uma profunda polarização violenta com graves consequências”, acrescentou Petro, que evitou até agora se pronunciar diretamente sobre as eleições.

Na terça-feira, Petro discutiu a situação na Venezuela a portas fechadas em um conselho de ministros. Naquele dia, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Gilberto Murillo, pediu às autoridades venezuelanas que revelassem os resultados das eleições que mostraram Nicolás Maduro como vencedor.

As denúncias de fraude da oposição foram acompanhadas por pedidos de vários países, incluindo os Estados Unidos e União Europeia, para uma contagem de votos transparente.

O governo colombiano é um dos principais aliados da Venezuela na América Latina e sua posição é acompanhada de perto pela comunidade internacional, assim como a posição brasileira.

Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, pediu em sua nota “um acordo entre o governo e a oposição que permita o máximo respeito pela força que perdeu as eleições”.

O presidente também pediu ao governo dos EUA que interrompa as sanções econômicas contra a Venezuela, pois as considera uma “medida anti-humana que só traz mais fome e mais violência”.

Evocando a figuras importantes do chavismo, como Simón Bolívar e Hugo Chávez, Petro termina a nota dizendo que “a América Latina deve ser uma região de Democracia, Liberdade e Paz. Esse foi o slogan final do Libertador Bolívar. Essa bandeira deve continuar a ser hasteada pelo nosso próprio povo.”

“O presidente Maduro tem hoje uma grande responsabilidade de lembrar o espírito de Chávez e permitir que o povo venezuelano volte à tranquilidade enquanto as eleições terminam com calma e o resultado transparente é aceito, seja ele qual for”.

Declarações de Lula

O posicionamento de Petro ocorre horas depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falar pela primeira vez sobre o que vem acontecendo na Venezuela desde domingo. Em uma entrevista na terça-feira, 30, à TV Centro América, Lula disse que “não tem nada de grave, nada de anormal” na eleição venezuelana.

“Não tem nada de grave, nada assustador. Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a terceira guerra mundial. Não tem nada de anormal. Teve uma eleição. Teve uma pessoa que disse que teve 51%. Teve uma pessoa que diz que teve quarenta e pouco por cento. Um concorda, outro não. Entra na Justiça, a Justiça faz”, disse.

A ditadura chavista controla os órgãos eleitorais do país e também a Justiça e a Suprema Corte, com juízes apontados pelo regime e com decisões que nunca contrariam o chavismo.

O presidente Lula também cobrou a apresentação das atas. “Como vai resolver essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre oposição e situação, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça andar o processo. E aí vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Estou convencido de que é um processo normal, tranquilo”.

Também ontem, Lula conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em uma conversa na qual eles reforçaram a necessidade de apresentar as atas.

“Sobre Venezuela, Lula observou que tem mantido acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio de seu Assessor Especial, Celso Amorim, enviado a Caracas. Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região”, diz a nota do Palácio do Planalto sobre a ligação.

No fim da noite de terça, o Centro Carter, um dos principais observadores internacionais do processo eleitoral no mundo, declarou que o processo eleitoral na Venezuela não pode ser considerado democrático.

“O fato de a autoridade eleitoral local não ter anunciado resultados desagregados por mesa de votação constitui uma grave violação dos princípios eleitorais”, diz a organização americana que foi convidada pelo CNE e enviou 17 especialistas ao país sul-americano há um mês. A organização, porém, disse que não pode verificar os resultados das eleições./Com AFP

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