CIDADE DE GAZA - O grupo terrorista Hamas anunciou nesta terça-feira, 6, a nomeação do seu líder na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, como novo chefe de seu escritório político após a morte de Ismail Haniyeh, que reacendeu o temor de uma escalada militar no Oriente Médio.
A escolha de Sinwar, uma figura próxima do Irã que trabalhou durante anos para aumentar a musculatura militar do grupo terrorista Hamas, mostra que o grupo está preparado para continuar a guerra contra Israel após 10 meses.
O anuncio também é uma provocação a Israel, que considera Sinwar um de seus alvos após os ataques do dia 7 de outubro do ano passado, quando terroristas do Hamas invadiram o sul de Israel, mataram 1,2 mil pessoas e sequestraram 250. Este foi o maior ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto.
Após o ataque, Israel iniciou uma ofensiva na Faixa de Gaza, com bombardeios aéreos e invasão terrestre, que já deixou mais de 39 mil mortos, segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.
Guerra regional
O anúncio ocorre em um momento volátil. São grandes os receios de uma escalada para uma guerra regional mais ampla. O Irã prometeu vingança contra Israel pela morte de Haniyeh e apontou que deve acionar os grupos armados que patrocina na região, como o Hezbollah, no Líbano, e os Houthis, no Iêmen, para retaliar.
O grupo terrorista Hamas afirmou em comunicado que nomeou Sinwar como o novo chefe de seu gabinete político para substituir Haniyeh, que foi morto em uma explosão que o Irã e o Hamas atribuíram a Israel. Tel-Aviv não confirmou nem negou a autoria. Também na semana passada, o Exército de Israel confirmou a morte do chefe do braço militar do Hamas, Mohammed Deif, em um bombardeio aéreo em Julho em Gaza. O Hamas não confirmou sua morte.
Saiba mais
Os assassinatos de vários altos funcionários do Hamas por Israel nos últimos meses deixaram Sinwar como a figura mais proeminente do grupo. Não está claro se Sinwar irá continuar em Gaza, ou se vai se mudar para o Catar em algum momento, onde o grupo terrorista tem um escritório político./com AP