A proposta da esquerda para o Brexit


Apesar do sequestro dos trabalhistas pela ala socialista de Jeremy Corbyn, ainda existe uma esquerda ilustrada

Por Helio Gurovitz
Atualização:

Quem observa a premiê britânica, Theresa May, imagina o Reino Unido prestes a cair no abismo. Sua proposta de Brexit foi escorraçada pelos líderes europeus, ela se vê espremida entre a sabotagem de seu próprio partido e a oposição irresponsável de Jeremy Corbyn, sem que se vislumbre saída decente da União Europeia. Mesmo sem o Brexit, os problemas do Reino Unido soam familiares: baixa taxa de investimento (17% do PIB), baixa produtividade (13% abaixo da média dos países ricos), desigualdade crescente, disparidades regionais, déficit comercial crônico e situação fiscal crítica. 

Theresa May se vê espremida entre a sabotagem de seu próprio partido e a oposição irresponsável de Jeremy Corbyn Foto: Kerstin Joensson / AP

Mas é bom, nessas horas, lembrar a diferença entre uma democracia avançada e o Brasil. Apesar do sequestro dos trabalhistas pela ala socialista de Corbyn, ainda existe uma esquerda ilustrada. Enquanto nossos esquerdistas prometem casas na Lua e negam as leis da gravidade fiscal, o britânico Instituto para Pesquisa em Política Pública publicou propostas econômicas tangíveis para depois da saída da UE.

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A receita traz ingredientes clássicos da esquerda: política industrial, resgate de salários deprimidos, incentivo à sindicalização, remuneração de executivos com foco no longo prazo, imposto de renda progressivo (no modelo alemão), redução da concentração econômica e mudança na missão do Banco da Inglaterra, com metas não só de inflação, mas também de desemprego e crescimento.

Só que a esquerda britânica também fala em mercados livres, ambiente menos hostil ao empreendedor e mais acolhedor ao investimento externo, simplificação tributária e fortalecimento do sistema financeiro. Compreende a diferença entre ser pró-mercado e pró-empresas. Imagine se nossos esquerdistas fossem assim.

Redistribuição estimula crescimento, diz FMI

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Políticas de redistribuição de renda e redução da desigualdade estão vinculadas ao crescimento econômico, concluiu um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado este mês no Journal of Economic Growth. Os economistas filtraram os dados de dezenas de países emergentes e avançados, separaram o efeito das políticas tributárias e de transferência de renda, para concluir que a desigualdade baixa está relacionada “de modo robusto ao crescimento mais rápido e mais durável”.

O segredo dos emergentes que mais crescem

Um novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI) analisa as 18 economias emergentes que mais cresceram, a taxas de 3,5% nos últimos 50 anos ou 5% nos últimos 20. Elas tiraram 1 bilhão de pessoas da pobreza extrema na última década, ou 95% do total global. O segredo? Numa palavra: capitalismo. Incentivos à produtividade, à renda, ao acúmulo de capital, à poupança, além de conexões profundas com os mercados globais. “Os governos nesses países investem em criar competência, são ágeis e abertos a experimentos regulatórios e adaptam práticas macroeconômicas globais a contextos locais”, diz o relatório. “As políticas de competição impulsionam a produtividade, o investimento e o surgimento de empresas competitivas.” Expandir a receita de sucesso, diz o MGI, ampliaria em US$ 11 trilhões o PIB global até 2030.

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Força Aérea americana contra China e Rússia

A nova estratégia de defesa da Força Aérea dos Estados Unidos vai além do combate ao terrorismo e pensa em cenários de guerra contra China ou Rússia. Prevê ampliar os esquadrões de 312 para 386, os combatentes de 717 mil para 757 mil e os gastos de US$ 53 bilhões para US$ 66 bilhões anuais. Segundo a Foreign Policy, é a maior expansão desde o fim da Guerra Fria.

#MeToo derruba diretor da ‘New York Review of Books’

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Depois que Lorin Stein renunciou ao comando da revista Paris Review, em dezembro do ano passado, sob acusações de assédio sexual, o movimento #MeToo fez uma nova vítima na cena literária. Um ano depois de assumir o comando da New York Review of Books, com a morte do fundador Robert Silvers, o escritor, editor e historiador holandês Ian Buruma se viu obrigado a deixar o cargo na semana passada por ter decidido publicar um ensaio de um radialista canadense acusado de violência sexual por várias mulheres (julgado por um caso, ele foi inocentado em 2016).

Quem observa a premiê britânica, Theresa May, imagina o Reino Unido prestes a cair no abismo. Sua proposta de Brexit foi escorraçada pelos líderes europeus, ela se vê espremida entre a sabotagem de seu próprio partido e a oposição irresponsável de Jeremy Corbyn, sem que se vislumbre saída decente da União Europeia. Mesmo sem o Brexit, os problemas do Reino Unido soam familiares: baixa taxa de investimento (17% do PIB), baixa produtividade (13% abaixo da média dos países ricos), desigualdade crescente, disparidades regionais, déficit comercial crônico e situação fiscal crítica. 

Theresa May se vê espremida entre a sabotagem de seu próprio partido e a oposição irresponsável de Jeremy Corbyn Foto: Kerstin Joensson / AP

Mas é bom, nessas horas, lembrar a diferença entre uma democracia avançada e o Brasil. Apesar do sequestro dos trabalhistas pela ala socialista de Corbyn, ainda existe uma esquerda ilustrada. Enquanto nossos esquerdistas prometem casas na Lua e negam as leis da gravidade fiscal, o britânico Instituto para Pesquisa em Política Pública publicou propostas econômicas tangíveis para depois da saída da UE.

A receita traz ingredientes clássicos da esquerda: política industrial, resgate de salários deprimidos, incentivo à sindicalização, remuneração de executivos com foco no longo prazo, imposto de renda progressivo (no modelo alemão), redução da concentração econômica e mudança na missão do Banco da Inglaterra, com metas não só de inflação, mas também de desemprego e crescimento.

Só que a esquerda britânica também fala em mercados livres, ambiente menos hostil ao empreendedor e mais acolhedor ao investimento externo, simplificação tributária e fortalecimento do sistema financeiro. Compreende a diferença entre ser pró-mercado e pró-empresas. Imagine se nossos esquerdistas fossem assim.

Redistribuição estimula crescimento, diz FMI

Políticas de redistribuição de renda e redução da desigualdade estão vinculadas ao crescimento econômico, concluiu um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado este mês no Journal of Economic Growth. Os economistas filtraram os dados de dezenas de países emergentes e avançados, separaram o efeito das políticas tributárias e de transferência de renda, para concluir que a desigualdade baixa está relacionada “de modo robusto ao crescimento mais rápido e mais durável”.

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Um novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI) analisa as 18 economias emergentes que mais cresceram, a taxas de 3,5% nos últimos 50 anos ou 5% nos últimos 20. Elas tiraram 1 bilhão de pessoas da pobreza extrema na última década, ou 95% do total global. O segredo? Numa palavra: capitalismo. Incentivos à produtividade, à renda, ao acúmulo de capital, à poupança, além de conexões profundas com os mercados globais. “Os governos nesses países investem em criar competência, são ágeis e abertos a experimentos regulatórios e adaptam práticas macroeconômicas globais a contextos locais”, diz o relatório. “As políticas de competição impulsionam a produtividade, o investimento e o surgimento de empresas competitivas.” Expandir a receita de sucesso, diz o MGI, ampliaria em US$ 11 trilhões o PIB global até 2030.

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A nova estratégia de defesa da Força Aérea dos Estados Unidos vai além do combate ao terrorismo e pensa em cenários de guerra contra China ou Rússia. Prevê ampliar os esquadrões de 312 para 386, os combatentes de 717 mil para 757 mil e os gastos de US$ 53 bilhões para US$ 66 bilhões anuais. Segundo a Foreign Policy, é a maior expansão desde o fim da Guerra Fria.

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Depois que Lorin Stein renunciou ao comando da revista Paris Review, em dezembro do ano passado, sob acusações de assédio sexual, o movimento #MeToo fez uma nova vítima na cena literária. Um ano depois de assumir o comando da New York Review of Books, com a morte do fundador Robert Silvers, o escritor, editor e historiador holandês Ian Buruma se viu obrigado a deixar o cargo na semana passada por ter decidido publicar um ensaio de um radialista canadense acusado de violência sexual por várias mulheres (julgado por um caso, ele foi inocentado em 2016).

Quem observa a premiê britânica, Theresa May, imagina o Reino Unido prestes a cair no abismo. Sua proposta de Brexit foi escorraçada pelos líderes europeus, ela se vê espremida entre a sabotagem de seu próprio partido e a oposição irresponsável de Jeremy Corbyn, sem que se vislumbre saída decente da União Europeia. Mesmo sem o Brexit, os problemas do Reino Unido soam familiares: baixa taxa de investimento (17% do PIB), baixa produtividade (13% abaixo da média dos países ricos), desigualdade crescente, disparidades regionais, déficit comercial crônico e situação fiscal crítica. 

Theresa May se vê espremida entre a sabotagem de seu próprio partido e a oposição irresponsável de Jeremy Corbyn Foto: Kerstin Joensson / AP

Mas é bom, nessas horas, lembrar a diferença entre uma democracia avançada e o Brasil. Apesar do sequestro dos trabalhistas pela ala socialista de Corbyn, ainda existe uma esquerda ilustrada. Enquanto nossos esquerdistas prometem casas na Lua e negam as leis da gravidade fiscal, o britânico Instituto para Pesquisa em Política Pública publicou propostas econômicas tangíveis para depois da saída da UE.

A receita traz ingredientes clássicos da esquerda: política industrial, resgate de salários deprimidos, incentivo à sindicalização, remuneração de executivos com foco no longo prazo, imposto de renda progressivo (no modelo alemão), redução da concentração econômica e mudança na missão do Banco da Inglaterra, com metas não só de inflação, mas também de desemprego e crescimento.

Só que a esquerda britânica também fala em mercados livres, ambiente menos hostil ao empreendedor e mais acolhedor ao investimento externo, simplificação tributária e fortalecimento do sistema financeiro. Compreende a diferença entre ser pró-mercado e pró-empresas. Imagine se nossos esquerdistas fossem assim.

Redistribuição estimula crescimento, diz FMI

Políticas de redistribuição de renda e redução da desigualdade estão vinculadas ao crescimento econômico, concluiu um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), publicado este mês no Journal of Economic Growth. Os economistas filtraram os dados de dezenas de países emergentes e avançados, separaram o efeito das políticas tributárias e de transferência de renda, para concluir que a desigualdade baixa está relacionada “de modo robusto ao crescimento mais rápido e mais durável”.

O segredo dos emergentes que mais crescem

Um novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI) analisa as 18 economias emergentes que mais cresceram, a taxas de 3,5% nos últimos 50 anos ou 5% nos últimos 20. Elas tiraram 1 bilhão de pessoas da pobreza extrema na última década, ou 95% do total global. O segredo? Numa palavra: capitalismo. Incentivos à produtividade, à renda, ao acúmulo de capital, à poupança, além de conexões profundas com os mercados globais. “Os governos nesses países investem em criar competência, são ágeis e abertos a experimentos regulatórios e adaptam práticas macroeconômicas globais a contextos locais”, diz o relatório. “As políticas de competição impulsionam a produtividade, o investimento e o surgimento de empresas competitivas.” Expandir a receita de sucesso, diz o MGI, ampliaria em US$ 11 trilhões o PIB global até 2030.

Força Aérea americana contra China e Rússia

A nova estratégia de defesa da Força Aérea dos Estados Unidos vai além do combate ao terrorismo e pensa em cenários de guerra contra China ou Rússia. Prevê ampliar os esquadrões de 312 para 386, os combatentes de 717 mil para 757 mil e os gastos de US$ 53 bilhões para US$ 66 bilhões anuais. Segundo a Foreign Policy, é a maior expansão desde o fim da Guerra Fria.

#MeToo derruba diretor da ‘New York Review of Books’

Depois que Lorin Stein renunciou ao comando da revista Paris Review, em dezembro do ano passado, sob acusações de assédio sexual, o movimento #MeToo fez uma nova vítima na cena literária. Um ano depois de assumir o comando da New York Review of Books, com a morte do fundador Robert Silvers, o escritor, editor e historiador holandês Ian Buruma se viu obrigado a deixar o cargo na semana passada por ter decidido publicar um ensaio de um radialista canadense acusado de violência sexual por várias mulheres (julgado por um caso, ele foi inocentado em 2016).

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