Sirenes de ataque aéreo ecoaram por Tel Aviv nesta quarta-feira, 23, enquanto o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, se preparava para encerrar uma visita à região. Fumaça, aparentemente de um projétil interceptado, podia ser vista no céu acima do hotel onde o secretário estava hospedado.
Blinken foi um dos hóspedes direcionados para quartos de abrigo enquanto as sirenes ecoavam após o lançamento de um míssil do Hezbollah.
Os Estados Unidos retomaram os esforços por um cessar-fogo após o assassinato do principal líder do grupo, Yahya Sinwar, em uma operação militar israelense em Gaza na semana passada. A visita do secretário de estado teve como objetivo as tratativas sobre o tema mas não há indicação de que qualquer uma das partes em guerra tenha modificado suas demandas desde que as negociações pararam no verão.
Blinken, que se encontrou com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu e outras autoridades na terça-feira, disse que pressionou Israel a permitir mais ajuda humanitária em Gaza e reiterou seu alerta de que não fazê-lo poderia levar a uma redução na ajuda militar dos EUA. “Houve progresso, o que é bom, mas mais progresso precisa ser feito”, nessa frente, disse ele.
O secretário ainda afirmou que Israel precisa buscar um “sucesso estratégico duradouro” após suas recentes vitórias táticas contra o Hamas.
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Apesar disso, ambos os lados parecem permanecer ainda entrincheirados. Netanyahu prometeu aniquilar o Hamas e recuperar dezenas de reféns mantidos pelo grupo. O Hamas por sua vez diz que só libertará os cativos em troca de um cessar-fogo duradouro, uma retirada israelense completa de Gaza e a libertação de prisioneiros palestinos.
Em 7 de outubro de 2023, terroristas do Hamas abriram buracos em uma cerca de segurança de Israel e invadiram o território, matando cerca de 1.200 pessoas — a maioria civis — e sequestrando outras 250. A ofensiva de Israel em Gaza matou mais de 42 mil palestinos, de acordo com autoridades de saúde locais, que não diferenciam as vítimas entre militantes e civis. A guerra também destruiu grandes áreas de Gaza e deslocou cerca de 90% da população de 2,3 milhões de pessoas.
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento disse em um relatório que pode levar 350 anos para que a economia de Gaza retorne ao seu nível precário anterior à guerra. /AP