O governo da Holanda planeja realizar um lockdown parcial de três semanas para conter uma quarta onda de infecções de covid-19 em meio a um aumento no número de casos, informou a emissora pública NOS nesta sexta-feira, 12.
É o primeiro confinamento recente que afetará todas as pessoas - vacinadas e não-vacinadas - na Europa Ocidental, e ocorre após o país registrar 16.364 novos casos nessa quinta-feira, 11. O número de casos, em um patamar não visto desde o início da pandemia, representa um aumento de 33% em relação aos novos casos registrados uma semana antes.
A partir de sábado, restaurantes, bares e cafés do país terão que fechar às 19h. Os eventos esportivos serão realizados sem espectadores. Moradores não poderão convidar mais de quatro pessoas para suas casas. E as regras de distanciamento social serão restabelecidas, embora as lojas que vendem produtos essenciais permaneçam abertas.
O primeiro-ministro Mark Rutte e o ministro da saúde Hugo de Jonge devem anunciar as medidas na noite de sexta-feira, de acordo com a emissora.
O gabinete de Rutte também discutirá a possibilidade de introduzir medidas de longo prazo que exijam que as pessoas forneçam comprovante de vacinação ou infecção anterior para ter acesso a certos serviços ou participar de certos eventos.
4ª onda preocupa a Europa
O aumento no número de infecções entre outubro e novembro tem preocupado os países europeus. Autoridades temem que a chegada do inverno no Hemisfério Norte possa trazer uma nova onda da pandemia, colocando os sistemas de saúde do continente novamente sob pressão.
Na Europa Central e Oriental, onde os níveis de vacinação são mais baixos do que no oeste do continente, os efeitos já são sentidos com maior intensidade. Na Romênia, por exemplo, o baixo índice de imunizaçãoimpulsionado pelo negacionismo e campanhas de fake news provocaram um aumento significativo do número de mortes no começo do mês. Eslováquia e Polônia mais do que dobraram seus números de casos.
Mas mesmo países mais ricos ou com altos índices de vacinação buscam alternativas para impedir uma nova onda pandêmica, com a imposição de medidas restritivas e doses adicionais da vacina.
Cerca de 76% da população do país está totalmente vacinada contra o coronavírus, de acordo com Our World in Data./ NYT