Hungria bloqueia ajuda bilionária da UE à Ucrânia e usa veto para barganhar concessões do bloco


Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sugeriu que pode retirar o veto se o bloco liberar recursos congelados de Budapeste

Por Redação
Atualização:

A Hungria bloqueou a ajuda de 50 bilhões de euros da União Europeia à Ucrânia na madrugada desta sexta-feira, 15. Mas o primeiro-ministro Viktor Orbán sugere que ainda pode voltar atrás se o bloco liberar os recursos que congelou de Budapeste por violações de valores que considera fundamentais. Trata-se do acesso ao financiamento bilionário para os Estados-membros, que foi condicionado à reformas no país.

Sem consenso, a discussão sobre a ajuda bilionária para Ucrânia deve ficar para o ano que vem. “Dentro de dois meses, talvez mais, vamos nos reunir e ver o que aconteceu”, disse Orbán em entrevista à rádio estatal direto de Bruxelas, onde participa da cúpula da União Europeia. “Se alguém quiser modificar a lei orçamentária, essa será uma boa oportunidade para a Hungria receber o que lhe corresponde. Tudo”, acrescentou.

Sob Orbán, Budapeste se transformou no que o Parlamento Europeu define como uma “autocracia eleitoral”. Isso levou o bloco a congelar boa parte dos recursos que seriam destinados à Hungria por violações do Estado de direito no país. Quase 12 bilhões de euros ainda estão condicionados à reformas que garantam liberdade nas universidades e revisão da controvertida lei anti-LGBT, que compara homossexualidade à pedofilia.

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Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na cúpula de líderes da União Europeia.  Foto: REUTERS / Yves Herman

Outros 10 bilhões de euros foram liberados esta semana, sob o argumento de avanços no sistema judiciário húngaro. Os críticos, por outro lado, veem como uma espécie de suborno em meio à intensa negociação para que Budapeste liberasse as negociações para adesão da Ucrânia, que recebeu sinal verde junto com Moldávia, também ex-república soviética.

Autocrata próximo da Rússia, ele repetiu ao longo das últimas semanas que votaria contra. Ontem, após um intenso esforço de convencimento, saiu da sala para permitir o avanço, justificando se absteve da votação porque, nas palavras de Orbán, não quer fazer parte do que chamou de “decisão errada”.

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Hoje, no entanto, disse que ainda terá oportunidades para barrar a entrada de Kiev. Isso porque a decisão desta semana é apenas parte de um longo processo, que requer aprovação de todos os países-membros.

“O argumento decisivo foi que a Hungria não perde nada, dado que a palavra final sobre a adesão da Ucrânia tem de ser dada pelos parlamentos nacionais, 27 parlamentos, incluindo o húngaro”, afirmou Orbán em entrevista à rádio estatal. “Se necessário, pisaremos no freio”, concluiu.

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Rússia critica negociação da UE para adesão da Ucrânia

O Kremlin criticou a abertura das negociações para adesão da Ucrânia e Moldávia à União Europeia. “É claro que esta é uma decisão absolutamente politizada”, disse o porta-voz Dmitri Peskov hoje. O russo alegou que os países não cumprem os “critérios rígidos” que o bloco sempre adotou para aceitar novos membros e acrescentou as decisões da UE baseiam-se “em grande parte no desejo de causar ainda mais transtornos à Rússia”.

Apesar das críticas do Kremlin, o presidente Vladimir Putin já disse que não vê a entrada de Kiev no bloco como ameaça para Moscou. O grande problema, repete com frequência, é a aproximação com a Otan, usada como desculpada para invasão do país vizinho.

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Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, após conversa sobre entrada na UE, Kiev, 04 de novembro de 2023.  Foto: ANATOLII STEPANOV / AFP

Do outro lado, a Ucrânia celebrou a notícia. “Foi uma vitória para a Ucrânia e para toda a Europa. Uma vitória que motiva, inspira e fortalece”, escreveu o presidente Volodmir Zelenski no X (antigo Twitter).

O sinal verde para negociar a entrada na UE foi uma vitória do presidente, que vem perdendo gradualmente o apoio dos EUA. No início da semana, ele esteve em Washington, mas não conseguiu convencer os congressistas republicanos a apoiarem um pacote de ajuda militar de US$ 61 bilhões. Sem os americanos, Zelenski depende cada vez mais da ajuda enviada pela Europa./ EFE e AP

A Hungria bloqueou a ajuda de 50 bilhões de euros da União Europeia à Ucrânia na madrugada desta sexta-feira, 15. Mas o primeiro-ministro Viktor Orbán sugere que ainda pode voltar atrás se o bloco liberar os recursos que congelou de Budapeste por violações de valores que considera fundamentais. Trata-se do acesso ao financiamento bilionário para os Estados-membros, que foi condicionado à reformas no país.

Sem consenso, a discussão sobre a ajuda bilionária para Ucrânia deve ficar para o ano que vem. “Dentro de dois meses, talvez mais, vamos nos reunir e ver o que aconteceu”, disse Orbán em entrevista à rádio estatal direto de Bruxelas, onde participa da cúpula da União Europeia. “Se alguém quiser modificar a lei orçamentária, essa será uma boa oportunidade para a Hungria receber o que lhe corresponde. Tudo”, acrescentou.

Sob Orbán, Budapeste se transformou no que o Parlamento Europeu define como uma “autocracia eleitoral”. Isso levou o bloco a congelar boa parte dos recursos que seriam destinados à Hungria por violações do Estado de direito no país. Quase 12 bilhões de euros ainda estão condicionados à reformas que garantam liberdade nas universidades e revisão da controvertida lei anti-LGBT, que compara homossexualidade à pedofilia.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na cúpula de líderes da União Europeia.  Foto: REUTERS / Yves Herman

Outros 10 bilhões de euros foram liberados esta semana, sob o argumento de avanços no sistema judiciário húngaro. Os críticos, por outro lado, veem como uma espécie de suborno em meio à intensa negociação para que Budapeste liberasse as negociações para adesão da Ucrânia, que recebeu sinal verde junto com Moldávia, também ex-república soviética.

Autocrata próximo da Rússia, ele repetiu ao longo das últimas semanas que votaria contra. Ontem, após um intenso esforço de convencimento, saiu da sala para permitir o avanço, justificando se absteve da votação porque, nas palavras de Orbán, não quer fazer parte do que chamou de “decisão errada”.

Hoje, no entanto, disse que ainda terá oportunidades para barrar a entrada de Kiev. Isso porque a decisão desta semana é apenas parte de um longo processo, que requer aprovação de todos os países-membros.

“O argumento decisivo foi que a Hungria não perde nada, dado que a palavra final sobre a adesão da Ucrânia tem de ser dada pelos parlamentos nacionais, 27 parlamentos, incluindo o húngaro”, afirmou Orbán em entrevista à rádio estatal. “Se necessário, pisaremos no freio”, concluiu.

Rússia critica negociação da UE para adesão da Ucrânia

O Kremlin criticou a abertura das negociações para adesão da Ucrânia e Moldávia à União Europeia. “É claro que esta é uma decisão absolutamente politizada”, disse o porta-voz Dmitri Peskov hoje. O russo alegou que os países não cumprem os “critérios rígidos” que o bloco sempre adotou para aceitar novos membros e acrescentou as decisões da UE baseiam-se “em grande parte no desejo de causar ainda mais transtornos à Rússia”.

Apesar das críticas do Kremlin, o presidente Vladimir Putin já disse que não vê a entrada de Kiev no bloco como ameaça para Moscou. O grande problema, repete com frequência, é a aproximação com a Otan, usada como desculpada para invasão do país vizinho.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, após conversa sobre entrada na UE, Kiev, 04 de novembro de 2023.  Foto: ANATOLII STEPANOV / AFP

Do outro lado, a Ucrânia celebrou a notícia. “Foi uma vitória para a Ucrânia e para toda a Europa. Uma vitória que motiva, inspira e fortalece”, escreveu o presidente Volodmir Zelenski no X (antigo Twitter).

O sinal verde para negociar a entrada na UE foi uma vitória do presidente, que vem perdendo gradualmente o apoio dos EUA. No início da semana, ele esteve em Washington, mas não conseguiu convencer os congressistas republicanos a apoiarem um pacote de ajuda militar de US$ 61 bilhões. Sem os americanos, Zelenski depende cada vez mais da ajuda enviada pela Europa./ EFE e AP

A Hungria bloqueou a ajuda de 50 bilhões de euros da União Europeia à Ucrânia na madrugada desta sexta-feira, 15. Mas o primeiro-ministro Viktor Orbán sugere que ainda pode voltar atrás se o bloco liberar os recursos que congelou de Budapeste por violações de valores que considera fundamentais. Trata-se do acesso ao financiamento bilionário para os Estados-membros, que foi condicionado à reformas no país.

Sem consenso, a discussão sobre a ajuda bilionária para Ucrânia deve ficar para o ano que vem. “Dentro de dois meses, talvez mais, vamos nos reunir e ver o que aconteceu”, disse Orbán em entrevista à rádio estatal direto de Bruxelas, onde participa da cúpula da União Europeia. “Se alguém quiser modificar a lei orçamentária, essa será uma boa oportunidade para a Hungria receber o que lhe corresponde. Tudo”, acrescentou.

Sob Orbán, Budapeste se transformou no que o Parlamento Europeu define como uma “autocracia eleitoral”. Isso levou o bloco a congelar boa parte dos recursos que seriam destinados à Hungria por violações do Estado de direito no país. Quase 12 bilhões de euros ainda estão condicionados à reformas que garantam liberdade nas universidades e revisão da controvertida lei anti-LGBT, que compara homossexualidade à pedofilia.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na cúpula de líderes da União Europeia.  Foto: REUTERS / Yves Herman

Outros 10 bilhões de euros foram liberados esta semana, sob o argumento de avanços no sistema judiciário húngaro. Os críticos, por outro lado, veem como uma espécie de suborno em meio à intensa negociação para que Budapeste liberasse as negociações para adesão da Ucrânia, que recebeu sinal verde junto com Moldávia, também ex-república soviética.

Autocrata próximo da Rússia, ele repetiu ao longo das últimas semanas que votaria contra. Ontem, após um intenso esforço de convencimento, saiu da sala para permitir o avanço, justificando se absteve da votação porque, nas palavras de Orbán, não quer fazer parte do que chamou de “decisão errada”.

Hoje, no entanto, disse que ainda terá oportunidades para barrar a entrada de Kiev. Isso porque a decisão desta semana é apenas parte de um longo processo, que requer aprovação de todos os países-membros.

“O argumento decisivo foi que a Hungria não perde nada, dado que a palavra final sobre a adesão da Ucrânia tem de ser dada pelos parlamentos nacionais, 27 parlamentos, incluindo o húngaro”, afirmou Orbán em entrevista à rádio estatal. “Se necessário, pisaremos no freio”, concluiu.

Rússia critica negociação da UE para adesão da Ucrânia

O Kremlin criticou a abertura das negociações para adesão da Ucrânia e Moldávia à União Europeia. “É claro que esta é uma decisão absolutamente politizada”, disse o porta-voz Dmitri Peskov hoje. O russo alegou que os países não cumprem os “critérios rígidos” que o bloco sempre adotou para aceitar novos membros e acrescentou as decisões da UE baseiam-se “em grande parte no desejo de causar ainda mais transtornos à Rússia”.

Apesar das críticas do Kremlin, o presidente Vladimir Putin já disse que não vê a entrada de Kiev no bloco como ameaça para Moscou. O grande problema, repete com frequência, é a aproximação com a Otan, usada como desculpada para invasão do país vizinho.

Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, após conversa sobre entrada na UE, Kiev, 04 de novembro de 2023.  Foto: ANATOLII STEPANOV / AFP

Do outro lado, a Ucrânia celebrou a notícia. “Foi uma vitória para a Ucrânia e para toda a Europa. Uma vitória que motiva, inspira e fortalece”, escreveu o presidente Volodmir Zelenski no X (antigo Twitter).

O sinal verde para negociar a entrada na UE foi uma vitória do presidente, que vem perdendo gradualmente o apoio dos EUA. No início da semana, ele esteve em Washington, mas não conseguiu convencer os congressistas republicanos a apoiarem um pacote de ajuda militar de US$ 61 bilhões. Sem os americanos, Zelenski depende cada vez mais da ajuda enviada pela Europa./ EFE e AP

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