Hungria e Polônia usam a pandemia contra a oposição


Líderes autoritários recebem verba da UE mesmo após ataques frequentes à democracia em seus países

Por Redação

 

Líderes autoritários de todo o mundo vêm usando a pandemia do coronavírus para consolidar o seu poder. Na Europa, os governos de Polônia e Hungria fizeram mais. Ambos conseguiram transformar a crise em um golpe e punir seus oponentes.

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Em um esforço apressado para mostrar que estava fazendo algo durante a crise, a União Europeia direcionou 37 bilhões de euros (cerca de R$ 216 bilhões) para ajudar membros mais pobres do bloco. O resultado é que Hungria e Polônia obtiveram muito mais dinheiro do que Itália ou Espanha, países muito mais afetados pelo vírus.

Segundo o instituto European Stability Initiative, a Itália recebeu 2,3 bilhões de euros, enquanto a Hungria, com um sexto da população italiana e com menos casos da doença, recebeu 5,6 bilhões de euros  – 3,9% de seu PIB. A Polônia recebeu € 7,4 bilhões. A alocação distorcida do dinheiro, com pouca supervisão ou exigência de respeitar o estado de direito, em vez de punir os dois governos, que sempre desafiaram os valores democráticos na Europa, parece uma recompensa. 

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas Foto: Bernadett Szabo/Reuters
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Na Hungria, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas – por decreto, ele direcionou todo o imposto dessas companhias que estão em redutos opositores para o governo central.

Já o governo da Polônia, liderado pelo Partido Lei e Justiça (PiS), planeja seguir com as eleições presidenciais, marcadas para 10 de maio, apesar de um bloqueio que impede os candidatos de oposição de fazerem campanha. O governo ainda pressiona o Parlamento para que aprove um projeto de lei para exigir que todos os 30 milhões de eleitores votem por meio de uma cédula postal, o que o serviço de correios considera absurdo e impossível. 

A iniciativa é criticada pelo chefe da Comissão Nacional Eleitoral, o juiz Sylwester Marciniak, e por seu antecessor, o juiz Wojciech Hermelinski. “É contra todas as regras”, disse Hermelinski à emissora TVN24. “Essas eleições não serão universais, parciais, anônimas”, afirmou. 

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No entanto, o presidente polonês, Andrzej Duda, apoiado pelo PiS, não pretende desistir. O líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, disse que adiar a eleição em um ano poderia comprometer uma vitória de Duda, pois a Polônia estaria passando por uma recessão. 

Na sexta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando os dois governos ao dizer que ambos adotam medidas “totalmente incompatíveis com os valores europeus”. Até agora, Polônia e Hungria têm evitado sanções da UE, que devem ser aprovadas por unanimidade – poloneses e húngaros se ajudam, revezando o veto às punições. Autoridades europeias já tiveram três audiências com a Polônia e duas com a Hungria, mas não houve acordo. / NYT

 

Líderes autoritários de todo o mundo vêm usando a pandemia do coronavírus para consolidar o seu poder. Na Europa, os governos de Polônia e Hungria fizeram mais. Ambos conseguiram transformar a crise em um golpe e punir seus oponentes.

Em um esforço apressado para mostrar que estava fazendo algo durante a crise, a União Europeia direcionou 37 bilhões de euros (cerca de R$ 216 bilhões) para ajudar membros mais pobres do bloco. O resultado é que Hungria e Polônia obtiveram muito mais dinheiro do que Itália ou Espanha, países muito mais afetados pelo vírus.

Segundo o instituto European Stability Initiative, a Itália recebeu 2,3 bilhões de euros, enquanto a Hungria, com um sexto da população italiana e com menos casos da doença, recebeu 5,6 bilhões de euros  – 3,9% de seu PIB. A Polônia recebeu € 7,4 bilhões. A alocação distorcida do dinheiro, com pouca supervisão ou exigência de respeitar o estado de direito, em vez de punir os dois governos, que sempre desafiaram os valores democráticos na Europa, parece uma recompensa. 

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas Foto: Bernadett Szabo/Reuters

Na Hungria, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas – por decreto, ele direcionou todo o imposto dessas companhias que estão em redutos opositores para o governo central.

Já o governo da Polônia, liderado pelo Partido Lei e Justiça (PiS), planeja seguir com as eleições presidenciais, marcadas para 10 de maio, apesar de um bloqueio que impede os candidatos de oposição de fazerem campanha. O governo ainda pressiona o Parlamento para que aprove um projeto de lei para exigir que todos os 30 milhões de eleitores votem por meio de uma cédula postal, o que o serviço de correios considera absurdo e impossível. 

A iniciativa é criticada pelo chefe da Comissão Nacional Eleitoral, o juiz Sylwester Marciniak, e por seu antecessor, o juiz Wojciech Hermelinski. “É contra todas as regras”, disse Hermelinski à emissora TVN24. “Essas eleições não serão universais, parciais, anônimas”, afirmou. 

No entanto, o presidente polonês, Andrzej Duda, apoiado pelo PiS, não pretende desistir. O líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, disse que adiar a eleição em um ano poderia comprometer uma vitória de Duda, pois a Polônia estaria passando por uma recessão. 

Na sexta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando os dois governos ao dizer que ambos adotam medidas “totalmente incompatíveis com os valores europeus”. Até agora, Polônia e Hungria têm evitado sanções da UE, que devem ser aprovadas por unanimidade – poloneses e húngaros se ajudam, revezando o veto às punições. Autoridades europeias já tiveram três audiências com a Polônia e duas com a Hungria, mas não houve acordo. / NYT

 

Líderes autoritários de todo o mundo vêm usando a pandemia do coronavírus para consolidar o seu poder. Na Europa, os governos de Polônia e Hungria fizeram mais. Ambos conseguiram transformar a crise em um golpe e punir seus oponentes.

Em um esforço apressado para mostrar que estava fazendo algo durante a crise, a União Europeia direcionou 37 bilhões de euros (cerca de R$ 216 bilhões) para ajudar membros mais pobres do bloco. O resultado é que Hungria e Polônia obtiveram muito mais dinheiro do que Itália ou Espanha, países muito mais afetados pelo vírus.

Segundo o instituto European Stability Initiative, a Itália recebeu 2,3 bilhões de euros, enquanto a Hungria, com um sexto da população italiana e com menos casos da doença, recebeu 5,6 bilhões de euros  – 3,9% de seu PIB. A Polônia recebeu € 7,4 bilhões. A alocação distorcida do dinheiro, com pouca supervisão ou exigência de respeitar o estado de direito, em vez de punir os dois governos, que sempre desafiaram os valores democráticos na Europa, parece uma recompensa. 

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas Foto: Bernadett Szabo/Reuters

Na Hungria, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas – por decreto, ele direcionou todo o imposto dessas companhias que estão em redutos opositores para o governo central.

Já o governo da Polônia, liderado pelo Partido Lei e Justiça (PiS), planeja seguir com as eleições presidenciais, marcadas para 10 de maio, apesar de um bloqueio que impede os candidatos de oposição de fazerem campanha. O governo ainda pressiona o Parlamento para que aprove um projeto de lei para exigir que todos os 30 milhões de eleitores votem por meio de uma cédula postal, o que o serviço de correios considera absurdo e impossível. 

A iniciativa é criticada pelo chefe da Comissão Nacional Eleitoral, o juiz Sylwester Marciniak, e por seu antecessor, o juiz Wojciech Hermelinski. “É contra todas as regras”, disse Hermelinski à emissora TVN24. “Essas eleições não serão universais, parciais, anônimas”, afirmou. 

No entanto, o presidente polonês, Andrzej Duda, apoiado pelo PiS, não pretende desistir. O líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, disse que adiar a eleição em um ano poderia comprometer uma vitória de Duda, pois a Polônia estaria passando por uma recessão. 

Na sexta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando os dois governos ao dizer que ambos adotam medidas “totalmente incompatíveis com os valores europeus”. Até agora, Polônia e Hungria têm evitado sanções da UE, que devem ser aprovadas por unanimidade – poloneses e húngaros se ajudam, revezando o veto às punições. Autoridades europeias já tiveram três audiências com a Polônia e duas com a Hungria, mas não houve acordo. / NYT

 

Líderes autoritários de todo o mundo vêm usando a pandemia do coronavírus para consolidar o seu poder. Na Europa, os governos de Polônia e Hungria fizeram mais. Ambos conseguiram transformar a crise em um golpe e punir seus oponentes.

Em um esforço apressado para mostrar que estava fazendo algo durante a crise, a União Europeia direcionou 37 bilhões de euros (cerca de R$ 216 bilhões) para ajudar membros mais pobres do bloco. O resultado é que Hungria e Polônia obtiveram muito mais dinheiro do que Itália ou Espanha, países muito mais afetados pelo vírus.

Segundo o instituto European Stability Initiative, a Itália recebeu 2,3 bilhões de euros, enquanto a Hungria, com um sexto da população italiana e com menos casos da doença, recebeu 5,6 bilhões de euros  – 3,9% de seu PIB. A Polônia recebeu € 7,4 bilhões. A alocação distorcida do dinheiro, com pouca supervisão ou exigência de respeitar o estado de direito, em vez de punir os dois governos, que sempre desafiaram os valores democráticos na Europa, parece uma recompensa. 

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas Foto: Bernadett Szabo/Reuters

Na Hungria, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas – por decreto, ele direcionou todo o imposto dessas companhias que estão em redutos opositores para o governo central.

Já o governo da Polônia, liderado pelo Partido Lei e Justiça (PiS), planeja seguir com as eleições presidenciais, marcadas para 10 de maio, apesar de um bloqueio que impede os candidatos de oposição de fazerem campanha. O governo ainda pressiona o Parlamento para que aprove um projeto de lei para exigir que todos os 30 milhões de eleitores votem por meio de uma cédula postal, o que o serviço de correios considera absurdo e impossível. 

A iniciativa é criticada pelo chefe da Comissão Nacional Eleitoral, o juiz Sylwester Marciniak, e por seu antecessor, o juiz Wojciech Hermelinski. “É contra todas as regras”, disse Hermelinski à emissora TVN24. “Essas eleições não serão universais, parciais, anônimas”, afirmou. 

No entanto, o presidente polonês, Andrzej Duda, apoiado pelo PiS, não pretende desistir. O líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, disse que adiar a eleição em um ano poderia comprometer uma vitória de Duda, pois a Polônia estaria passando por uma recessão. 

Na sexta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando os dois governos ao dizer que ambos adotam medidas “totalmente incompatíveis com os valores europeus”. Até agora, Polônia e Hungria têm evitado sanções da UE, que devem ser aprovadas por unanimidade – poloneses e húngaros se ajudam, revezando o veto às punições. Autoridades europeias já tiveram três audiências com a Polônia e duas com a Hungria, mas não houve acordo. / NYT

 

Líderes autoritários de todo o mundo vêm usando a pandemia do coronavírus para consolidar o seu poder. Na Europa, os governos de Polônia e Hungria fizeram mais. Ambos conseguiram transformar a crise em um golpe e punir seus oponentes.

Em um esforço apressado para mostrar que estava fazendo algo durante a crise, a União Europeia direcionou 37 bilhões de euros (cerca de R$ 216 bilhões) para ajudar membros mais pobres do bloco. O resultado é que Hungria e Polônia obtiveram muito mais dinheiro do que Itália ou Espanha, países muito mais afetados pelo vírus.

Segundo o instituto European Stability Initiative, a Itália recebeu 2,3 bilhões de euros, enquanto a Hungria, com um sexto da população italiana e com menos casos da doença, recebeu 5,6 bilhões de euros  – 3,9% de seu PIB. A Polônia recebeu € 7,4 bilhões. A alocação distorcida do dinheiro, com pouca supervisão ou exigência de respeitar o estado de direito, em vez de punir os dois governos, que sempre desafiaram os valores democráticos na Europa, parece uma recompensa. 

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas Foto: Bernadett Szabo/Reuters

Na Hungria, o primeiro-ministro, Viktor Orbán, exerce seus poderes especiais de emergência concedidos pelo Parlamento, controlado por ele, negando aos prefeitos da oposição a receita tributária de empresas – por decreto, ele direcionou todo o imposto dessas companhias que estão em redutos opositores para o governo central.

Já o governo da Polônia, liderado pelo Partido Lei e Justiça (PiS), planeja seguir com as eleições presidenciais, marcadas para 10 de maio, apesar de um bloqueio que impede os candidatos de oposição de fazerem campanha. O governo ainda pressiona o Parlamento para que aprove um projeto de lei para exigir que todos os 30 milhões de eleitores votem por meio de uma cédula postal, o que o serviço de correios considera absurdo e impossível. 

A iniciativa é criticada pelo chefe da Comissão Nacional Eleitoral, o juiz Sylwester Marciniak, e por seu antecessor, o juiz Wojciech Hermelinski. “É contra todas as regras”, disse Hermelinski à emissora TVN24. “Essas eleições não serão universais, parciais, anônimas”, afirmou. 

No entanto, o presidente polonês, Andrzej Duda, apoiado pelo PiS, não pretende desistir. O líder do partido, Jaroslaw Kaczynski, disse que adiar a eleição em um ano poderia comprometer uma vitória de Duda, pois a Polônia estaria passando por uma recessão. 

Na sexta-feira, o Parlamento Europeu aprovou uma resolução criticando os dois governos ao dizer que ambos adotam medidas “totalmente incompatíveis com os valores europeus”. Até agora, Polônia e Hungria têm evitado sanções da UE, que devem ser aprovadas por unanimidade – poloneses e húngaros se ajudam, revezando o veto às punições. Autoridades europeias já tiveram três audiências com a Polônia e duas com a Hungria, mas não houve acordo. / NYT

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