UE cede à Hungria e fecha acordo parcial sobre veto a petróleo russo


Embargo em retaliação à guerra na Ucrânia deixa de fora todo o petróleo que chega ao bloco por oleoduto e abrange a importação por via marítima

Por Emily Rauhala e Quentin Áries
Atualização:

BRUXELAS - Os líderes da União Europeia alcançaram na noite desta segunda-feira, 30, um acordo sobre o embargo “a mais de dois terços” de suas compras de petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma mensagem no Twitter.

Ele concordaram que o embargo ao petróleo russo em retaliação à guerra na Ucrânia deixa de fora todo o petróleo que chega ao bloco por oleoduto e abrange a importação por via marítima, uma demanda da Hungria apoiada pela Eslováquia e pela República Checa.

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“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”, escreveu Michel.

Imagem mostra cúpula da União Europeia em Bruxelas assistindo o discurso do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, nesta segunda-feira, 30. Líderes discutem medidas de apoio à Ucrânia Foto: Olivier Matthys / AP

O anúncio foi feito após mais uma rodada frustrada, mais cedo, que não tinha conseguido chegar a um acordo para eliminar gradualmente as importações de petróleo da Rússia, como é planejado desde o início deste mês. Os embaixadores do bloco se reuniram na manhã desta segunda-feira, 30, para negociar, mas a oposição da Hungria à medida mantinha o acordo em suspenso. Enquanto isso, os países europeus continuavam comprando o combustível.

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Na cúpula de dois dias do Conselho Europeu sobre a guerra na Ucrânia, que começou à tarde desta segunda-feira em Bruxelas, os líderes da UE iniciaram então as discussões sobre o plano de sanções diluído - que proibiria entregas marítimas do combustível, mas isentaria os oleodutos.

Sob anonimato, um alto funcionário da UE havia dito ao The Washington Post que o Conselho Europeu esperava chegar a um acordo político sobre a proposta ainda nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada à cúpula, saudou a decisão de deixar o petróleo do oleoduto isento das sanções - uma ideia que partiu dos próprios húngaros -, mas disse que também precisa de garantias de que o fornecimento ao seu país estará protegido se algo acontecer ao oleoduto, que atravessa a Ucrânia para chegar à Hungria.

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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia dito que eventualmente haveria um acordo.

No início da cúpula, os líderes da UE ouviram um discurso virtual a portas fechadas do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. O presidente do Conselho Europeu agradeceu a Zelenski pelos comentários “sinceros”. “Vamos aumentar sua liquidez [financeira] e ajudá-lo a reconstruir a Ucrânia”, disse ele no Twitter. “Continuaremos a reforçar sua capacidade de defender seu povo e seu país.”

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Embora as autoridades e líderes da UE queiram manter o foco da cúpula no apoio à Ucrânia, o fato dos países europeus continuarem comprando grandes quantidades de petróleo russo, financiando o Kremlin, foi inescapável das discussões.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, os Estados-membros da UE procuram maneiras de eliminar os combustíveis fósseis russos sem comprometer a energia em toda a Europa. Eles concordaram em eliminar gradualmente o carvão, mas as negociações sobre o petróleo ficaram cada vez mais difíceis.

Orbán comparou a proibição do petróleo russo ao lançamento de uma “bomba nuclear” na economia do país e pediu insistentemente mais tempo e dinheiro para atualizar a infraestrutura petrolífera do país - que, por não ter litoral, depende do oleoduto russo para receber o combustível. O líder húngaro garantiu então concessões e a Europa demonstrou disposição para concedê-las à Hungria e a outros países que possuem dependência dos oleodutos, mas autoridades e diplomatas afirmaram que Orbán pressionava por mais.

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Alguns afirmam que Orbán, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin na Europa, parece usar a situação para revidar a posição da União Europeia de bloquear dinheiro do país por conta dos retrocessos democráticos.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada da cúpula da União Europeia nesta segunda-feira, 30, em Bruxelas Foto: Johanna Geron/Reuters

A proposta aprovada pelas autoridades europeias deve manter o fluxo de petróleo da Rússia para vários países do bloco, incluindo a Hungria. O projeto não estabeleceu um cronograma para a duração da isenção.

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A manutenção do escoamento de petróleo através dos oleodutos suavizaria o impacto das sanções contra o combustível. Com essa proposta, o abastecimento via oleodutos continuaria contínuo através da rede Druzhba, que, de um lado, atravessa Belarus em direção à Polônia e Alemanha e, do outro, atravessa a Ucrânia para ir à Eslováquia, República Checa e Hungria.

Como a Polônia e a Alemanha se comprometeram em eliminar as compras de petróleo russo este ano, teoricamente, a Europa conseguiria reduzir as importações ainda mais.

No entanto, não há dúvida de que a proposta que livra os oleodutos - e a mensagem que ele envia - são uma bênção para a Rússia./W.POST, AP, EFE e AFP

BRUXELAS - Os líderes da União Europeia alcançaram na noite desta segunda-feira, 30, um acordo sobre o embargo “a mais de dois terços” de suas compras de petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma mensagem no Twitter.

Ele concordaram que o embargo ao petróleo russo em retaliação à guerra na Ucrânia deixa de fora todo o petróleo que chega ao bloco por oleoduto e abrange a importação por via marítima, uma demanda da Hungria apoiada pela Eslováquia e pela República Checa.

“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”, escreveu Michel.

Imagem mostra cúpula da União Europeia em Bruxelas assistindo o discurso do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, nesta segunda-feira, 30. Líderes discutem medidas de apoio à Ucrânia Foto: Olivier Matthys / AP

O anúncio foi feito após mais uma rodada frustrada, mais cedo, que não tinha conseguido chegar a um acordo para eliminar gradualmente as importações de petróleo da Rússia, como é planejado desde o início deste mês. Os embaixadores do bloco se reuniram na manhã desta segunda-feira, 30, para negociar, mas a oposição da Hungria à medida mantinha o acordo em suspenso. Enquanto isso, os países europeus continuavam comprando o combustível.

Na cúpula de dois dias do Conselho Europeu sobre a guerra na Ucrânia, que começou à tarde desta segunda-feira em Bruxelas, os líderes da UE iniciaram então as discussões sobre o plano de sanções diluído - que proibiria entregas marítimas do combustível, mas isentaria os oleodutos.

Sob anonimato, um alto funcionário da UE havia dito ao The Washington Post que o Conselho Europeu esperava chegar a um acordo político sobre a proposta ainda nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada à cúpula, saudou a decisão de deixar o petróleo do oleoduto isento das sanções - uma ideia que partiu dos próprios húngaros -, mas disse que também precisa de garantias de que o fornecimento ao seu país estará protegido se algo acontecer ao oleoduto, que atravessa a Ucrânia para chegar à Hungria.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia dito que eventualmente haveria um acordo.

No início da cúpula, os líderes da UE ouviram um discurso virtual a portas fechadas do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. O presidente do Conselho Europeu agradeceu a Zelenski pelos comentários “sinceros”. “Vamos aumentar sua liquidez [financeira] e ajudá-lo a reconstruir a Ucrânia”, disse ele no Twitter. “Continuaremos a reforçar sua capacidade de defender seu povo e seu país.”

Embora as autoridades e líderes da UE queiram manter o foco da cúpula no apoio à Ucrânia, o fato dos países europeus continuarem comprando grandes quantidades de petróleo russo, financiando o Kremlin, foi inescapável das discussões.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, os Estados-membros da UE procuram maneiras de eliminar os combustíveis fósseis russos sem comprometer a energia em toda a Europa. Eles concordaram em eliminar gradualmente o carvão, mas as negociações sobre o petróleo ficaram cada vez mais difíceis.

Orbán comparou a proibição do petróleo russo ao lançamento de uma “bomba nuclear” na economia do país e pediu insistentemente mais tempo e dinheiro para atualizar a infraestrutura petrolífera do país - que, por não ter litoral, depende do oleoduto russo para receber o combustível. O líder húngaro garantiu então concessões e a Europa demonstrou disposição para concedê-las à Hungria e a outros países que possuem dependência dos oleodutos, mas autoridades e diplomatas afirmaram que Orbán pressionava por mais.

Alguns afirmam que Orbán, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin na Europa, parece usar a situação para revidar a posição da União Europeia de bloquear dinheiro do país por conta dos retrocessos democráticos.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada da cúpula da União Europeia nesta segunda-feira, 30, em Bruxelas Foto: Johanna Geron/Reuters

A proposta aprovada pelas autoridades europeias deve manter o fluxo de petróleo da Rússia para vários países do bloco, incluindo a Hungria. O projeto não estabeleceu um cronograma para a duração da isenção.

A manutenção do escoamento de petróleo através dos oleodutos suavizaria o impacto das sanções contra o combustível. Com essa proposta, o abastecimento via oleodutos continuaria contínuo através da rede Druzhba, que, de um lado, atravessa Belarus em direção à Polônia e Alemanha e, do outro, atravessa a Ucrânia para ir à Eslováquia, República Checa e Hungria.

Como a Polônia e a Alemanha se comprometeram em eliminar as compras de petróleo russo este ano, teoricamente, a Europa conseguiria reduzir as importações ainda mais.

No entanto, não há dúvida de que a proposta que livra os oleodutos - e a mensagem que ele envia - são uma bênção para a Rússia./W.POST, AP, EFE e AFP

BRUXELAS - Os líderes da União Europeia alcançaram na noite desta segunda-feira, 30, um acordo sobre o embargo “a mais de dois terços” de suas compras de petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma mensagem no Twitter.

Ele concordaram que o embargo ao petróleo russo em retaliação à guerra na Ucrânia deixa de fora todo o petróleo que chega ao bloco por oleoduto e abrange a importação por via marítima, uma demanda da Hungria apoiada pela Eslováquia e pela República Checa.

“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”, escreveu Michel.

Imagem mostra cúpula da União Europeia em Bruxelas assistindo o discurso do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, nesta segunda-feira, 30. Líderes discutem medidas de apoio à Ucrânia Foto: Olivier Matthys / AP

O anúncio foi feito após mais uma rodada frustrada, mais cedo, que não tinha conseguido chegar a um acordo para eliminar gradualmente as importações de petróleo da Rússia, como é planejado desde o início deste mês. Os embaixadores do bloco se reuniram na manhã desta segunda-feira, 30, para negociar, mas a oposição da Hungria à medida mantinha o acordo em suspenso. Enquanto isso, os países europeus continuavam comprando o combustível.

Na cúpula de dois dias do Conselho Europeu sobre a guerra na Ucrânia, que começou à tarde desta segunda-feira em Bruxelas, os líderes da UE iniciaram então as discussões sobre o plano de sanções diluído - que proibiria entregas marítimas do combustível, mas isentaria os oleodutos.

Sob anonimato, um alto funcionário da UE havia dito ao The Washington Post que o Conselho Europeu esperava chegar a um acordo político sobre a proposta ainda nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada à cúpula, saudou a decisão de deixar o petróleo do oleoduto isento das sanções - uma ideia que partiu dos próprios húngaros -, mas disse que também precisa de garantias de que o fornecimento ao seu país estará protegido se algo acontecer ao oleoduto, que atravessa a Ucrânia para chegar à Hungria.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia dito que eventualmente haveria um acordo.

No início da cúpula, os líderes da UE ouviram um discurso virtual a portas fechadas do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. O presidente do Conselho Europeu agradeceu a Zelenski pelos comentários “sinceros”. “Vamos aumentar sua liquidez [financeira] e ajudá-lo a reconstruir a Ucrânia”, disse ele no Twitter. “Continuaremos a reforçar sua capacidade de defender seu povo e seu país.”

Embora as autoridades e líderes da UE queiram manter o foco da cúpula no apoio à Ucrânia, o fato dos países europeus continuarem comprando grandes quantidades de petróleo russo, financiando o Kremlin, foi inescapável das discussões.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, os Estados-membros da UE procuram maneiras de eliminar os combustíveis fósseis russos sem comprometer a energia em toda a Europa. Eles concordaram em eliminar gradualmente o carvão, mas as negociações sobre o petróleo ficaram cada vez mais difíceis.

Orbán comparou a proibição do petróleo russo ao lançamento de uma “bomba nuclear” na economia do país e pediu insistentemente mais tempo e dinheiro para atualizar a infraestrutura petrolífera do país - que, por não ter litoral, depende do oleoduto russo para receber o combustível. O líder húngaro garantiu então concessões e a Europa demonstrou disposição para concedê-las à Hungria e a outros países que possuem dependência dos oleodutos, mas autoridades e diplomatas afirmaram que Orbán pressionava por mais.

Alguns afirmam que Orbán, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin na Europa, parece usar a situação para revidar a posição da União Europeia de bloquear dinheiro do país por conta dos retrocessos democráticos.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada da cúpula da União Europeia nesta segunda-feira, 30, em Bruxelas Foto: Johanna Geron/Reuters

A proposta aprovada pelas autoridades europeias deve manter o fluxo de petróleo da Rússia para vários países do bloco, incluindo a Hungria. O projeto não estabeleceu um cronograma para a duração da isenção.

A manutenção do escoamento de petróleo através dos oleodutos suavizaria o impacto das sanções contra o combustível. Com essa proposta, o abastecimento via oleodutos continuaria contínuo através da rede Druzhba, que, de um lado, atravessa Belarus em direção à Polônia e Alemanha e, do outro, atravessa a Ucrânia para ir à Eslováquia, República Checa e Hungria.

Como a Polônia e a Alemanha se comprometeram em eliminar as compras de petróleo russo este ano, teoricamente, a Europa conseguiria reduzir as importações ainda mais.

No entanto, não há dúvida de que a proposta que livra os oleodutos - e a mensagem que ele envia - são uma bênção para a Rússia./W.POST, AP, EFE e AFP

BRUXELAS - Os líderes da União Europeia alcançaram na noite desta segunda-feira, 30, um acordo sobre o embargo “a mais de dois terços” de suas compras de petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma mensagem no Twitter.

Ele concordaram que o embargo ao petróleo russo em retaliação à guerra na Ucrânia deixa de fora todo o petróleo que chega ao bloco por oleoduto e abrange a importação por via marítima, uma demanda da Hungria apoiada pela Eslováquia e pela República Checa.

“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”, escreveu Michel.

Imagem mostra cúpula da União Europeia em Bruxelas assistindo o discurso do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, nesta segunda-feira, 30. Líderes discutem medidas de apoio à Ucrânia Foto: Olivier Matthys / AP

O anúncio foi feito após mais uma rodada frustrada, mais cedo, que não tinha conseguido chegar a um acordo para eliminar gradualmente as importações de petróleo da Rússia, como é planejado desde o início deste mês. Os embaixadores do bloco se reuniram na manhã desta segunda-feira, 30, para negociar, mas a oposição da Hungria à medida mantinha o acordo em suspenso. Enquanto isso, os países europeus continuavam comprando o combustível.

Na cúpula de dois dias do Conselho Europeu sobre a guerra na Ucrânia, que começou à tarde desta segunda-feira em Bruxelas, os líderes da UE iniciaram então as discussões sobre o plano de sanções diluído - que proibiria entregas marítimas do combustível, mas isentaria os oleodutos.

Sob anonimato, um alto funcionário da UE havia dito ao The Washington Post que o Conselho Europeu esperava chegar a um acordo político sobre a proposta ainda nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada à cúpula, saudou a decisão de deixar o petróleo do oleoduto isento das sanções - uma ideia que partiu dos próprios húngaros -, mas disse que também precisa de garantias de que o fornecimento ao seu país estará protegido se algo acontecer ao oleoduto, que atravessa a Ucrânia para chegar à Hungria.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia dito que eventualmente haveria um acordo.

No início da cúpula, os líderes da UE ouviram um discurso virtual a portas fechadas do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. O presidente do Conselho Europeu agradeceu a Zelenski pelos comentários “sinceros”. “Vamos aumentar sua liquidez [financeira] e ajudá-lo a reconstruir a Ucrânia”, disse ele no Twitter. “Continuaremos a reforçar sua capacidade de defender seu povo e seu país.”

Embora as autoridades e líderes da UE queiram manter o foco da cúpula no apoio à Ucrânia, o fato dos países europeus continuarem comprando grandes quantidades de petróleo russo, financiando o Kremlin, foi inescapável das discussões.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, os Estados-membros da UE procuram maneiras de eliminar os combustíveis fósseis russos sem comprometer a energia em toda a Europa. Eles concordaram em eliminar gradualmente o carvão, mas as negociações sobre o petróleo ficaram cada vez mais difíceis.

Orbán comparou a proibição do petróleo russo ao lançamento de uma “bomba nuclear” na economia do país e pediu insistentemente mais tempo e dinheiro para atualizar a infraestrutura petrolífera do país - que, por não ter litoral, depende do oleoduto russo para receber o combustível. O líder húngaro garantiu então concessões e a Europa demonstrou disposição para concedê-las à Hungria e a outros países que possuem dependência dos oleodutos, mas autoridades e diplomatas afirmaram que Orbán pressionava por mais.

Alguns afirmam que Orbán, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin na Europa, parece usar a situação para revidar a posição da União Europeia de bloquear dinheiro do país por conta dos retrocessos democráticos.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada da cúpula da União Europeia nesta segunda-feira, 30, em Bruxelas Foto: Johanna Geron/Reuters

A proposta aprovada pelas autoridades europeias deve manter o fluxo de petróleo da Rússia para vários países do bloco, incluindo a Hungria. O projeto não estabeleceu um cronograma para a duração da isenção.

A manutenção do escoamento de petróleo através dos oleodutos suavizaria o impacto das sanções contra o combustível. Com essa proposta, o abastecimento via oleodutos continuaria contínuo através da rede Druzhba, que, de um lado, atravessa Belarus em direção à Polônia e Alemanha e, do outro, atravessa a Ucrânia para ir à Eslováquia, República Checa e Hungria.

Como a Polônia e a Alemanha se comprometeram em eliminar as compras de petróleo russo este ano, teoricamente, a Europa conseguiria reduzir as importações ainda mais.

No entanto, não há dúvida de que a proposta que livra os oleodutos - e a mensagem que ele envia - são uma bênção para a Rússia./W.POST, AP, EFE e AFP

BRUXELAS - Os líderes da União Europeia alcançaram na noite desta segunda-feira, 30, um acordo sobre o embargo “a mais de dois terços” de suas compras de petróleo russo, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma mensagem no Twitter.

Ele concordaram que o embargo ao petróleo russo em retaliação à guerra na Ucrânia deixa de fora todo o petróleo que chega ao bloco por oleoduto e abrange a importação por via marítima, uma demanda da Hungria apoiada pela Eslováquia e pela República Checa.

“Acordo para proibir a exportação de petróleo russo para a UE. Isso cobre imediatamente mais de 2/3 das importações de petróleo da Rússia, cortando uma enorme fonte de financiamento para sua máquina de guerra”, escreveu Michel.

Imagem mostra cúpula da União Europeia em Bruxelas assistindo o discurso do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, nesta segunda-feira, 30. Líderes discutem medidas de apoio à Ucrânia Foto: Olivier Matthys / AP

O anúncio foi feito após mais uma rodada frustrada, mais cedo, que não tinha conseguido chegar a um acordo para eliminar gradualmente as importações de petróleo da Rússia, como é planejado desde o início deste mês. Os embaixadores do bloco se reuniram na manhã desta segunda-feira, 30, para negociar, mas a oposição da Hungria à medida mantinha o acordo em suspenso. Enquanto isso, os países europeus continuavam comprando o combustível.

Na cúpula de dois dias do Conselho Europeu sobre a guerra na Ucrânia, que começou à tarde desta segunda-feira em Bruxelas, os líderes da UE iniciaram então as discussões sobre o plano de sanções diluído - que proibiria entregas marítimas do combustível, mas isentaria os oleodutos.

Sob anonimato, um alto funcionário da UE havia dito ao The Washington Post que o Conselho Europeu esperava chegar a um acordo político sobre a proposta ainda nesta segunda-feira.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada à cúpula, saudou a decisão de deixar o petróleo do oleoduto isento das sanções - uma ideia que partiu dos próprios húngaros -, mas disse que também precisa de garantias de que o fornecimento ao seu país estará protegido se algo acontecer ao oleoduto, que atravessa a Ucrânia para chegar à Hungria.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, havia dito que eventualmente haveria um acordo.

No início da cúpula, os líderes da UE ouviram um discurso virtual a portas fechadas do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski. O presidente do Conselho Europeu agradeceu a Zelenski pelos comentários “sinceros”. “Vamos aumentar sua liquidez [financeira] e ajudá-lo a reconstruir a Ucrânia”, disse ele no Twitter. “Continuaremos a reforçar sua capacidade de defender seu povo e seu país.”

Embora as autoridades e líderes da UE queiram manter o foco da cúpula no apoio à Ucrânia, o fato dos países europeus continuarem comprando grandes quantidades de petróleo russo, financiando o Kremlin, foi inescapável das discussões.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, os Estados-membros da UE procuram maneiras de eliminar os combustíveis fósseis russos sem comprometer a energia em toda a Europa. Eles concordaram em eliminar gradualmente o carvão, mas as negociações sobre o petróleo ficaram cada vez mais difíceis.

Orbán comparou a proibição do petróleo russo ao lançamento de uma “bomba nuclear” na economia do país e pediu insistentemente mais tempo e dinheiro para atualizar a infraestrutura petrolífera do país - que, por não ter litoral, depende do oleoduto russo para receber o combustível. O líder húngaro garantiu então concessões e a Europa demonstrou disposição para concedê-las à Hungria e a outros países que possuem dependência dos oleodutos, mas autoridades e diplomatas afirmaram que Orbán pressionava por mais.

Alguns afirmam que Orbán, um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin na Europa, parece usar a situação para revidar a posição da União Europeia de bloquear dinheiro do país por conta dos retrocessos democráticos.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, na chegada da cúpula da União Europeia nesta segunda-feira, 30, em Bruxelas Foto: Johanna Geron/Reuters

A proposta aprovada pelas autoridades europeias deve manter o fluxo de petróleo da Rússia para vários países do bloco, incluindo a Hungria. O projeto não estabeleceu um cronograma para a duração da isenção.

A manutenção do escoamento de petróleo através dos oleodutos suavizaria o impacto das sanções contra o combustível. Com essa proposta, o abastecimento via oleodutos continuaria contínuo através da rede Druzhba, que, de um lado, atravessa Belarus em direção à Polônia e Alemanha e, do outro, atravessa a Ucrânia para ir à Eslováquia, República Checa e Hungria.

Como a Polônia e a Alemanha se comprometeram em eliminar as compras de petróleo russo este ano, teoricamente, a Europa conseguiria reduzir as importações ainda mais.

No entanto, não há dúvida de que a proposta que livra os oleodutos - e a mensagem que ele envia - são uma bênção para a Rússia./W.POST, AP, EFE e AFP

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