BEIRUTE - A fotografia do sírio Abdel Hameed Alyousef segurando seus filhos gêmeos de 9 meses mortos após o ataque com armas químicas na Síria tornou-se um símbolo da última tragédia da guerra síria. Com os meninos Aya e Ahmed, um em cada braço, Alyousef segurou as lágrimas ao se despedir deles: "Adeus, bebês, adeus", disse abraçado aos corpos das crianças já sem vida.
O sírio não apenas perdeu seus dois filhos, mas também sua mulher, dois irmãos, dois sobrinhos e uma sobrinha no ataque de terça-feira com armas químicas no povoado de Khan Sheikhoun, onde morreram 86 pessoas.
Nas imagens compartilhadas com a agência Associated Press, Alyousef está sentado em uma van com os gêmeos, com olhos arroxeados, e pede a sua prima Alaa que grave o vídeo de sua despedida.
Alyousef relatou à Associated Press que quando o bombardeio ocorreu, ele estava com os filhos e os retirou de casa junto com sua mulher. "Estavam conscientes no início, mas dez minutos depois percebemos o cheiro", contou o sírio, um comerciante de 29 anos. Os gêmeos e sua mulher, Dalal Ahmed, começaram a se sentir mal.
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Um bombardeio aéreo que liberou um gás tóxico matou pelo menos 58 pessoas em Khan Shekhun, na Síria, nesta terça-feira. Em seguida, o hospital que atendia as vítimas foi bombardeado.
Ele os levou aos paramédicos, acreditando que estavam bem, e retornou à casa para buscar pelos outros parentes. Encontrou os corpos de seus irmãos e sobrinhos, assim como de vizinhos e amigos. "Não consegui salvar ninguém. Todos estão mortos", disse.
"Alyousef está muito mal", disse sua prima Alaa. Ele está recebendo tratamento por também ter sido exposto a uma substância neurotóxica. "Mas ele está especialmente mal por sua grande perda." / AP