Impacto do surto de covid-19 na economia preocupa autoridades do PC da China


Em alerta atípico, primeiro-ministro chinês diz que país enfrenta ‘desafios sombrios’ na economia

Por Lily Kuo

THE WASHINGTON POST - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, declarou em uma reunião de emergência na quarta-feira, 25, que a economia chinesa enfrenta “desafios sombrios”. O alerta severo atípico é dado no momento em que as tentativas para conter o coronavírus paralisaram partes da segunda maior economia do mundo.

O primeiro-ministro, juntamente com outros altos funcionários, conversou com mais de 100 mil representantes dos níveis de governo provinciais, municipais e distritais em uma teleconferência organizada pelo gabinete da China, segundo relatos da mídia estatal.

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Li pediu aos governos locais que ajudem a estabilizar a economia, que, segundo ele, está sob o risco de contrair durante o segundo trimestre.

Funcionários do governo em roupas com proteção ajudam a monitorar bairro residencial fechado em meio a um surto de covid-19 em Xangai. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Citando fatores imprevistos, como surtos contínuos de coronavírus e a guerra na Ucrânia, Li disse que seu principal objetivo é garantir que a economia cresça no segundo trimestre.

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“Essa meta não é alta e é muito pior do que a meta de crescimento de 5,5% que propusemos no início do ano”, disse ele, referindo-se à meta de crescimento do PIB em 2022. “Mas é baseado na realidade e é o que devemos fazer”, disse ele, de acordo com uma transcrição de seu discurso postada online.

Li disse que muitas organizações internacionais revisaram para baixo suas expectativas para o crescimento da China – com o grupo UBS reduzindo sua previsão para 3% este ano. “Não podemos aceitar isso”, disse ele, observando que a economia desacelerou muito apenas uma vez, em 1990, nos últimos 40 anos.

Seus comentários, feitos em uma reunião incomum por sua escala e formato, ressaltam a dificuldade que a China enfrenta ao tentar equilibrar o crescimento econômico - que há muito sustenta o apoio popular do Partido Comunista Chinês - com os objetivos políticos do principal líder do país, o presidente Xi Jinping.

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Moradores de Xangai fizeram panelaços nas janelas dos prédios para protestar contra as medidas de restrição contra a covid-19.

Xi é visto como líder de algumas das principais políticas acusadas de restringir o crescimento, desde a rígida política de covid-zero até uma ampla repressão à indústria de tecnologia e outros setores privados, em um esforço para exercer mais controle partidário sobre a economia.

O aviso de Li na quarta-feira, o mais recente de vários emitidos pelo primeiro-ministro, também ressalta os desafios que Xi enfrenta enquanto se prepara para romper com a tradição e assumir um controverso terceiro mandato ainda este ano.

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Li, que como o número 2 do país é tradicionalmente encarregado de liderar a economia, ficou de fora durante grande parte de seu mandato. Mas nos últimos meses, ele se destacou para pedir mudanças que trariam a economia de volta aos trilhos.

Na teleconferência de quarta-feira, Li disse que a economia de seu país enfrentou dificuldades que são, de certa forma, maiores do que em 2020, no início do surto de coronavírus. Ele citou indicadores como emprego, produção industrial, geração de energia e frete de carga, todos com tendência de queda nos últimos meses.

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De acordo com o National Bureau of Statistics, a taxa de desemprego nas áreas urbanas em abril atingiu 6,1%, a maior desde março de 2020. A taxa de desemprego entre 16 e 24 anos foi de 18,2%, a pior desde que o governo começou a monitorar mensalmente dados de emprego em 2005.

“Estamos tendo essa reunião porque não há tempo a perder”, disse Li.

Ele enfatizou que muitas pequenas e médias empresas lutaram durante a pandemia como resultado do aumento dos custos e do enfraquecimento da demanda. Li pediu aos governos que encontrem um melhor equilíbrio entre o crescimento econômico e as medidas contra o coronavírus.

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A China está lutando para conter seu pior surto desde o início da pandemia, já que a variante Ômicron mais transmissível continua violando medidas rígidas de quarentena. Quase dois meses de gestão caótica das medidas de bloqueio em Xangai, um centro financeiro e a cidade mais populosa da China, enfraqueceu especialmente a fé pública na política de covid-zero. A cidade, que planeja começar a suspender as restrições em 1º de junho, disse na quinta-feira que 350 mil pessoas foram afetadas pelos controles anticovid.

Ruas vazias de uma Xangai parcialmente fechada e com sua economia limitada pelas políticas anticovid. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Uma pesquisa da Câmara Americana de Comércio na China divulgada este mês descobriu que mais de 50% das empresas dos EUA atrasaram ou reduziram seus investimentos na China por causa dos recentes surtos. Metade dos entrevistados disse que o talento estrangeiro está significativamente menos disposto a se mudar para a China por causa das políticas anticovid.

Nem todos se sentiram confortados com o pronunciamento de Li, cuja cópia circulou rapidamente nas redes sociais chinesas após a reunião. No WeChat, um usuário de sobrenome Chang, que trabalha com educação online, postou em resposta ao discurso: “Você não muda a direção do Titanic. Em vez disso, você gasta seu tempo pensando na melhor forma de reparar o casco, preenchendo as lacunas. É fácil ver qual será o resultado final.”

THE WASHINGTON POST - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, declarou em uma reunião de emergência na quarta-feira, 25, que a economia chinesa enfrenta “desafios sombrios”. O alerta severo atípico é dado no momento em que as tentativas para conter o coronavírus paralisaram partes da segunda maior economia do mundo.

O primeiro-ministro, juntamente com outros altos funcionários, conversou com mais de 100 mil representantes dos níveis de governo provinciais, municipais e distritais em uma teleconferência organizada pelo gabinete da China, segundo relatos da mídia estatal.

Li pediu aos governos locais que ajudem a estabilizar a economia, que, segundo ele, está sob o risco de contrair durante o segundo trimestre.

Funcionários do governo em roupas com proteção ajudam a monitorar bairro residencial fechado em meio a um surto de covid-19 em Xangai. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Citando fatores imprevistos, como surtos contínuos de coronavírus e a guerra na Ucrânia, Li disse que seu principal objetivo é garantir que a economia cresça no segundo trimestre.

“Essa meta não é alta e é muito pior do que a meta de crescimento de 5,5% que propusemos no início do ano”, disse ele, referindo-se à meta de crescimento do PIB em 2022. “Mas é baseado na realidade e é o que devemos fazer”, disse ele, de acordo com uma transcrição de seu discurso postada online.

Li disse que muitas organizações internacionais revisaram para baixo suas expectativas para o crescimento da China – com o grupo UBS reduzindo sua previsão para 3% este ano. “Não podemos aceitar isso”, disse ele, observando que a economia desacelerou muito apenas uma vez, em 1990, nos últimos 40 anos.

Seus comentários, feitos em uma reunião incomum por sua escala e formato, ressaltam a dificuldade que a China enfrenta ao tentar equilibrar o crescimento econômico - que há muito sustenta o apoio popular do Partido Comunista Chinês - com os objetivos políticos do principal líder do país, o presidente Xi Jinping.

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Xi é visto como líder de algumas das principais políticas acusadas de restringir o crescimento, desde a rígida política de covid-zero até uma ampla repressão à indústria de tecnologia e outros setores privados, em um esforço para exercer mais controle partidário sobre a economia.

O aviso de Li na quarta-feira, o mais recente de vários emitidos pelo primeiro-ministro, também ressalta os desafios que Xi enfrenta enquanto se prepara para romper com a tradição e assumir um controverso terceiro mandato ainda este ano.

Li, que como o número 2 do país é tradicionalmente encarregado de liderar a economia, ficou de fora durante grande parte de seu mandato. Mas nos últimos meses, ele se destacou para pedir mudanças que trariam a economia de volta aos trilhos.

Na teleconferência de quarta-feira, Li disse que a economia de seu país enfrentou dificuldades que são, de certa forma, maiores do que em 2020, no início do surto de coronavírus. Ele citou indicadores como emprego, produção industrial, geração de energia e frete de carga, todos com tendência de queda nos últimos meses.

De acordo com o National Bureau of Statistics, a taxa de desemprego nas áreas urbanas em abril atingiu 6,1%, a maior desde março de 2020. A taxa de desemprego entre 16 e 24 anos foi de 18,2%, a pior desde que o governo começou a monitorar mensalmente dados de emprego em 2005.

“Estamos tendo essa reunião porque não há tempo a perder”, disse Li.

Ele enfatizou que muitas pequenas e médias empresas lutaram durante a pandemia como resultado do aumento dos custos e do enfraquecimento da demanda. Li pediu aos governos que encontrem um melhor equilíbrio entre o crescimento econômico e as medidas contra o coronavírus.

A China está lutando para conter seu pior surto desde o início da pandemia, já que a variante Ômicron mais transmissível continua violando medidas rígidas de quarentena. Quase dois meses de gestão caótica das medidas de bloqueio em Xangai, um centro financeiro e a cidade mais populosa da China, enfraqueceu especialmente a fé pública na política de covid-zero. A cidade, que planeja começar a suspender as restrições em 1º de junho, disse na quinta-feira que 350 mil pessoas foram afetadas pelos controles anticovid.

Ruas vazias de uma Xangai parcialmente fechada e com sua economia limitada pelas políticas anticovid. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Uma pesquisa da Câmara Americana de Comércio na China divulgada este mês descobriu que mais de 50% das empresas dos EUA atrasaram ou reduziram seus investimentos na China por causa dos recentes surtos. Metade dos entrevistados disse que o talento estrangeiro está significativamente menos disposto a se mudar para a China por causa das políticas anticovid.

Nem todos se sentiram confortados com o pronunciamento de Li, cuja cópia circulou rapidamente nas redes sociais chinesas após a reunião. No WeChat, um usuário de sobrenome Chang, que trabalha com educação online, postou em resposta ao discurso: “Você não muda a direção do Titanic. Em vez disso, você gasta seu tempo pensando na melhor forma de reparar o casco, preenchendo as lacunas. É fácil ver qual será o resultado final.”

THE WASHINGTON POST - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, declarou em uma reunião de emergência na quarta-feira, 25, que a economia chinesa enfrenta “desafios sombrios”. O alerta severo atípico é dado no momento em que as tentativas para conter o coronavírus paralisaram partes da segunda maior economia do mundo.

O primeiro-ministro, juntamente com outros altos funcionários, conversou com mais de 100 mil representantes dos níveis de governo provinciais, municipais e distritais em uma teleconferência organizada pelo gabinete da China, segundo relatos da mídia estatal.

Li pediu aos governos locais que ajudem a estabilizar a economia, que, segundo ele, está sob o risco de contrair durante o segundo trimestre.

Funcionários do governo em roupas com proteção ajudam a monitorar bairro residencial fechado em meio a um surto de covid-19 em Xangai. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Citando fatores imprevistos, como surtos contínuos de coronavírus e a guerra na Ucrânia, Li disse que seu principal objetivo é garantir que a economia cresça no segundo trimestre.

“Essa meta não é alta e é muito pior do que a meta de crescimento de 5,5% que propusemos no início do ano”, disse ele, referindo-se à meta de crescimento do PIB em 2022. “Mas é baseado na realidade e é o que devemos fazer”, disse ele, de acordo com uma transcrição de seu discurso postada online.

Li disse que muitas organizações internacionais revisaram para baixo suas expectativas para o crescimento da China – com o grupo UBS reduzindo sua previsão para 3% este ano. “Não podemos aceitar isso”, disse ele, observando que a economia desacelerou muito apenas uma vez, em 1990, nos últimos 40 anos.

Seus comentários, feitos em uma reunião incomum por sua escala e formato, ressaltam a dificuldade que a China enfrenta ao tentar equilibrar o crescimento econômico - que há muito sustenta o apoio popular do Partido Comunista Chinês - com os objetivos políticos do principal líder do país, o presidente Xi Jinping.

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Moradores de Xangai fizeram panelaços nas janelas dos prédios para protestar contra as medidas de restrição contra a covid-19.

Xi é visto como líder de algumas das principais políticas acusadas de restringir o crescimento, desde a rígida política de covid-zero até uma ampla repressão à indústria de tecnologia e outros setores privados, em um esforço para exercer mais controle partidário sobre a economia.

O aviso de Li na quarta-feira, o mais recente de vários emitidos pelo primeiro-ministro, também ressalta os desafios que Xi enfrenta enquanto se prepara para romper com a tradição e assumir um controverso terceiro mandato ainda este ano.

Li, que como o número 2 do país é tradicionalmente encarregado de liderar a economia, ficou de fora durante grande parte de seu mandato. Mas nos últimos meses, ele se destacou para pedir mudanças que trariam a economia de volta aos trilhos.

Na teleconferência de quarta-feira, Li disse que a economia de seu país enfrentou dificuldades que são, de certa forma, maiores do que em 2020, no início do surto de coronavírus. Ele citou indicadores como emprego, produção industrial, geração de energia e frete de carga, todos com tendência de queda nos últimos meses.

De acordo com o National Bureau of Statistics, a taxa de desemprego nas áreas urbanas em abril atingiu 6,1%, a maior desde março de 2020. A taxa de desemprego entre 16 e 24 anos foi de 18,2%, a pior desde que o governo começou a monitorar mensalmente dados de emprego em 2005.

“Estamos tendo essa reunião porque não há tempo a perder”, disse Li.

Ele enfatizou que muitas pequenas e médias empresas lutaram durante a pandemia como resultado do aumento dos custos e do enfraquecimento da demanda. Li pediu aos governos que encontrem um melhor equilíbrio entre o crescimento econômico e as medidas contra o coronavírus.

A China está lutando para conter seu pior surto desde o início da pandemia, já que a variante Ômicron mais transmissível continua violando medidas rígidas de quarentena. Quase dois meses de gestão caótica das medidas de bloqueio em Xangai, um centro financeiro e a cidade mais populosa da China, enfraqueceu especialmente a fé pública na política de covid-zero. A cidade, que planeja começar a suspender as restrições em 1º de junho, disse na quinta-feira que 350 mil pessoas foram afetadas pelos controles anticovid.

Ruas vazias de uma Xangai parcialmente fechada e com sua economia limitada pelas políticas anticovid. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Uma pesquisa da Câmara Americana de Comércio na China divulgada este mês descobriu que mais de 50% das empresas dos EUA atrasaram ou reduziram seus investimentos na China por causa dos recentes surtos. Metade dos entrevistados disse que o talento estrangeiro está significativamente menos disposto a se mudar para a China por causa das políticas anticovid.

Nem todos se sentiram confortados com o pronunciamento de Li, cuja cópia circulou rapidamente nas redes sociais chinesas após a reunião. No WeChat, um usuário de sobrenome Chang, que trabalha com educação online, postou em resposta ao discurso: “Você não muda a direção do Titanic. Em vez disso, você gasta seu tempo pensando na melhor forma de reparar o casco, preenchendo as lacunas. É fácil ver qual será o resultado final.”

THE WASHINGTON POST - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, declarou em uma reunião de emergência na quarta-feira, 25, que a economia chinesa enfrenta “desafios sombrios”. O alerta severo atípico é dado no momento em que as tentativas para conter o coronavírus paralisaram partes da segunda maior economia do mundo.

O primeiro-ministro, juntamente com outros altos funcionários, conversou com mais de 100 mil representantes dos níveis de governo provinciais, municipais e distritais em uma teleconferência organizada pelo gabinete da China, segundo relatos da mídia estatal.

Li pediu aos governos locais que ajudem a estabilizar a economia, que, segundo ele, está sob o risco de contrair durante o segundo trimestre.

Funcionários do governo em roupas com proteção ajudam a monitorar bairro residencial fechado em meio a um surto de covid-19 em Xangai. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Citando fatores imprevistos, como surtos contínuos de coronavírus e a guerra na Ucrânia, Li disse que seu principal objetivo é garantir que a economia cresça no segundo trimestre.

“Essa meta não é alta e é muito pior do que a meta de crescimento de 5,5% que propusemos no início do ano”, disse ele, referindo-se à meta de crescimento do PIB em 2022. “Mas é baseado na realidade e é o que devemos fazer”, disse ele, de acordo com uma transcrição de seu discurso postada online.

Li disse que muitas organizações internacionais revisaram para baixo suas expectativas para o crescimento da China – com o grupo UBS reduzindo sua previsão para 3% este ano. “Não podemos aceitar isso”, disse ele, observando que a economia desacelerou muito apenas uma vez, em 1990, nos últimos 40 anos.

Seus comentários, feitos em uma reunião incomum por sua escala e formato, ressaltam a dificuldade que a China enfrenta ao tentar equilibrar o crescimento econômico - que há muito sustenta o apoio popular do Partido Comunista Chinês - com os objetivos políticos do principal líder do país, o presidente Xi Jinping.

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Moradores de Xangai fizeram panelaços nas janelas dos prédios para protestar contra as medidas de restrição contra a covid-19.

Xi é visto como líder de algumas das principais políticas acusadas de restringir o crescimento, desde a rígida política de covid-zero até uma ampla repressão à indústria de tecnologia e outros setores privados, em um esforço para exercer mais controle partidário sobre a economia.

O aviso de Li na quarta-feira, o mais recente de vários emitidos pelo primeiro-ministro, também ressalta os desafios que Xi enfrenta enquanto se prepara para romper com a tradição e assumir um controverso terceiro mandato ainda este ano.

Li, que como o número 2 do país é tradicionalmente encarregado de liderar a economia, ficou de fora durante grande parte de seu mandato. Mas nos últimos meses, ele se destacou para pedir mudanças que trariam a economia de volta aos trilhos.

Na teleconferência de quarta-feira, Li disse que a economia de seu país enfrentou dificuldades que são, de certa forma, maiores do que em 2020, no início do surto de coronavírus. Ele citou indicadores como emprego, produção industrial, geração de energia e frete de carga, todos com tendência de queda nos últimos meses.

De acordo com o National Bureau of Statistics, a taxa de desemprego nas áreas urbanas em abril atingiu 6,1%, a maior desde março de 2020. A taxa de desemprego entre 16 e 24 anos foi de 18,2%, a pior desde que o governo começou a monitorar mensalmente dados de emprego em 2005.

“Estamos tendo essa reunião porque não há tempo a perder”, disse Li.

Ele enfatizou que muitas pequenas e médias empresas lutaram durante a pandemia como resultado do aumento dos custos e do enfraquecimento da demanda. Li pediu aos governos que encontrem um melhor equilíbrio entre o crescimento econômico e as medidas contra o coronavírus.

A China está lutando para conter seu pior surto desde o início da pandemia, já que a variante Ômicron mais transmissível continua violando medidas rígidas de quarentena. Quase dois meses de gestão caótica das medidas de bloqueio em Xangai, um centro financeiro e a cidade mais populosa da China, enfraqueceu especialmente a fé pública na política de covid-zero. A cidade, que planeja começar a suspender as restrições em 1º de junho, disse na quinta-feira que 350 mil pessoas foram afetadas pelos controles anticovid.

Ruas vazias de uma Xangai parcialmente fechada e com sua economia limitada pelas políticas anticovid. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Uma pesquisa da Câmara Americana de Comércio na China divulgada este mês descobriu que mais de 50% das empresas dos EUA atrasaram ou reduziram seus investimentos na China por causa dos recentes surtos. Metade dos entrevistados disse que o talento estrangeiro está significativamente menos disposto a se mudar para a China por causa das políticas anticovid.

Nem todos se sentiram confortados com o pronunciamento de Li, cuja cópia circulou rapidamente nas redes sociais chinesas após a reunião. No WeChat, um usuário de sobrenome Chang, que trabalha com educação online, postou em resposta ao discurso: “Você não muda a direção do Titanic. Em vez disso, você gasta seu tempo pensando na melhor forma de reparar o casco, preenchendo as lacunas. É fácil ver qual será o resultado final.”

THE WASHINGTON POST - O primeiro-ministro da China, Li Keqiang, declarou em uma reunião de emergência na quarta-feira, 25, que a economia chinesa enfrenta “desafios sombrios”. O alerta severo atípico é dado no momento em que as tentativas para conter o coronavírus paralisaram partes da segunda maior economia do mundo.

O primeiro-ministro, juntamente com outros altos funcionários, conversou com mais de 100 mil representantes dos níveis de governo provinciais, municipais e distritais em uma teleconferência organizada pelo gabinete da China, segundo relatos da mídia estatal.

Li pediu aos governos locais que ajudem a estabilizar a economia, que, segundo ele, está sob o risco de contrair durante o segundo trimestre.

Funcionários do governo em roupas com proteção ajudam a monitorar bairro residencial fechado em meio a um surto de covid-19 em Xangai. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Citando fatores imprevistos, como surtos contínuos de coronavírus e a guerra na Ucrânia, Li disse que seu principal objetivo é garantir que a economia cresça no segundo trimestre.

“Essa meta não é alta e é muito pior do que a meta de crescimento de 5,5% que propusemos no início do ano”, disse ele, referindo-se à meta de crescimento do PIB em 2022. “Mas é baseado na realidade e é o que devemos fazer”, disse ele, de acordo com uma transcrição de seu discurso postada online.

Li disse que muitas organizações internacionais revisaram para baixo suas expectativas para o crescimento da China – com o grupo UBS reduzindo sua previsão para 3% este ano. “Não podemos aceitar isso”, disse ele, observando que a economia desacelerou muito apenas uma vez, em 1990, nos últimos 40 anos.

Seus comentários, feitos em uma reunião incomum por sua escala e formato, ressaltam a dificuldade que a China enfrenta ao tentar equilibrar o crescimento econômico - que há muito sustenta o apoio popular do Partido Comunista Chinês - com os objetivos políticos do principal líder do país, o presidente Xi Jinping.

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Moradores de Xangai fizeram panelaços nas janelas dos prédios para protestar contra as medidas de restrição contra a covid-19.

Xi é visto como líder de algumas das principais políticas acusadas de restringir o crescimento, desde a rígida política de covid-zero até uma ampla repressão à indústria de tecnologia e outros setores privados, em um esforço para exercer mais controle partidário sobre a economia.

O aviso de Li na quarta-feira, o mais recente de vários emitidos pelo primeiro-ministro, também ressalta os desafios que Xi enfrenta enquanto se prepara para romper com a tradição e assumir um controverso terceiro mandato ainda este ano.

Li, que como o número 2 do país é tradicionalmente encarregado de liderar a economia, ficou de fora durante grande parte de seu mandato. Mas nos últimos meses, ele se destacou para pedir mudanças que trariam a economia de volta aos trilhos.

Na teleconferência de quarta-feira, Li disse que a economia de seu país enfrentou dificuldades que são, de certa forma, maiores do que em 2020, no início do surto de coronavírus. Ele citou indicadores como emprego, produção industrial, geração de energia e frete de carga, todos com tendência de queda nos últimos meses.

De acordo com o National Bureau of Statistics, a taxa de desemprego nas áreas urbanas em abril atingiu 6,1%, a maior desde março de 2020. A taxa de desemprego entre 16 e 24 anos foi de 18,2%, a pior desde que o governo começou a monitorar mensalmente dados de emprego em 2005.

“Estamos tendo essa reunião porque não há tempo a perder”, disse Li.

Ele enfatizou que muitas pequenas e médias empresas lutaram durante a pandemia como resultado do aumento dos custos e do enfraquecimento da demanda. Li pediu aos governos que encontrem um melhor equilíbrio entre o crescimento econômico e as medidas contra o coronavírus.

A China está lutando para conter seu pior surto desde o início da pandemia, já que a variante Ômicron mais transmissível continua violando medidas rígidas de quarentena. Quase dois meses de gestão caótica das medidas de bloqueio em Xangai, um centro financeiro e a cidade mais populosa da China, enfraqueceu especialmente a fé pública na política de covid-zero. A cidade, que planeja começar a suspender as restrições em 1º de junho, disse na quinta-feira que 350 mil pessoas foram afetadas pelos controles anticovid.

Ruas vazias de uma Xangai parcialmente fechada e com sua economia limitada pelas políticas anticovid. Foto: Aly Song/Reuters Foto: Aly Song/Reuters

Uma pesquisa da Câmara Americana de Comércio na China divulgada este mês descobriu que mais de 50% das empresas dos EUA atrasaram ou reduziram seus investimentos na China por causa dos recentes surtos. Metade dos entrevistados disse que o talento estrangeiro está significativamente menos disposto a se mudar para a China por causa das políticas anticovid.

Nem todos se sentiram confortados com o pronunciamento de Li, cuja cópia circulou rapidamente nas redes sociais chinesas após a reunião. No WeChat, um usuário de sobrenome Chang, que trabalha com educação online, postou em resposta ao discurso: “Você não muda a direção do Titanic. Em vez disso, você gasta seu tempo pensando na melhor forma de reparar o casco, preenchendo as lacunas. É fácil ver qual será o resultado final.”

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