Índia faz manobras militares na fronteira com a China às vésperas da reunião do G-20


As relações entre os países estão tensas na fronteira desde que escaramuças entre soldados dos dois países resultaram em 20 soldados indianos mortos e quatro chineses em junho de 2020

Por Redação

A Índia iniciou uma série de exercícios militares ao longo da disputada fronteira do país com a China nesta segunda-feira, 4, que devem continuar durante a reunião do G-20, que será realizada entre os dias 9 e 10 de setembro em Nova Délhi, capital da Índia. O país asiático ocupa a presidência rotativa do bloco.

Os 11 dias de operações constituem em “exercícios anuais de treinamento” nas zonas fronteiriças do norte com o Paquistão e a China, disse à AFP um responsável da defesa que não quis ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa.

As relações entre os países estão tensas na fronteira desde que escaramuças entre soldados dos dois países resultaram em 20 soldados indianos mortos e quatro chineses em junho de 2020.

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O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping, após uma reunião bilateral em Ahmadabad, Índia  Foto: Ajit Solanki / AP

Mapa

Na semana passada, um mapa publicado pelo governo da China iniciou uma crise diplomática com a Índia. Desde 2006 Pequim publica anualmente novas versões de seu mapa nacional para corrigir “mapas problemáticos”, segundo o país asiático. Estes mapas estariam deturpando as “reais fronteiras do país”. A nova versão publicada na semana passada mostra o Estado de Arunachal Pradesh, no Himalaia, e o planalto de Aksai Chin, como território chinês. As regiões são disputadas há décadas entre os dois países.

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Após a publicação do mapa, a Índia repudiou a versão chinesa. O ministro das Relações Exteriores do país asiático, Subrahmanyam Jaishankar, apontou que o mapa apresentado pela China é absurdo. “No passado, a China publicou mapas que reivindicam territórios que não são da China, que pertencem a outros países. Este é um hábito antigo deles”, afirmou o ministro ao canal indiano NDTV na terça-feira, 29.

O impasse sobre o mapa ocorreu dias depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o líder chinês, Xi Jinping, terem tido uma rara reunião presencial na África do Sul, onde concordaram em “intensificar os esforços” para diminuir as tensões na sua fronteira contestada, um movimento que foi visto como um passo em direção a apaziguar seu relacionamento tenso.

Um caminhão indiano passa por uma estrada próxima da fronteira entre Índia e China, no estado de Arunachal Pradesh  Foto: Frank Jack/Reuters
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Xi Jinping

Em meio a escalada nas tensões entre os dois países, Pequim afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, não irá participar da cúpula do G-20. A China será representada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang,

“Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação no G-20, apelando ao bloco para fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar em conjunto para combater os desafios económicos e de desenvolvimento globais”, afirmou um comunicado do ministério das Relações Exteriores da China.

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Questionado sobre o assunto no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos jornalistas que estava “desapontado” com a ausência do líder chinês na cúpula.

Histórico na fronteira

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Os dois países tem uma disputa histórica nas fronteiras e divergência sobre os territórios. Depois da partilha da Índia feita pelo império britânico em 1947, que levou a independência da Índia e Paquistão, a China passou a questionar a fronteira existente na região, principalmente após a anexação do Tibete por Pequim em 1950.

Após reprimir a revolta do Tibete em 1959, as escaramuças ficaram mais recorrentes na fronteira com a Índia, levando a uma invasão do exército chinês em 1962. Os confrontos resultaram em uma derrota expressiva de Nova Délhi até o cessar-fogo unilateral anunciado pela China, principalmente por conta de pressões dos Estados Unidos.

Depois da derrota dos indianos, a China confirmou o seu controle sobre a área de Aksai Chin, que fica no lado oeste da fronteira e tem uma importância estratégica porque liga a província chinesa de Xinjiang ao oeste do Tibete. A Índia reivindica estes territórios, assim como a China reivindica o estado indiano de Arunachal Pradesh, região chamada de “Tibete do Sul” por Pequim.

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Um cartaz erguido pelo exército indiano perto do lago Pangong Tso, próximo da fronteira entre Índia e China, na área de Ladakh, na Índia, em setembro de 2018 Foto: Manish Swarup / AP

Os dois países discordam sobre a delimitação territorial da chamada Linha de Controle Real, que é a fronteira entre as duas potencias asiáticas. Essa demarcação foi feita após o cessar-fogo da guerra travada pelos dois países em 1962.

Apesar do acordo costurado entre Índia e China pelo reconhecimento da fronteira em 1993, a área é questionada principalmente por ser de difícil acesso, com grandes altitudes, rios e picos nevados, o que dificulta uma demarcação e possibilita que ambos os países tenham a sua própria versão sobre onde termina a soberania territorial de cada país./AFP

A Índia iniciou uma série de exercícios militares ao longo da disputada fronteira do país com a China nesta segunda-feira, 4, que devem continuar durante a reunião do G-20, que será realizada entre os dias 9 e 10 de setembro em Nova Délhi, capital da Índia. O país asiático ocupa a presidência rotativa do bloco.

Os 11 dias de operações constituem em “exercícios anuais de treinamento” nas zonas fronteiriças do norte com o Paquistão e a China, disse à AFP um responsável da defesa que não quis ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa.

As relações entre os países estão tensas na fronteira desde que escaramuças entre soldados dos dois países resultaram em 20 soldados indianos mortos e quatro chineses em junho de 2020.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping, após uma reunião bilateral em Ahmadabad, Índia  Foto: Ajit Solanki / AP

Mapa

Na semana passada, um mapa publicado pelo governo da China iniciou uma crise diplomática com a Índia. Desde 2006 Pequim publica anualmente novas versões de seu mapa nacional para corrigir “mapas problemáticos”, segundo o país asiático. Estes mapas estariam deturpando as “reais fronteiras do país”. A nova versão publicada na semana passada mostra o Estado de Arunachal Pradesh, no Himalaia, e o planalto de Aksai Chin, como território chinês. As regiões são disputadas há décadas entre os dois países.

Após a publicação do mapa, a Índia repudiou a versão chinesa. O ministro das Relações Exteriores do país asiático, Subrahmanyam Jaishankar, apontou que o mapa apresentado pela China é absurdo. “No passado, a China publicou mapas que reivindicam territórios que não são da China, que pertencem a outros países. Este é um hábito antigo deles”, afirmou o ministro ao canal indiano NDTV na terça-feira, 29.

O impasse sobre o mapa ocorreu dias depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o líder chinês, Xi Jinping, terem tido uma rara reunião presencial na África do Sul, onde concordaram em “intensificar os esforços” para diminuir as tensões na sua fronteira contestada, um movimento que foi visto como um passo em direção a apaziguar seu relacionamento tenso.

Um caminhão indiano passa por uma estrada próxima da fronteira entre Índia e China, no estado de Arunachal Pradesh  Foto: Frank Jack/Reuters

Xi Jinping

Em meio a escalada nas tensões entre os dois países, Pequim afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, não irá participar da cúpula do G-20. A China será representada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang,

“Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação no G-20, apelando ao bloco para fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar em conjunto para combater os desafios económicos e de desenvolvimento globais”, afirmou um comunicado do ministério das Relações Exteriores da China.

Questionado sobre o assunto no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos jornalistas que estava “desapontado” com a ausência do líder chinês na cúpula.

Histórico na fronteira

Os dois países tem uma disputa histórica nas fronteiras e divergência sobre os territórios. Depois da partilha da Índia feita pelo império britânico em 1947, que levou a independência da Índia e Paquistão, a China passou a questionar a fronteira existente na região, principalmente após a anexação do Tibete por Pequim em 1950.

Após reprimir a revolta do Tibete em 1959, as escaramuças ficaram mais recorrentes na fronteira com a Índia, levando a uma invasão do exército chinês em 1962. Os confrontos resultaram em uma derrota expressiva de Nova Délhi até o cessar-fogo unilateral anunciado pela China, principalmente por conta de pressões dos Estados Unidos.

Depois da derrota dos indianos, a China confirmou o seu controle sobre a área de Aksai Chin, que fica no lado oeste da fronteira e tem uma importância estratégica porque liga a província chinesa de Xinjiang ao oeste do Tibete. A Índia reivindica estes territórios, assim como a China reivindica o estado indiano de Arunachal Pradesh, região chamada de “Tibete do Sul” por Pequim.

Um cartaz erguido pelo exército indiano perto do lago Pangong Tso, próximo da fronteira entre Índia e China, na área de Ladakh, na Índia, em setembro de 2018 Foto: Manish Swarup / AP

Os dois países discordam sobre a delimitação territorial da chamada Linha de Controle Real, que é a fronteira entre as duas potencias asiáticas. Essa demarcação foi feita após o cessar-fogo da guerra travada pelos dois países em 1962.

Apesar do acordo costurado entre Índia e China pelo reconhecimento da fronteira em 1993, a área é questionada principalmente por ser de difícil acesso, com grandes altitudes, rios e picos nevados, o que dificulta uma demarcação e possibilita que ambos os países tenham a sua própria versão sobre onde termina a soberania territorial de cada país./AFP

A Índia iniciou uma série de exercícios militares ao longo da disputada fronteira do país com a China nesta segunda-feira, 4, que devem continuar durante a reunião do G-20, que será realizada entre os dias 9 e 10 de setembro em Nova Délhi, capital da Índia. O país asiático ocupa a presidência rotativa do bloco.

Os 11 dias de operações constituem em “exercícios anuais de treinamento” nas zonas fronteiriças do norte com o Paquistão e a China, disse à AFP um responsável da defesa que não quis ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa.

As relações entre os países estão tensas na fronteira desde que escaramuças entre soldados dos dois países resultaram em 20 soldados indianos mortos e quatro chineses em junho de 2020.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping, após uma reunião bilateral em Ahmadabad, Índia  Foto: Ajit Solanki / AP

Mapa

Na semana passada, um mapa publicado pelo governo da China iniciou uma crise diplomática com a Índia. Desde 2006 Pequim publica anualmente novas versões de seu mapa nacional para corrigir “mapas problemáticos”, segundo o país asiático. Estes mapas estariam deturpando as “reais fronteiras do país”. A nova versão publicada na semana passada mostra o Estado de Arunachal Pradesh, no Himalaia, e o planalto de Aksai Chin, como território chinês. As regiões são disputadas há décadas entre os dois países.

Após a publicação do mapa, a Índia repudiou a versão chinesa. O ministro das Relações Exteriores do país asiático, Subrahmanyam Jaishankar, apontou que o mapa apresentado pela China é absurdo. “No passado, a China publicou mapas que reivindicam territórios que não são da China, que pertencem a outros países. Este é um hábito antigo deles”, afirmou o ministro ao canal indiano NDTV na terça-feira, 29.

O impasse sobre o mapa ocorreu dias depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o líder chinês, Xi Jinping, terem tido uma rara reunião presencial na África do Sul, onde concordaram em “intensificar os esforços” para diminuir as tensões na sua fronteira contestada, um movimento que foi visto como um passo em direção a apaziguar seu relacionamento tenso.

Um caminhão indiano passa por uma estrada próxima da fronteira entre Índia e China, no estado de Arunachal Pradesh  Foto: Frank Jack/Reuters

Xi Jinping

Em meio a escalada nas tensões entre os dois países, Pequim afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, não irá participar da cúpula do G-20. A China será representada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang,

“Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação no G-20, apelando ao bloco para fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar em conjunto para combater os desafios económicos e de desenvolvimento globais”, afirmou um comunicado do ministério das Relações Exteriores da China.

Questionado sobre o assunto no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos jornalistas que estava “desapontado” com a ausência do líder chinês na cúpula.

Histórico na fronteira

Os dois países tem uma disputa histórica nas fronteiras e divergência sobre os territórios. Depois da partilha da Índia feita pelo império britânico em 1947, que levou a independência da Índia e Paquistão, a China passou a questionar a fronteira existente na região, principalmente após a anexação do Tibete por Pequim em 1950.

Após reprimir a revolta do Tibete em 1959, as escaramuças ficaram mais recorrentes na fronteira com a Índia, levando a uma invasão do exército chinês em 1962. Os confrontos resultaram em uma derrota expressiva de Nova Délhi até o cessar-fogo unilateral anunciado pela China, principalmente por conta de pressões dos Estados Unidos.

Depois da derrota dos indianos, a China confirmou o seu controle sobre a área de Aksai Chin, que fica no lado oeste da fronteira e tem uma importância estratégica porque liga a província chinesa de Xinjiang ao oeste do Tibete. A Índia reivindica estes territórios, assim como a China reivindica o estado indiano de Arunachal Pradesh, região chamada de “Tibete do Sul” por Pequim.

Um cartaz erguido pelo exército indiano perto do lago Pangong Tso, próximo da fronteira entre Índia e China, na área de Ladakh, na Índia, em setembro de 2018 Foto: Manish Swarup / AP

Os dois países discordam sobre a delimitação territorial da chamada Linha de Controle Real, que é a fronteira entre as duas potencias asiáticas. Essa demarcação foi feita após o cessar-fogo da guerra travada pelos dois países em 1962.

Apesar do acordo costurado entre Índia e China pelo reconhecimento da fronteira em 1993, a área é questionada principalmente por ser de difícil acesso, com grandes altitudes, rios e picos nevados, o que dificulta uma demarcação e possibilita que ambos os países tenham a sua própria versão sobre onde termina a soberania territorial de cada país./AFP

A Índia iniciou uma série de exercícios militares ao longo da disputada fronteira do país com a China nesta segunda-feira, 4, que devem continuar durante a reunião do G-20, que será realizada entre os dias 9 e 10 de setembro em Nova Délhi, capital da Índia. O país asiático ocupa a presidência rotativa do bloco.

Os 11 dias de operações constituem em “exercícios anuais de treinamento” nas zonas fronteiriças do norte com o Paquistão e a China, disse à AFP um responsável da defesa que não quis ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa.

As relações entre os países estão tensas na fronteira desde que escaramuças entre soldados dos dois países resultaram em 20 soldados indianos mortos e quatro chineses em junho de 2020.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping, após uma reunião bilateral em Ahmadabad, Índia  Foto: Ajit Solanki / AP

Mapa

Na semana passada, um mapa publicado pelo governo da China iniciou uma crise diplomática com a Índia. Desde 2006 Pequim publica anualmente novas versões de seu mapa nacional para corrigir “mapas problemáticos”, segundo o país asiático. Estes mapas estariam deturpando as “reais fronteiras do país”. A nova versão publicada na semana passada mostra o Estado de Arunachal Pradesh, no Himalaia, e o planalto de Aksai Chin, como território chinês. As regiões são disputadas há décadas entre os dois países.

Após a publicação do mapa, a Índia repudiou a versão chinesa. O ministro das Relações Exteriores do país asiático, Subrahmanyam Jaishankar, apontou que o mapa apresentado pela China é absurdo. “No passado, a China publicou mapas que reivindicam territórios que não são da China, que pertencem a outros países. Este é um hábito antigo deles”, afirmou o ministro ao canal indiano NDTV na terça-feira, 29.

O impasse sobre o mapa ocorreu dias depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o líder chinês, Xi Jinping, terem tido uma rara reunião presencial na África do Sul, onde concordaram em “intensificar os esforços” para diminuir as tensões na sua fronteira contestada, um movimento que foi visto como um passo em direção a apaziguar seu relacionamento tenso.

Um caminhão indiano passa por uma estrada próxima da fronteira entre Índia e China, no estado de Arunachal Pradesh  Foto: Frank Jack/Reuters

Xi Jinping

Em meio a escalada nas tensões entre os dois países, Pequim afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, não irá participar da cúpula do G-20. A China será representada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang,

“Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação no G-20, apelando ao bloco para fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar em conjunto para combater os desafios económicos e de desenvolvimento globais”, afirmou um comunicado do ministério das Relações Exteriores da China.

Questionado sobre o assunto no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos jornalistas que estava “desapontado” com a ausência do líder chinês na cúpula.

Histórico na fronteira

Os dois países tem uma disputa histórica nas fronteiras e divergência sobre os territórios. Depois da partilha da Índia feita pelo império britânico em 1947, que levou a independência da Índia e Paquistão, a China passou a questionar a fronteira existente na região, principalmente após a anexação do Tibete por Pequim em 1950.

Após reprimir a revolta do Tibete em 1959, as escaramuças ficaram mais recorrentes na fronteira com a Índia, levando a uma invasão do exército chinês em 1962. Os confrontos resultaram em uma derrota expressiva de Nova Délhi até o cessar-fogo unilateral anunciado pela China, principalmente por conta de pressões dos Estados Unidos.

Depois da derrota dos indianos, a China confirmou o seu controle sobre a área de Aksai Chin, que fica no lado oeste da fronteira e tem uma importância estratégica porque liga a província chinesa de Xinjiang ao oeste do Tibete. A Índia reivindica estes territórios, assim como a China reivindica o estado indiano de Arunachal Pradesh, região chamada de “Tibete do Sul” por Pequim.

Um cartaz erguido pelo exército indiano perto do lago Pangong Tso, próximo da fronteira entre Índia e China, na área de Ladakh, na Índia, em setembro de 2018 Foto: Manish Swarup / AP

Os dois países discordam sobre a delimitação territorial da chamada Linha de Controle Real, que é a fronteira entre as duas potencias asiáticas. Essa demarcação foi feita após o cessar-fogo da guerra travada pelos dois países em 1962.

Apesar do acordo costurado entre Índia e China pelo reconhecimento da fronteira em 1993, a área é questionada principalmente por ser de difícil acesso, com grandes altitudes, rios e picos nevados, o que dificulta uma demarcação e possibilita que ambos os países tenham a sua própria versão sobre onde termina a soberania territorial de cada país./AFP

A Índia iniciou uma série de exercícios militares ao longo da disputada fronteira do país com a China nesta segunda-feira, 4, que devem continuar durante a reunião do G-20, que será realizada entre os dias 9 e 10 de setembro em Nova Délhi, capital da Índia. O país asiático ocupa a presidência rotativa do bloco.

Os 11 dias de operações constituem em “exercícios anuais de treinamento” nas zonas fronteiriças do norte com o Paquistão e a China, disse à AFP um responsável da defesa que não quis ser identificado porque não está autorizado a falar com a imprensa.

As relações entre os países estão tensas na fronteira desde que escaramuças entre soldados dos dois países resultaram em 20 soldados indianos mortos e quatro chineses em junho de 2020.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, cumprimenta o presidente da China, Xi Jinping, após uma reunião bilateral em Ahmadabad, Índia  Foto: Ajit Solanki / AP

Mapa

Na semana passada, um mapa publicado pelo governo da China iniciou uma crise diplomática com a Índia. Desde 2006 Pequim publica anualmente novas versões de seu mapa nacional para corrigir “mapas problemáticos”, segundo o país asiático. Estes mapas estariam deturpando as “reais fronteiras do país”. A nova versão publicada na semana passada mostra o Estado de Arunachal Pradesh, no Himalaia, e o planalto de Aksai Chin, como território chinês. As regiões são disputadas há décadas entre os dois países.

Após a publicação do mapa, a Índia repudiou a versão chinesa. O ministro das Relações Exteriores do país asiático, Subrahmanyam Jaishankar, apontou que o mapa apresentado pela China é absurdo. “No passado, a China publicou mapas que reivindicam territórios que não são da China, que pertencem a outros países. Este é um hábito antigo deles”, afirmou o ministro ao canal indiano NDTV na terça-feira, 29.

O impasse sobre o mapa ocorreu dias depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o líder chinês, Xi Jinping, terem tido uma rara reunião presencial na África do Sul, onde concordaram em “intensificar os esforços” para diminuir as tensões na sua fronteira contestada, um movimento que foi visto como um passo em direção a apaziguar seu relacionamento tenso.

Um caminhão indiano passa por uma estrada próxima da fronteira entre Índia e China, no estado de Arunachal Pradesh  Foto: Frank Jack/Reuters

Xi Jinping

Em meio a escalada nas tensões entre os dois países, Pequim afirmou que o presidente da China, Xi Jinping, não irá participar da cúpula do G-20. A China será representada pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang,

“Ao participar desta reunião, o primeiro-ministro transmitirá as ideias e posições da China sobre a cooperação no G-20, apelando ao bloco para fortalecer a unidade e a cooperação e trabalhar em conjunto para combater os desafios económicos e de desenvolvimento globais”, afirmou um comunicado do ministério das Relações Exteriores da China.

Questionado sobre o assunto no domingo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse aos jornalistas que estava “desapontado” com a ausência do líder chinês na cúpula.

Histórico na fronteira

Os dois países tem uma disputa histórica nas fronteiras e divergência sobre os territórios. Depois da partilha da Índia feita pelo império britânico em 1947, que levou a independência da Índia e Paquistão, a China passou a questionar a fronteira existente na região, principalmente após a anexação do Tibete por Pequim em 1950.

Após reprimir a revolta do Tibete em 1959, as escaramuças ficaram mais recorrentes na fronteira com a Índia, levando a uma invasão do exército chinês em 1962. Os confrontos resultaram em uma derrota expressiva de Nova Délhi até o cessar-fogo unilateral anunciado pela China, principalmente por conta de pressões dos Estados Unidos.

Depois da derrota dos indianos, a China confirmou o seu controle sobre a área de Aksai Chin, que fica no lado oeste da fronteira e tem uma importância estratégica porque liga a província chinesa de Xinjiang ao oeste do Tibete. A Índia reivindica estes territórios, assim como a China reivindica o estado indiano de Arunachal Pradesh, região chamada de “Tibete do Sul” por Pequim.

Um cartaz erguido pelo exército indiano perto do lago Pangong Tso, próximo da fronteira entre Índia e China, na área de Ladakh, na Índia, em setembro de 2018 Foto: Manish Swarup / AP

Os dois países discordam sobre a delimitação territorial da chamada Linha de Controle Real, que é a fronteira entre as duas potencias asiáticas. Essa demarcação foi feita após o cessar-fogo da guerra travada pelos dois países em 1962.

Apesar do acordo costurado entre Índia e China pelo reconhecimento da fronteira em 1993, a área é questionada principalmente por ser de difícil acesso, com grandes altitudes, rios e picos nevados, o que dificulta uma demarcação e possibilita que ambos os países tenham a sua própria versão sobre onde termina a soberania territorial de cada país./AFP

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