Índia: milhares de mulheres marcham em protesto a estupro e morte de residente em hospital


Manifestações ocorrem em meio a greve de médicos, que pedem lei federal para sua proteção

Por Raisa Toledo
Atualização:

Mulheres foram às ruas em cidades de diferentes regiões da Índia na noite da quarta-feira, 14, para pedir justiça depois que uma residente foi estuprada e morta dentro de um hospital público em Calcutá. Os protestos acontecem em meio a uma greve nacional de profissionais da saúde, que demandam a aprovação de uma lei federal que crie condições de segurança mais rigorosas para sua atuação. As informações são da BBC.

Grande parte da mobilização foi feita pelas redes sociais, e a quantidade de mulheres reunidas impressionou até mesmo as manifestantes. “Nunca vimos nada assim na cidade. Isto não tem precedentes. Espero que desperte as autoridades”, disse Chaitali Sen, uma das participantes, à BBC. Além de Calcutá, cidades como Delhi, Hyderabad, Mumbai e Pune foram palco da marcha, chamada de “Reivindique a Noite”.

Manifestantes pedem julgamento 'exemplar' de responsável pelo crime.  Foto: Bikas Das/AP
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Uma outra mulher, que chegou à marcha depois da meia-noite com a filha de 13 anos, defendeu a importância da mobilização civil. “Que ela veja como um protesto em massa pode consertar as coisas. Que ela possa tomar consciência dos seus direitos”, declarou à BBC.

Embora os protestos tenham sido em grande parte pacíficos, também foram marcados por confrontos entre a polícia e um grupo de homens não identificados que invadiram o hospital RG Kar Medical College, local em que ocorreu o assassinato, e saquearam o serviço de urgências. Também houve relatos de disparos de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão e danos a veículos da polícia.

Falta de segurança em hospitais assusta médicas

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Na última sexta-feira, 9, depois de um dia de trabalho no hospital centenário RG Kar Medical College, uma residente de 31 anos se recolheu para dormir em uma sala utilizada para seminários. No dia seguinte, colegas encontraram o corpo da estudante, seminu. A polícia informou ter identificado sinais de abuso sexual e ferimentos diversos. Um suspeito foi preso.

No hospital, que atende mais de 3.500 pacientes diariamente, os residentes não dispõem de um local de descanso, o que os faz ter que repousar em outras salas.

Uma pesquisa da Associação Médica Indiana (IMA) realizada em 2015 apontou que 75% dos médicos na Índia já enfrentaram alguma forma de violência no trabalho. A BBC informa que as agressões costumam partir, principalmente, de pacientes e seus familiares.

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Madhuparna Nandi é médica ginecologista e obstetra em um outro hospital de Calcutá e afirmou à BBC que as médicas se resignaram a trabalhar em condições que comprometem a sua segurança nos hospitais públicos. Em seu local de trabalho, por exemplo, não há salas de descanso e nem banheiros separados para médicas.

“Eu uso os banheiros dos pacientes ou das enfermeiras. Quando trabalho até tarde, às vezes durmo numa cama de paciente vazia na enfermaria ou numa sala de espera”, disse à emissora.

O ocorrido com a residente no RG Kar Medical College só fez aumentar o sentimento de insegurança. “Nunca imaginamos que poderia chegar ao ponto de uma médica ser estuprada e morta no hospital”, completa.

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Profissionais de saúde em greve

Em um comunicado postado na rede social X (antigo Twitter), a Federação de Médicos Residentes da Índia (Forda) diz aguardar a investigação do ocorrido em Calcutá. Após acusações de negligência, o caso foi transferido da polícia local para o Bureau Central de Investigação federal.

A instituição informou que, após reunião com o ministro da Saúde indiano, Jagat Prakash Nadda, um comitê para elaboração da nova lei federal será formado. A primeira reunião deve ocorrer em duas semanas.

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Já a Federação de Associações de Médicos da Índia (Faima) pediu a suspensão do diretor do RG Kar Medical College e informou que os atendimentos de saúde eletivos continuarão suspensos nos institutos e associações que assinam o comunicado.

“Esse crime hediondo expõe a alarmante falta de segurança em nossos hospitais. Essa atrocidade aconteceu em Calcutá, mas, amanhã, pode acontecer em qualquer outro lugar”, diz o texto.

Mulheres foram às ruas em cidades de diferentes regiões da Índia na noite da quarta-feira, 14, para pedir justiça depois que uma residente foi estuprada e morta dentro de um hospital público em Calcutá. Os protestos acontecem em meio a uma greve nacional de profissionais da saúde, que demandam a aprovação de uma lei federal que crie condições de segurança mais rigorosas para sua atuação. As informações são da BBC.

Grande parte da mobilização foi feita pelas redes sociais, e a quantidade de mulheres reunidas impressionou até mesmo as manifestantes. “Nunca vimos nada assim na cidade. Isto não tem precedentes. Espero que desperte as autoridades”, disse Chaitali Sen, uma das participantes, à BBC. Além de Calcutá, cidades como Delhi, Hyderabad, Mumbai e Pune foram palco da marcha, chamada de “Reivindique a Noite”.

Manifestantes pedem julgamento 'exemplar' de responsável pelo crime.  Foto: Bikas Das/AP

Uma outra mulher, que chegou à marcha depois da meia-noite com a filha de 13 anos, defendeu a importância da mobilização civil. “Que ela veja como um protesto em massa pode consertar as coisas. Que ela possa tomar consciência dos seus direitos”, declarou à BBC.

Embora os protestos tenham sido em grande parte pacíficos, também foram marcados por confrontos entre a polícia e um grupo de homens não identificados que invadiram o hospital RG Kar Medical College, local em que ocorreu o assassinato, e saquearam o serviço de urgências. Também houve relatos de disparos de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão e danos a veículos da polícia.

Falta de segurança em hospitais assusta médicas

Na última sexta-feira, 9, depois de um dia de trabalho no hospital centenário RG Kar Medical College, uma residente de 31 anos se recolheu para dormir em uma sala utilizada para seminários. No dia seguinte, colegas encontraram o corpo da estudante, seminu. A polícia informou ter identificado sinais de abuso sexual e ferimentos diversos. Um suspeito foi preso.

No hospital, que atende mais de 3.500 pacientes diariamente, os residentes não dispõem de um local de descanso, o que os faz ter que repousar em outras salas.

Uma pesquisa da Associação Médica Indiana (IMA) realizada em 2015 apontou que 75% dos médicos na Índia já enfrentaram alguma forma de violência no trabalho. A BBC informa que as agressões costumam partir, principalmente, de pacientes e seus familiares.

Madhuparna Nandi é médica ginecologista e obstetra em um outro hospital de Calcutá e afirmou à BBC que as médicas se resignaram a trabalhar em condições que comprometem a sua segurança nos hospitais públicos. Em seu local de trabalho, por exemplo, não há salas de descanso e nem banheiros separados para médicas.

“Eu uso os banheiros dos pacientes ou das enfermeiras. Quando trabalho até tarde, às vezes durmo numa cama de paciente vazia na enfermaria ou numa sala de espera”, disse à emissora.

O ocorrido com a residente no RG Kar Medical College só fez aumentar o sentimento de insegurança. “Nunca imaginamos que poderia chegar ao ponto de uma médica ser estuprada e morta no hospital”, completa.

Profissionais de saúde em greve

Em um comunicado postado na rede social X (antigo Twitter), a Federação de Médicos Residentes da Índia (Forda) diz aguardar a investigação do ocorrido em Calcutá. Após acusações de negligência, o caso foi transferido da polícia local para o Bureau Central de Investigação federal.

A instituição informou que, após reunião com o ministro da Saúde indiano, Jagat Prakash Nadda, um comitê para elaboração da nova lei federal será formado. A primeira reunião deve ocorrer em duas semanas.

Já a Federação de Associações de Médicos da Índia (Faima) pediu a suspensão do diretor do RG Kar Medical College e informou que os atendimentos de saúde eletivos continuarão suspensos nos institutos e associações que assinam o comunicado.

“Esse crime hediondo expõe a alarmante falta de segurança em nossos hospitais. Essa atrocidade aconteceu em Calcutá, mas, amanhã, pode acontecer em qualquer outro lugar”, diz o texto.

Mulheres foram às ruas em cidades de diferentes regiões da Índia na noite da quarta-feira, 14, para pedir justiça depois que uma residente foi estuprada e morta dentro de um hospital público em Calcutá. Os protestos acontecem em meio a uma greve nacional de profissionais da saúde, que demandam a aprovação de uma lei federal que crie condições de segurança mais rigorosas para sua atuação. As informações são da BBC.

Grande parte da mobilização foi feita pelas redes sociais, e a quantidade de mulheres reunidas impressionou até mesmo as manifestantes. “Nunca vimos nada assim na cidade. Isto não tem precedentes. Espero que desperte as autoridades”, disse Chaitali Sen, uma das participantes, à BBC. Além de Calcutá, cidades como Delhi, Hyderabad, Mumbai e Pune foram palco da marcha, chamada de “Reivindique a Noite”.

Manifestantes pedem julgamento 'exemplar' de responsável pelo crime.  Foto: Bikas Das/AP

Uma outra mulher, que chegou à marcha depois da meia-noite com a filha de 13 anos, defendeu a importância da mobilização civil. “Que ela veja como um protesto em massa pode consertar as coisas. Que ela possa tomar consciência dos seus direitos”, declarou à BBC.

Embora os protestos tenham sido em grande parte pacíficos, também foram marcados por confrontos entre a polícia e um grupo de homens não identificados que invadiram o hospital RG Kar Medical College, local em que ocorreu o assassinato, e saquearam o serviço de urgências. Também houve relatos de disparos de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão e danos a veículos da polícia.

Falta de segurança em hospitais assusta médicas

Na última sexta-feira, 9, depois de um dia de trabalho no hospital centenário RG Kar Medical College, uma residente de 31 anos se recolheu para dormir em uma sala utilizada para seminários. No dia seguinte, colegas encontraram o corpo da estudante, seminu. A polícia informou ter identificado sinais de abuso sexual e ferimentos diversos. Um suspeito foi preso.

No hospital, que atende mais de 3.500 pacientes diariamente, os residentes não dispõem de um local de descanso, o que os faz ter que repousar em outras salas.

Uma pesquisa da Associação Médica Indiana (IMA) realizada em 2015 apontou que 75% dos médicos na Índia já enfrentaram alguma forma de violência no trabalho. A BBC informa que as agressões costumam partir, principalmente, de pacientes e seus familiares.

Madhuparna Nandi é médica ginecologista e obstetra em um outro hospital de Calcutá e afirmou à BBC que as médicas se resignaram a trabalhar em condições que comprometem a sua segurança nos hospitais públicos. Em seu local de trabalho, por exemplo, não há salas de descanso e nem banheiros separados para médicas.

“Eu uso os banheiros dos pacientes ou das enfermeiras. Quando trabalho até tarde, às vezes durmo numa cama de paciente vazia na enfermaria ou numa sala de espera”, disse à emissora.

O ocorrido com a residente no RG Kar Medical College só fez aumentar o sentimento de insegurança. “Nunca imaginamos que poderia chegar ao ponto de uma médica ser estuprada e morta no hospital”, completa.

Profissionais de saúde em greve

Em um comunicado postado na rede social X (antigo Twitter), a Federação de Médicos Residentes da Índia (Forda) diz aguardar a investigação do ocorrido em Calcutá. Após acusações de negligência, o caso foi transferido da polícia local para o Bureau Central de Investigação federal.

A instituição informou que, após reunião com o ministro da Saúde indiano, Jagat Prakash Nadda, um comitê para elaboração da nova lei federal será formado. A primeira reunião deve ocorrer em duas semanas.

Já a Federação de Associações de Médicos da Índia (Faima) pediu a suspensão do diretor do RG Kar Medical College e informou que os atendimentos de saúde eletivos continuarão suspensos nos institutos e associações que assinam o comunicado.

“Esse crime hediondo expõe a alarmante falta de segurança em nossos hospitais. Essa atrocidade aconteceu em Calcutá, mas, amanhã, pode acontecer em qualquer outro lugar”, diz o texto.

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