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Segundo o Exército israelense, 180 mísseis foram lançados pelo Irã contra Israel
O Irã lançou uma série de mísseis balísticos contra Israel na tarde desta terça-feira, 1º, em um ataque em resposta à invasão terrestre de Israel no Líbano. Sirenes foram ouvidas em diversas partes do país, incluindo Tel-Aviv e Jerusalém, duas principais cidades de Israel, e as defesas aéreas de Israel foram acionadas.
O ataque agrava ainda mais a guerra no Oriente Médio e pode colocar as duas maiores forças militares da região em combate direto. Apesar de Israel ser visto por analistas como superior militarmente, o país enfrenta três frentes de guerra simultaneamente.
Segundo os militares israelenses, o Irã disparou cerca de 180 mísseis, mas a maioria foi interceptada pela defesa aérea. Outros caíram no centro e no sul do país, acrescentaram. Os israelenses foram orientados a se protegerem em abrigos antiaéreos por mais de uma hora, enquanto durou o ataque. Não houve relatos imediatos de vítimas em Israel, mas um palestino foi morto por estilhaços do míssil na Cisjordânia ocupada.
Os principais comandantes de Israel se reuniram para avaliar a situação. O principal porta-voz militar, contra-almirante Daniel Hagari, disse que Israel responderia da maneira e que o Irã iria “pagar caro”. Teerã, por sua vez, disse que dispararia mais mísseis se Israel contra-atacasse.
Um funcionário do alto escalão da Casa Branca disse que os Estados Unidos ajudariam a defender Israel e alertou que um ataque direto contra o país “traria consequências graves para o Irã”. Os EUA enviaram mais militares e defesas aérea para a região nos últimos dias, desde que os bombardeios israelenses aumentaram no Líbano.
O ataque derrubou a suposição israelense de que o Irã havia sido dissuadido pelos danos cada vez maiores de Israel contra o Irã e seus raliados nos últimos meses. Desde julho, Israel matou o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, na capital iraniana, e assassinou o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, em Beirute.
Irã se manifesta
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou em um comunicado que o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel em resposta as mortes de diversos líderes do Hezbollah, incluindo o chefe do grupo, Hassan Nasrallah. Teerã apontou que lançaria novos ataques se o Irã fosse atacado.
A missão do Irã na ONU emitiu um comunicado logo após o início do ataque a Israel nesta terça-feira. “Se o regime sionista ousar responder ou cometer novos atos de malevolência, uma resposta subsequente e esmagadora ocorrerá”.A missão afirmou que os ataques iranianos a Israel são a “resposta legal, racional e legítima aos atos terroristas de Israel”.
O ataque iraniano ocorre em um momento em que as autoridades israelenses aumentaram as restrições de circulação em Jerusalém e Tel-Aviv. O governo israelense pediu que os moradores de Tel-Aviv se protejam nas próximas horas.
Funcionários do Pentágono apontaram que estão acompanhando os ataques iranianos e acreditam que nenhuma base americana no Oriente Médio deve ser atingida pelos mísseis de Teerã. Segundo informações do jornal americano Washington Post, os EUA ajudaram na defesa israelense.
Espaço aéreo
Autoridades aeroportuárias de Israel afirmaram que o espaço aéreo do país foi fechado durante os ataques iranianos e os voos foram redirecionados para destinos alternativos fora do território israelense. Segundo oficiais israelenses, o espaço aéreo de Israel foi reaberto.
Jordânia e Iraque também fecharam os seus espaços aéreos durante o ataque iraniano.
Ataque terrorista em Israel
Antes do inicio dos ataques iranianos, a polícia israelense apontou que seis pessoas foram mortas em um ataque a tiros em Tel Aviv e que outras sete ficaram feridas. Os terroristas foram mortos pelos policiais.
O ataque a tiros ocorreu no bairro de Yaffo. Imagens transmitidas pela televisão israelense mostraram dois homens armados em trajes normais e carregando grandes rifles.
Ataque do Irã em Abril
Este é o segundo ataque direto do Irã contra o território israelense. No dia 13 de abril, os cidadãos de Israel se abrigaram em bunkers por conta de um ataque de Teerã, considerado o maior da história do país.
A magnitude do ataque organizado pelo país persa surpreendeu e o tamanho do arsenal militar iraniano chamou atenção. A ofensiva do Irã contou com 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e 120 mísseis balísticos.
O ataque contra Israel ocorreu em retaliação a um bombardeio aéreo atribuído a Tel-Aviv que matou sete pessoas, incluindo dois oficiais da Guarda Revolucionária do Irã, no dia 1 abril na embaixada do país em Damasco.
Operação terrestre no Líbano
O Irã atacou o território israelense um dia após Tel-Aviv confirmar que soldados israelenses cruzaram a fronteira com o Líbano com o objetivo de destruir a infraestrutura da milícia xiita radical libanesa Hezbollah.
O Exército disse que um contingente de 10 mil soldados está participando de operações “limitadas” dentro do Líbano. Segundo Tel-Aviv, Israel optou por operações terrestres no país vizinho para que os moradores do norte do país possam voltar para suas casas sem o risco de foguetes do Hezbollah. Cerca de 60 mil pessoas foram deslocadas do norte de Israel por conta da escalada de tensões.
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As FDI também pediram o deslocamento de cidadãos libaneses de comunidades próximas da fronteira com Israel por conta do aumento da atividade militar.
Operações secretas no Líbano
Segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, forças israelenses tem conduzido diversas operações no Líbano no último ano.
Mais de 70 operações foram conduzidas em território libanês desde o inicio das hostilidades, no dia 7 de outubro do ano passado, após o ataque terrorista do Hamas no sul de Israel. Segundo uma autoridade israelense que conversou com o jornal americano The Washington Post, mais de 1000 armazéns do Hezbollah foram destruídos.
“Estamos nos concentrando em uma área próxima a nossa fronteira”, disse Hagari. Segundo o porta-voz, o Hezbollah tinha uma infraestrutura robusta nesta região para realizar um ataque similar ao do Hamas.
“Não vamos para Beirute. Não vamos para as cidades do sul do Líbano”, apontou Hagari, abordando implicitamente as preocupações dos líderes internacionais de que a incursão de Israel seria expansiva.
Tensões
As tensões se expandiram no último mês por conta de uma troca de ataques mais intensa entre Israel e o Hezbollah, que tirou o foco da guerra em Gaza. A milícia xiita radical libanesa jurou vingança contra Israel após as explosões de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, uma ação atribuída a Tel-Aviv, que deixaram 37 mortos.
O ataque mais forte contra o grupo libanês ocorreu na sexta-feira, 27, com a morte de Hassan Nasrallah após um bombardeio israelense no subúrbio de Beirute./com AP, NYT e W.Post