Irlanda: comissão investigará 2,4 mil denúncias de violência sexual em escolas de ordens religiosas


Casos estão descritos em relatório e teriam ocorrido entre 1927 e 2013 em centenas de escolas; relatório é ‘angustiante’, diz ministra da Educação do país, e Associação de Líderes Missionários e Religiosos diz que examinará o documento e as recomendações cuidadosamente

Por Redação

O governo da Irlanda anunciou na última terça-feira, 3, a criação de uma comissão para investigar 2.395 casos de abuso sexual ocorridos em 308 escolas administradas por 42 ordens religiosas em todo o país, entre os anos de 1927 e 2013. Os abusadores seriam religiosos, funcionários leigos, visitantes e até outros alunos.

Os casos estão descritos em um relatório que inclui depoimentos de sobreviventes de escolas diurnas e internatos, segundo informou Norma Foley, ministra da Educação do país. “É um documento angustiante e contém alguns dos relatos mais terríveis de abuso sexual. A escala e o horror do que as pessoas descreveram em suas entrevistas são chocantes, e o impacto duradouro nas vidas desses sobreviventes não tem como ser exagerado”, afirmou a ministra. No relatório, o total de 844 pessoas são acusadas de terem cometido abusos sexuais - e muitas já estão mortas.

Em uma nota publicada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI), afirmou que “nunca poderemos saber a profundidade da dor e do sofrimento que os sobreviventes suportaram e continuam a suportar”. A organização ainda disse que iria cooperar completamente com a investigação e analisar o teor do documento para examinar de forma cuidadosa as recomendações e como responderia às acusações (saiba mais detalhes no fim do texto).

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Em uma entrevista a jornalistas para falar da criação da comissão, a ministra da Educação da Irlanda ressaltou a coragem das pessoas em compartilharem as suas experiências, em sua maioria homens que estão hoje na faixa etária entre 50 e 60 anos. “Um dos aspectos mais convincentes do relatório é que os participantes mais velhos forneceram relatos devastadores de como o abuso sexual na infância afetou suas vidas inteiras, desde os dias de escola até a adolescência, o início da vida adulta e até os anos posteriores”, afirmou.

Norma Foley, ministra da Educação da Irlanda.  Foto: Reprodução/RTÉ News

O relatório contém inclusive casos de abuso sexual em escolas primárias, segundo comunicado do governo irlandês. Norma elogiou as atuais medidas de proteção adotadas em escolas irlandesas. O documento também indica que o governo da Irlanda deve criar uma rede de apoio aos sobreviventes, sobretudo para ajudá-los em eventuais processos, além da criação de um esquema de reparação.

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Quem primeiro recebeu o inteiro teor do relatório foram os sobreviventes. Posteriormente, todo o conteúdo foi disponibilizado para consulta no site da Scoping Inquiry (em inglês). O governo irlandês recomenda que vítimas de abuso sexual no país procurem ajuda - instituições que acolhem vítimas podem ser localizadas no mesmo site da Scoping Inquiry. Várias instituições religiosas continuam a administrar escolas na Irlanda. As denúncias motivaram uma revisão dos procedimentos para lidar com estudantes, em 2023.

Denúncia

A ação do governo irlandês ocorre após o lançamento de um documentário por uma rádio da Irlanda em 7 de novembro de 2022. O “Documentary On One - Blackrock Boys” conta a história de dois irmãos, Mark e David Ryan, que foram repetidamente abusados sexualmente no Blackrock College, no sul do Condado de Dublin, dos 12 aos 17 anos de idade. Os abusadores seriam os próprios integrantes da ordem religiosa que administrava a instituição de ensino. Após a transmissão, muitos homens vieram a público, desta escola e de outras, relatando experiências semelhantes.

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O governo da Irlanda decidiu então abrir uma investigação preliminar em 7 de março de 2023. Inicialmente, foram ouvidas 205 pessoas. Do total, 182 sobreviventes foram convidados a participar de uma segunda etapa, que consistia em uma entrevista para contar os abusos que sofreram. Eles também tinham a opção de enviar seus relatos por escrito. Ao final, 149 sobreviventes de abusos sexuais tiveram as suas histórias coletadas, sendo que 12 deles preferiram enviar suas declarações por escrito.

Posicionamento da AMRI

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Em uma nota divulgada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI) disse lamentar o ocorrido. “Lamentamos profundamente que tenham sofrido abuso em escolas administradas por religiosos. Estamos plenamente conscientes de que compartilhar experiências pessoais, sensíveis e traumáticas pode causar dor e sofrimento adicionais”, diz trecho da nota.

A entidade diz que colaborou e que ainda colabora com a investigação e que, após análise, “responderá de acordo”. A AMRI diz ainda que várias ordens e congregações religiosas fornecem apoio pessoal para vítimas e sobreviventes de abusos sexuais. “Encorajamos qualquer pessoa que precise de apoio a contatar as ordens e congregações religiosas individuais para obter a ajuda de que necessita”, informa a entidade.

O governo da Irlanda anunciou na última terça-feira, 3, a criação de uma comissão para investigar 2.395 casos de abuso sexual ocorridos em 308 escolas administradas por 42 ordens religiosas em todo o país, entre os anos de 1927 e 2013. Os abusadores seriam religiosos, funcionários leigos, visitantes e até outros alunos.

Os casos estão descritos em um relatório que inclui depoimentos de sobreviventes de escolas diurnas e internatos, segundo informou Norma Foley, ministra da Educação do país. “É um documento angustiante e contém alguns dos relatos mais terríveis de abuso sexual. A escala e o horror do que as pessoas descreveram em suas entrevistas são chocantes, e o impacto duradouro nas vidas desses sobreviventes não tem como ser exagerado”, afirmou a ministra. No relatório, o total de 844 pessoas são acusadas de terem cometido abusos sexuais - e muitas já estão mortas.

Em uma nota publicada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI), afirmou que “nunca poderemos saber a profundidade da dor e do sofrimento que os sobreviventes suportaram e continuam a suportar”. A organização ainda disse que iria cooperar completamente com a investigação e analisar o teor do documento para examinar de forma cuidadosa as recomendações e como responderia às acusações (saiba mais detalhes no fim do texto).

Em uma entrevista a jornalistas para falar da criação da comissão, a ministra da Educação da Irlanda ressaltou a coragem das pessoas em compartilharem as suas experiências, em sua maioria homens que estão hoje na faixa etária entre 50 e 60 anos. “Um dos aspectos mais convincentes do relatório é que os participantes mais velhos forneceram relatos devastadores de como o abuso sexual na infância afetou suas vidas inteiras, desde os dias de escola até a adolescência, o início da vida adulta e até os anos posteriores”, afirmou.

Norma Foley, ministra da Educação da Irlanda.  Foto: Reprodução/RTÉ News

O relatório contém inclusive casos de abuso sexual em escolas primárias, segundo comunicado do governo irlandês. Norma elogiou as atuais medidas de proteção adotadas em escolas irlandesas. O documento também indica que o governo da Irlanda deve criar uma rede de apoio aos sobreviventes, sobretudo para ajudá-los em eventuais processos, além da criação de um esquema de reparação.

Quem primeiro recebeu o inteiro teor do relatório foram os sobreviventes. Posteriormente, todo o conteúdo foi disponibilizado para consulta no site da Scoping Inquiry (em inglês). O governo irlandês recomenda que vítimas de abuso sexual no país procurem ajuda - instituições que acolhem vítimas podem ser localizadas no mesmo site da Scoping Inquiry. Várias instituições religiosas continuam a administrar escolas na Irlanda. As denúncias motivaram uma revisão dos procedimentos para lidar com estudantes, em 2023.

Denúncia

A ação do governo irlandês ocorre após o lançamento de um documentário por uma rádio da Irlanda em 7 de novembro de 2022. O “Documentary On One - Blackrock Boys” conta a história de dois irmãos, Mark e David Ryan, que foram repetidamente abusados sexualmente no Blackrock College, no sul do Condado de Dublin, dos 12 aos 17 anos de idade. Os abusadores seriam os próprios integrantes da ordem religiosa que administrava a instituição de ensino. Após a transmissão, muitos homens vieram a público, desta escola e de outras, relatando experiências semelhantes.

O governo da Irlanda decidiu então abrir uma investigação preliminar em 7 de março de 2023. Inicialmente, foram ouvidas 205 pessoas. Do total, 182 sobreviventes foram convidados a participar de uma segunda etapa, que consistia em uma entrevista para contar os abusos que sofreram. Eles também tinham a opção de enviar seus relatos por escrito. Ao final, 149 sobreviventes de abusos sexuais tiveram as suas histórias coletadas, sendo que 12 deles preferiram enviar suas declarações por escrito.

Posicionamento da AMRI

Em uma nota divulgada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI) disse lamentar o ocorrido. “Lamentamos profundamente que tenham sofrido abuso em escolas administradas por religiosos. Estamos plenamente conscientes de que compartilhar experiências pessoais, sensíveis e traumáticas pode causar dor e sofrimento adicionais”, diz trecho da nota.

A entidade diz que colaborou e que ainda colabora com a investigação e que, após análise, “responderá de acordo”. A AMRI diz ainda que várias ordens e congregações religiosas fornecem apoio pessoal para vítimas e sobreviventes de abusos sexuais. “Encorajamos qualquer pessoa que precise de apoio a contatar as ordens e congregações religiosas individuais para obter a ajuda de que necessita”, informa a entidade.

O governo da Irlanda anunciou na última terça-feira, 3, a criação de uma comissão para investigar 2.395 casos de abuso sexual ocorridos em 308 escolas administradas por 42 ordens religiosas em todo o país, entre os anos de 1927 e 2013. Os abusadores seriam religiosos, funcionários leigos, visitantes e até outros alunos.

Os casos estão descritos em um relatório que inclui depoimentos de sobreviventes de escolas diurnas e internatos, segundo informou Norma Foley, ministra da Educação do país. “É um documento angustiante e contém alguns dos relatos mais terríveis de abuso sexual. A escala e o horror do que as pessoas descreveram em suas entrevistas são chocantes, e o impacto duradouro nas vidas desses sobreviventes não tem como ser exagerado”, afirmou a ministra. No relatório, o total de 844 pessoas são acusadas de terem cometido abusos sexuais - e muitas já estão mortas.

Em uma nota publicada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI), afirmou que “nunca poderemos saber a profundidade da dor e do sofrimento que os sobreviventes suportaram e continuam a suportar”. A organização ainda disse que iria cooperar completamente com a investigação e analisar o teor do documento para examinar de forma cuidadosa as recomendações e como responderia às acusações (saiba mais detalhes no fim do texto).

Em uma entrevista a jornalistas para falar da criação da comissão, a ministra da Educação da Irlanda ressaltou a coragem das pessoas em compartilharem as suas experiências, em sua maioria homens que estão hoje na faixa etária entre 50 e 60 anos. “Um dos aspectos mais convincentes do relatório é que os participantes mais velhos forneceram relatos devastadores de como o abuso sexual na infância afetou suas vidas inteiras, desde os dias de escola até a adolescência, o início da vida adulta e até os anos posteriores”, afirmou.

Norma Foley, ministra da Educação da Irlanda.  Foto: Reprodução/RTÉ News

O relatório contém inclusive casos de abuso sexual em escolas primárias, segundo comunicado do governo irlandês. Norma elogiou as atuais medidas de proteção adotadas em escolas irlandesas. O documento também indica que o governo da Irlanda deve criar uma rede de apoio aos sobreviventes, sobretudo para ajudá-los em eventuais processos, além da criação de um esquema de reparação.

Quem primeiro recebeu o inteiro teor do relatório foram os sobreviventes. Posteriormente, todo o conteúdo foi disponibilizado para consulta no site da Scoping Inquiry (em inglês). O governo irlandês recomenda que vítimas de abuso sexual no país procurem ajuda - instituições que acolhem vítimas podem ser localizadas no mesmo site da Scoping Inquiry. Várias instituições religiosas continuam a administrar escolas na Irlanda. As denúncias motivaram uma revisão dos procedimentos para lidar com estudantes, em 2023.

Denúncia

A ação do governo irlandês ocorre após o lançamento de um documentário por uma rádio da Irlanda em 7 de novembro de 2022. O “Documentary On One - Blackrock Boys” conta a história de dois irmãos, Mark e David Ryan, que foram repetidamente abusados sexualmente no Blackrock College, no sul do Condado de Dublin, dos 12 aos 17 anos de idade. Os abusadores seriam os próprios integrantes da ordem religiosa que administrava a instituição de ensino. Após a transmissão, muitos homens vieram a público, desta escola e de outras, relatando experiências semelhantes.

O governo da Irlanda decidiu então abrir uma investigação preliminar em 7 de março de 2023. Inicialmente, foram ouvidas 205 pessoas. Do total, 182 sobreviventes foram convidados a participar de uma segunda etapa, que consistia em uma entrevista para contar os abusos que sofreram. Eles também tinham a opção de enviar seus relatos por escrito. Ao final, 149 sobreviventes de abusos sexuais tiveram as suas histórias coletadas, sendo que 12 deles preferiram enviar suas declarações por escrito.

Posicionamento da AMRI

Em uma nota divulgada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI) disse lamentar o ocorrido. “Lamentamos profundamente que tenham sofrido abuso em escolas administradas por religiosos. Estamos plenamente conscientes de que compartilhar experiências pessoais, sensíveis e traumáticas pode causar dor e sofrimento adicionais”, diz trecho da nota.

A entidade diz que colaborou e que ainda colabora com a investigação e que, após análise, “responderá de acordo”. A AMRI diz ainda que várias ordens e congregações religiosas fornecem apoio pessoal para vítimas e sobreviventes de abusos sexuais. “Encorajamos qualquer pessoa que precise de apoio a contatar as ordens e congregações religiosas individuais para obter a ajuda de que necessita”, informa a entidade.

O governo da Irlanda anunciou na última terça-feira, 3, a criação de uma comissão para investigar 2.395 casos de abuso sexual ocorridos em 308 escolas administradas por 42 ordens religiosas em todo o país, entre os anos de 1927 e 2013. Os abusadores seriam religiosos, funcionários leigos, visitantes e até outros alunos.

Os casos estão descritos em um relatório que inclui depoimentos de sobreviventes de escolas diurnas e internatos, segundo informou Norma Foley, ministra da Educação do país. “É um documento angustiante e contém alguns dos relatos mais terríveis de abuso sexual. A escala e o horror do que as pessoas descreveram em suas entrevistas são chocantes, e o impacto duradouro nas vidas desses sobreviventes não tem como ser exagerado”, afirmou a ministra. No relatório, o total de 844 pessoas são acusadas de terem cometido abusos sexuais - e muitas já estão mortas.

Em uma nota publicada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI), afirmou que “nunca poderemos saber a profundidade da dor e do sofrimento que os sobreviventes suportaram e continuam a suportar”. A organização ainda disse que iria cooperar completamente com a investigação e analisar o teor do documento para examinar de forma cuidadosa as recomendações e como responderia às acusações (saiba mais detalhes no fim do texto).

Em uma entrevista a jornalistas para falar da criação da comissão, a ministra da Educação da Irlanda ressaltou a coragem das pessoas em compartilharem as suas experiências, em sua maioria homens que estão hoje na faixa etária entre 50 e 60 anos. “Um dos aspectos mais convincentes do relatório é que os participantes mais velhos forneceram relatos devastadores de como o abuso sexual na infância afetou suas vidas inteiras, desde os dias de escola até a adolescência, o início da vida adulta e até os anos posteriores”, afirmou.

Norma Foley, ministra da Educação da Irlanda.  Foto: Reprodução/RTÉ News

O relatório contém inclusive casos de abuso sexual em escolas primárias, segundo comunicado do governo irlandês. Norma elogiou as atuais medidas de proteção adotadas em escolas irlandesas. O documento também indica que o governo da Irlanda deve criar uma rede de apoio aos sobreviventes, sobretudo para ajudá-los em eventuais processos, além da criação de um esquema de reparação.

Quem primeiro recebeu o inteiro teor do relatório foram os sobreviventes. Posteriormente, todo o conteúdo foi disponibilizado para consulta no site da Scoping Inquiry (em inglês). O governo irlandês recomenda que vítimas de abuso sexual no país procurem ajuda - instituições que acolhem vítimas podem ser localizadas no mesmo site da Scoping Inquiry. Várias instituições religiosas continuam a administrar escolas na Irlanda. As denúncias motivaram uma revisão dos procedimentos para lidar com estudantes, em 2023.

Denúncia

A ação do governo irlandês ocorre após o lançamento de um documentário por uma rádio da Irlanda em 7 de novembro de 2022. O “Documentary On One - Blackrock Boys” conta a história de dois irmãos, Mark e David Ryan, que foram repetidamente abusados sexualmente no Blackrock College, no sul do Condado de Dublin, dos 12 aos 17 anos de idade. Os abusadores seriam os próprios integrantes da ordem religiosa que administrava a instituição de ensino. Após a transmissão, muitos homens vieram a público, desta escola e de outras, relatando experiências semelhantes.

O governo da Irlanda decidiu então abrir uma investigação preliminar em 7 de março de 2023. Inicialmente, foram ouvidas 205 pessoas. Do total, 182 sobreviventes foram convidados a participar de uma segunda etapa, que consistia em uma entrevista para contar os abusos que sofreram. Eles também tinham a opção de enviar seus relatos por escrito. Ao final, 149 sobreviventes de abusos sexuais tiveram as suas histórias coletadas, sendo que 12 deles preferiram enviar suas declarações por escrito.

Posicionamento da AMRI

Em uma nota divulgada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI) disse lamentar o ocorrido. “Lamentamos profundamente que tenham sofrido abuso em escolas administradas por religiosos. Estamos plenamente conscientes de que compartilhar experiências pessoais, sensíveis e traumáticas pode causar dor e sofrimento adicionais”, diz trecho da nota.

A entidade diz que colaborou e que ainda colabora com a investigação e que, após análise, “responderá de acordo”. A AMRI diz ainda que várias ordens e congregações religiosas fornecem apoio pessoal para vítimas e sobreviventes de abusos sexuais. “Encorajamos qualquer pessoa que precise de apoio a contatar as ordens e congregações religiosas individuais para obter a ajuda de que necessita”, informa a entidade.

O governo da Irlanda anunciou na última terça-feira, 3, a criação de uma comissão para investigar 2.395 casos de abuso sexual ocorridos em 308 escolas administradas por 42 ordens religiosas em todo o país, entre os anos de 1927 e 2013. Os abusadores seriam religiosos, funcionários leigos, visitantes e até outros alunos.

Os casos estão descritos em um relatório que inclui depoimentos de sobreviventes de escolas diurnas e internatos, segundo informou Norma Foley, ministra da Educação do país. “É um documento angustiante e contém alguns dos relatos mais terríveis de abuso sexual. A escala e o horror do que as pessoas descreveram em suas entrevistas são chocantes, e o impacto duradouro nas vidas desses sobreviventes não tem como ser exagerado”, afirmou a ministra. No relatório, o total de 844 pessoas são acusadas de terem cometido abusos sexuais - e muitas já estão mortas.

Em uma nota publicada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI), afirmou que “nunca poderemos saber a profundidade da dor e do sofrimento que os sobreviventes suportaram e continuam a suportar”. A organização ainda disse que iria cooperar completamente com a investigação e analisar o teor do documento para examinar de forma cuidadosa as recomendações e como responderia às acusações (saiba mais detalhes no fim do texto).

Em uma entrevista a jornalistas para falar da criação da comissão, a ministra da Educação da Irlanda ressaltou a coragem das pessoas em compartilharem as suas experiências, em sua maioria homens que estão hoje na faixa etária entre 50 e 60 anos. “Um dos aspectos mais convincentes do relatório é que os participantes mais velhos forneceram relatos devastadores de como o abuso sexual na infância afetou suas vidas inteiras, desde os dias de escola até a adolescência, o início da vida adulta e até os anos posteriores”, afirmou.

Norma Foley, ministra da Educação da Irlanda.  Foto: Reprodução/RTÉ News

O relatório contém inclusive casos de abuso sexual em escolas primárias, segundo comunicado do governo irlandês. Norma elogiou as atuais medidas de proteção adotadas em escolas irlandesas. O documento também indica que o governo da Irlanda deve criar uma rede de apoio aos sobreviventes, sobretudo para ajudá-los em eventuais processos, além da criação de um esquema de reparação.

Quem primeiro recebeu o inteiro teor do relatório foram os sobreviventes. Posteriormente, todo o conteúdo foi disponibilizado para consulta no site da Scoping Inquiry (em inglês). O governo irlandês recomenda que vítimas de abuso sexual no país procurem ajuda - instituições que acolhem vítimas podem ser localizadas no mesmo site da Scoping Inquiry. Várias instituições religiosas continuam a administrar escolas na Irlanda. As denúncias motivaram uma revisão dos procedimentos para lidar com estudantes, em 2023.

Denúncia

A ação do governo irlandês ocorre após o lançamento de um documentário por uma rádio da Irlanda em 7 de novembro de 2022. O “Documentary On One - Blackrock Boys” conta a história de dois irmãos, Mark e David Ryan, que foram repetidamente abusados sexualmente no Blackrock College, no sul do Condado de Dublin, dos 12 aos 17 anos de idade. Os abusadores seriam os próprios integrantes da ordem religiosa que administrava a instituição de ensino. Após a transmissão, muitos homens vieram a público, desta escola e de outras, relatando experiências semelhantes.

O governo da Irlanda decidiu então abrir uma investigação preliminar em 7 de março de 2023. Inicialmente, foram ouvidas 205 pessoas. Do total, 182 sobreviventes foram convidados a participar de uma segunda etapa, que consistia em uma entrevista para contar os abusos que sofreram. Eles também tinham a opção de enviar seus relatos por escrito. Ao final, 149 sobreviventes de abusos sexuais tiveram as suas histórias coletadas, sendo que 12 deles preferiram enviar suas declarações por escrito.

Posicionamento da AMRI

Em uma nota divulgada logo após a divulgação da criação da comissão, a Associação de Líderes Missionários e Religiosos da Irlanda (AMRI) disse lamentar o ocorrido. “Lamentamos profundamente que tenham sofrido abuso em escolas administradas por religiosos. Estamos plenamente conscientes de que compartilhar experiências pessoais, sensíveis e traumáticas pode causar dor e sofrimento adicionais”, diz trecho da nota.

A entidade diz que colaborou e que ainda colabora com a investigação e que, após análise, “responderá de acordo”. A AMRI diz ainda que várias ordens e congregações religiosas fornecem apoio pessoal para vítimas e sobreviventes de abusos sexuais. “Encorajamos qualquer pessoa que precise de apoio a contatar as ordens e congregações religiosas individuais para obter a ajuda de que necessita”, informa a entidade.

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